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Remédio para insônia pode proteger o cérebro contra Alzheimer, aponta estudo

Um novo estudo revelou que um medicamento comum para insônia pode oferecer proteção ao cérebro contra doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.

A pesquisa, conduzida pela Faculdade de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis em colaboração com a farmacêutica japonesa Eisai, investigou os efeitos do lemborexante (comercializado como Dayvigo), um auxiliar de sono aprovado em 2019.

O estudo foi publicado na revista Nature Neuroscience.

Detalhes do estudo

  • Diferente de sedativos tradicionais, o lemborexante age bloqueando a orexina, um neurotransmissor que regula o estado de vigília.
  • Em testes com camundongos geneticamente modificados para desenvolver acúmulo de tau — proteína associada à progressão do Alzheimer — o medicamento reduziu significativamente a presença da proteína e preservou entre 30% e 40% mais volume cerebral no hipocampo, região crítica para a memória.
  • O efeito não foi observado com o zolpidem (Ambien), um sonífero de classe diferente, apesar de ambos promoverem sono em níveis semelhantes.
Dormir bem para manter o cérebro saudável: remédio comum pode ser aliado contra Alzheimer – Imagem: fizkes/Shutterstock

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Curiosamente, o benefício neuroprotetor apareceu apenas em camundongos machos, levantando hipóteses sobre diferenças biológicas na resposta ao tratamento.

Alternativas valiosas contra o Alzheimer

Embora o estudo tenha sido feito apenas em animais, os pesquisadores destacam o potencial do lemborexante como parte de uma abordagem terapêutica mais ampla para combater o Alzheimer, especialmente por não afetar negativamente a coordenação motora — uma vantagem sobre outros auxiliares de sono.

Os cientistas acreditam que, combinado a terapias existentes que atuam sobre a proteína amiloide, esse tipo de medicamento pode ajudar a retardar o avanço da doença.

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Em testes com animais, lemborexante protegeu a memória e reduziu marcadores da doença (Imagem: SewCreamStudio/Shutterstock)

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Olhar do Amanhã: o medicamento para retardar o Alzheimer

O Alzheimer ainda não tem cura, mas um novo medicamento é mais um passo para retardar o avanço da doença. No início da semana passada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do fármaco Kisunla (donanemabe), indicado para tratamento de comprometimento cognitivo e demência.

O remédio já passou por testes em pacientes humanos e apresentou resultados importantes. Ele atua na proteína beta-amiloide, que forma placas no cérebro (uma das principais características da doença), e está associada à perda de memória e problemas cognitivos.

Medicamento já pode ser distribuído no Brasil (Imagem: reprodução/Eli Lilly)

O Kisunla (donanemabe) já pode ser distribuído e utilizado em território nacional, com contraindicações.

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Na coluna Olhar do Amanhã desta semana, o doutor Álvaro Machado Dias, neurocientista, futurista e colunista do Olhar Digital News, explica a importância e o potencial desse medicamento. Acompanhe!

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Alzheimer afeta número recorde de pessoas nos EUA

Pela primeira vez, o número de casos de pacientes diagnosticados com a doença de Alzheimer ultrapassou a marca de sete milhões nos Estados Unidos, segundo o relatório anual da Associação de Alzheimer. Quase dois terços são mulheres.

Espera-se que o número e a proporção de estadunidenses com Alzheimer ou outras demências continuem a crescer nos próximos anos, pois o risco de demência aumenta com o avanço da idade, de acordo com o relatório.

Quatro em cada cinco estadunidenses gostariam de saber se têm a doença antes que os sintomas apareçam (Imagem: pocketlight/iStock)

A população de estadunidenses com 65 anos ou mais deverá crescer de 58 milhões em 2022 para 82 milhões em 2050, faixa etária de maior risco. Atualmente, 74% dos pacientes diagnosticados têm mais de 75 anos de idade.

