James-Webb-Nebulosa-da-Chama-01-1024x576

Graças ao Hubble, Webb investiga mais a fundo nebulosa misteriosa

O Telescópio Espacial James Webb, da NASA, mirou numa região densa e empoeirada da Nebulosa da Chama. E registrou o fraco brilho infravermelho de anãs marrons jovens – objeto que é quase uma estrela. Isso é difícil, senão impossível, para a maioria dos telescópios. E só foi possível graças a décadas de dados coletados por meio de outro telescópio: o Hubble.

Localizada a cerca de 1,4 mil anos-luz da Terra, a Nebulosa da Chama é um berço de formação estelar que existe há menos de um milhão de anos. Nela, há objetos tão pequenos que seus núcleos nunca serão capazes de fundir hidrogênio como as estrelas completas – são as anãs marrons, muitas vezes chamadas de “estrelas fracassadas“.

Com o tempo, o brilho dessas anãs se torna muito tênue. E elas ficam muito mais frias do que outros tipos de estrelas. Por isso observá-las é tão difícil. Mas não impossível – pelo menos, para o telescópio James Webb.

Equipe de astrônomos usa telescópio James Webb para entender formação de estrelas e planetas

Uma equipe de astrônomos usou a capacidade do Webb para explorar o limite de massa mais baixo das anãs marrons dentro da Nebulosa da Chama. O que eles descobriram: objetos flutuando livremente com cerca de duas a três vezes a massa de Júpiter.

Imagem em infravermelho capturada pelo telescópio James Webb destaca três objetos de baixa massa na Nebulosa da Chama (Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI, M. Meyer – Universidade de Michigan)

“O objetivo deste projeto foi explorar o limite fundamental de baixa massa do processo de formação de estrelas e anãs marrons”, disse o autor principal do estudo, Matthew De Furio, da Universidade do Texas em Austin, em comunicado publicado pela NASA.

A fragmentação de estrelas e anãs marrons

O limite de baixa massa procurado pela equipe é definido pela fragmentação. Nesse processo, grandes nuvens moleculares se fragmentam em unidades menores e menores. Tanto estrelas quanto anãs marrons se originam dessas nuvens.

A fragmentação depende de vários fatores. Entre os principais, está o equilíbrio entre temperatura, pressão térmica e gravidade.

Conforme os fragmentos se contraem por conta da gravidade, seus núcleos aquecem. Se um núcleo for grande o suficiente, começará a fundir hidrogênio. Então, a pressão externa criada por essa fusão contra-ataca a gravidade, o que impede o colapso e garante a estabilização do objeto (leia-se: estrela).

Colagem de imagens da Nebulosa da Chama mostra imagem do Hubble à esquerda, enquanto as duas inserções à direita são imagens do James Webb
Colagem de imagens da Nebulosa da Chama mostra imagem do Hubble à esquerda, enquanto as duas inserções à direita são imagens do James Webb (Imagem: NASA, ESA, CSA, M. Meyer – University of Michigan, A. Pagan – STScI)

No entanto, fragmentos cujos núcleos não são compactos e quentes o suficiente para queimar hidrogênio continuam a se contrair enquanto irradiam seu calor interno.

A fragmentação cessa quando um fragmento se torna opaco o suficiente para reabsorver sua própria radiação, o que interrompe o resfriamento e impede o colapso adicional.

Teorias colocaram o limite inferior desses fragmentos em algum lugar entre uma e dez massas de Júpiter. O estudo em questão, publicado no Astrophysical Journal Letters, reduz significativamente essa faixa.

“Encontramos menos objetos com cinco vezes a massa de Júpiter do que objetos com dez vezes a massa de Júpiter”, disse De Furio. “E encontramos muito menos objetos com três vezes a massa de Júpiter do que objetos com cinco vezes a massa de Júpiter. Não encontramos nenhum objeto com massa abaixo de duas ou três vezes a de Júpiter.”

Legado do Hubble

Embora o Hubble não consiga observar anãs marrons na Nebulosa da Chama com massa tão baixa quanto o Webb consegue, o telescópio foi crucial para identificar candidatos para estudos mais aprofundados.

