chatgpt-3-1024x682

Teste de Turing revelou: ChatGPT é mais humano que muitos humanos

Vamos supor que você esteja conversando com uma pessoa desconhecida por mensagem. Você conseguiria dizer se ela é um ser humano real ou uma inteligência artificial treinada para agir como um?

Um estudo da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), nos Estados Unidos, fez o experimento baseado no Teste de Turing e revelou que o GPT-4.5 consegue muito bem se passar por humanos – e até melhor do que outros humanos.

Você conseguiria adivinhar se está conversando com um ser humano ou uma IA? (Imagem: WINEXA / Shutterstock.com)

Pesquisa conduziu o Teste de Turing com IAs

O estudo, divulgado no servidor pré-impressão arXiv, envolveu 300 pessoas em um experimento com a mesma proposta do Teste de Turing (que avalia se uma máquina é capaz de pensar como um ser humano). No trabalho, elas interagiram por texto com duas personas: um ser humano real e um bot. O interrogador deveria identificar qual dos dois era a IA.

A pesquisa usou os modelos de linguagem GPT-4.5 e 4.0, que alimentam o ChatGPT; o Llama-3.1, da Meta; e o Eliza, o primeiro chatbot do mundo, de 1966.

Veja como funcionou:

  • A pesquisa usou variações de treinamento para as IAs. Durante o experimento, o GPT-4.5 e o Llama-3.1 foram instruídos a adotar duas abordagens: uma “com persona” e outra “sem persona”;
  • Na versão “com persona”, o modelo era orientado a adotar uma identidade falsa para convencer o interrogador. Por exemplo, de um jovem com muitos conhecimentos sobre internet;
  • Na abordagem “sem persona”, o chatbot poderia adotar uma abordagem mais genérica, mas ainda precisava convencer o interrogador;
  • Os modelos GPT-4o e Eliza foram testados somente no treinamento “sem persona”.
Os resultados do Teste de Turing com os chatbots (Imagem: arXiv/Cameron Jones/Reprodução)

ChatGPT passou no Teste de Turing

O GPT-4.5 teve um desempenho impressionante: ele conseguiu enganar 73% dos interrogadores quando instruído a adotar uma persona (versão “com persona”). Como lembrou o estudo, o resultado é bem maior do que a probabilidade aleatória de 50% de acertar ou errar.

O estudo concluiu que o ChatGPT se mostrou “mais humano que os humanos”. E claro, passou no Teste de Turing. O Llama-3.1 “com persona” também teve um resultado maior que 50%.

Já quando os modelos Llama e GPT-4.5 eram instruídos no treinamento “sem persona”, o desempenho caiu para cerca de 36%. Eliza e GPT-4o tiveram o menor desempenho: 23% e 21%, respectivamente (sim, o primeiro chatbot do mundo se saiu melhor do que o ChatGPT no modelo 4o).

Eliza, o primeiro chatbot do mundo, se saiu melhor que o GPT-4o (Imagem: Olhar Digital/Reprodução de tela)

Leia mais:

O que isso significa para nós, humanos?

Cameron Jones, pesquisador do Laboratório de Linguagem e Cognição da UCSD e autor principal do artigo, acredita que os resultados mostram que os modelos de IA podem substituir humanos em interações curtas com sucesso. Afinal, a maior parte das pessoas sequer percebeu se tratar de um bot.

No X, ele escreveu que isso poderia levar à automação de empregos, mas também a “ataques aprimorados de engenharia social e uma ruptura social mais geral”.

No entanto, James crê que, se as pessoas se familiarizarem mais com as conversas dos bots, pode ficar mais difícil ser enganado por eles.

O post Teste de Turing revelou: ChatGPT é mais humano que muitos humanos apareceu primeiro em Olhar Digital.

shutterstock_2483950049-1024x682

E o Oscar da Ciência vai para… uma revolução na Medicina!