Pessoas com menos de 65 anos também podem desenvolver demência de Alzheimer: Embora os estudos de prevalência de demência de início precoce nos EUA sejam limitados, os pesquisadores acreditam que cerca de 110 em cada 100 mil pessoas com idade entre 30 e 64 anos, ou cerca de 200 mil estadunidense no total, têm demência de início precoce.

Problema do subdiagnóstico do Alzheimer 

O subdiagnóstico é mais pronunciado nos estágios iniciais da demência, quando os sintomas são leves. Ainda menos pessoas que vivem com comprometimento cognitivo leve (CCL), precursor da demência, recebem um diagnóstico, apesar de ser esta a fase em que o tratamento e o planejamento podem ser mais eficazes

Segundo o relatório, uma série de danos potenciais pode resultar de um diagnóstico de demência não diagnosticado ou tardio:

  • Acesso tardio a tratamento e serviços de apoio;
  • Menos tempo para planejamento de cuidados;
  • Custos mais altos de cuidados e impacto negativo na saúde física e mental do indivíduo ou mesmo na saúde mental de seus familiares e potenciais cuidadores.

“Como a demência é frequentemente subdiagnosticada — e, se for diagnosticada por um médico, algumas pessoas parecem desconhecer seu diagnóstico — uma grande parcela de estadunidenses com demência pode não saber que a tem”, diz o relatório.

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Doença custosa

O relatório mostrou ainda que quase quatro em cada cinco estadunidenses gostariam de saber se têm a doença antes que os sintomas apareçam. Os testes envolvem métodos caros e invasivos, como tomografias por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês) e punções lombares.

“O diagnóstico preciso, atualmente, depende da combinação de evidências do histórico médico, exames neurológicos, avaliações cognitivas e imagens cerebrais. Nenhum teste pode estabelecer, definitivamente, que a causa dos sintomas cognitivos é Alzheimer ou outra demência. Essa complexidade diagnóstica, atualmente, limita o diagnóstico precoce”, aponta o documento.

Diagnóstico preciso atualmente depende da combinação de evidências (Imagem: boonstudio/iStock)

Além disso, três em cada cinco pessoas entrevistadas disseram que aceitariam um nível de risco moderado ou até alto ao tomar medicamentos para retardar a progressão da doença.

O custo nacional de cuidar de pessoas com Alzheimer e outras demências deve chegar a US$ 384 bilhões (R$ 2,15 trilhões, na conversão direta) em 2025 — aumento de US$ 24 bilhões (R$ 134,9 bilhões) em relação a apenas um ano atrás, de acordo com a Associação de Alzheimer.

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Como funciona o medicamento contra o Alzheimer aprovado pela Anvisa

Uma nova esperança na luta contra o Alzheimer. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na semana passada, o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para tratamento de comprometimento cognitivo e demência.

Fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, o remédio pode ajudar a retardar a progressão da doença. Ele já pode ser distribuído e utilizado em território brasileiro, mas existem algumas contraindicações para o uso do fármaco.

Medicamento atua diretamente sobre uma das causas da doença

O medicamento é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide, que forma placas no cérebro. Elas são uma das principais características da doença e estão associadas à perda de memória e problemas cognitivos.

O donanemabe atua ligando-se a esses aglomerados e os reduzindo, retardando a progressão do Alzheimer. No entanto, ele não é capaz de reverter os danos já causados no organismo. A abordagem é considerada inovadora, uma vez que atua diretamente sobre uma das causas da doença, em vez de apenas aliviar os sintomas.

Tratamento com o fármaco é considerado inovador (Imagem: reprodução/Eli Lilly)

Segundo a Anvisa, o medicamento é indicado para casos em que há comprometimento cognitivo leve ou demência leve associados à doença. Mas não é recomendado para pacientes com Alzheimer portadores do gene da apolipoproteína E4 (ApoE4) homozigotos, nos quais foram observados efeitos colaterais mais frequentes.

Também devem evitar o medicamento os pacientes que fazem uso de anticoagulantes e aqueles que possam ter hemorragias ou edemas cerebrais, características que podem acometer portadores da doença de Alzheimer.

