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Agência Espacial Africana é lançada; saiba os objetivos

Agora é oficial. A África acaba de lançar a Agência Espacial Africana (AfSA), sinalizando o compromisso com a exploração espacial e o avanço tecnológico. Um dos objetivos é expandir o serviço de internet para a população do continente.

A cerimônia de inauguração foi realizada na sede permanente da agência no Cairo, Egito. Participaram do evento representantes da Comissão da União Africana, governos nacionais e agências espaciais internacionais, como a Agência Espacial Europeia (ESA), a NASA e a Agência Espacial Italiana.

A nova agência espacial

A criação da Agência Espacial Africana visa coordenar e implementar as ambições espaciais da África, concentrando-se em áreas como observação da Terra, desenvolvimento de satélites e ciência espacial. A esperança é que os trabalhos ajudem no desenvolvimento socioeconômico do continente.

Agência espacial pode impulsionar desenvolvimento tecnológico da África (Imagem: Shutterstock AI/Shutterstock)

A ideia de lançar a AfSA surgiu em 2015. Um ano depois a Comissão da União Africana adotou uma política e estratégia espacial para o continente. Após muito trabalho, a nova agência espacial finalmente saiu do papel.

A inauguração dela coincidiu com o início da Conferência NewSpace Africa 2025. Este evento reuniu mais de 500 delegados de mais de 64 países para discutir o futuro da inovação espacial e da colaboração na África.

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Lançamento permitirá a expansão dos serviços de internet para cobrir todas as partes do continente africano (Imagem: NicoElNino/Shutterstock)

AfSA impulsionará o avanço tecnológico da África

  • Outras agências espaciais comemoram o lançamento.
  • É o caso da ESA, que se disse orgulhosa e afirmou que a AfSA permitirá o aumento da colaboração científica e espacial entre os continentes europeu e africano.
  • De acordo com autoridades do governo africano, a nova agência espacial permitirá a expansão dos serviços de internet para cobrir todas as partes do continente africano.
  • Além disso, possibilitará o avanço no processo de digitalização das instituições governamentais e de serviços, aumentando a eficiência do desempenho e aproximando os serviços do cidadão.
  • As informações são do portal Space.com.

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“Saara verde” já teve habitantes – e são diferentes do que pensávamos

O deserto do Saara já foi uma savana cheia de vida, com corpos hídricos e uma variedade de vegetação durante o Período Úmido Africano (AHP), entre 14.500 e 5.000 anos atrás. Em uma nova pesquisa, cientistas encontraram os restos mortais dos habitantes desse “Saara Verde” e descobriram como provavelmente viviam e o que aconteceu com eles.

Uma equipe de pesquisa do Instituto Max Planck sequenciou o DNA de “dois indivíduos femininos do Neolítico Pastoral com aproximadamente 7.000 anos”. Os fósseis estavam no abrigo rochoso Takarkori, um sítio arqueológico no que hoje é o sudoeste da Líbia.

Após a análise, o grupo descobriu que as representantes desse povo do antigo Saara compartilhavam a maioria dos genes com uma população coletora de forragens de 15 mil anos atrás, que tem seus vestígios na caverna Taforalt, no Marrocos. Isso sugere que essa foi uma civilização duradoura e estável que viveu no Norte da África antes da desertificação.

“Nossa pesquisa desafia suposições anteriores sobre a história da população do Norte da África e destaca a existência de uma linhagem genética profundamente enraizada e há muito isolada”, disse Nada Salem, pesquisadora do Instituto Max Planck, em um comunicado.

Sítio arqueológico abrigo rochoso Takarkori. (Imagem: Archaeological Mission in the Sahara / Sapienza University of Rome)

Habitantes do Saara Verde se isolaram

A linhagem genética de habitantes do Saara abordada no estudo seguiu por um caminho diferente dos povos subsaarianos. Ao invés de se espalhar, ela ficou isolada por milhares de anos. Pesquisadores encontraram apenas alguns traços genéticos na região do Levante, incluindo alguns vindos de neandertais.

No entanto, os indivíduos analisados em Takarkori tinham menos DNA neanderthal do que as antigas populações encontradas no Marrocos, mas mais do que os povos do sul da África. Essa constatação sugere que algo impediu que a chegada de genes da Europa se espalhasse para além da região do Saara.

“Os sujeitos de Takarkori mostram dez vezes menos ancestralidade neandertal do que os agricultores levantinos. Mas, significativamente mais do que os genomas subsaarianos contemporâneos”, escreveram os pesquisadores.

Vista do deserto do Saara
Vista do deserto do Saara em Takarkori. (Imagem: Archaeological Mission in the Sahara / Sapienza University of Rome)

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Pesquisa revela modo de vida do povo antigo

O estudo mostrou que os moradores da região eram criadores de gado, assim como as linhagens marroquinas. O fato de terem adquirido essa prática sem muita troca genética também revela muito sobre sua história.

“Esta descoberta revela como o pastoreio se espalhou pelo Saara Verde, provavelmente por meio de intercâmbio cultural e não de migração em larga escala”, explicou Salem.

A equipe acredita que a diversidade de ecossistemas do “Saara Verde”, que vai desde pântanos até montanhas, pode ter sido uma barreira ao sul que evitou o deslocamento desses povos, os mantendo isolados.

“Nossas descobertas representam um passo inicial importante e estudos futuros podem revelar percepções mais refinadas sobre a migração humana e o fluxo genético através do Saara”, concluem os pesquisadores.

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