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Missão espacial inédita da China envia primeira imagem à Terra

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a China deu um novo passo na exploração espacial ao lançar a sonda Tianwen-2, sua primeira missão para coletar amostras de um asteroide. O lançamento foi no dia 28 de maio, às 14h31 (pelo horário de Brasília), usando um foguete Longa Marcha 3B, que decolou do centro espacial de Xichang.

Na última sexta-feira (6), a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) divulgou a primeira imagem enviada à Terra pela missão, que já está operando bem, a mais de três milhões de quilômetros daqui, de acordo com um comunicado da agência. Até então, só haviam sido disponibilizadas ilustrações digitais. 

Obtido por uma câmera de engenharia a bordo, o registro mostra parte da nave com um de seus painéis solares circulares. Esses painéis se parecem com os que foram instalados na missão Lucy, lançada pela NASA rumo aos asteroides troianos de Júpiter em outubro de 2021.

Um dos painéis solares da sonda Tianwen 2, fotografado por uma câmera de engenharia a bordo da espaçonave em 6 de junho de 2025. Crédito: CNSA

Coletar amostra de asteroide é apenas a primeira etapa da missão

A sonda Tianwen-2 foi enviada para estudar o asteroide 469219 Kamoʻoalewa, que fica a cerca de 16 milhões de quilômetros da Terra. A nave deve chegar até ele em julho de 2026 e entregar amostras para a Terra em novembro de 2027.

Após essa etapa, a missão vai continuar. Usando a força gravitacional do nosso planeta, a espaçonave será redirecionada para o cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, onde investigará o cometa 311P/PANSTARRS ao longo de cerca de seis anos.

Imagen do Telescópio Espacial Hubble, da NASA, mostra um conjunto nunca antes visto de seis caudas semelhantes a cometas irradiando de um corpo no cinturão de asteroides denominado P / 2013 P5 ou Cometa 311P / PANSTARRS. Crédito: NASA, ESA e D. Jewitt (UCLA)

Tianwen-2 não será a primeira experiência chinesa com asteroides. Em 2012, a sonda Chang’e 2 sobrevoou o asteroide Toutatis após mapear a Lua. O país também já realizou missões de coleta de amostras: a Chang’e 5 trouxe material do lado visível da Lua, em 2020, e a Chang’e 6 coletou amostras inéditas do lado oculto, em 2024.

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Esta é a segunda missão planetária da China. A primeira chegou a Marte em 2020 com o orbitador Tianwen-1 e o rover Zhurong, que estão em operação até hoje. O país já planeja a Tianwen-3, que vai tentar trazer amostras do solo marciano em 2028, e a Tianwen-4, prevista para 2030, com destino às luas de Júpiter – com um sobrevoo de Urano incluso.

Representação gráfica da sonda Tianwen-2 examinando o asteroide Kamoʻoalewa, primeiro alvo da missão. Crédito: CNSA

Com a missão Tianwen-2, a China pode se tornar o terceiro país a trazer amostras de asteroides para a Terra, depois do Japão, com as missões Hayabusa, e dos EUA, com a OSIRIS-REx.

O asteroide Kamoʻoalewa, alvo da missão, tem entre 40 e 100 metros de diâmetro. Ele é considerado um “quase-satélite” da Terra porque segue uma trajetória próxima ao nosso planeta. Segundo a NASA, há suspeitas de que ele seja um fragmento da própria Lua.

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China lança missão inédita para coletar amostras de asteroide

Nesta quarta-feira (28), a China deu um novo passo na exploração espacial ao lançar a sonda Tianwen-2, sua primeira missão para coletar amostras de um asteroide

O lançamento foi feito com um foguete Longa Marcha 3B, a partir do centro espacial de Xichang. A decolagem aconteceu às 14h31, no horário de Brasília, e foi considerada um “sucesso completo” pelas autoridades chinesas, segundo um comunicado.

O objetivo da missão Tianwen-2 é alcançar o asteroide 469219 Kamoʻoalewa, um corpo celeste que fica relativamente perto da Terra, a cerca de 16 milhões de quilômetros. A chegada ao asteroide está prevista para julho de 2026. A espaçonave deve coletar amostras e trazê-las de volta à Terra em uma cápsula que pousará em novembro de 2027.