Dentre os principais efeitos colaterais do uso de donanemabe estão febre, sintomas semelhantes aos da gripe e dores de cabeça.

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Medicamento contra a doença já pode ser usado no Brasil (Imagem: Lightspring/Shutterstock)

Fármaco retardou avanço do Alzheimer

  • O donanemabe passou por um estudo com 1.736 pacientes com Alzheimer em estágio inicial.
  • Eles apresentavam comprometimento cognitivo leve e demência leve.
  • Cada paciente recebeu 700 miligramas da solução a cada quatro semanas nas três primeiras doses.
  • Em seguida, 860 pacientes receberam 1.400 miligramas a cada quatro semanas e outros 876, placebo por até 72 semanas.
  • Segundo a Anvisa, na semana 76, os pacientes tratados com donanemabe tiveram progressão clínica melhor do que os tratados com placebo.

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Como funciona o medicamento contra o Alzheimer aprovado pela Anvisa

Uma nova esperança na luta contra o Alzheimer. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, na semana passada, o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para tratamento de comprometimento cognitivo e demência.

Fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, o remédio pode ajudar a retardar a progressão da doença. Ele já pode ser distribuído e utilizado em território brasileiro, mas existem algumas contraindicações para o uso do fármaco.

Medicamento atua diretamente sobre uma das causas da doença

O medicamento é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide, que forma placas no cérebro. Elas são uma das principais características da doença e estão associadas à perda de memória e problemas cognitivos.

O donanemabe atua ligando-se a esses aglomerados e os reduzindo, retardando a progressão do Alzheimer. No entanto, ele não é capaz de reverter os danos já causados no organismo. A abordagem é considerada inovadora, uma vez que atua diretamente sobre uma das causas da doença, em vez de apenas aliviar os sintomas.

Tratamento com o fármaco é considerado inovador (Imagem: reprodução/Eli Lilly)

Segundo a Anvisa, o medicamento é indicado para casos em que há comprometimento cognitivo leve ou demência leve associados à doença. Mas não é recomendado para pacientes com Alzheimer portadores do gene da apolipoproteína E4 (ApoE4) homozigotos, nos quais foram observados efeitos colaterais mais frequentes.

Também devem evitar o medicamento os pacientes que fazem uso de anticoagulantes e aqueles que possam ter hemorragias ou edemas cerebrais, características que podem acometer portadores da doença de Alzheimer.

Dentre os principais efeitos colaterais do uso de donanemabe estão febre, sintomas semelhantes aos da gripe e dores de cabeça.

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Medicamento contra a doença já pode ser usado no Brasil (Imagem: Lightspring/Shutterstock)

Fármaco retardou avanço do Alzheimer

  • O donanemabe passou por um estudo com 1.736 pacientes com Alzheimer em estágio inicial.
  • Eles apresentavam comprometimento cognitivo leve e demência leve.
  • Cada paciente recebeu 700 miligramas da solução a cada quatro semanas nas três primeiras doses.
  • Em seguida, 860 pacientes receberam 1.400 miligramas a cada quatro semanas e outros 876, placebo por até 72 semanas.
  • Segundo a Anvisa, na semana 76, os pacientes tratados com donanemabe tiveram progressão clínica melhor do que os tratados com placebo.

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5 sinais na fala que podem indicar Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que se caracteriza pela deterioração da memória, do pensamento e do comportamento. Essa é a forma mais comum de demência em pessoas idosas, sendo que seu principal fator de risco é justamente a idade.

Entretanto, como diversas outras doenças, ter um diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento comece mais cedo, melhorando a qualidade de vida do indivíduo. Existem algumas alterações relacionadas à fala que são pistas que podem ajudar os médicos a ficarem atentos, e investigarem as suas causas. Ter alguma dessas alterações não são uma certeza de que a pessoa vai ter necessariamente o Alzheimer, mas são indícios que ajudam no diagnóstico.

Veja abaixo a matéria baseada no texto publicado originalmente no site The Conversation, por Sarah Curtis, candidata a doutorado em uso de linguagem em Síndrome de Down e Alzheimer na Nottingham Trent University.

