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Fungo que vive na nossa pele cria antibiótico poderoso

Uma molécula produzida por um fungo que vive na pele humana pode ajudar a criar um antibiótico contra um patógeno responsável por meio milhão de hospitalizações anualmente nos Estados Unidos. 

De acordo com o estudo da Universidade do Oregon publicado na Current Biology, a levedura conhecida como Malassezia devora óleo e gorduras da pele humana para produzir ácidos graxos que eliminam seletivamente o Staphylococcus aureus.

Uma em cada três pessoas tem Staphylococcus aureus inofensivamente alojado no nariz, mas a bactéria pode causar complicações em feridas abertas, escoriações e cortes. É a principal causa das chamadas infecções estafilocócicas, que ocorrem em tecidos moles. 

Staphylococcus aureus: Bactérias Gram-positivas em placas de ágar sangue (Imagem: Md Ariful Islam/iStock)

Como foi feita a pesquisa?

  • Os pesquisadores analisaram amostras de pele humana de doadores saudáveis e realizaram experimentos com células da pele em laboratório;
  • Eles descobriram que a espécie fúngica Malassezia sympodialis transformava lipídios do hospedeiro em ácidos graxos hidroxilados antibacterianos;
  • Esses ácidos graxos agiram como detergentes, destruindo as membranas do Staphylococcus aureus e causando o vazamento de seu conteúdo interno;
  • O ataque impediu a colonização do Staphylococcus aureus na pele e, por fim, matou a bactéria em apenas 15 minutos.

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Fungos microscópicos Malassezia, com células de levedura e hifas (Imagem: Md Ariful Islami/iStock)

Fungo não é solução mágica

Após um longo período de exposição, no entanto, as bactérias estafilococos se tornam tolerantes ao fungo — como geralmente acontece quando há excesso de antibióticos clínicos.

Os pesquisadores, então, analisaram a genética do patógeno e descobriram uma mutação no gene Rel, que ativa a resposta bacteriana ao estresse. Isso evidencia que o ambiente hospedeiro de uma bactéria e as interações com outros micróbios podem influenciar sua suscetibilidade a antibióticos.

“Há um interesse crescente na aplicação de micróbios como terapêutica, como a adição de bactérias para impedir o crescimento de um patógeno”, disse Caitlin Kowalski, pesquisadora de pós-doutorado na UO que liderou o estudo. “Mas isso pode ter consequências que ainda não compreendemos completamente. Embora saibamos que os antibióticos levam à evolução da resistência, isso não tem sido considerado quando pensamos na aplicação de micróbios como terapêutica.”

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Bactéria “comedora de carne” está mais resistente a antibióticos

Os casos de infecções por uma bactéria “comedora de carne” mais que dobraram nos Estados Unidos, de acordo com um estudo que avaliou o cenário entre 2012 e 2022. A pesquisa também mostrou que o estreptococo tornou-se resistente a antibióticos comuns.

O levantamento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) engloba cerca de 35 milhões de americanos em 10 estados: Califórnia, Colorado, Geórgia, Maryland, Oregon, Nova York, Novo México, Tennessee, Connecticut e Minnesota.

A bactéria Streptococcus pyogenes pode desencadear fasceíte necrosante, uma doença devoradora de carne, bem como a síndrome do choque tóxico, uma infecção semelhante à sepse que pode desencadear falência de órgãos.

Levantamento foi feito pelo CDC em 10 estados americanos (Imagem: hapabapa/iStock)

Descobertas da pesquisa

  • A prevalência de estreptococos mais que dobrou, de 3,6 por 100.000 pessoas para 28,2 por 100.000 pessoas;
  • No total, os casos anuais aumentaram de 1.082 em 2013 para 2.759 em 2022;
  • Pessoas em instituições de longa permanência, como asilos, tiveram quase o dobro do risco de morrer devido à infecção (17,7% dos casos);
  • Ao longo de 10 anos, as cepas mais raras que causam infecção aumentaram de 0,3% para 26,9%, incluindo as que desencadeiam infecções carnívoras;
  • A resistência antimicrobiana aumentou, particularmente em resposta à clindamicina e macrolídeos (de 12,7% para 33,1%) e à tetraciclina (16,2% para 45,1%);
  • Todas as cepas ainda são tratadas com β-lactâmicos, como penicilina e ampicilina.
CDC defende nova modelagem epidemiológica para rastrear a resistência antimicrobiana (Imagem: Md Ariful Islam/iStock)

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O que aprenderam com o estudo?

O CDC defendeu pesquisas para uma vacina contra as doenças, melhor acesso ao tratamento de feridas e uma nova modelagem epidemiológica para rastrear a resistência antimicrobiana.

“A vigilância contínua para monitorar a carga da doença, a distribuição das cepas e a resistência antimicrobiana é essencial. Uma melhor compreensão dos fatores que impulsionam a transmissão de GAS e o aumento da incidência da doença pode orientar os esforços de prevenção e controle antes da disponibilidade de uma vacina licenciada.”

A contaminação por estreptococo se dá por meio de gotículas no ar de uma pessoa infectada ao tossir, espirrar ou falar. Também é possível se infectar tocando em superfícies contaminadas, seja maçanetas a lesões na pele, ou compartilhando utensílios.