Na imagem do Hubble, os objetos de baixa massa estão escondidos pela densa poeira e gás da região; nas imagens do Webb, eles aparecem devido à sensibilidade do telescópio à luz infravermelha tênue
Na imagem do Hubble, os objetos de baixa massa estão escondidos pela densa poeira e gás da região; nas imagens do Webb, eles aparecem devido à sensibilidade do telescópio à luz infravermelha tênue (Imagem: NASA, ESA, CSA, Alyssa Pagan – STScI)

“Ter dados [coletados por meio] do Hubble nos últimos 30 anos nos permitiu saber que esta é uma região realmente útil para estudar a formação de estrelas”, disse De Furio. Ele se referiu aos “pedaços” da Nebulosa da Chama investigados pela equipe por meio do Webb.

“É um salto quântico em nossas capacidades em relação ao que entendíamos com o Hubble. O Webb realmente está abrindo um novo campo de possibilidades, entendendo esses objetos”, explicou o astrônomo Massimo Robberto, do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial.

Investigar anãs marrons a fundo é importante porque pode ajudar a ciência a entender melhor como estrelas e planetas se formam.

Próximos passos

A equipe vai continuar estudando a Nebulosa da Chama por meio das ferramentas espectroscópicas do Webb. O objetivo é detalhar ainda mais os diferentes objetos dentro de seu casulo empoeirado.

“Há uma grande sobreposição entre as coisas que poderiam ser planetas e as coisas que são anões marrons de massa muito, muito baixa”, disse Michael Meyer, da Universidade de Michigan. “E esse é o nosso trabalho nos próximos cinco anos: descobrir o que é o quê e por que.”

O post Graças ao Hubble, Webb investiga mais a fundo nebulosa misteriosa apareceu primeiro em Olhar Digital.

intel-ceo-1024x682

O plano do novo CEO da Intel para salvar a empresa

O novo CEO da Intel, Lip-Bu Tan, afirmou que a empresa precisará adotar “decisões difíceis” para se recuperar de uma crise financeira profunda. Ele vai assumir o controle da fabricante de chips nesta terça-feira (18).

Tan substitui os co-CEOs interinos David Zinsner e Michelle Johnston Holthaus, que assumiram, temporariamente, o comando da gigante da tecnologia após a aposentadoria inesperada de Pat Gelsinger no final de 2024.

Corte de gastos e aumento de desempenho

O novo CEO está considerando mudanças significativas nos métodos de fabricação de chips e estratégias de inteligência artificial da Intel. Segundo a Reuters, esta estratégia prevê cortes de funcionários e a melhora do desempenho de seu braço de fabricação, a Intel Foundry, que fabrica chips para outras empresas de design, como a Microsoft.

Outra promessa de Tan é a de retomar os planos para produzir chips que alimentam servidores de IA, olhando para áreas além dos servidores, como software, robótica e modelos de base de inteligência artificial.

Lip-Bu Tan já foi conselheiro da big tech (Imagem: divulgação/Intel)

Um dos principais desafios da nova gestão será fazer a operação voltar a funcionar de forma satisfatória no curto prazo. Já para o futuro, a aposta está na próxima geração de chips avançados equipados com recursos de IA, chamada Panther Lake.

O próprio CEO destaca que o sucesso da Intel está intimamente ligado aos resultados das vendas do chip. No entanto, isso pode levar algum tempo. A previsão é que a novidade seja lançada apenas em 2027, o que exigirá da empresa bastante foco para se manter em atividade até lá.

Leia mais

tsmc
Intel acabou superada pela TSMC (Imagem: Jack Hong/Shutterstock)

O que está acontecendo com a Intel

  • A Intel dominou o setor de fabricação de chips semicondutores por anos, mas acabou sendo superada pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC).
  • Durante a maior parte de sua história, a empresa fabricou chips apenas para si mesma.
  • Em 2021, no entanto, houve uma mudança importante e a companhia passou priorizou a fabricação de chips para outras empresas.
  • O problema foi que a Intel não conseguiu fornecer o nível de serviço técnico e ao cliente da rival TSMC, levando a atrasos e testes reprovados.
  • Desde então, a empresa vem acumulando prejuízos nos últimos balanços financeiros.
  • No ano passado, por exemplo, a perda foi de US$ 19 bilhões.

O post O plano do novo CEO da Intel para salvar a empresa apareceu primeiro em Olhar Digital.

starlink-1-e1738670565448-1024x577

SpaceX, de Musk, pede proteção dos EUA contra tarifas de outros países

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu escalar a guerra comercial global ao anunciar a aplicação de tarifas contra todos os países do mundo. No entanto, esta medida está causando preocupação até mesmo nos principais aliados do republicano.