Nela, estão os cinco sintomas precoces de Alzheimer que podem estar relacionados à fala, porém, vale lembrar que é sempre bom procurar um profissional da saúde especializado, já que cada caso é um caso.

Existem algumas alterações relacionadas à fala que são pistas que podem ajudar os médicos a ficarem atentos, e investigarem as suas causas. (Imagem: Ground Picture/Shutterstock)

Quantas pessoas convivem com Alzheimer no mundo e no Brasil?

A demência é um termo geral usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a memória, o raciocínio e outras habilidades cognitivas. O Alzheimer é o tipo mais comum de demência, responsável por cerca de 60% a 70% dos casos, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

De acordo com a organização, dez milhões de pessoas são diagnosticadas com demência em todo mundo a cada ano – ou seja, estima-se que 600 a 700 mil novos casos de Alzheimer sejam relatados anualmente.

No Brasil, no fim de 2023, o Alzheimer afetava 1,2 milhão de pessoas, segundo dados publicados na Agência Gov.

Enquanto isso, a Alzheimer’s Society aponta que aproximadamente um milhão de pessoas no Reino Unido estão vivendo atualmente com a doença, e estudos preveem que esse número vai subir para 1,6 milhão até 2050.

Também conhecido como Mal de Alzheimer, a condição leva ao declínio da memória e das habilidades de raciocínio, sendo uma doença física que faz com que o cérebro pare de funcionar corretamente, piorando com o tempo.

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A idade ainda é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença, uma vez que a chance dobra a cada cinco anos depois dos 65 anos. Contudo, uma em cada 20 pessoas diagnosticadas com Alzheimer tem menos de 65 anos, sendo chamado de Alzheimer mais jovem, ou de início precoce.

Esquecer as palavras de vez em quando é considerado normal, porém, problemas persistentes e cada vez piores para lembrar, entre outros sintomas, podem ser um sinal precoce de Alzheimer. Fazer a identificação correta na fase inicial é muito importante, principalmente para pessoas com maior risco de sofrer com a doença, como os que têm Síndrome de Down, por exemplo.

A idade ainda é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença, uma vez que a chance dobra a cada cinco anos depois dos 65 anos. (Imagem: Shutterstock/LightField Studios)

Uma forma de fazer isso é perceber mudanças no uso da linguagem, já que novos problemas de fala são um dos primeiros sinais de declínio mental, podendo indicar o começo da doença. Veja quais são os cinco sintomas precoces de Alzheimer relacionados à fala para serem observados.

5 sintomas precoces de Alzheimer relacionados à fala

1 – Pausas, hesitações e imprecisões

A dificuldade em lembrar palavras específicas é um dos sinais mais reconhecíveis do adoecimento, podendo levar a pausas e hesitações frequentes e/ou longas. Uma pessoa com Alzheimer que demora a lembrar de uma palavra pode recorrer a uma descrição vaga, como chamá-la de “coisa” ou falar em torno da palavra esquecida. Por exemplo: uma pessoa com dificuldade para se lembrar da palavra gato pode dizer algo como “são animais de estimação… que miam e arranham… a vizinha tem um.”

2 – Falar sobre uma tarefa em vez de executá-la

Pessoas com Alzheimer podem ter dificuldade em concluir tarefas e, com isso, em vez de fazê-las, podem falar a respeito dos seus sentimentos em relação a essas atividades, além de expressar dúvidas ou mencionar habilidades do passado. Pode ser que elas digam algo como “Não tenho certeza se consigo fazer isso”, ou “Eu costumava ser bom nisso”, em vez de falar diretamente a respeito da tarefa.

3 – Usar palavras com o significado incorreto

Quem está com a doença em desenvolvimento pode tentar substituir uma palavra que não está conseguindo dizer, por algo relacionado a ela. Pensando no mesmo exemplo citado acima, em vez de “gato”, a pessoa pode usar um animal da mesma categoria, como “cachorro”.

