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Os peixes bebem água?

Você acorda com sede, a primeira coisa que faz é tomar um copão com água. Saiba que, se você fosse um peixe, isso seria bastante diferente. Assim como nós, humanos, nossos colegas aquáticos também precisam de água para sobreviver, mas a diferença é que eles estão cercados por ela o tempo todo, então não existe um momento em que os peixes param especificamente para isso.

Basicamente, peixes absorvem água por osmose. Mas a intensidade desse processo varia conforme o ambiente em que ele vive (mar ou rio) e também com a espécie. Vamos aos fatos:

  • Os peixes precisam absorver água para equilibrar a química de seus corpos, principalmente o sal;
  • Na água doce, os peixes possuem mais sal em seus corpos do que a água ao redor, portanto precisam absorver pouco líquido para fazer esse equilíbrio (se “tomarem” água demais, podem ficar com pouco sal);
  • Agora, peixes de água salgada precisam absorver muita água para manter o equilíbrio, já que o ambiente possui muito mais sal que seus corpos;
  • Nesse caso, ao contrário dos colegas de água doce, eles direcionam parte da água que entra pela boca para o trato digestivo, em vez de para as guelras.
(Imagem: Zephyr_p/Shutterstock)

Peixes fazem xixi?

Peixes também podem eliminar água, em um tipo de xixi. Na água doce, água demais significa pouco sal, portanto o xixi equilibra isso. Na água salgada, os peixes contam com células especializadas em suas brânquias que bombeiam o sal para fora.

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Esse processo é passivo, não requer gasto de energia nem controle por parte dos animais.
Ou seja, os clientes do Siri Cascudo provavelmente não precisam de refrigerante para acompanhar o hambúrguer de siri. As informações são do IFL Science.

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Imagem: winglwk/Shutterstock

Mudanças climáticas fazem peixes-palhaço diminuírem de tamanho

Um novo estudo científico aponta que peixes-palhaço, semelhantes ao personagem Nemo do famoso filme da Pixar “Procurando Nemo“, estão encolhendo para sobreviver diante do aumento extremo das temperaturas marinhas.

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Imagem: Wirestock/iStock

A pesquisa, publicada na revista Science Advances, foi conduzida por cientistas da Universidade de Newcastle (Inglaterra) e observou mudanças drásticas no tamanho corporal desses peixes durante as intensas ondas de calor oceânico registradas em 2023.

Durante o verão de 2023, quando a temperatura dos oceanos subiu rapidamente, os cientistas constataram que os peixes perderam peso e reduziram seu tamanho em vários milímetros. Confira.

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Esta pode ser a solução para a poluição causada pelo plástico

Os plásticos se tornaram um sinônimo de problema ambiental. Mas uma nova descoberta feita por pesquisadores do Riken Center for Emergent Matter Science, em colaboração com a Universidade de Tóquio, no Japão, e a Universidade de Tecnologia de Eindhoven, nos Países Baixos (Holanda), pode mudar este cenário.

Os cientistas desenvolveram um novo produto que se dissolve completamente na água do mar em poucas horas. Além disso, ele não deixa resíduos de microplásticos, o que pode ajudar na luta contra a poluição.

Material pode ser moldado em diferentes formas e para vários usos (Imagem: divulgação/RIKEN)

Degradação é mais rápida e menos prejudicial ao meio ambiente

O trabalho descreve a criação de um plástico supramolecular formado pela combinação de dois monômeros iônicos: o hexametafosfato de sódio, um aditivo alimentar comum, e monômeros baseados em íon guanidínio. As conclusões foram apresentadas em estudo publicado na revista Science.

Os pesquisadores explicam que estas moléculas formam ligações reversíveis chamadas “pontes salinas”. Este processo garante uma alta resistência. Por outro lado, o material se desfaz rapidamente em contato com os eletrólitos presentes na água salgada.

Representação artística do novo plástico biodegradável (Imagem: divulgação/RIKEN)

De acordo com os cientistas, a degradação total do produto acontece em aproximadamente 8 horas. Dessa forma, a criação de uma simples fissura na superfície é suficiente para deixar a água entrar, permitindo que todo o material se dissolva.

Outra vantagem é que o plástico não libera pequenas partículas após ser degradado. Isso significa que não há risco de contaminação da fauna e da cadeia alimentar com os microplásticos. Por fim, a degradação do produto libera nutrientes como fósforo e nitrogênio, que podem beneficiar ecossistemas terrestres.