Dois cientistas que dedicaram décadas à pesquisa sobre esclerose múltipla (EM) foram reconhecidos com o Breakthrough Prize, considerado o “Oscar da ciência“. O neurologista americano Stephen Hauser e o epidemiologista italiano Alberto Ascherio foram premiados por descobertas que abriram novos caminhos no tratamento da doença neurológica, que afeta cerca de três milhões de pessoas no mundo.

A esclerose múltipla, considerada durante muito tempo um enigma impenetrável pela medicina, é uma doença neurodegenerativa debilitante que compromete o sistema nervoso central. Os sintomas incluem prejuízos motores e cognitivos, podendo levar à paralisia. O reconhecimento da comunidade científica veio após avanços significativos obtidos pelos dois pesquisadores ao longo de suas carreiras.

A esclerose múltipla é uma doença degenerativa que afeta o sistema nervoso central (Imagem: Pixel-Shot / Shutterstock.com)

Um encontro marcante e o início de uma jornada

Hauser iniciou seus estudos sobre esclerose múltipla há mais de 45 anos, depois de conhecer uma jovem paciente chamada Andrea, que trabalhava na Casa Branca durante o governo de Jimmy Carter. Aos 27 anos, ele presenciou a rápida deterioração da saúde de Andrea, que em pouco tempo perdeu a capacidade de falar, engolir e até respirar sozinha.

“Foi a coisa mais injusta que já vi na medicina”, relatou o pesquisador à AFP. A experiência o levou a transformar a esclerose múltipla em missão de vida, mesmo em um cenário de ceticismo generalizado. “Na época, não havia tratamentos. E nem se acreditava que algum dia pudessem ser desenvolvidos”, afirmou.

A descoberta do papel dos linfócitos B

  • Durante muito tempo, acreditava-se que apenas os linfócitos T estavam envolvidos na destruição das células nervosas.
  • Hauser questionou essa visão e passou a investigar o papel dos linfócitos B, outro tipo de célula branca do sangue, no desenvolvimento da doença.
  • Por meio de testes em saguis, pequenos primatas, ele e sua equipe conseguiram replicar os danos neurológicos provocados pela EM.
  • O projeto, inicialmente rejeitado por autoridades de pesquisa médica dos Estados Unidos por ser considerado “biologicamente implausível”, encontrou apoio na farmacêutica Genentech.
  • Em 2006, os testes clínicos mostraram resultados expressivos: os tratamentos que miravam os linfócitos B reduziram em mais de 90% a inflamação cerebral em pacientes com esclerose múltipla.
  • O achado foi descrito por Hauser como algo “nunca antes visto” em termos de impacto terapêutico.

Um possível elo viral com a esclerose múltipla

Enquanto Hauser avançava na busca por tratamentos, Alberto Ascherio concentrava-se em entender as causas da doença. Professor da Universidade de Harvard, ele se intrigava com a distribuição geográfica da EM, mais comum em regiões do hemisfério norte e rara em áreas tropicais.

Essa observação levou à hipótese de que um vírus poderia estar envolvido. Ascherio e sua equipe realizaram um estudo de longo prazo com milhões de recrutas militares dos EUA, ao longo de quase 20 anos. Em 2022, confirmaram a associação entre a esclerose múltipla e o vírus Epstein-Barr (EBV), agente causador da mononucleose infecciosa.

epstein-barr
O vírus Epstein-Barr está associado à esclerose múltipla (Imagem: Kateryna Kon / Shutterstock.com)

“Quase todos os pacientes com esclerose múltipla tiveram infecção prévia por EBV”, disse Ascherio. Apesar disso, ele enfatiza que nem todos os infectados desenvolverão a doença. A descoberta não é conclusiva sobre as causas, mas abre caminho para futuras estratégias de prevenção e tratamento.

Leia mais:

Novas possibilidades para outras doenças

A descoberta do vínculo com o vírus Epstein-Barr também levanta hipóteses para outras condições neurológicas. “Estamos investigando o papel de infecções virais em outras doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e a esclerose lateral amiotrófica (ELA)”, revelou Ascherio.