Entretanto, nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, essas mudanças têm mais chance de estarem relacionadas a uma categoria mais ampla ou geral, como dizer “animal” em vez de “cachorro”.

4 – Dificuldade em encontrar as palavras certas

A doença também causa dificuldade para pensar em palavras, objetos ou coisas que pertencem a um grupo. Por isso, às vezes, isso é usado como um teste cognitivo para o diagnóstico.

Por exemplo, quem tem Alzheimer pode ter dificuldade para nomear coisas em uma categoria específica, como alimentos diferentes, partes distintas do corpo ou palavras que começam com a mesma letra. Isso vai ficando mais difícil conforme a doença progride, fazendo com que essas tarefas sejam cada vez mais desafiadoras.

5 – Menor variedade de palavras

Outro indicador mais sutil da Doença de Alzheimer é a tendência em usar uma linguagem mais simples, apostando em palavras comuns. Pessoas que possuem Alzheimer frequentemente repetem os mesmos verbos, substantivos e adjetivos, em vez de usarem um vocabulário mais amplo. Elas também podem usar “o”, “e” ou “mas” mais frequentemente para conectar as frases.

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Uma forma de identificar o Alzheimer precocemente é perceber mudanças no uso da linguagem, já que novos problemas de fala são um dos primeiros sinais de declínio mental, podendo indicar o começo da doença. (Imagem: Kampus/Pexels)

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Vasos oculares revelam sinais de demência precoce, indica estudo

Um novo estudo da Universidade de Otago, em colaboração com a Universidade da Virgínia, encontrou uma possível ligação entre alterações na retina e o risco de desenvolver demência.

A pesquisa, parte do Estudo Multidisciplinar de Saúde e Desenvolvimento de Dunedin — o mais longo da Nova Zelândia e um dos mais detalhados do mundo — revelou que certos padrões nos vasos sanguíneos da retina podem indicar risco precoce da doença.

Diagnosticar doenças cognitivas em estágios precoces é importante para conseguir tratamentos mais eficazes. O estudo foi publicado no Journal of Alzheimer’s Disease.

Descobertas do estudo

  • Os pesquisadores observaram que arteríolas mais estreitas, vênulas mais largas e camadas mais finas das fibras nervosas da retina estavam associadas a maior risco de demência, incluindo o Alzheimer.
  • A coautora Dra. Ashleigh Barrett-Young afirma que essas descobertas ajudam a montar um “quebra-cabeça” para a detecção precoce da doença, já que a retina está diretamente ligada ao cérebro.
  • “Fiquei surpresa ao ver que as vênulas estavam associadas a tantos domínios diferentes da doença de Alzheimer”, disse a médica.
Exames simples nos olhos podem revelar riscos neurológicos ainda invisíveis nos testes atuais (Imagem: Atthapon Raksthaput/Shutterstock)

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Sem motivo para alarde

Apesar do avanço, os cientistas alertam que os resultados ainda são preliminares e não devem causar pânico.

O objetivo é que, futuramente, exames oculares possam ser usados como ferramentas acessíveis para identificar sinais precoces de demência, complementando os testes atuais, que são caros ou pouco sensíveis nos estágios iniciais.

Contudo, as descobertas ainda são prematuras demais para serem aplicadas no mundo real.

“Espero que um dia possamos usar inteligência artificial em tomografias oculares para indicar a saúde cerebral de forma mais eficaz”, disse Barrett-Young. Até lá, as pesquisas continuam em busca de soluções mais acessíveis e precisas para diagnóstico precoce.

Alterações nos vasos oculares que podem sinalizar Alzheimer antes dos sintomas aparecerem (Imagem: Bhatakta Manav/Shutterstock)

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Anvisa aprova medicamento contra Alzheimer

O Alzheimer ainda não tem cura, mas um novo fármaco está um passo mais perto de retardar o avanço da doença. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na terça-feira (22) o registro do medicamento Kisunla (donanemabe), indicado para tratamento de comprometimento cognitivo e demência, sinais associados à doença.