Após manifestação da Tesla pedindo a revisão destas taxações, por medo de que isso aumente os custos de importação de veículos elétricos, outra empresa de Elon Musk adotou um posicionamento semelhante: a SpaceX, dona da rede Starlink.

  • A empresa alertou a Casa Branca de que as barreiras comerciais podem afetar seu serviço de comunicações via satélite em países estrangeiros.
  • A companhia argumenta que os concorrentes não enfrentam custos de importação no exterior.
  • Já a SpaceX precisa pagar a governos estrangeiros pelo acesso ao espectro, taxas de importação sobre equipamentos Starlink e outras taxas regulatórias, que inflacionam “artificialmente” os custos operacionais no exterior.
  • Por isso, a cobrança de tarifas retaliatórias por outros governos podem inviabilizar os serviços.
Starlink reclama das cobranças feitas por governos estrangeiros (Imagem: Ssi77/Shutterstock)

Leia mais

Musk e Trump estão mais próximos do que nunca

A Starlink opera em mais de 120 países em todo o mundo. A empresa descreveu os requisitos como uma “barreira comercial protecionista não tarifária”, em uma carta ao Escritório do Representante de Comércio dos EUA.

Segundo a companhia, “essas políticas anticompetitivas têm sido usadas por operadoras estrangeiras para bloquear ou retardar a SpaceX de fornecer um serviço de melhor qualidade e menor custo aos clientes nesses países”.

Ao fundo, fotos de ELon Musk (direita) e Donald Trump (esquerda); à frente, parte da bandeira dos EUA tremulando na tela de um smartphone
Trump nomeou Musk para um cargo na Casa Branca (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Lembrando que Musk é um dos principais aliados de Trump. O empresário, inclusive, assumiu um cargo na Casa Branca. Ele chefia o chamado Departamento de Eficiência Governamental, que tem como objetivo reduzir os gastos do governo.

O post SpaceX, de Musk, pede proteção dos EUA contra tarifas de outros países apareceu primeiro em Olhar Digital.

albert-einstein

Efeito fotoelétrico e o Nobel de Einstein

No dia 14 de março comemoramos o aniversário de um grande físico: Albert Einstein, um dos cientistas mais icônicos e populares da história. Sinônimo de genialidade, ele revolucionou nossa compreensão do Universo com a Teoria da Relatividade, mostrando que o espaço e o tempo são relativos, que a gravidade é uma curvatura do espaço-tempo e que E=mc². Entretanto, curiosamente, não foi por isso que ele recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1921. O reconhecimento veio por um trabalho menos famoso que a Relatividade e que sua língua – mas igualmente revolucionário: a explicação do Efeito Fotoelétrico. Mas afinal, o que é esse efeito? E por que ele foi tão importante para a ciência?

A famosa foto de Albert Einstein feita em 1951 – Créditos: Arthur Sasse

O Efeito Fotoelétrico, em termos simples, ocorre quando a luz incide sobre um material e “arranca” elétrons dele. Podemos ver esse efeito em ação nas células de um painel solar, que transformam a luz do Sol em eletricidade. “Quando a luz incide sobre as células solares, ela arranca elétrons e gera uma corrente elétrica. Simples, não é? Só que esse fenômeno, observado pela primeira vez em 1887 pelo físico alemão Heinrich Hertz, escondia um mistério. Por décadas, os cientistas tentaram entender como ele funcionava, mas até o final do século XIX, ninguém conseguiu explicar.

O problema é que naquela época, a luz era entendida apenas como uma onda eletromagnética, e as teorias da física clássica não conseguiam explicar o Efeito Fotoelétrico. Os cientistas esperavam que, quanto mais intensa fosse a luz (mais energia), mais elétrons seriam arrancados e com maior velocidade. Mas os experimentos mostravam o contrário! Apenas algumas cores específicas, ou seja, certas frequências do espectro, conseguiam arrancar elétrons, independentemente da intensidade da luz. E esse comportamento, a física clássica não explicava.

Representação esquemática do efeito fotoelétrico: fótons arrancando elétrons de uma chapa metálica – Créditos: Ponor / wikimedia.org

O enigma só foi resolvido em 1905, por um jovem físico de 26 anos que, longe dos grandes laboratórios e universidades, trabalhava como escriturário em um escritório de patentes na Suíça. Seu nome? Albert Einstein! Em seu artigo, Einstein propôs uma ideia revolucionária: a luz não era apenas uma onda, mas também se comportava como se fosse composta por pequenos “pacotes” de energia, chamados de quanta (ou fótons, como seriam chamados mais tarde).