Embora o elo ainda seja teórico, o pesquisador acredita que o cenário atual se assemelha ao que era o conhecimento sobre EM há 20 ou 30 anos. A premiação no Breakthrough Prize reconhece não apenas conquistas passadas, mas também o potencial futuro das pesquisas lideradas por Hauser e Ascherio.

O post E o Oscar da Ciência vai para… uma revolução na Medicina! apareceu primeiro em Olhar Digital.

insetos-pesquisa-cientifica

Alerta: precisamos evitar um ‘armagedom’ de insetos

Os insetos são essenciais para os ecossistemas, oferecendo serviços de polinização, alimentação e reciclagem, mas, apesar de sua importância, pouco se sabe sobre a maioria das espécies.

Estima-se que existam cerca de um milhão de espécies de insetos, mas apenas 1% delas foi avaliado quanto ao risco de extinção, com cerca de 20% das avaliadas sendo ameaçadas.

O monitoramento está concentrado em algumas regiões, como Europa e América do Norte, e em poucas espécies, como borboletas e abelhas, deixando lacunas significativas em outros lugares, como África e Ásia.

Leia mais:

Insetos ameaçados de extinção são essenciais para os ecossistemas e a agricultura – Imagem: Robert Ross/Shutterstock

Estudo propõe solução

  • Um estudo liderado pelo UK Centre for Ecology & Hydrology e pela Zoological Society of London propõe uma nova abordagem para monitorar as populações de insetos e entender os impactos das mudanças climáticas, poluição e espécies invasoras.
  • A pesquisa, publicada na revista Science, sugere usar métodos diversos, como monitoramento de tendências populacionais, comparações entre habitats, experimentos controlados e a coleta de opiniões de especialistas.
  • O objetivo é preencher as lacunas de dados e fornecer uma visão mais precisa do estado das populações de insetos globalmente.

Os pesquisadores destacam que, embora o foco geralmente esteja em espécies carismáticas como abelhas e borboletas, outros insetos também desempenham papéis cruciais, como o controle de pragas e a manutenção da saúde do solo.

A nova abordagem visa encontrar soluções em larga escala que beneficiem a maioria das espécies, levando em consideração as limitações de dados e a complexidade da biodiversidade dos insetos.

O próximo passo será aplicar esse método para avaliar como os insetos estão respondendo às ameaças atuais.

Monitoramento global de insetos se faz necessário para compreensão completa de quais espécies estariam ameaçadas – Imagem: Aliaksei Marozau/Shutterstock

O post Alerta: precisamos evitar um ‘armagedom’ de insetos apareceu primeiro em Olhar Digital.

g01-3

Ofertas do dia: aproveite até 53% off em caixas de som Bluetooth!

Em busca de um áudio de alta qualidade? O Olhar Digital fez uma curadoria de caixas de som Bluetooth com até 53% de desconto na Amazon. Aproveite para economizar e desfrutar de um som excepcional com a facilidade da conexão sem fio. Veja os modelos disponíveis e não perca essa chance!

Aproveite até 53% off em caixas de som Bluetooth!

Caixa de Som Bluetooth Portatil, WKYX705
Amazon

  • Desconto: 40%
I2GO, Caixa De Som Bluetooth Essential Sound Go, 10W RMS, Resistente à Água, Preto
Amazon

  • Desconto: 26%
Caixa de Som Bluetooth Portátil 10W Stone 350 – boAt – PRETO
Amazon

  • Desconto: 42%
Caixa de Som Bluetooth, Alto-falante Portátil Sem Fio de 40W com Graves Ativos Extras, À Prova d’Água IP67, Emparelhamento TWS, Microfone Embutido, Luzes LED, para Casa/Festa/Exterior Praia, Presente
Amazon

  • Desconto: 32%
SABALA DR-908 Caixa de Som Bluetooth,20800mAh 120w Potência Alto-falante Bluetooth IPX5,Luz RGB Surroundaté 24 h de reprodução e muito mais (preto)
Amazon