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Microplásticos podem fortalecer superbactérias, revela estudo

Os microplásticos já foram identificados em praticamente todos os órgãos humanos, podendo gerar graves problemas de saúde. Este pequenos materiais de menos de cinco milímetros também se espalham pela natureza, em rios, oceanos e até no solo.

Mas os riscos relacionados a estas partículas podem ser ainda maiores. Um novo estudo aponta que eles podem estar contribuindo para a proliferação de superbactérias resistentes a antibióticos. Isso acontece porque os microplásticos são excelentes hospedeiros para biofilmes criados por bactérias para se protegerem.

Resistência aos antibióticos pode aumentar até milhares de vezes

Os cientistas explicam que os biofilmes são estruturas tridimensionais protetoras criadas por bactérias a partir de seus próprios resíduos. Esta gosma pegajosa permite que os organismos continuem vivos, prosperem e se repliquem com segurança.

Embora muitas superfícies possam hospedar biofilmes, como a placa nos nossos dentes, os plásticos fornecem uma ligação especialmente forte que atrai as bactérias mais prolíficas. Eles funcionam tão bem que, segundo os pesquisadores, podem aumentar a resistência aos antibióticos de centenas a milhares de vezes acima do normal.

Pesquisadores alertam que microplásticos podem ajudar na proliferação de superbactérias (Imagem: suhtterstock/Lightspring)

O trabalho analisou biofilmes em microplásticos e vidro criados por E. coli, uma bactéria potencialmente perigosa que pode causar diarreia e dor de estômago. Em tubos de ensaio no laboratório, os pesquisadores expuseram esses biofilmes a quatro antibióticos amplamente utilizados: ciprofloxacina, doxiciclina, fluoroquinolona e ampicilina.

Quando os biofilmes de E. coli estavam em microplásticos, eles cresceram mais rápido, ficando maiores e mais resistentes a antibióticos do que os biofilmes que cresciam em esferas de vidro. Além disso, as bactérias E. coli cultivadas em microplásticos mantiveram sua capacidade de formar biofilmes mais fortes mesmo quando removidas daquele ambiente. O estudo foi publicado na revista Applied Environmental and Microbiology.

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Presença dos pequenos plásticos já é preocupante (Imagem: SIVStockStudio/Shutterstock)

Riscos dos microplásticos

  • Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
  • Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
  • Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
  • Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
  • Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
  • Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sanguecérebrocoração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
  • Embora os impactos à saúde humana ainda não sejam totalmente conhecidos, experimentos indicam que as substâncias podem ser consideradas um fator ambiental para a progressão de doenças, como o Parkinson.
  • Recentemente, estudos sugeriram que a exposição aos microplástiscos pode, inclusive, afetar a produção de espermatozoides nos testículos, contribuindo para o declínio da fertilidade.

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Eureka! Descobrimos um ‘novo’ sistema imunológico no corpo humano

Pesquisadores israelenses anunciaram uma descoberta que pode revolucionar o combate a infecções. Além disso, a novidade pode ser uma grande notícia na luta contra o crescente problema das superbactérias.

A equipe localizou uma nova parte do sistema imunológico, até então desconhecida, com grande capacidade de gerar antibióticos em potencial. De acordo com os cientistas, esta é uma parte do corpo conhecida por reciclar proteínas, mas que também pode expelir um arsenal de produtos químicos que matam bactérias.

Estrutura presente em todas as células pode matar as bactérias

  • Segundo os pesquisadores, a descoberta se concentra no proteassoma, uma pequena estrutura encontrada em todas as células do corpo.
  • Seu principal papel é cortar proteínas velhas em pedaços menores para que possam ser recicladas para fazer novas.
  • No entanto, os cientistas descobriram que ela também é capaz de detectar quando uma célula foi infectada por bactérias.
  • Quando isso acontece, o proteassoma muda de estrutura e função.
  • Ele começa a transformar proteínas velhas em armas que podem rasgar a camada externa de bactérias para matá-las.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Nature.
Proteassoma pode ser capaz de matar bactérias dentro do corpo humano (Imagem: wildpixel/iStock)

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Antibióticos naturais apresentaram resultados promissores

Os pesquisadores israelenses comemoram a descoberta. Segundo eles, a ciência não sabia exatamente o que acontecia no proteassoma. Agora, foi desvendado um novo mecanismo de imunidade que nos permite ter uma defesa contra infecções bacterianas.

Os cientistas ainda destacam que está processo “está acontecendo em todo o nosso corpo em todas as células e gera uma nova classe de antibióticos naturais em potencial”. Estes produtos foram testados em bactérias que crescem em laboratório e em camundongos com pneumonia e sepse, apresentando resultados semelhantes aos de antibióticos já conhecidos.

Descoberta gera uma nova classe de antibióticos naturais em potencial (Imagem: Fahroni/Shutterstock)

Apesar dos resultados divulgados, os próprios pesquisadores alertam que ainda são necessários mais estudos para confirmar a eficácia e segurança do uso destes antibióticos naturais. Isso significa que ainda deve levar algum tempo para termos certeza do potencial desta descoberta.

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