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Plástico convencional causa contaminação (Imagem: SIVStockStudio/Shutterstock)

Material pode substituir o plástico usado atualmente

  • Durante o estudo, a equipe ainda identificou que o novo material não é tóxico ou inflamável.
  • Como ele pode ser moldado em diversas formas, a ideia é que ele possa ser utilizado para aplicações médicas e impressões 3D.
  • O objetivo agora é ampliar a produção em escala industrial e testar a resistência do plástico em diferentes condições ambientais.
  • O objetivo é que o material possa substituir os plásticos convencionais em embalagens, utensílios descartáveis e outros produtos.
  • Isso traria grandes benefícios para a preservação dos oceanos e ecossistemas terrestres.

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O planeta com oceano de água fervente que intriga cientistas e desafia teorias

Em uma de suas várias descobertas, o telescópio espacial James Webb, da NASA, encontrou um exoplaneta que vem dividindo as opiniões dos cientistas.

Essa discordância nada tem a ver com a existência do corpo celeste. Ou com os elementos químicos que fazem parte dele. Nem com a presença de água na superfície. O debate ocorre em torno do estado em que essa água se encontra.

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O exoplaneta em questão foi batizado de TOI-270 d. Segundo informa o site oficial da NASA, ele fica a 73 anos-luz da Terra e tem quase cinco vezes a massa dela.

Uma curiosidade é que ele demora apenas 11 dias para completar uma volta em torno de sua estrela e possui compostos químicos como metano e dióxido de carbono.

Segundo os pesquisadores, essa combinação química é consistente com um mundo aquático no qual um oceano se estenderia por toda a superfície. Mas essa água estaria no estado líquido? Eis a principal discussão.

Um exoplaneta com um oceano borbulhante? Essa é a discussão entre os cientistas – Imagem: Jon Bilous/Shutterstock

Duas teorias

  • Segundo estudo publicado na revista Astronomy and Astrophysics Letters, o exoplaneta seria tomado por um oceano que atinge temperaturas superiores aos 100°C.
  • É essa hora que você pergunta: mas nessa temperatura a água já não teria evaporado?
  • Sim, em condições normais de pressão.
  • Só que no TOI-270 d a pressão é mais alta, permitindo esse fenômeno.
  • Quanto mais alta a pressão, mais energia as moléculas de água precisam acumular para sair do estado líquido e virar vapor.
  • Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá, no entanto, contesta os resultados desse estudo.
  • Eles também analisaram os dados do exoplaneta e disseram que não existe a possibilidade de haver um oceano por lá.
  • Isso porque a temperatura no local seria de aproximadamente 4.000ºC!
  • Aí não tem condição nenhuma de pressão que sustente a água em fase líquida.
  • Você pode ler esse segundo artigo no publicador online arXiv.
Representação artística do Telescópio Espacial James Webb
O responsável pela descoberta, em 2019, foi o Telescópio Espacial James Webb – Imagem: 24K-Production/Shutterstock

Um planeta praticamente inabitável

Como ninguém nunca visitou o lugar, não dá para saber qual dos dois grupos está correto. Aliás, ninguém nunca vai visitá-lo. Pelo menos não para morar.

Com as informações que temos, podemos inferir que o TOI-270 d é quase inabitável – e não só por causa das altas temperaturas. Como ele fica muito próximo da sua estrela, o exoplaneta sofre de um fenômeno gravitacional chamado acoplamento de maré. Ou seja, sempre fica com uma das faces virada para o objeto maior.

O resultado disso é que um dos lados do fica iluminado 100% do tempo enquanto o outro vive numa escuridão eterna. São situações péssimas para quase todas as formas de vida que conhecemos.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 16/04/2024.

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James Webb descobre água congelada ao redor de estrela jovem

Pesquisadores usando o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, encontraram gelo de água em torno de uma estrela jovem localizada a cerca de 160 anos-luz da Terra chamada HD 181327. O objeto está cercado por um disco de detritos – uma espécie de anel formado por poeira e pequenos fragmentos espaciais. Os resultados da investigação estão relatados em um artigo publicado este mês na revista Nature.