Cada fóton carrega uma quantidade específica de energia, que é proporcional à sua frequência (cor). Se essa energia for suficiente, o elétron é ejetado. Mas se não for, aumentar a intensidade da luz não faz diferença alguma — uma descoberta que contrariava tudo o que se esperava da física clássica! O efeito fotoelétrico é como uma festa, onde o que faz as pessoas levantarem e dançarem não é o volume da música, e sim o ritmo em que ela toca! 

E Einstein descreveu de forma brilhante essa relação com uma equação simples e elegante:

E = hf − ɸ

Onde E representa a energia do fotoelétron, h é a constante de Planck, f é a frequência da luz e ɸ é a energia mínima necessária para arrancar um elétron do material.

Era a prova definitiva da dupla natureza da luz: às vezes, ela se comporta como uma onda; outras vezes, como uma partícula!

A descoberta de Einstein foi um marco na história da física. Ela não apenas explicou o Efeito Fotoelétrico, mas também lançou as bases da física quântica, revolucionando nossa compreensão da luz e da matéria. A ideia de que a luz pode se comportar tanto como partícula quanto como onda — a chamada dualidade onda-partícula — tornou-se um dos pilares da física moderna.

Einstein em 1904, no escritório de patentes suíco que trabalhou – Créditos: Lucien Chavan

Leia mais:

Além de sua importância teórica, o Efeito Fotoelétrico impulsionou avanços tecnológicos que fazem parte do nosso cotidiano. As células fotovoltaicas, que convertem a luz solar em eletricidade, são baseadas nesse fenômeno. Sensores de câmeras de celulares e telescópios espaciais, fotocélulas usadas em portas automáticas, leitores de código de barras e muitos outros dispositivos também operam sob esse princípio.

Embora Einstein seja mais lembrado por sua Teoria da Relatividade, foi sua explicação do Efeito Fotoelétrico que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física em 1921. Essa descoberta — que em 2025 completa 120 anos — nos lembra que a ciência está em constante evolução e que até as descobertas mais inesperadas podem abrir caminho para verdadeiras revoluções científicas e tecnológicas.

Então, no aniversário de Einstein, celebremos não apenas sua genialidade, mas também o poder da ciência de desvendar os mistérios do universo e transformar nossa visão do cosmos. Graças ao Efeito Fotoelétrico, podemos enxergar a luz das estrelas como um fluxo de partículas cruzando a vastidão do espaço até alcançar a Terra, energizando sensores e revelando a beleza e a grandiosidade do universo. O legado de Albert Einstein, assim como a luz, continua a iluminar os caminhos da ciência e da humanidade.

O post Efeito fotoelétrico e o Nobel de Einstein apareceu primeiro em Olhar Digital.

china-tecnologia-1024x576

O plano da China para superar os EUA na corrida das IAs

Geopolítica e tecnologia sempre andaram juntas. E o cenário atual é mais uma prova disso, com os governos da China e dos Estados Unidos travando um disputa ferrenha pela hegemonia tecnológica global.

Em meio a este cenário, Pequim acaba de anunciar a criação de um fundo para acelerar o desenvolvimento da inteligência artificial. O objetivo é aproveitar o recente sucesso do modelo de IA DeepSeek.

IA é considerada essencial para impulsionar crescimento econômico

  • Chamado de “fundo de orientação de capital de risco estatal”, ele se concentrará em áreas de ponta, como IA, tecnologia quântica e armazenamento de energia de hidrogênio.
  • A expectativa é que sejam atraídos quase um trilhão de yuans, o que equivale a aproximadamente US$ 138 bilhões (quase R$ 790 bilhões) em capital ao longo de 20 anos.
  • Pequim considera os chips de ponta, computação quântica, robótica e inteligência artificial como essenciais para impulsionar o crescimento econômico do país.
  • Ainda mais em meio a pressão gerada pelas restrições impostas pelos EUA, o que exige o desenvolvimento de uma poderosa indústria doméstica chinesa.
Atuação do fundo se concentrará em áreas de ponta (Imagem: FOTOGRIN/Shutterstock)

Leia mais

Importância das empresas privadas chinesas

Foram anos priorizando a inovação tecnológica em detrimento da demanda doméstica. Agora, no entanto, os líderes chineses parecem ter mudado de abordagem, prometendo um maior comprometimento com o fortalecimento do consumo.

