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Cientistas encontram “mini galáxia” que não deveria existir

Escondido na constelação da Ursa Maior, um punhado de estrelas quase invisível pode estar prestes a reescrever os mapas do cosmos. UMa3/U1, localizado a “apenas” 30 mil anos-luz da Terra, é tão fraco que passou despercebido até agora. Mas o que ele é, exatamente, ainda intriga os astrônomos. Será a menor galáxia já encontrada, sustentada por matéria escura? Ou um aglomerado estelar à beira do colapso que tivemos a sorte de flagrar no momento exato antes de sua extinção?

Com apenas cerca de 60 estrelas e praticamente nenhuma luz para guiá-lo, UMa3/U1 desafia as definições clássicas do que é uma galáxia. Sua estrutura frágil, do tamanho de um bairro interestelar, parece contrariar as forças brutais da Via Láctea, que deveriam ter despedaçado o grupo há bilhões de anos.

As estrelas de UMa3/U1 são muito antigas, com mais de dez bilhões de anos, e se movem juntas em velocidades semelhantes, indicando que fazem parte de um sistema estável. Simulações recentes sugerem que, se for mesmo um aglomerado estelar, ele pode sobreviver por mais dois a três bilhões de anos antes de ser destruído pela gravidade da Via Láctea. As informações são do site IFLScience.

Um pequeno grupo de estrelas perdido na vasta imensidão do universo (Imagem: Alexandru Canpan/Shutterstock)

E se for uma galáxia?

  • Se UMa3/U1 for realmente uma galáxia, ela seria a menor já descoberta até hoje;
  • Para se manter estável com tão poucas estrelas, provavelmente dependeria de uma grande quantidade de matéria escura, que funcionaria como uma “cola” gravitacional;
  • Nesse caso, a massa estaria concentrada no centro do sistema, diferente de um aglomerado estelar, onde a massa fica distribuída de forma mais uniforme;
  • Essa concentração central é um dos sinais que os cientistas procuram para diferenciar galáxias de aglomerados.

Estudos recentes usaram a chamada “função de massa” para analisar a distribuição do sistema. Os resultados indicam que UMa3/U1 se encaixa melhor como um aglomerado de estrelas, mas a dúvida ainda não foi totalmente descartada.

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O que vem a seguir?

Embora ainda não haja uma resposta definitiva, a equipe liderada por Simon Smith, estudante da Universidade de Victoria (Austrália), e Marla Geha, professora da Universidade Yale (EUA), acredita que UMa3/U1 é mais, provavelmente, um aglomerado estelar do que a menor galáxia já encontrada.

Para confirmar isso, eles recomendam que futuras observações coletem dados fotométricos mais detalhados, chegando até a magnitude aparente 25.

A galáxia/aglomeração de estrelas está localizada na constelação de Ursa Maior (Imagem: Savvapanf Photo/Shutterstock)

Com grandes levantamentos astronômicos a caminho, como os realizados pelo Observatório Vera C. Rubin e outros projetos internacionais, espera-se descobrir muitos outros satélites fracos da Via Láctea na próxima década. Essas novas descobertas poderão usar testes de função de massa para, finalmente, revelar a verdadeira natureza de objetos como UMa3/U1.

O estudo que traz essas conclusões foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical e promete ajudar a avançar nossos modelos cosmológicos, trazendo mais clareza sobre os menores e mais misteriosos habitantes do nosso Universo.

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