O remédio já passou por testes em pacientes humanos e apresentou resultados importantes no tratamento. Ele já pode ser distribuído e utilizado em território nacional, com contraindicações.

Medicamento já é aprovado nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (Imagem: Saiful52/Shutterstock)

Anvisa aprovou medicamento para tratamento do Alzheimer

De acordo com o registro da Anvisa, o Kisunla (donanemabe) é ” indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo leve ou/e demência leve associados à doença de Alzheimer”.

O medicamento é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide, que forma placas no cérebro. Elas são uma das principais características da doença e estão associadas à perda de memória e problemas cognitivos. O donanemabe atua ligando esses aglomerados e os reduzindo, retardando a progressão do Alzheimer.

Veja como foram os testes:

  • O donanemabe passou por um estudo com 1.736 pacientes com Alzheimer em estágio inicial. Eles apresentavam comprometimento cognitivo leve e demência leve;
  • Cada paciente recebeu 700 miligramas da solução a cada quatro semanas nas três primeiras doses. Em seguida, 860 pacientes receberam 1.400 miligramas a cada quatro semanas e outros 876, placebo por até 72 semanas;
  • Segundo a Anvisa, na semana 76, os pacientes tratados com donanemabe tiveram progressão clínica melhor do que os tratados com placebo.
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Medicamento foca em retardar o avanço da doença (Imagem: Roman Bodnarchuk/Shutterstock)

Medicamento já pode ser distribuído, seguindo contraindicações

O medicamento já está autorizado para ser distribuído e utilizado no Brasil.

O donanemabe é contraindicado para pacientes fazendo uso de anticoagulantes, incluindo varfarina, ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) em ressonância magnética antes de iniciar o tratamento. No caso desses indivíduos, os riscos são maiores que os benefícios.

O produto é uma solução para diluição para infusão, comercializado em embalagem com 1 ampola de 20 ml. Cada ampola contém 350 miligramas de substância ativa do donanemabe.

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De acordo com a Anvisa, as reações mais comuns são relacionadas à infusão, como febre, dor de cabeça e sintomas parecidos com os da gripe.

A agência reforçou que está monitorando a segurança e eficácia do medicamento para Alzheimer, assim como qualquer outro.

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Vírus do herpes pode ter ligação com desenvolvimento de Alzheimer

Muita gente já teve herpes, mesmo sem saber: pequenas bolhas ao redor dos lábios, que somem e depois voltam.

Isso acontece porque o vírus permanece no corpo por toda a vida. Ele se esconde nos neurônios e, em momentos de estresse, baixa imunidade ou mudanças hormonais, pode se reativar, causando novas lesões.

O vírus do herpes é capaz de infectar não só a pele, mas também células nervosas e do sistema imune. Uma vez dentro do sistema nervoso, ele entra em estado latente — inativo, mas presente — podendo “acordar” anos depois.

Existem vários tipos de vírus herpes: herpes simples (tipos 1 e 2), varicela-zóster, Epstein-Barr, citomegalovírus, entre outros. Eles são muito comuns — estima-se que mais de 80% da população já tenha entrado em contato com algum deles.

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O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva, que causa perda de memória e outras funções cognitivas.

Ainda não há cura, e as causas não são totalmente conhecidas. No entanto, estudos sugerem que infecções crônicas — como a causada pelo herpes simplex tipo 1 — podem estar relacionadas ao desenvolvimento da doença.

Herpes pode ser peça-chave no combate ao Alzheimer – Imagem: Kim Kuperkova/Shutterstock

Pesquisas encontraram DNA do vírus herpes em cérebros de pacientes com Alzheimer, especialmente em áreas afetadas por placas de β-amiloide, um dos principais marcadores da doença. Além disso, pessoas com predisposição genética são mais vulneráveis tanto ao Alzheimer quanto à reativação do herpes.

Modelos com animais mostraram que infecções por herpes podem causar inflamação cerebral, acúmulo de proteínas tóxicas e danos semelhantes aos observados no Alzheimer.