A esperança chinesa vem, principalmente, das empresas privadas. No mês passado, o presidente Xi Jinping se reuniu com os principais executivos de tecnologia do país. Durante o encontro, ele afirmou que era “hora nobre” para empresas privadas “darem o máximo de si em suas capacidades”.

China aposta na inovação tecnológica para continuar crescendo (Imagem: Igor Kutyaev/iStock)

A iniciativa privada contribui com mais de 60% para o PIB da China e mais de 80% do emprego. No entanto, muitas empresas, particularmente no setor de tecnologia, ainda estão se recuperando após uma severa repressão regulatória que durou mais de três anos.

O post O plano da China para superar os EUA na corrida das IAs apareceu primeiro em Olhar Digital.

eclipse-lunar-1-1024x576

Dois pontos de vista do mesmo eclipse nas Imagens Astronômicas da Semana

Toda semana, no Programa Olhar Espacial, exibimos duas imagens astronômicas que se destacaram na semana que passou. E na última semana, apresentamos duas imagens que representam dois pontos de vista do mesmo eclipse. Confiram:

Eclipse lunar visto da Terra

Crédito: Nyêrdson Ferreira

A primeira imagem traz um fantástico registro do eclipse da madrugada desta sexta, 14 de março. Durante um eclipse lunar total, a Lua passa entre a Terra e o Sol e, da perspectiva da Terra, é possível ver a sombra do nosso planeta sendo projetada na Lua, como podemos ver nessa foto feita de São José de Piranhas, PB. Durante um eclipse, a Lua ganha tonalidade avermelhada porque uma pequena parte da luz vermelha do Sol é refratada na atmosfera da Terra e atinge nossa vizinha cósmica, tingindo sua superfície temporariamente.

Leia mais:

Eclipse solar visto da Lua

Crédito: Firefly Aerospace

Podemos ver um pouco deste fenômeno na segunda imagem desta semana. Enquanto está acontecendo um eclipse lunar total por aqui, lá  na Lua, é a Terra que bloqueia o disco solar, formando uma espécie de “Eclipse Solar Terrestre”. E foi justamente esse fenômeno que foi registrado pela primeira vez hoje pela Blueghost, da empresa Firefly, atualmente pousada no Mare Crisium. Na imagem, é possível notar o anel de luz que se forma em torno da Terra momentos antes do início da totalidade do eclipse. Esse anel é justamente a visão da luz do Sol refratada na atmosfera da Terra. É essa luz, tênue e avermelhada que pinta a Lua durante um eclipse.

O post Dois pontos de vista do mesmo eclipse nas Imagens Astronômicas da Semana apareceu primeiro em Olhar Digital.

Destaque-Golpe-deepfake-1024x576

Polêmica no Gemini: modelo está removendo marcas d’água de imagens geradas por IA

Na semana passada, o Google expandiu acesso gratuito à ferramenta de geração de imagens do modelo Gemini 2.0 Flash. Agora, usuários descobriram que o recurso não apenas pode produzir imagens controversas, como também remove marcas d’água de conteúdos feitos por inteligência artificial.

A rotulagem se popularizou justamente para impedir que imagens geradas usando IA sejam confundidas com obras reais.

Rotulagem de imagens de IA é amplamente adotada pelos chatbots (Imagem: Reprodução/Kapersky)

Atualização do Gemini pode ser um problemão

A atualização do Gemini incluiu a liberação do Gemini 2.0 Flash gratuitamente. Entre os recursos disponíveis, está uma ferramenta de geração e edição de imagens usando IA.

De acordo com o TechCrunch, relatos de usuários indicaram que o recurso estaria gerando imagens de celebridades e personagens protegidos por direitos autorais sem nenhum tipo de ressalva.

Além disso, o recurso é capaz de remover marcas d’água de IA prévias (uma rotulagem para sinalizar que uma imagem foi gerada artificialmente). Os usuários @deedydas e @tanayj publicaram no X exemplos do que o Gemini pode fazer:

De acordo com os relatos, a ferramenta é bastante avançada. Além de remover as marcas d’água, o Gemini estaria corrigindo os espaços vazios, tornando as imagens mais realistas.

Leia mais:

Marcas d’água servem como proteção contra imagens geradas por IA

Com o avanço das ferramentas geradoras de imagens, veio a preocupação com a desinformação, mediante a possibilidade de que os conteúdos artificiais sejam confundidos com imagens reais. As empresas do setor concordaram em implementar marcas d’água de IA, uma espécie de rótulo para sinalizar que um conteúdo foi produzido artificialmente.