  • Desconto: 10%
Anker soundcore 2 Caixa de Som Bluetooth Portátil com 12W de Som Estéreo, Bluetooth 5, BassUp, à Prova d’Água IPX7, 24 Horas de Reprodução, Emparelhamento Estéreo Sem Fio, Ideal para Casa e Viagens
Amazon

  • Desconto: 10%
soundcore Anker 3 Alto-Falante Bluetooth Portátil, IPX7 à Prova d’Água, 24H de Bateria, Drivers de Titânio, PartyCast, BassUp, Equalização Personalizável – Ideal para Casa, Exterior e Praia
Amazon

  • Desconto: 14%
WAAW by ALOK Caixa de Som US 200SB DUO Bluetooth 2 em 1, Resistente à Água, Acabamento Metálico, TWS, 20W RMS
Amazon

  • Desconto: 53%

Não perca nenhuma promoção! Clique aqui para se cadastrar no nosso canal Olhar Digital Ofertas no WhatsApp!

Aviso: este artigo contém um ou mais links no preço do produto, que foram gerados a partir de um programa de afiliados. O valor não muda para você e o Olhar Digital poderá receber uma comissão. Nenhuma empresa participou da escolha para os links e não existiu aprovação prévia deste conteúdo, que segue independente como sempre foi.

O post Ofertas do dia: aproveite até 53% off em caixas de som Bluetooth! apareceu primeiro em Olhar Digital.

Escavacao-na-Africa-Assentamento-da-Idade-do-Bronze-01-1024x683

Descoberta no Marrocos reescreve parte da História

Uma escavação arqueológica no noroeste do Marrocos revelou o primeiro assentamento da Idade do Bronze na região do Magreb, no norte da África. A descoberta muda a compreensão histórica sobre o continente, antes considerado “terra vazia” até a chegada dos fenícios.

O local escavado se chama Kach Kouch e fica perto do Estreito de Gibraltar, nas margens do rio Lau. Segundo os pesquisadores, trata-se do assentamento da Idade do Bronze mais antigo conhecido no norte da África mediterrânea, exceto pelo Egito.

A pesquisa é liderada por Hamza Benattia Melgarejo, doutorando da Universidade de Barcelona. As descobertas foram publicadas na revista Antiquity.

Assentamento descoberto desafia o que se sabe sobre história da África na Idade do Bronze

Durante as escavações, foram encontradas evidências de três períodos distintos de ocupação humana entre 2200 e 600 a.C. Isso desafia os relatos históricos que afirmavam não haver população fixa antes de 800 a.C.

Arqueólogos encontraram evidências de três períodos de ocupação humana, entre 2200 e 600 a.C, no assentamento da Idade do Bronze (Imagem: Universidade de Barcelona)

O primeiro período, entre 2200 e 2000 a.C., tem poucos vestígios materiais. Mas já representa presença humana importante.

entre 1300 e 900 a.C., Kach Kouch viveu uma fase próspera, com construções de tijolos de barro, silos e pedras de moagem. Ali floresceu uma sociedade agrícola, com plantação de cevada e trigo; e criação de animais.

O último período, de 800 a 600 a.C., mostra um povo adaptável e aberto às inovações. Ferramentas de ferro, cerâmica moldada em roda e arquitetura em pedra mostram influências externas, como as do Mediterrâneo oriental.

Leia mais:

Arqueólogos durante escavação no Marrocos que descobriu assentamento da Idade do Bronze
Escavação revela primeira evidência de vida sedentária anterior aos fenícios na região africana (Imagem: Universidade de Barcelona)

Para Benattia (líder do estudo, lembra?), essa é a primeira evidência de vida sedentária anterior aos fenícios na região. “Mostra a história de comunidades locais dinâmicas, longe de serem isoladas”, disse, em comunicado publicado pela Universidade de Barcelona.