Discos de detritos são regiões ao redor de estrelas onde há grande concentração de corpos pequenos, como cometas, asteroides e poeira. Eles são semelhantes ao cinturão de Kuiper do Sistema Solar, onde ficam muitos objetos gelados. Estudar esses discos ajuda os cientistas a entenderem como sistemas planetários, como o nosso, se formam e evoluem.

A presença de água nesses locais é de grande interesse, porque ela é essencial para a formação de planetas e para possível surgimento da vida. Embora já se saiba que há gelo de água em cometas e outros corpos do Sistema Solar, nunca havia sido detectado esse tipo de gelo de forma clara em um disco de detritos fora daqui.

A imagem do disco (0,6–5,2 μm combinados) da estrela HD 181327 após a remoção da função de propagação de pontos estelares. Crédito: Xie et al.

Estrela se parece com o Sol na infância

Agora, a equipe liderada por Chen Xie, da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, identificou gelo de água no disco ao redor da estrela HD 181327. A detecção foi feita com um instrumento especial do Webb chamado NIRSpec (Espectrógrafo Infravermelho Próximo), que analisa a luz infravermelha para identificar materiais à distância.

O disco está a cerca de 84 unidades astronômicas (UA) da estrela, o que significa mais de duas vezes a distância de Netuno ao Sol. Ele tem uma largura de 25 UA. Por ser uma estrela jovem, com cerca de 18,5 milhões de anos, os cientistas a consideram parecida com o Sol nos primeiros estágios da formação do Sistema Solar.

O gelo foi identificado por meio de um padrão específico no espectro de luz que vem do disco, entre os comprimentos de onda de 2,7 e 3,4 micrômetros. Dentro desse intervalo, um pico em 3,1 micrômetros chamou atenção: trata-se de uma assinatura conhecida como pico de Fresnel, comum em partículas grandes de gelo de água cristalino, como já foi observado nos anéis de Saturno.

Disco de detritos em torno da estrela HD 181327 registrado pelo coronógrafo do JWST. Crédito: NASA/ESA/CSA JWST NIRCam; Andras Gaspar et al.

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James Webb encontrou minerais presentes no Sistema Solar

Segundo os pesquisadores, esse pico indica a presença de grãos de gelo com mais de 1 milímetro de diâmetro, o que reforça a ideia de que o disco contém uma grande reserva de água congelada. Eles também calcularam que cerca de 13,9% da massa da região externa do disco é composta por gelo de água.

Além do gelo, os astrônomos detectaram outros materiais importantes, como sulfeto de ferro e olivina. Esses minerais já foram encontrados em cometas, asteroides e micrometeoritos do sistema solar, reforçando a semelhança entre esse disco distante e os corpos gelados que orbitam nosso Sol.

Em um comunicado, os autores explicam que a descoberta é importante porque mostra que ingredientes essenciais para a formação de planetas ricos em água podem ser comuns também fora do Sistema Solar – o que abre novas possibilidades para o estudo de planetas com condições parecidas com as da Terra em outras partes do Universo.

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A tela do seu celular pode te avisar que é hora de beber água; saiba como

Pesquisadores da Universidade de Ciência e Tecnologia Rei Abdullah da Arábia Saudita (KAUST, na sigla em inglês) descobriram uma maneira simples de monitorar os níveis de água do corpo: medindo como a pele interage com uma tela sensível ao toque.

Os cientistas foram liderados pelo engenheiro elétrico Tareq Al-Naffouri, que desenvolveu o projeto para ajudar muçulmanos no mês sagrado do Ramadã, jornada espiritual em que fiéis ficam sem comida ou água do nascer ao pôr do Sol.

“Também é razoável esperar que a abordagem possa, um dia, beneficiar outros grupos vulneráveis, incluindo os muito idosos, os muito jovens e aqueles com doença renal”, diz Al-Naffouri. O mesmo pode se aplicar a atletas, que sofrem de desidratação pela perda de líquidos no suor.

Sensor é capaz de detectar mudanças sutis na umidade da pele (Imagem: SeventyFour/iStock)

Os princípios da pesquisa

A equipe testou um sensor comumente usado em telas de smartphones, capaz de detectar mudanças sutis na umidade da pele. Ao tocá-lo com a ponta do dedo, o sensor registra mudanças na capacitância da pele, uma medida de quão bem a pele armazena carga elétrica, que varia com os níveis de hidratação.