O Claude 3.7 Sonnet, da Anthropic, se recusa explicitamente a remover esse rótulo, alegando que se trata de algo “antiético e potencialmente ilegal”. O GPT-4o também impede a ação.

O Gemini parece estar falhando nisso:

  • Além da desinformação, a ferramenta levanta preocupações envolvendo o uso de conteúdos protegidos por direitos autorais;
  • No entanto, por ora, o gerador está disponível apenas para uso “experimental”, não para “produção”;
  • Os relatos também destacam que, apesar de avançado, o removedor de marcas d’água não é perfeito, com dificuldades com rótulos semitransparentes ou que cobrem grandes partes da imagem.

O post Polêmica no Gemini: modelo está removendo marcas d’água de imagens geradas por IA apareceu primeiro em Olhar Digital.

rio-madeira-porto-velho-rondonia-1024x683

Último domingo do verão terá chuvas intensas e risco de inundações no Norte do Brasil

O verão de 2025 está chegando ao fim no Brasil. Neste fim de semana, enquanto o Sul do país terá temperaturas mais amenas devido à entrada de uma massa de ar frio de origem polar, a região Norte enfrenta chuvas volumosas e risco de inundações pela atuação da Zona de Convergência Intertropical.

O último fim de semana da estação também será marcado por pancadas de chuva no Sudeste, influenciadas por uma frente fria. Leve um guarda-chuva se você estiver pelo litoral do Rio de Janeiro, no centro-sul e oeste de Minas Gerais e no estado de São Paulo.

O que esperar no último fim de semana do verão?

  • Chuvas intensas no Norte: volumes podem ultrapassar 100 mm em estados como Acre, Amazonas, Roraima, Pará e Amapã, elevando o risco de inundações.
  • Temperaturas amenas no Sul: o ar frio deixa as mínimas abaixo dos 10 °C nas áreas serranas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
  • Pancadas de chuva no Centro-Oeste e Sudeste: a circulação de ventos e a umidade favorecem chuvas fortes em Brasília, Goiânia e na região da Grande Belo Horizonte.

Risco de enchentes aumenta no Norte com chuvas volumosas

O Norte do Brasil segue em estado de atenção devido às chuvas persistentes que atingem a região. Após um longo período de seca severa, rios importantes, como o Madeira, em Rondônia, voltaram a subir rapidamente.

No dia 11 de outubro de 2024, o Rio Madeira registrava apenas 19 cm em Porto Velho – o menor nível desde 1967. Agora, com as intensas precipitações, o nível já ultrapassou 15 metros, colocando a região em estado de alerta para inundações.

Após seca histórica, o Rio Madeira em Porto Velho (RO) já ultrapassou 15 metros. Imagem: Wesley Pontes / Defesa Civil de Porto Velho

O monitoramento hidrológico da Bacia Amazônica aponta que em Rio Branco (AC) e Itaituba (PA), os rios já atingiram a cota de inundação (vermelho), enquanto Porto Velho (RO) está em alerta (laranja). Essa situação pode impactar comunidades ribeirinhas e a logística regional nos próximos dias.

De acordo com as previsões meteorológicas, o volume de chuvas pode variar entre 40 e 80 mm entre sábado (15) e segunda-feira (17), mas em pontos isolados os acumulados podem ultrapassar 100 mm.

“O retorno das chuvas no Norte tira um pouco da pressão da estiagem severa vivida no ano passado, mas também traz desafios. O nível dos rios subiu rapidamente, aumentando o risco de enchentes”, explica Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.

Sudeste e Centro-Oeste terão pancadas de chuva

A passagem de uma frente fria pelo litoral do Rio de Janeiro contribui para a formação de áreas de instabilidade no Sudeste e Centro-Oeste. No Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, há previsão de pancadas de chuva moderadas a fortes, com risco de temporais na Serra da Mantiqueira, Zona da Mata mineira e Grande Belo Horizonte.

No Centro-Oeste, o clima abafado predomina, com chuvas intercaladas ao longo do dia. Brasília e Goiânia devem registrar chuvas moderadas a fortes, principalmente à tarde e à noite.

Leia também:

Sul do Brasil terá temperaturas amenas no fim do verão

Enquanto as chuvas predominam no Norte e Centro-Oeste, o Sul do Brasil terá temperaturas mais baixas, especialmente à noite e ao amanhecer. A influência do ar frio de origem polar pode derrubar os termômetros para mínimas abaixo dos 10 °C nas áreas serranas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

O Paraná e Santa Catarina terão pancadas de chuva isoladas, principalmente à tarde e à noite. Já no Rio Grande do Sul, o sol predomina, com previsão de chuva apenas no litoral sul e na Campanha Gaúcha no domingo.