A descoberta de Kach Kouch ajuda a corrigir antigos vieses sobre a história africana, segundo o pesquisador. “[O estudo] revela que o Magreb foi um participante ativo nas redes culturais, econômicas e sociais do Mediterrâneo”, conclui.

O post Descoberta no Marrocos reescreve parte da História apareceu primeiro em Olhar Digital.

f01-4

Ofertas do dia: tem Xiaomi, Motorola e Samsung Galaxy! Confira smartphones em promoção

Confira as ofertas imperdíveis de smartphones do dia e renove o seu agora mesmo! O Olhar Digital fez uma seleção de aparelhos de marcas como Samsung Galaxy, Xiaomi e Motorola, com preços especiais na Amazon. Garanta já um dispositivo de última geração e mais eficiência para sua rotina.

Aproveite até 25% off em smartphones!

Samsung Celular Galaxy A16 5G, 128GB + 4GB RAM, Câmera de até 50MP, Tela 6.7″, NFC, IP54, Bateria 5000 mAh (Cinza)
Amazon

  • Desconto: 20%
Smartphone Xiaomi POCO X6 Pro 5G 12GB+512GB NFC Dimensity 8300-Ultra 64MP câmera tripla 67W 120Hz AMOLED (Preto)
Amazon

  • Desconto: 7%
Smartphone Redmi 14C 8GB RAM 256GB ROM Midnight Black (Preto)
Amazon

  • Desconto: 8%
Smartphone Motorola Moto g34 5G – 256GB 16GB (8GB RAM+8GB Ram Boost) AI Camera 50MP NFC – Azul
Amazon

  • Desconto: 23%
Smartphone Motorola Moto g55 5G – 256GB 16GB (8GB RAM+8GB Ram Boost) e Camera 50MP com AI NFC Tela 6.5″ com Superbrilho – Preto
Amazon

  • Desconto: 13%
Smartphone Infinix Hot 50i 4GB RAM 256GB 4G Câmera Dupla 48MP+ Selfie 8MP NFC 5000mAh 6,7” 120Hz – Preto Obsidiana
Amazon

  • Desconto: 25%
Smartphone Motorola Edge 50 5G – 256GB 24GB (12GB RAM+12GB Ram Boost) 50MP Sony Camera Moto AI Ultrarresistencia militar – Green
Amazon

  • Desconto: 8%
Smartphone Motorola Razr 50-512GB 24GB (12GB RAM+12GB Ram Boost) Tela dobrável 6,9″ pOLED e externa 3,6” Moto AI camera IPX8 – Grey Vegan Suede
Amazon

  • Desconto: 10%

Não perca nenhuma promoção! Clique aqui para se cadastrar no nosso canal Olhar Digital Ofertas no WhatsApp!

Aviso: este artigo contém um ou mais links no preço do produto, que foram gerados a partir de um programa de afiliados. O valor não muda para você e o Olhar Digital poderá receber uma comissão. Nenhuma empresa participou da escolha para os links e não existiu aprovação prévia deste conteúdo, que segue independente como sempre foi.

O post Ofertas do dia: tem Xiaomi, Motorola e Samsung Galaxy! Confira smartphones em promoção apareceu primeiro em Olhar Digital.

bigtechs-e1743767170584-1024x577-1

Big techs estão ‘vasculhando’ os EUA em busca de algo valioso

As big techs precisam de data centers para desenvolver inteligência artificial e alimentar sistemas em nuvem (além de outros serviços tecnológicos). Os data centers precisam de energia elétrica para funcionar. As concessionárias fornecem essa energia. Há um problema nesse ciclo: as empresas querem expandir seus data centers, mas as concessionárias não conseguem mais dar conta da crescente demanda.

Uma pesquisa da Reuters analisou 13 grandes empresas de energia elétrica dos EUA e descobriu que quase metade delas recebeu pedidos que excederiam sua capacidade de geração. As big techs estão em busca de alguém que as atenda – mas isso pode não ser possível.