Segundo os cientistas, os dados gerados a partir dessa interação são suficientes para monitorar o nível de hidratação em tempo real sem a necessidade de agulhas, dispositivos vestíveis ou exames laboratoriais.

Um simples toque pode gerar um alerta para a pessoa beber água ou repor líquidos antes que sintomas, como tontura ou fadiga, comecem a se manifestar — sinais associados à falta de hidratação.

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Método pode servir de alerta antes da manifestação de tontura ou fadiga (Imagem: Detry26/iStock)

Resultados do teste de presença de água no corpo

  • No total, a equipe coletou mais de quatro mil leituras de dedos de 45 pessoas que jejuavam em boa parte do dia durante o Ramadã e, também, atletas que jogavam frisbee ou se exercitavam na academia;
  • A análise dos resultados foi feita a parir do treinamento de modelos de aprendizado de máquina, que converteram pequenas mudanças na condutância da pele em uma medida do teor de água do corpo;
  • Quando testado, o sistema apresentou resultados impressionantes — distinguindo, com precisão, entre estados hidratados e desidratados em até 92% das vezes entre atletas e 87% entre indivíduos em jejum.

“Imaginamos um monitoramento de hidratação diário, em tempo real e fácil de usar, onde os usuários simplesmente colocam o dedo na tela do smartphone para avaliar seu estado de hidratação”, diz a autora do estudo, Soumia Siyoucef, ex-aluna visitante do grupo de pesquisa de Al-Naffouri.

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Água oxigenada é base de nova tecnologia da USP para purificar água

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu uma tecnologia inovadora para o tratamento de água, oferecendo uma alternativa mais segura, ecológica e econômica em comparação aos métodos convencionais baseados em cloro. O projeto foi conduzido no Instituto de Química de São Carlos (IQSC) e propõe o uso de peróxido de hidrogênio, conhecido popularmente como água oxigenada, gerado e monitorado em tempo real no próprio sistema.

A pesquisa, publicada na revista científica Process Safety and Environmental Protection, visa solucionar os riscos associados ao uso do cloro, como a formação de subprodutos tóxicos e a complexidade logística de transporte e armazenamento. Com a nova abordagem, o peróxido é produzido in situ, ou seja, no local de aplicação, o que aumenta a segurança operacional e reduz custos.

O sistema é eficaz tanto na desinfecção quanto na remoção de contaminantes, podendo ser aplicado no reúso da água ou na sua potabilização (Imagem: Anderson Santos)

A tecnologia foi testada com sucesso em diferentes cenários, incluindo amostras contaminadas com pesticida tebuthiuron e efluentes industriais com alta carga orgânica. Em todos os casos, os resultados indicaram redução da toxicidade e remoção dos contaminantes, validando a eficiência da abordagem.

Como funciona o novo sistema de tratamento de água da USP

  • O funcionamento da tecnologia se baseia em um reator eletroquímico acoplado a um sistema de análise em fluxo.
  • O reator converte oxigênio pressurizado em peróxido de hidrogênio por meio de corrente elétrica, diretamente no ponto de entrada da água a ser tratada.
  • “Você consegue ‘ligar’ para começar a produzir e, se quiser que pare, desliga da tomada e ‘fecha’ a entrada de oxigênio”, explica o professor Marcos Lanza, responsável pelo GPEA (Grupo de Processos Eletroquímicos e Ambientais).
  • Após a produção, o sistema conta com um sensor impresso, conhecido como screen-printed electrode, para monitorar em tempo real a quantidade de peróxido liberado.
  • “É um sensor descartável e mais barato, que identifica e quantifica moléculas eletroativas”, destaca o pós-doutorando Anderson Santos, também autor do estudo.
  • O projeto foi financiado pela Fapesp e desenvolvido no âmbito do GPEA, liderado por Lanza.
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O reator eletroquímico foi desenvolvido nos laboratórios do Grupo de Processos Eletroquímicos e Ambientais (GPEA) do IQSC (Imagem: GPEA)

Sustentabilidade tripla: ambiental, operacional e econômica

Diferentemente do cloro, a água oxigenada não forma subprodutos perigosos, sendo uma alternativa mais ecológica para a desinfecção da água. Além disso, por ser gerado sob demanda, o processo elimina riscos associados à manipulação de substâncias químicas concentradas.

