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Microplásticos podem ameaçar as plantas

Os microplásticos já foram identificados em praticamente todos os órgãos humanos, podendo gerar graves problemas de saúde. Estes pequenos materiais de menos de cinco milímetros também se espalham pela natureza, em rios, oceanos e até no solo.

Isso quer dizer que eles também causam prejuízos nos animais. De acordo com um novo estudo, a concentração destas substâncias dentro de abelhas ameaça as populações deste inseto, além de poder interromper o processo de polinização das plantas.

Impactos das substâncias na população de abelhas

Durante o experimento, os pesquisadores identificaram que o acúmulo de microplásticos reduziu a taxa de sobrevivência das abelhas. Isso porque estes materiais causam danos estruturais às paredes intestinais dos insetos, elevando os níveis de estresse oxidativo.

Além disso, as substâncias alteraram as comunidades microbianas intestinais, com a diminuição de Lactobacillus e o aumento da Bartonella. Isso pode interromper as vias metabólicas, o que inviabiliza a vida destes insetos.

Abelhas são fundamentais para o processo de polinização (Imagem: slowmotiongli/Shutterstock)

Os cientistas ainda destacam que a descoberta sugere impactos para a polinização das plantas. As abelhas desempenham um papel fundamental neste processo, contribuindo para a reprodução e o desenvolvimento de muitas espécies vegetais. 

Elas coletam pólen das flores para alimentar suas larvas e, ao voarem de flor em flor, transportam o pólen para outras flores, facilitando a fecundação e a produção de frutos e sementes. As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Environmental Toxicology and Pharmacology.

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Presença de microplásticos na natureza é preocupante (Imagem: Deemerwha studio/Shutterstock)

Riscos dos microplásticos

  • Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
  • Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
  • Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
  • Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
  • Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
  • Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sanguecérebrocoração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
  • Embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos, experimentos indicam que as substâncias podem ser consideradas um fator ambiental para a progressão de doenças, como o Parkinson.
  • Recentemente, estudos sugeriram que a exposição aos microplástiscos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.

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Por que as abelhas são tão importantes?

Você sabia que um em cada três garfadas de comida que você consome depende da polinização? Sem abelhas, nosso prato poderia ser bem mais vazio.

Esses pequenos insetos desempenham um papel essencial no meio ambiente, principalmente através da polinização, que sustenta ecossistemas e a produção agrícola. Esse processo ocorre quando as abelhas coletam néctar e pólen para suas colônias, transferindo pólen de uma flor para outra, o que permite a reprodução das plantas.

Estima-se que cerca de 75% das culturas alimentares — incluindo frutas, como maçãs e morangos; vegetais, como brócolis e cenouras; e grãos, como nozes — dependem em algum grau da polinização animal. A abelha entra como um dos principais agentes polinizadores.

Isso não apenas beneficia diversas espécies vegetais, mas também aumenta a produtividade agrícola, impactando diretamente a economia e a segurança alimentar global.

Entenda o funcionamento de uma colmeia

Em uma colônia de abelhas, a organização é altamente hierárquica e funcional.

Abelhas em uma flor (Imagem: Aliaksei Marozau/Shutterstock)

Cada colmeia possui uma abelha-rainha, operárias e zangões, cada um com papéis específicos. A abelha-rainha é responsável pela reprodução, colocando milhares de ovos para garantir a continuidade da colônia.

As operárias, que são estéreis, realizam várias tarefas, como construção dos favos, alimentação das larvas e coleta de pólen e néctar.

Os zangões, por sua vez, têm como função principal a reprodução com a rainha. Essa estrutura hierárquica mantém a colônia eficiente, maximizando a coleta de recursos e a proteção da colmeia.

Como os humanos ameaçam as abelhas

O uso de inseticidas é uma ameaça grave para as populações desses animais. Pesquisas recentes da Universidade de Oxford revelaram que as abelhas-bumblebees (Bombus terrestris) não conseguem detectar pesticidas no néctar, mesmo em concentrações letais.

Homem espalhando inseticida
Homem espalhando inseticida (Reprodução: Garda Pest Control Indonesia/Pexels)

Utilizando duas metodologias — eletrofisiologia para registrar as respostas neurais nas partes bucais das abelhas e experimentos de comportamento alimentar com soluções de açúcar e pesticidas —, os pesquisadores mostraram que as abelhas consumiam a mesma quantidade de néctar, independentemente da presença de pesticidas.

Isso sugere que, sem mecanismos para evitar a ingestão de néctar contaminado, as abelhas estão em alto risco de exposição a pesticidas, o que pode comprometer a polinização de culturas agrícolas.

A exposição prolongada a pesticidas, como os neonicotinóides, pode levar ao colapso das colônias, que ameaça tanto as abelhas quanto a biodiversidade das plantas que elas polinizam.

Além disso, o uso indiscriminado de inseticidas e a monocultura, que reduz a diversidade de flores e habitats disponíveis, impactam negativamente a saúde das abelhas, enfraquecendo sua imunidade e reduzindo suas populações.

Por último, as mudanças climáticas — grande parte influenciadas pela poluição e destruição dos recursos naturais — influenciam muito na população de abelhas. Isto é, as consequências ambientais, resultantes das ações humanas, impactam tanto a fauna quanto a flora a nível mundial, o que também inclui as abelhas.

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E qual a importância desses insetos? 