Big techs prometeram investir em data centers. Mas será? (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Big techs precisam de data centers, mas podem ficar sem

Como explicamos acima, as big techs precisam dos data centers. Essa infraestrutura funciona como a ‘fábrica’ que alimenta a inteligência artificial, os sistemas em nuvem e, basicamente, tudo no mundo online. Mas toda essa operação requer muita energia.

As empresas querem avançar cada vez mais no desenvolvimento de tecnologia e, para isso, já anunciaram bilhões de dólares para a construção de data centers. Microsoft e OpenAI são algumas delas. Ou seja, mais energia será necessária.

As big techs têm o dinheiro para viabilizar esse aumento na ‘produção’. Porém, na prática, as concessionárias de energia elétrica dos Estados Unidos não conseguirão dar conta da demanda de necessária para concretizar a expansão.

Foi o que mostrou o estudo da Reuters. Das 13 grandes concessionárias de energia elétrica analisadas, quase metade recebeu consultas de empresas de data centers pedindo quantidades de energia que excederiam muito a capacidade de geração atual – e até mesmo a capacidade máxima.

Para você ter uma ideia:

  • A Sempra disse que sua subsidiária de energia no Texas, a Oncor Electric, que atende a região de Dallas, recebeu solicitações para gerar 119 gigawatts adicionais. Esse número é quatro vezes a capacidade máxima do sistema;
  • Já a PPL, da Pensilvânia, recebeu solicitações para data centers com mais de 50 gigawatts. A capacidade de geração atual é de 7,2 gigawatt.
Postes de energia elétrica
Energia elétrica nos EUA pode não dar conta do recado (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O problema é ainda maior

Para piorar a situação, as big techs estão abordando várias empresas de energia elétrica no mesmo estado ou em estados diferentes sobre o mesmo projeto. Especialistas consultados pela agência afirmaram que isso tem inflado as perspectivas de demanda de energia.

O tamanho gigantesco desses empreendimentos e o sigilo das informações relacionadas a eles complica ainda mais a situação e dificulta na hora de prever a demanda futura.

James Richmond, CEO da e2Companies, uma provedora de sistemas de gerenciamento de energia, explicou. Imagine que três grandes empresas consultem uma concessionária, que se prepara para atender essa demanda. No final, apenas uma delas vai para frente com o projeto e as outras duas desistem.

O resultado pode ser uma insegura generalizada no setor, prejudicando consumidores (como as casas e estabelecimentos na região) com fornecimento instável ou aumento de preços.

Data Center.
Data centers podem não ser mais prioridade (Imagem: Caureem/Shutterstock)

Riscos dos data centers

Diante do sigilo dos projetos e da incerteza sobre se eles realmente sairão do papel, algumas empresas passaram a receber as solicitações somente após a assinatura de um acordo – com uma espécie de garantia ou carta de crédito. É o caso da PPL.

Outra preocupação é que as big techs podem abandonar os projetos, já que eles são caros e levam anos para ficarem prontos. A desistência pode aumentar a insegurança nesse setor e até as taxas de juros.

Leia mais:

Como o Olhar Digital reportou recentemente, uma ‘mudança de rota’ em massa pode atingir o setor de tecnologia com as tarifas de Donald Trump. Isso porque as big techs se comprometeram a construir a infraestrutura, mas, com as novas taxas, podem dar prioridade para mudanças mais urgentes. Confira os detalhes aqui.

Os estados dos EUA estão começando a ficar cientes dessa demanda inflada e das perspectivas preocupantes para geração de energia elétrica.

O post Big techs estão ‘vasculhando’ os EUA em busca de algo valioso apareceu primeiro em Olhar Digital.