Monitoramento e alertas do Inmet

Alerta do INMET para 16/03/2025
Alerta do INMET para 16/03/2025. Imagem: INMET / Reprodução

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu alertas meteorológicos para diversas áreas do Brasil. Enquanto na maior parte do país, o perigo é apenas potencial, para uma faixa litorânea do Nordeste o alerta é laranja, incluindo: Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Piauí.

Com informações do Climatempo (1 e 2) e INMET.

O post Último domingo do verão terá chuvas intensas e risco de inundações no Norte do Brasil apareceu primeiro em Olhar Digital.

Bandeiras-EUA-e-Taiwan-1024x576

A ‘empresa mais poderosa do mundo’ acenou a Trump. O que isso significa?

Nas últimas semanas, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciaram o fechamento de um acordo bilionário. Serão investidos US$ 100 bilhões (quase R$ 600 bilhões) na expansão das operações da empresa em solo norte-americano.

Durante o encontro que selou o negócio, o republicano chegou a chamar a fabricante de chips de “a empresa mais poderosa do mundo”. Apesar do potencial, a parceria tem gerado uma série de preocupações.

Taiwan teme que EUA abandonem proteção da ilha

O plano inclui a construção de três novas fábricas no Arizona, no mesmo local onde já opera sua unidade Fab 21, perto de Phoenix. A empresa ainda não especificou quais tecnologias serão produzidas nas novas instalações. A expectativa é gerar 40 mil empregos na construção civil nos próximos quatro anos, o dobro da estimativa inicial de 20 mil até o fim da década.

O clima em Taiwan, no entanto, não é de otimismo. Isso porque alguns acreditam que a expansão das operações nos EUA não é um bom negócio para a ilha, uma vez que pode diminuir a vontade da Casa Branca defender a região de um possível ataque da China.

Declarações de Trump põe em dúvida promessa de defesa de Taiwan pelos EUA (Imagem: Andy.LIU/Shutterstock)

A TSMC produz mais de 90% dos microchips avançados do mundo, que alimentam desde smartphones e inteligência artificial até armas. É por isso que muitos em Taiwan acreditam que esta dependência global serve como um “escudo de silício” contra invasões chinesas.

Manifestações recentes de Trump, entretanto, colocam em dúvida o apoio dos EUA (é importante lembrar que os taiwaneses dependem do apoio militar norte-americano). O republicano chegou a acusar Taiwan de “roubar” a indústria de semicondutores do país, além de afirmar que a ilha deveria pagar pela proteção da Casa Branca.

Leia mais

Ao fundo, logo da TSMC; à frente, um chip
Empresa é a líder na fabricação de chips semicondutores (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Governo e TSMC minimizam riscos

  • Após o anúncio do acordo, o presidente de Taiwan, Lai Ching-te, apareceu ao lado do CEO da TSMC, CC Wei, para minimizar os temores.
  • Ele disse que o investimento da empresa nos EUA não prejudicaria seu compromisso com a defesa da ilha.
  • Também garantiu que o território não “enfrentou nenhuma pressão de Washington” para fechar o negócio.
  • Wei, por sua vez, atribuiu o investimento à “forte demanda” de clientes norte-americanos como Apple, Nvidia, AMD, Qualcomm e Broadcom, que queriam reduzir os riscos potenciais da cadeia de suprimentos com chips fabricados localmente.
  • Ele também prometeu que, apesar do avanço nos EUA, a produção de tecnologias mais avançadas da TSMC deve continuar em Taiwan, onde a empresa mantém seus centros de desenvolvimento de processos de fabricação.

O post A ‘empresa mais poderosa do mundo’ acenou a Trump. O que isso significa? apareceu primeiro em Olhar Digital.

estacao-espacial-internacional-chegada-crew-10

Missão Crew-10 da SpaceX chega à estação espacial para substituir astronautas da Starliner

A missão Crew-10 da SpaceX chegou com sucesso à Estação Espacial Internacional (ISS) na madrugada deste domingo (16), após uma viagem de 28 horas pelo espaço. A bordo da nave Crew Dragon Endurance, quatro astronautas de três diferentes países atracaram no módulo Harmony da ISS à 01h04 no horário de Brasília, enquanto a estação orbitava a 418 km acima do Oceano Atlântico.