Preservar as abelhas é fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico e da segurança alimentar. Por serem polinizadores, esses insetos são responsáveis pela reprodução de inúmeras espécies vegetais, mantendo a biodiversidade e, consequentemente, auxiliando na produção de alimentos.

Abelha parada, examinando o ambiente ao redor com as asas fechadas
Abelha examinando o ambiente ao redor (Reprodução: Kai Wenzel/Unsplash)

Estratégias como o uso de pesticidas orgânicos, a criação de áreas de proteção para polinizadores e o incentivo à agricultura sustentável são práticas que podem ajudar a reverter o declínio das populações das abelhas.

Além disso, ações para aumentar a diversidade vegetal, como o plantio de flores nativas e a criação de jardins de polinizadores, oferecem fontes de alimento e abrigo.

Assim, as abelhas são não apenas essenciais para a polinização e a produção de alimentos, mas também para a estabilidade dos ecossistemas. A sua proteção é uma questão de destaque, envolvendo desde a agricultura até o consumidor final, para preservar esses insetos tão essenciais ao meio ambiente.

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O que acontece se uma abelha ferroar o seu olho?

Um dos principais polinizadores da natureza, as abelhas são conhecidas por suas cores vivas, diversidade de espécies e por produzirem mel. Mas algumas espécies são conhecidas por terem um pavio mais curto e causarem acidentes com seres humanos.

Ser picado por uma abelha já é, por si só, um evento desconfortável, que costuma provocar dor, inchaço e irritação local.

Mas quando essa ferroada acontece em uma região sensível como o olho, o problema se torna muito mais grave. Por mais improvável que pareça, existem casos registrados em que o ferrão da abelha atinge diretamente o globo ocular, o que representa uma emergência médica.

Por que as abelhas ferroam?

As abelhas são insetos essenciais para o equilíbrio ecológico. Elas polinizam flores, auxiliam na reprodução de plantas e garantem a diversidade de alimentos que chegam à nossa mesa.

Abelha encarando a câmera (Imagem: Oakland Images/Shutterstock)

No Brasil, a maioria das espécies nativas é composta por abelhas sem ferrão, também conhecidas como meliponíneos. Essas abelhas são dóceis, vivem em colônias organizadas e são fundamentais para a preservação de ecossistemas, especialmente na Mata Atlântica e na Amazônia.

Já as abelhas com ferrão, como a Apis mellifera (a chamada abelha-europeia ou africanizada), são mais defensivas e ferroam quando se sentem ameaçadas — principalmente para proteger o ninho, e quando são tocadas ou prensadas contra o corpo.

O ferrão da abelha é uma estrutura altamente especializada, conectada a um pequeno saco de veneno localizado no abdômen do inseto. Quando ela pica, o ferrão perfura a pele e, através de um mecanismo de contração muscular involuntária, continua pulsando mesmo após o animal se afastar, injetando mais veneno no local.

Esse veneno é composto principalmente por melitina, uma substância que provoca dor intensa, inflamação e, em pessoas alérgicas, pode desencadear reações graves como a anafilaxia. A melitina atua quebrando membranas celulares, o que causa inchaço e atrai células do sistema imunológico para o local.

Além disso, o ferrão tem pequenas farpas, que dificultam sua retirada e acabam fazendo com que o órgão se desprenda do corpo da abelha — o que leva o inseto à morte pouco tempo depois.

Esse sistema de defesa, embora letal para a própria abelha, é extremamente eficaz para dissuadir predadores e proteger a colmeia.

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O que acontece se uma abelha ferroar o seu olho?

As chances de uma abelha ferroar diretamente o olho são pequenas, mas casos assim já foram documentados. Normalmente, o ferrão atinge a conjuntiva (a membrana que reveste a parte branca do olho) ou a córnea (a parte transparente que cobre a íris).

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Mulher de olhos abertos (Reprodução: Amanda Dalbjörn/Unsplash)

Em alguns casos, o ferrão permanece alojado nos tecidos oculares, liberando toxinas que causam inflamação intensa e dor imediata.

Os sintomas iniciais incluem vermelhidão, inchaço, lacrimejamento, visão borrada e muita dor. A região ao redor do olho também pode ficar inchada, e o olho pode não abrir completamente.

Se o ferrão não for retirado com rapidez e cuidado, pode haver complicações como ceratite, uveíte ou até infecções mais graves, como endoftalmite. Em casos mais sérios, existe risco de dano permanente à visão.

Além disso, pessoas com alergia ao veneno de abelha arriscam desenvolver uma reação anafilática, com sintomas como falta de ar, pressão baixa e inchaço generalizado. Mesmo que a picada ocorra apenas no olho, a reação pode se espalhar por todo o corpo e ser fatal se não for tratada a tempo.

A perda da visão não é automática nem garantida, mas pode acontecer caso haja infecção, inflamação severa ou necrose de tecidos oculares. Por isso, é fundamental agir rápido.

O ideal, ao perceber a ferroada, é não esfregar o olho. Tente lavá-lo cuidadosamente com água limpa ou soro fisiológico, sem pressionar. Jamais tente retirar o ferrão por conta própria com pinças ou objetos pontiagudos, pois isso pode piorar o quadro.

O correto é procurar atendimento médico imediato, preferencialmente com um oftalmologista, que poderá remover o ferrão com segurança e iniciar o tratamento adequado, que pode incluir colírios antibióticos e anti-inflamatórios.

Com informações de National Center for Biotechnology Information.

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