Cumprida essa etapa, a sonda continuará sua viagem, usando a gravidade da Terra para seguir até o cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, onde estudará o cometa 311P/PANSTARRS. Essa parte da jornada deve levar, ao todo, seis anos para ser concluída. 

Ilustração digital da sonda de asteroides e cometas Tianwen-2 voando perto da Terra. Crédito: CNSA

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Asteroide a ser examinado pela China pode ser um pedaço da Lua

Trata-se da segunda grande missão chinesa de exploração do espaço profundo. A primeira foi para Marte, levando um orbitador e um robô que explora a superfície desde 2021. A China já planeja a Tianwen-3, que vai tentar trazer amostras do solo marciano em 2028, e a Tianwen-4, prevista para 2030, com destino às luas de Júpiter – com um sobrevoo de Urano incluso.

Representação gráfica da sonda Tianwen-2 examinando o asteroide Kamoʻoalewa, primeiro alvo da missão. Crédito: CNSA

Com a missão Tianwen-2, a China pode se tornar o terceiro país a trazer amostras de asteroides para a Terra, depois do Japão, com as missões Hayabusa, e dos EUA, com a OSIRIS-REx.

O asteroide Kamoʻoalewa, alvo da missão, tem entre 40 e 100 metros de diâmetro. Ele é considerado um “quase-satélite” da Terra porque segue uma trajetória próxima ao nosso planeta. Segundo a NASA, há suspeitas de que ele seja um fragmento da própria Lua.

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Rochas trazidas de Marte colocam em risco a vida na Terra?

Em 2017, o filme “Vida” trouxe a história de seis astronautas que são surpreendidos pela primeira forma de vida encontrada fora da Terra. A equipe coletou amostras no solo de Marte e realizou as análises dentro da estação espacial. Mal sabiam eles que a criatura ganharia capacidades inimagináveis — e um desfecho trágico.

É coisa de cinema, sim, mas que não está tão longe assim de ser realidade. A preocupação com possíveis efeitos colaterais de amostras coletadas em Marte existe. E motivou uma equipe da Universidade de Tóquio (Japão) a criar métodos para detectar vida.

O momento não poderia ser melhor, já que as agências espaciais planejam trazer rochas de Marte para a Terra para estudo nos próximos anos. A NASA, por exemplo, anunciou, recentemente, iniciativas para o Mars Sample Return, que buscam designs inovadores para reduzir o custo, o risco e a complexidade da missão, prevista para a década de 2030.

Amostras de Marte são coletadas pelo robô Rover (Imagem: Divulgação/NASA)

O cuidado não se restringe à Marte: na época do programa Apollo, os astronautas que pisaram em solo lunar passavam por procedimentos de descontaminação e, até mesmo, quarentenas, só por precaução.

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Descobrindo vida em Marte

O método criado pelo Departamento de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade de Tóquio teve como base rochas antigas ricas em micróbios da Terra, análogas às rochas de Marte que deverão ser trazidas pelos astronautas.

“Nós criamos a espectroscopia óptica fototérmica infravermelha (O-PTIR), que teve sucesso onde outras técnicas não tinham precisão ou exigiam muita destruição das amostras”, explica o professor associado Yohey Suzuki, que participou da pesquisa.

O equipamento lança luz infravermelha sobre amostras com camadas externas removidas e cortadas em fatias. Embora ligeiramente destrutivo, ele deixa bastante material intacto para outros tipos de análises, segundo o cientista.

Análise de rochas com o método O-PTIR (Imagem: Reprodução)

Um laser verde, então, capta sinais da amostra onde foi exposta à luz infravermelha. Com isso, os pesquisadores podem obter imagens de detalhes tão pequenos quanto meio micrômetro, o suficiente para discernir quando uma estrutura é parte de algo vivo.

“Demonstramos que nosso novo método pode detectar micróbios de rochas basálticas de 100 milhões de anos. Mas precisamos estender a validade do instrumento para rochas basálticas mais antigas, com cerca de dois bilhões de anos, semelhantes às que o rover Perseverance em Marte já coletou”, ponderou Suzuki.

A técnica foi avaliada pelo Comitê Internacional de Pesquisa Espacial (COSPAR, na sigla em inglês), que desenvolveu um conjunto de protocolos para aqueles envolvidos na obtenção, transporte e análise de rochas de Marte com o objetivo de evitar contaminação.

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