Carga-de-satlites-Kuiper-da-Amazon-no-galpo-1024x576

Amazon lança constelação de satélites para rivalizar com Musk essa semana

A Amazon irá lançar os primeiros satélites de internet do projeto Kuiper nesta quarta-feira, dia 9 de abril. A missão, denominada “KA-01”, código para Kuiper Atlas 1, irá ao espaço com um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA) a partir da Estação da Força Espacial, na Flórida. No total, a carga é de 27 satélites que ficarão a uma altitude de 450 quilômetros acima da Terra

O primeiro lançamento será um passo fundamental para o projeto Kuiper, uma iniciativa começada em 2019 que busca prover internet a partir de um sistema em órbita com mais de 3 mil satélites.

A companhia reservou $10 bilhões de dólares (R$57 bilhões) para a missão. Porém, analistas da Quilty Space disseram que o projeto pode chegar a custar $20 bilhões somente para ser iniciado.

O projeto da Amazon é o mais novo competidor no mercado de fornecedores de internet em órbita. (Imagem: Divulgação / Amazon)

A carga útil desse lançamento será a mais pesada com a qual o Atlas V já voou. Para acomodá-la, o foguete estará em sua configuração mais potente, utilizando os cinco propulsores de combustível sólido mais o propulsor principal.

Os satélites que serão enviados são revestidos por uma película de espelho dielétrico exclusiva do Kuiper. Ela serve para dispersar a luz solar refletida, o que ajuda a tornar os instrumentos menos visíveis para os astrônomos na Terra.

“Não importa como a missão se desenrole, este é apenas o começo da nossa jornada, e temos todas as peças no lugar para aprender e nos adaptar enquanto nos preparamos para lançar nova e novamente nos próximos anos”, disse Rajeev Badyal, vice-presidente da Kuiper, em um comunicado.

Amazon enfrentará desafios

A Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos EUA estabeleceu um prazo para que a Amazon coloque metade do grupo de satélites prometido em órbita até julho de 2026. Essa foi uma das condições que a FCC definiu quando permitiu o projeto em 2019.

Para cumprir com a obrigação, a empresa comprou 80 lançamentos de diferentes fornecedores de foguetes. Dentre eles estão a ULA, a SpaceX e a Blue Origin, que também foi fundada por Jeff Bezos.

O projeto Kuiper irá competir com outros provedores de internet em órbita, como o Starlink. A empresa de Elon Musk já tem um sistema com mais de 7 mil satélites, o que a faz uma concorrente a frente da companhia de Bezos.

Letras sendo grafadas na carga de satélites Kuiper
“Não importa como a missão se desenrole, este é apenas o começo da nossa jornada”, disse o vice-presidente da Kuiper. (Imagem: Divulgação / Amazon)

Leia mais

No entanto, o foco da Amazon é na tecnologia de ponta e inédita. “Nós projetamos alguns dos satélites de comunicação mais avançados já construídos, e cada lançamento é uma oportunidade de adicionar mais capacidade e cobertura à nossa rede”, explicou Badyal.

Ao final dos lançamentos, serão 3.232 satélites viajando a uma velocidade de mais de 27 mil quilômetros por hora. Essa constelação em órbita circundará o planeta aproximadamente a cada 90 minutos, podendo prover internet para os mais remotos locais da Terra.

O post Amazon lança constelação de satélites para rivalizar com Musk essa semana apareceu primeiro em Olhar Digital.

3510-1024x515

TikTok lucra com lives de crianças em situação de miséria, diz jornal

Crianças pedindo esmolas em transmissões ao vivo pelo TikTok têm se tornado cada vez mais comuns em países marcados por pobreza extrema. A prática, que contraria as próprias diretrizes da plataforma, é promovida pelo algoritmo e gera lucro para a empresa, que retém até 70% dos valores arrecadados com os chamados “presentes virtuais”.

Uma investigação do The Observer, associado ao britânico The Guardian, revelou que o conteúdo exploratório envolvendo menores de idade é disseminado em transmissões feitas principalmente no Afeganistão, Indonésia, Paquistão, Síria, Egito e Quênia. Mesmo com regras contra esse tipo de publicação, o TikTok continua se beneficiando financeiramente da exposição da miséria, segundo organizações de direitos humanos e especialistas em segurança digital.

