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Advogados estão usando o ChatGPT – e isso pode ser um perigo

Casos de advogados sendo punidos por usarem inteligência artificial para redigir petições com informações falsas têm se tornado cada vez mais frequentes, e um artigo recente do The Verge falou sobre a situação.

Em geral, o problema ocorre quando profissionais utilizam modelos de linguagem como o ChatGPT para pesquisas jurídicas ou redação, sem verificar se as citações e jurisprudências realmente existem.

Em um caso de 2024, por exemplo, a juíza Kathryn Kimball Mizelle retirou dos autos uma moção com nove “alucinações jurídicas”, apresentadas pelos advogados do jornalista Tim Burke.

Chatbots são alternativa para aliviar demandas altas de trabalho

  • Apesar dos riscos, muitos continuam recorrendo à IA, motivados pela sobrecarga de trabalho e pela promessa de eficiência.
  • Ferramentas como Westlaw e LexisNexis já integram IA em suas plataformas.
  • Um estudo da Thomson Reuters revelou que 63% dos advogados já usaram IA e 12% a utilizam regularmente, especialmente para organizar informações e economizar tempo.
Avanço da IA no setor jurídico expõe dilemas entre produtividade, competência técnica e dever ético de verificação – Imagem: Sansert Sangsakawrat / iStock

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Uso de IA por advogados precisa ser mais responsável

Especialistas como Andrew Perlman, reitor da Faculdade de Direito da Universidade Suffolk, defendem que a IA pode ser uma aliada valiosa — desde que seu uso seja criterioso.

Ele alerta que os advogados ainda devem verificar todas as informações produzidas por essas ferramentas, assim como fariam com um estagiário ou associado júnior.

Em resposta ao uso crescente da tecnologia, a Ordem dos Advogados dos EUA emitiu orientações sobre o uso responsável de IA, reforçando a necessidade de domínio técnico mínimo e atenção à confidencialidade.

A expectativa é que, no futuro, o uso competente de IA se torne não apenas comum, mas essencial na advocacia.

Uso de ferramentas como ChatGPT sem a verificação adequada leva a petições com erros e sanções (Imagem: CoreDesignKEY/iStock)

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Golpe do ‘falso advogado’: saiba como se proteger

Existe um novo golpe na praça. Segundo levantamento realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo menos 1600 pessoas foram vítimas do chamado golpe do ‘falso advogado’ apenas no ano de 2024.

Os números dizem respeito ao estado de São Paulo, mas a prática tem se espalhado pelo Brasil. Em função deste aumento do número de denúncias, a entidade lançou uma plataforma digital que permite confirmar a identidade dos advogados de forma rápida e segura.

Como funciona o golpe

  • Para praticar o golpe, criminosos acessam informações públicas de processos judiciais.
  • Após, entram em contato com as potenciais vítimas e cobram o pagamento de dívidas inexistentes ou referentes a casos que ainda não foram julgados.
  • Normalmente, é só depois de realizar a transferência que a pessoa percebe que caiu num golpe.
  • Os falsos advogados pagam fotos reais das redes sociais, usam logotipo de sites existentes e outras imagens que confiram credibilidade.
  • Tudo isso dificulta que as vítimas percebam que trata-se de uma fraude, segundo informações do G1.
Golpistas acessam informações públicas de processos judiciais (Imagem: Minerva Studio/Shutterstock)

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Plataforma permite confirmar identidade de advogados

Uma das formas encontradas pela OAB para evitar golpes do tipo foi a criação de um site que permite confirmar a identidade dos advogados.

O ConfirmADV faz parte de uma campanha de conscientização para orientar a população sobre os casos.

Para realizar a pesquisa, basta colocar o número de inscrição na OAB, selecionar o estado e informar o e-mail informado pelo suposto profissional. Em seguida, será enviada uma solicitação automática para o e-mail do advogado, informando que um cliente deseja confirmar sua identidade.

Plataforma pode impedir novos golpes (Imagem: reprodução/OAB)

O profissional tem até 5 minutos para responder e confirmar os seus dados. Quando isso ocorre, o cidadão recebe uma autenticação validada do advogado. Mas se o tempo expirar e não houver resposta, tanto o cidadão quanto o advogado serão notificados de que a verificação não foi concluída.

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Advogado ou IA? Público estaria confiando mais no ChatGPT

Uma nova pesquisa revela um dado surpreendente: pessoas leigas demonstram mais confiança em aconselhamento jurídico gerado pelo ChatGPT do que por advogados reais — especialmente quando não sabem a origem da resposta.

Essa constatação levanta preocupações importantes sobre o uso crescente da inteligência artificial (IA) em áreas sensíveis como o direito.

Os pesquisadores realizaram três experimentos com 288 participantes. Nos dois primeiros, os voluntários receberam conselhos jurídicos de duas fontes — um advogado humano e o ChatGPT — mas sem saber quem disse o quê.

Resultados dos experimentos:

  • Participantes confiaram mais no aconselhamento do ChatGPT quando a origem não era informada.
  • Mesmo ao saberem a fonte, os níveis de confiança no ChatGPT se mantiveram quase iguais aos do advogado.
  • O conteúdo gerado pela IA foi percebido como mais sofisticado, em parte devido ao uso de linguagem mais complexa.
  • Já os advogados humanos tenderam a usar linguagem mais simples, porém mais prolixa.
  • O terceiro experimento avaliou se os participantes conseguiam identificar corretamente a origem dos conselhos jurídicos.
  • Embora o desempenho tenha sido ligeiramente melhor que o acaso (pontuação média de 0,59 em uma escala de 0 a 1), ainda foi considerado fraco.

Isso mostra que, para o público geral, distinguir entre texto humano e gerado por IA continua sendo um desafio.

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Conselhos jurídicos gerados por IA foram vistos como mais confiáveis que os dados por advogados (Imagem: jittawit21/Shutterstock)

Confiar cegamente nas IAs é arriscado

Modelos de linguagem como o ChatGPT podem “alucinar” — ou seja, gerar informações incorretas com aparência de autoridade. Isso representa um risco real em áreas críticas como o direito, onde decisões mal informadas podem ter consequências graves.

A IA pode ser útil para orientar questões iniciais em temas jurídicos, como explicar opções, sugerir leituras ou fornecer contexto. No entanto, qualquer decisão séria deve ser confirmada com um advogado humano.

A confiança cega na IA pode ser perigosa; por isso, combinar bom senso, pensamento crítico e validação profissional é essencial.

Pessoa utilizando o ChatGPT no celular
Estudo mostra por que a forma como a informação é apresentada pode ser mais influente do que sua origem – Imagem: Sidney de Almeida/Shutterstock

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