A viabilidade econômica é outro ponto forte. O sistema evita gastos com transporte e armazenamento de reagentes e permite o uso de sensores baratos, inclusive com possibilidade de fabricação em papel. “Esse tipo de design reduz ainda mais o custo do processo”, aponta o professor Willyam Barros, da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), colaborador do projeto.

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Aplicações possíveis em larga e pequena escala

Mesmo desenvolvido em pequena escala, o sistema tem potencial para aplicações diversas, desde estações industriais até propriedades rurais e comunidades afastadas. “O objetivo é descentralizar o tratamento de água, levando a tecnologia para locais que não têm acesso a estruturas avançadas”, afirma o doutorando Robson Souto, coautor do estudo.

A proposta pode beneficiar especialmente regiões com infraestrutura limitada. “Criamos um sistema híbrido, eficiente e aplicável em diferentes contextos, contribuindo tanto para a segurança quanto para a reutilização da água”, complementa Barros.

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Por que os restos mortais das vítimas do Titanic nunca foram encontrados?

Quando o Titanic naufragou em 1912, 2.200 pessoas estavam a bordo do navio. Destas, mais de 1.500 morreram na tragédia. Então como é possível que, ao longo de tantos anos de explorações, os restos mortais das vítimas nunca tenham sido encontrados em meio aos destroços? Há algumas explicações por trás disso…

Entenda:

  • Em 1912, o naufrágio do Titanic causou mais de 1.500 mortes – mas os restos mortais das vítimas nunca foram encontrados;
  • Uma das hipóteses por trás disso é a profundidade extrema em que o navio se encontra;
  • Como a água no fundo do oceano é subsaturada em carbonato de cálcio, os ossos das vítimas se dissolveram quando criaturas marinhas comeram a carne;
  • Outra explicação é que os coletes salva-vidas usados durante o naufrágio fez com que os corpos flutuasse após a morte, e tanto tempestades quanto correntes oceânicas os levaram para longe.
Proa do Titanic avistada em uma expedição de 2004. (Imagem: NOAA)

Os destroços do Titanic só foram encontrados em setembro de 1985, 73 anos depois do naufrágio. Desde então, o que sobrou do navio já foi explorado em inúmeras ocasiões – 33 delas só pelo diretor James Cameron, que visitou os destroços durante a produção do clássico Titanic, filme vencedor do Oscar.

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Vítimas do naufrágio podem ter sido dissolvidas

Em 2012, ao The New York Times, Cameron descreveu o que encontrou em suas visitas ao navio naufragado: “Não vi nenhum vestígio humano. Vimos roupas, pares de sapatos – o que sugere fortemente que houve um corpo ali em algum momento. Mas nunca vimos restos humanos”, contou o diretor na época.

Destroços do Titanic no fundo do mar
Restos mortais das vítimas do Titanic nunca foram encontrados. (Imagem: Nuno Vasco Rodrigues/Shutterstock)

Uma das razões por trás disso é a profundidade extrema em que os destroços do navio se encontram. “A água no fundo do mar está subsaturada em carbonato de cálcio, que é, em grande parte, a composição dos ossos. [O Titanic] está abaixo da profundidade de compensação de carbonato de cálcio, então, uma vez que as criaturas comem sua carne e expõem os ossos, eles se dissolvem”, explica Robert Ballard, que localizou o Titanic em 1985, à NPR.

Restos mortais das vítimas do Titanic podem ter flutuado para longe

Outra explicação se deve ao fato de que muitos passageiros usavam coletes salva-vidas no momento do naufrágio, de modo que seus corpos continuaram flutuando no oceano após a morte. Além de tempestades que podem ter levado os corpos para longe dos destroços, correntes oceânicas continuaram varrendo os restos mortais ao longo dos anos, aponta o IFLScience.

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Qual é o gosto da água?

Por muito tempo, filósofos afirmaram que a água não tinha gosto. Para eles, ela era algo neutro, sem sabor – como o silêncio para os ouvidos ou a escuridão para os olhos. Aristóteles dizia que a água só servia como veículo para outros sabores. “A substância natural água, em si, tende a ser insípida”.