Exemplos de contas que parecem mostrar famílias pedindo esmolas (Imagem: TikTok via The Guardian)

Transmissões exploratórias ocorrem em diversos países

Entre janeiro e abril de 2025, foram encontrados casos de transmissões semelhantes em países como Indonésia, Paquistão, Afeganistão, Síria, Egito e Quênia. As cenas variam de famílias em situações domésticas pedindo ajuda a transmissões com características de mendicância organizada. Em um dos casos, sete meninos foram exibidos pedindo presentes virtuais; no dia seguinte, outros meninos apareceram no mesmo local, acompanhados dos mesmos adultos.

Em algumas contas, diferentes pessoas são mostradas quase diariamente, indicando possível atuação de intermediários. Em um perfil com 5.300 seguidores, por exemplo, um idoso em cadeira de rodas aparece em transmissões feitas por terceiros, sem que se saiba sua identidade.

TikTok recebe comissão mesmo em situações de risco

  • A plataforma, lançada em 2020, permite que qualquer usuário com mais de 1.000 seguidores e mais de 18 anos transmita ao vivo.
  • Embora crianças possam aparecer, elas devem estar acompanhadas por adultos.
  • Os espectadores podem enviar presentes digitais, como rosas virtuais, que custam cerca de R$ 0,06.
  • Porém, os criadores de conteúdo recebem apenas uma fração do valor, após taxas da plataforma e comissões. Em alguns casos, restam apenas 30% do valor original.
  • A ONU classificou a situação como “predação digital”.
  • Olivier de Schutter, relator especial sobre pobreza extrema e direitos humanos, disse ao The Observer que “ficar com uma parte do sofrimento das pessoas é inaceitável” e o TikTok deve aplicar suas próprias políticas.
  • A ONG Save the Children também considera os casos documentados como formas graves de abuso.
ong save the children
ONG Save The Children considera casos documentados como abuso (Imagem: Casimiro PT / Shutterstock.com)

Casos vão além da mendicância

Além de pedidos por ajuda, diversas transmissões mostram atos degradantes ou arriscados em troca de presentes. Entre os exemplos registrados estão pessoas se cobrindo de lama, batendo em si mesmas, passando horas sem dormir ou apenas deitadas em locais insalubres. Em um vídeo na Indonésia, duas meninas aparecem deitadas em um estúdio sem janelas; em outro, três homens no Paquistão colocam baldes na cabeça e só se movimentam quando recebem presentes.

Especialistas apontam que a combinação de pobreza, analfabetismo digital e o modelo de incentivo da plataforma contribui para a proliferação desse tipo de conteúdo. Marwa Fatafta, da organização Access Now, destacou ao The Observer que o design do TikTok Live estimula comportamentos de risco e a plataforma ainda não está lidando com as consequências desse sistema.

Leia mais:

Lucro com sofrimento e ausência de transparência

O TikTok afirma ter equipes dedicadas para identificar transmissões inadequadas, alegando interromper mais de 4 milhões de lives por mês por razões de segurança. Ainda assim, os casos identificados mostram que denúncias feitas pelo próprio aplicativo nem sempre resultam em ação imediata.

Há também dúvidas sobre quem realmente se beneficia dos presentes. Organizações como a Anti-Slavery International alertam para o controle que terceiros podem exercer sobre os ganhos, inclusive com coerção física ou psicológica. Os criadores devem apresentar documento de identidade para receber os valores, mas muitos perfis são anônimos e não há como saber se os beneficiários são, de fato, os que aparecem nas transmissões.

A pesquisadora Maya Lahav, da Universidade de Oxford, destaca que a moderação de transmissões ao vivo é um desafio complexo, tanto técnico quanto ético. “A questão central é: quando isso se torna exploração? Esse é o equilíbrio que a plataforma precisa encontrar”, afirmou ao The Observer.

O post TikTok lucra com lives de crianças em situação de miséria, diz jornal apareceu primeiro em Olhar Digital.