Quando penso em SXSW, minha memória vai direto para o Austin Convention Center: o ar-condicionado texano congelando, food trucks alinhados e músicos indie nas esquinas esperando um olheiro. Mas agora, o festival cruza o Atlântico: de hoje até o dia 7 de junho, o SXSW London chega ao Leste de Londres, prometendo “beautiful collisions” — o tema oficial — que só Shoreditch, Hoxton e Brick Lane podem proporcionar.
Esqueça os 200 mil visitantes de Austin, Texas, dez dias e 25 trilhas. Agora, são 40 mil pessoas previstas para invadir cafés, galerias, armazéns industriais e ruas onde o passado vitoriano se mistura com grafite e aromas de falafel. O convite do festival? “Colisões bonitas”: multiculturalismo vibrante de Londres batendo de frente com a ancestralidade britânica, fish & chips duelando com ramen, o clássico e o disruptivo costurando o cotidiano de um bairro que nunca dorme (dizem, porque eu mesma faz tempo que não piso ali).
Depois de mais de uma década frequentando Austin, minha expectativa é sentir o contraste de atmosferas. Shoreditch não foi uma escolha casual: é a síntese do que Londres tem de mais pulsante, diversa e imprevisível. Para mim — e para a centena de brasileiros já confirmados —, a missão é clara: furar as bolhas culturais americanas, ouvir vozes pluriversais sob tetos centenários e experimentar o festival como um organismo vivo, adaptado ao caos criativo londrino.
Os grandes temas do SXSW London
O SXSW London 2025 se organiza em seis grandes temas, que refletem debates urgentes sobre tecnologia, sociedade, saúde e negócios:
- AI, Robotics and Automation;
- Humanity, Machines and the Future of AI;
- New Tech Frontiers;
- Our Future Health;
- Tech, Governance and the Future of Society;
- Navigating Business in a Changing World.
Esses eixos não são só buzzwords: eles dão o tom de um festival que quer ir além do hype e realmente discutir o impacto (positivo e negativo) das novas tecnologias, da criatividade e das transformações sociais. Veja a programação oficial aqui.
Quem falará e por que prestar atenção
Entre centenas de nomes, alguns se destacam por provocar debates reais e fugir do lugar-comum. Vale acompanhar:

- Demis Hassabis (DeepMind): Um dos principais nomes da inteligência artificial no mundo, sempre direto ao ponto sobre riscos, ética e futuro das máquinas;
- Alex Kendall (Wayve): Líder em mobilidade autônoma, discute como IA e veículos autônomos podem transformar as cidades;
- Deepak Chopra: Figura polêmica, mistura ciência e espiritualidade em debates que dividem opiniões — mas nunca passam despercebidos;
- Mati Staniszewski: Explora a revolução da voz via IA, tema fascinante para quem acredita que tecnologia pode (e deve) humanizar as interações digitais;
- Ben Lamm (Colossal Biosciences): Fala sobre biologia sintética e de-extinção — e, sinceramente, já vi todos os anos desde o lançamento lá no Texas. Vale a reflexão: até onde vai a fronteira entre ficção científica e realidade?
- Dan Clancy (Twitch): Mergulha no universo do streaming ao vivo e na cultura digital;
- Katie King e Bianca Cefalo: Discutem o espaço como próxima fronteira — e, honestamente, é uma das coisas que ainda me fascinam sobre o SXSW;
- Jane Goodall: Traz a urgência da sustentabilidade para o centro do debate, sempre com lucidez e autoridade;
- Keily Blair (OnlyFans): CEO da OnlyFans, Keily Blair vai além da polêmica: discute economia de criadores, liberdade de expressão, regulação de plataformas digitais e os desafios de liderar uma das empresas mais disruptivas da internet;
- Sadiq Khan (Prefeito de Londres): Abre o evento falando sobre inovação e cultura, mas o que mais me interessa são os debates sobre regulação, desinformação e confiança;
- Jimmy Wales (Wikipedia): Discute o desafio de construir confiança em tempos de fake news;
- Ed Balls & George Osborne: Levam política e economia digital para o palco, num formato de podcast ao vivo;
- TS Anil (Monzo): Revela os bastidores de construir um banco digital amado;
- Sir Ian Livingstone: Fala sobre a criação de mundos, da fantasia ao metaverso.
Confira todos os speakers confirmados aqui.
Muito além das palestras: ativações e experiências
O que realmente me empolga no SXSW em Austin não está só nas paredes da conferência. E lá em Londres, também tenho essa expectativa.

- Beautiful Collisions Installation na Christ Church Spitalfields: Mistura arte, luz e tecnologia de um jeito imersivo — algo raro fora de eventos como esse;
- XR Programme no Rich Mix: A fronteira entre cinema e realidade virtual desaparece, permitindo vivenciar narrativas de um jeito completamente novo;
- Venture Spotlight: Competição de startups com inovações de concreto auto-regenerativo a robôs para neurocirurgia — o tipo de competição que mostra o futuro acontecendo agora;
- Shows no Strongroom Bar, patrocinado pela Converse, e container da Ray-Ban em Ely’s Yard, que vira pista de dança e loja pop-up ao mesmo tempo;
- Ativações de marcas como Canva, Supercell, Polestar, Dazed, TikTok, Nasdaq e muitas outras — veja todas as brand activations aqui;
- Networking Lounges:
- Platinum Lounge (Café 1001);
- Connections Lounge (Truman Brewery);
- Startup Village Lounge (Shoreditch Electric);
- E as festas oficiais como a Platinum Opening Mixer no 93 Feet East e a Festival Opening Party no Brick Lane Yard.
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- O que é superinteligência artificial? Veja como ela pode mudar o futuro da humanidade
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No fim, minha expectativa é sair de lá provocada, inspirada e, quem sabe, ver mais inovação nos “festivais de inovação”. E você pode acompanhar tudo em tempo real — ou, quem sabe, já planejar sua ida para a próxima edição.
Quer saber mais?
- SXSW London Site Oficial;
- SXSW Austin Site Oficial;
- Programação Completa;
- Lista de Speakers;
- Mapa dos Venues;
- App SXSW London.
O post SXSW London 2025: ‘Beautiful Collisions’, novos rumos e o que vale ver apareceu primeiro em Olhar Digital.
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