Mas ao longo dos séculos, essa ideia começou a ser questionada. Cientistas notaram que, mesmo destilada e pura, a água pode provocar alguma sensação na boca. Algumas pessoas dizem que ela tem gosto amargo. Outras, insistem que não tem gosto algum. E há quem sinta variações, dependendo do que comeu antes.

Nos anos 1920, pesquisadores perceberam que o sabor da água muda conforme o alimento anterior. Depois de algo ácido, a água pode parecer doce. Após algo salgado, pode parecer amarga. Ou seja, o paladar parece reagir à água de forma diferente conforme o contexto.

O sabor da água muda de acordo com o alimento consumido anteriormente. Crédito: Antonio Guillem – Shutterstock

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Sabor da água muda de acordo com o que comemos antes?

Cerca de quatro décadas depois, a psicóloga Linda Bartoshuk, da Universidade Yale, nos EUA, estudou isso mais a fundo. Ela mostrou que nossas papilas gustativas se adaptam ao que comemos. Quando bebemos água depois, elas “se recuperam” e podem ativar sabores residuais, como acontece com uma imagem que fica na visão depois de olhar para uma luz forte.

Bartoshuk também descobriu que até a saliva influencia o gosto da água. Como nossa saliva é levemente salgada, estamos acostumados a ela. Mas, ao enxaguá-la com água, podemos sentir um novo sabor na boca, como amargor ou acidez.

Por mais de 30 anos, a explicação aceita era que a água só parecia ter gosto por causa do que comemos antes. No entanto, de acordo com o site Popular Science, nos anos 2000, cientistas começaram a apresentar uma nova ideia: a água poderia, sim, ter um sabor próprio.

Estudos mostraram que certas partes do cérebro humano e de ratos reagem diretamente à água. Pesquisadores também encontraram proteínas chamadas aquaporinas nas células gustativas. Elas ajudam a transportar água pelas membranas das células, o que pode explicar uma reação direta à substância.

Insetos, como a mosca-das-frutas, já são conhecidos por “sentirem” o gosto da água. Eles usam cerdas nas asas e pernas para detectar sabores e mudanças químicas no ambiente.

Insetos como a mosca-das-frutas detectam o gosto da água por cerdas nas asas e pernas, que percebem sabores e mudanças químicas. Crédito: Fernando Trindade – Shutterstock

Muitos cientistas ainda não aceitam a ideia de que mamíferos, como nós, realmente sentem o gosto da água. Pesquisadores que identificaram células específicas ligadas à água em ratos, como Patricia Di Lorenzo, da Universidade de Binghamton, e Sidney Simon, da Universidade Duke, afirmam que faltam estudos mais aprofundados.

Para Simon, seria natural que o corpo detectasse o sabor da água, já que ela representa cerca de 75% do corpo humano e do planeta. Mas, por enquanto, a ciência ainda busca uma resposta definitiva.

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Seu celular Xiaomi caiu na água? Veja o que fazer para recuperar o aparelho

O avanço da tecnologia trouxe muitas inovações aos smartphones, e uma delas é a resistência à água. Diversas marcas, como a Xiaomi, já oferecem aparelhos que contam com certificações IP e recursos que protegem o aparelho do contato com a água.

Entretanto, isso não significa que ele esteja totalmente resistente à substância. A maioria dos modelos possui um limite até onde é seguro que o dispositivo entre em contato com líquidos.

Por conta disso, caso o smartphone sofra um acidente e acabe caindo na água, por exemplo, é muito importante saber como agir com rapidez, para que os danos sejam minimizados.

Ter consciência do que fazer nas primeiras horas depois do acontecido pode fazer toda a diferença, determinando se você vai conseguir recuperar seu celular ou perdê-lo por completo, uma vez que a água é capaz de danificar componentes internos e prejudicar seu funcionamento.

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Pensando nisso, preparamos a matéria abaixo com ações que devem e não podem ser tomadas quando o celular acaba se molhando, além de uma dica específica sobre uma função exclusiva para usuários da Xiaomi. Confira!

Veja como agir se celular Xiaomi cair na água

Antes de explicar o que fazer, é importante deixar claro o que não deve ser feito caso o seu celular caia na água. Isso porque, na hora do desespero, podemos tomar atitudes precipitadas que podem piorar ainda mais a situação.

Também é importante lembrar que a internet está repleta de dicas do que fazer nessas horas. Entretanto, muitas delas podem intensificar os danos, fazendo com que o usuário perca seu smartphone.