Tratamentos antivirais e vacinas

  • Estudos preliminares indicam que medicamentos antivirais, como o aciclovir, podem reduzir a inflamação cerebral e a formação de placas associadas ao Alzheimer, pelo menos em modelos laboratoriais.
  • Ainda são necessários testes clínicos mais amplos em humanos.
  • Além disso, um estudo recente mostrou que a vacinação contra herpes-zóster em idosos pode reduzir o risco de demência em até 20%.
  • O efeito foi mais evidente em mulheres. A explicação pode estar na prevenção da reativação do vírus e da inflamação crônica no cérebro.

Uma nova linha de investigação

Ainda que não exista uma prova definitiva de que o herpes cause Alzheimer, há cada vez mais indícios de que infecções virais e a resposta inflamatória que elas provocam no cérebro podem contribuir para o avanço da doença — especialmente em pessoas geneticamente mais vulneráveis.

Essa possível relação entre infecção e neurodegeneração abre caminho para novas pesquisas, que podem levar a terapias mais eficazes, baseadas em antivirais, vacinas e medicamentos anti-inflamatórios.

As informações desta reportagem constam em um artigo escrito por Ignacio López-Goñi, especialista em microbiologia na Universidade de Navarra, publicado no site The Conversation.

Cérebro se desfazendo
Pesquisadores investigam como infecções antigas e silenciosas podem contribuir para o declínio cognitivo (Imagem: Naeblys/Shutterstock)

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Mapa 3D inédito pode revolucionar a compreensão do cérebro

Cientistas dos Estados Unidos criaram um mapa cerebral 3D com detalhes nunca vistos antes de um mamífero. Na imagem, é possível observar cerca de 75.000 neurônios identificados a partir do córtex de um camundongo.

O diagrama faz parte do programa MICrONS, coordenado por laboratórios do Instituto Allen de Ciência do Cérebro, da Universidade de Princeton e da Faculdade de Medicina Baylor. 

A iniciativa busca “revolucionar o aprendizado de máquina por meio da engenharia reversa dos algoritmos do cérebro”. Assim, os dados podem fornecer novos insights sobre como funciona o órgão do sistema nervoso central que controla a maioria das atividades do corpo.

Pesquisadores tiraram fotos em alta resolução de cada fatia usando microscópios eletrônicos (Imagem: MICrONS/Reprodução)

Como foi feito o mapa?

O tecido analisado é menor que um grão de areia e foi reconstruído para melhorar a compreensão da inteligência, da consciência e de condições neuronais como Alzheimer, Parkinson, autismo e esquizofrenia.

A equipe usou microscópios especializados para registrar a atividade cerebral na região-alvo enquanto o animal assistia a vários filmes e clipes do YouTube. Depois, o milímetro cúbico do cérebro foi fatiado em 25.000 camadas, cada uma com 1/400 da largura de um fio de cabelo humano.

A partir daí, os pesquisadores tiraram fotos em alta resolução de cada fatia usando microscópios eletrônicos. Por fim, a reconstrução das células foi possível a partir do uso de inteligência artificial e aprendizado de máquina.

“Há todos os tipos de regras de conexão que conhecíamos de várias áreas da neurociência e, dentro da reconstrução em si, podemos testar as teorias antigas e esperar encontrar coisas novas que ninguém jamais viu antes”, disse o Dr. Clay Reid, pesquisador sênior e neurobiólogo do Instituto Allen, ao jornal The Guardian.

Milímetro cúbico do cérebro foi fatiado em 25.000 camadas (Imagem: MICrONS/Reprodução)

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Novas descobertas

Os cientistas descobriram que as células inibitórias – aquelas que suprimem a atividade neural – são altamente seletivas, criando uma espécie de cooperação, e não funcionam como uma simples força que amortece a ação de outras células.

“Estamos descrevendo uma espécie de mapa do Google ou planta baixa desse grão de areia. No futuro, poderemos usar isso para comparar a fiação cerebral de um camundongo saudável com a fiação cerebral de um modelo de doença”, afirmou o Dr. Nuno da Costa, pesquisador associado do Instituto Allen, ao jornal.

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