Comandada por Anne McClain, da NASA, a tripulação também inclui Nichole Ayers (piloto), Takuya Onishi (especialista da JAXA, a agência espacial japonesa) e Kirill Peskov (Roscosmos, a agência espacial russa). Eles permanecerão na ISS por cerca de seis meses, realizando pesquisas científicas e manutenção da estação, segundo o Space.com.

A chegada da Crew-10

  • Missão bem-sucedida: a Crew-10 chegou à ISS após uma jornada de 28 horas.
  • Nova equipe na ISS: quatro astronautas de três países vão passar seis meses a bordo, substituindo parte da tripulação anterior.
  • Retorno da Crew-9: a tripulação da missão anterior deve retornar à Terra no próximo dia 19 de março.

Troca de tripulação e chegada da Crew-10

A tripulação da Crew-10 foi recebida na ISS pouco depois da abertura das escotilhas, às 2h35 no horário de Brasília. O astronauta Takuya Onishi, da JAXA, destacou a importância da missão:

“É uma grande honra fazer parte deste programa. Temos muito trabalho emocionante pela frente e estamos ansiosos para contribuir”.

Os quatro membros da SpaceX Crew-10 e os sete membros da Expedition 72 se juntam para uma cerimônia de boas-vindas logo após a nave espacial da SpaceX Crew-10 atracar na Estação Espacial Internacional e as escotilhas serem abertas. Imagem: NASA / Digulvação

Os quatro astronautas substituem Nick Hague, Suni Williams, Butch Wilmore (os três da NASA) e Aleksandr Gorbunov (Roscosmos), que retornarão no dia 19 de março a bordo da Crew Dragon da missão Crew-9.

Vale lembrar que os astronautas Hague e Gorbunov chegaram à estação no final de setembro, na missão Crew-9 da SpaceX. Enquanto Williams e Wilmore estão em órbita desde o início de junho, quando viajaram na primeira missão tripulada da nave espacial Starliner da Boeing e foram obrigados a prorrogar a estadia no espaço.

Leia também:

O que aconteceu com a Starliner?

Sunita Williams e Barry Wilmore, membros da primeira missão tripulada da Boeing Starliner para a Estação Espacial Internacional a serviço da NASA (Imagem: NASA)

A troca de tripulação também envolve astronautas que estavam originalmente na Starliner, a espaçonave da Boeing. Barry Wilmore e Suni Williams deveriam retornar após 10 dias na ISS, mas devido a falhas nos propulsores da Starliner, a NASA optou por mantê-los na estação. O veículo teve que ser trazido de volta sem tripulação em setembro, e a missão da dupla foi prolongada.

O Olhar Digital fez uma matéria para você conhecer os astronautas da Starliner que estão presos no espaço.

Cronologia dos astronautas “presos” e como voltarão à Terra

Williams e Wilmore partiram para a ISS em junho de 2024, no primeiro voo tripulado da cápsula Starliner, da Boeing, para missão de oito dias – que já dura mais de nove meses.

Ao que tudo indica, a volta de Williams e Wilmore para a Terra acontece na próxima semana, “de carona” com os membros da missão Crew-9, Nick Hague, da NASA, e Aleksandr Gorbunov, da Roscosmos.

Vamos relembrar a saga dos astronautas “presos” no espaço:

  • O Teste de Voo Tripulado da Starliner – ou CFT, na sigla em inglês – foi lançado em 5 de junho de 2024, no topo de um foguete Atlas V, da United Launch Alliance (ULA), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida (EUA);
  • Isso aconteceu após uma série de adiamentos;
  • A última suspensão foi em razão de vazamento de hélio na cápsula;
  • O problema não foi entendido como tão grave e a espaçonave decolou rumo à ISS;
  • No trajeto, mais vazamentos de hélio foram identificados;
  • A acoplagem também apresentou problema: uma anomalia fez cinco dos 28 propulsores do módulo falharem em seu funcionamento, atrasando a ancoragem em mais de uma hora;
  • Em agosto, a NASA anunciou que Williams e Wilmore vão voltar para casa em uma espaçonave Dragon, da SpaceX, junto com os tripulantes da missão Crew-9 (que foi lançada com apenas dois membros justamente para esse fim);
  • Já a cápsula Boeing Starliner foi enviada de volta à Terra vazia, por motivos de segurançaem setembro.

O post Missão Crew-10 da SpaceX chega à estação espacial para substituir astronautas da Starliner apareceu primeiro em Olhar Digital.