O mais importante de tudo é seguir as especificações das fabricantes e, sem dúvidas, conferir conteúdos de fontes confiáveis, que oferecem informações que podem fazer a diferença na hora de recuperar o aparelho.

O que você NÃO deve fazer se isso acontecer

É bem provável que a primeira coisa que as pessoas pensem quando o celular cai na água é que se deve colocá-lo em um pote de arroz cru, uma crença que existe há bastante tempo.

Contudo, tanto especialistas quanto os fabricantes não consideram essa prática a mais adequada. Isso porque o arroz pode liberar pequenas partículas que podem entrar nos conectores, danificando os componentes internos do aparelho.

Além disso, a prática não absorve a umidade retida nas partes mais delicadas do sistema.

A ideia popular de colocar o aparelho no arroz pode piorar a situação. (Imagem: SURAKIT SAWANGCHIT/Shutterstock)

Se você não pensou em colocar no arroz, mas sim em usar fontes externas de calor, como secador de cabelo, forno ou até aspirador de pó, saiba que essas também são péssimas opções.

Nesse caso, o problema está no calor excessivo, que pode danificar a placa-mãe, derreter conexões e comprometer o funcionamento da bateria.

Outras ideias como inserir cotonetes ou toalhas de papel nos conectores também não são corretas, já que podem empurrar a água ainda mais para dentro, ou deixar resíduos nos componentes internos.

O que você DEVE fazer se isso acontecer

Caso seu celular Xiaomi tenha sofrido um acidente com água, é preciso agir de forma rápida e com cuidado, para evitar que tenha danos permanentes.

Desligar o smartphone imediatamente ou deixá-lo em um ambiente ventilado são atitudes simples e que fazem muita diferença no processo de recuperação. A própria fabricante dispõe de recursos úteis para esses momentos, como a função de limpeza dos alto-falantes em modelos selecionados.

Veja a seguir as principais ações que são recomendadas por especialistas para aumentar a chance de salvar o aparelho, sendo que cada uma delas é importante e precisa ser feita com calma e atenção. Essas dicas são a melhor forma de lidar com o celular que foi molhado, evitando mais prejuízos.

1. Desligar o celular

Interromper o funcionamento do aparelho é uma forma de evitar curtos-circuitos e proteger seus componentes internos. Se ele estiver ligado quando entrar em contato com a água, desligue-o imediatamente logo após o acontecimento.

2. Se possível, desmonte o celular

Muitos aparelhos atuais não permitem que a capa e a bateria sejam retiradas. Porém, caso o seu permita, tire-as. Caso contrário, retire os chips e cartões de memória, se houver. Com uma toalha limpa e seca, absorva o máximo de umidade possível, sem esfregar ou forçar as entradas.

3. Coloque o aparelho em um local seco e arejado

Deixe-o em um lugar ventilado, longe do sol e do calor direto. O smartphone deve ficar descansando por 24 a 48 horas, em cima de um pano absorvente, que facilita a evaporação da umidade interna;

4. Aposte no recurso “Limpar alto-falantes”

A partir dos modelos Redmi 8 e Redmi 8A, lançados em 2019, os celulares da Xiaomi contam com a função “Limpar alto-falante”, que emite ondas sonoras para expulsar água e sujeira das saídas de áudio. Essa função somente pode ser ativada depois que o celular estiver seco por fora.

5. Se possível, use um carregador sem fio

Se o smartphone descarregar, prefira usar o carregamento sem fio para carregá-lo novamente, evitando o uso do conector que ainda pode estar úmido. Não se esqueça de secar bem a parte traseira antes de colocá-lo na base de carregamento.

E se não funcionar?

Não existe garantia de que essas dicas vão ser capazes de recuperar completamente o celular após o contato com a água, porque isso depende do modelo e de como foi o acidente. Ainda assim, elas podem ajudar a prolongar a vida útil do smartphone e evitar que ele seja mais danificado depois da entrada de líquido.

Caso essas dicas não funcionem, dependo da marca, você ainda tem a opção de procurar um assistente técnico para te ajudar no conserto do celular. Por situações como essa que você deve fazer backup do aparelho sempre que possível.

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Mesmo aparelhos resistentes à água podem sofrer danos, dependendo da intensidade do contato com o líquido e do modelo. (Montagem: Olhar Digital)

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Lama no fundo de lago guarda um século de história da poluição em São Paulo

Um artigo publicado em abril na revista Environmental Science and Pollution Research revelou que o solo do fundo de um lago em São Paulo guarda registros de 100 anos de poluição por metais

O estudo analisou os sedimentos do Lago das Garças, no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, mostrando como a cidade foi se tornando mais contaminada com o passar das décadas.

Os cientistas usaram uma técnica chamada paleolimnologia, que estuda camadas de sedimentos para entender como o ambiente mudou ao longo do tempo. Essas camadas funcionam como páginas de um livro, registrando o que ocorreu em cada época. Assim, foi possível reconstituir a evolução da poluição na capital paulista.

Lago das Garças, no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. É possível notar o crescimento maciço de algas na superfície e a urbanização ao fundo. Crédito: Tatiane Araujo de Jesus

Para isso, mergulhadores coletaram cilindros de lama do fundo do lago. Esses “núcleos” de sedimento guardam material depositado ano após ano. Como o carbono-14 não funciona bem para datas mais recentes, os pesquisadores usaram um método alternativo com chumbo-210, um isótopo radioativo que permite datar até 150 anos atrás.

Pesquisa encontra três épocas distintas de poluição

A pesquisa analisou a presença de oito metais pesados nos sedimentos: cobalto, cromo, cobre, ferro, manganês, níquel, chumbo e zinco. Essas substâncias são poluentes comuns em áreas urbanas e industriais, e seu acúmulo está diretamente ligado às atividades humanas.

Os resultados mostram três períodos distintos de poluição. Até 1950, as concentrações de metais eram baixas, refletindo uma cidade ainda pouco industrializada. O lago, formado pelo represamento do córrego Campanário em 1893, foi usado para abastecimento de água até 1928.

Entre 1950 e 1975, os níveis de poluentes começaram a subir. O aumento coincidiu com o crescimento desordenado da cidade, o uso mais intenso do Aeroporto de Congonhas e a expansão das indústrias no ABC Paulista. A urbanização acelerada contribuiu para a contaminação crescente.

De 1975 a 2000, a situação se agravou. Foi nesse período que os níveis de metais como chumbo, níquel, ferro, cromo e cobre atingiram os maiores valores. A construção da Rodovia dos Imigrantes, em 1974, e o aumento no tráfego de veículos intensificaram o problema na região.

Material coletado no Lago das Garças, no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, para análise. Crédito: Tatiane Araujo de Jesus

Um dos dados mais marcantes foi a queda nos níveis de chumbo a partir de 1986, quando o Brasil proibiu a gasolina com chumbo. Isso foi resultado direto do Programa de Controle de Emissões de Veículos (Proconve), um exemplo de como políticas públicas podem ter efeito concreto na redução da poluição.

No entanto, mesmo com a queda do chumbo, outros metais continuaram aumentando nos anos 1990. Cobalto, níquel e cobre, por exemplo, cresceram possivelmente por mudanças no setor industrial da região. Uma siderúrgica próxima ao lago trocou a produção de aço por artefatos metálicos nesse período.

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Políticas públicas mais rigorosas podem controlar a emissão de poluentes

Em um comunicado, os autores explicam que os sedimentos funcionam como arquivos naturais. Eles guardam as marcas da ação humana e ajudam a entender como o ambiente foi sendo alterado. Isso pode servir de base para políticas de restauração e preservação ambiental.

O estudo também alerta para os desafios das áreas de conservação. Mesmo protegidas, elas continuam sendo afetadas pela poluição vinda do entorno. “Não adianta cercar e chamar de área de preservação se o ar e o solo ao redor continuam contaminados”, destaca a pesquisadora Tatiane Araujo de Jesus, da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Ela lembra que parte da poluição já está registrada no fundo dos lagos e rios. Por isso, além de impedir novos danos, é preciso pensar em como lidar com esse passivo ambiental acumulado. Restaurar o ambiente depende de saber como ele era antes da poluição.

A pesquisa reforça a necessidade de políticas públicas mais rigorosas para controlar a emissão de poluentes. Conhecer a história da poluição ajuda a planejar um futuro mais saudável. Como conclui a pesquisadora, “os dados mostram como chegamos até aqui – e nos ajudam a decidir para onde queremos ir”.

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