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Esqueletos desafiam o que sabemos sobre as Pirâmides do Egito

As Pirâmides do Egito são um dos monumentos mais famosos da antiguidade. E apesar de terem sido estudadas por décadas, estas incríveis estruturas ainda podem guardar alguns segredos, como revela um novo trabalho.

Pesquisadores fizeram uma descoberta no sítio arqueológico de Tombos, no atual Sudão, que pode mudar a história que conhecemos. Trata-se de esqueletos que não pertenciam aos mais poderosos e ricos da sociedade antiga.

Esqueletos intrigam pesquisadores

  • Localizada no norte do Sudão, Tombos foi capturada pelos antigos egípcios há 3.500 anos.
  • Este era o período de domínio dos faraós, quando a nobreza ainda costumava enterrar os seus mortos nas pirâmides.
  • Em tombos, foram encontradas ruínas de ao menos cinco construções feitas de tijolos de barro.
  • E nelas foram localizados esqueletos que não pertencem aos mais abastados, como se imaginava ser a tradição.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado no Journal of Anthropological Archaeology.
Pirâmides podem ter abrigado também pessoas de classes sociais inferiores (Imagem: Guenter Albers/Shutterstock)

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Restos mortais podem ser de servos

Análises feitas nos ossos revelaram que aqueles eram os restos mortais de pessoas extremamente ativas. Isso indica que eles seriam trabalhadores, o que revolucionaria a noção de que apenas os mais ricos tinham direito aos enterros nas tumbas de pirâmides.

No entanto, alguns cientistas contestam esta conclusão. Foram levantadas teorias de que seriam restos de nobres que decidiram manter a forma como reforço de seu status, mas há muita evidência de que os padrões das elites eram estritamente diferentes dos plebeus.

Restos mortais e outros objetos encontrados em pirâmides egípcias (Imagem: Journal of Anthropological Archaeology)

Outra explicação, sugerida pela própria equipe responsável pela descoberta, seria de que os servos poderiam ter sido enterrados com seus mestres para servi-los no além vida. Os egípcios antigos acreditavam precisar de servos na vida após a morte, mas usavam pequenas figuras enterradas consigo, chamadas ushabits, e não servos humanos.

Neste caso, os servos poderiam ter sido enterrados como um “plano B”. De qualquer forma, não se sabe ao certo o que estes esqueletos revelam, sendo necessários mais estudo para tirarmos qualquer tipo de novas conclusões.

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Descoberta de nova tumba real reacende mistérios sobre Tutmósis II

Em achado que remete aos tempos de Howard Carter e do túmulo de Tutancâmon, egiptólogos desenterraram uma tumba real decorada na região de Luxor, a oeste do icônico Vale dos Reis. Trata-se do primeiro local desse tipo descoberto em mais de um século.

Tumba milenar e a identidade do faraó

  • Fragmentos de cerâmica e vestígios diversos encontrados no amplo espaço subterrâneo indicam que a tumba pertencia a Tutmósis II, jovem faraó que morreu prematuramente há mais de três mil anos;
  • Esse é o último túmulo não identificado dos descendentes conhecidos da 18ª Dinastia, época marcada pelo apogeu do poder e das ambições imperialistas egípcias;
  • A descoberta também ajuda os estudiosos a delimitar o período em que os antigos egípcios passaram a enterrar seus reis no Vale dos Reis, logo após a morte de Tutmósis II.

Os arqueólogos afirmam, com convicção, a autoria do túmulo em relação ao faraó, baseando-se em fragmentos de alabastro inscritos que revelam que sua esposa e meia-irmã, Hatshepsut — que viria a se tornar a mais influente governante feminina da história do Egito — foi a responsável pela construção da câmara funerária em sua homenagem.

Esse é o último túmulo não identificado dos descendentes conhecidos da 18ª Dinastia (Imagem: Divulgação/Ministry of Tourism and Antiquities)

Elementos, como um teto ornamentado com estrelas amarelas sobre fundo azul e a descoberta de um texto religioso reservado aos reis, reforçaram essa conclusão, conforme explica Trent Hugler, egiptólogo da Universidade de Oxford (Inglaterra), que não participou da descoberta, ao The Wall Street Journal.

Anunciada no mês passado, a descoberta é fruto de colaboração entre o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito e a New Kingdom Research Foundation, ligada à Universidade de Cambridge (Inglaterra).

Entretanto, o mistério se aprofunda: todos os pertences e móveis que acompanhariam Tutmósis II no sepultamento, assim como o próprio corpo, desapareceram do local.

Sinais de danos causados pela água e o completo esvaziamento dos itens funerários sugerem que, durante uma inundação, o conteúdo da tumba foi transferido para novo local, e não saqueado por ladrões, explica Piers Litherland, chefe da New Kingdom Research Foundation.

“Quando a tumba foi inundada, seus itens foram removidos para outro túmulo, que ainda não encontramos“, afirmou Litherland. Reenterramentos como esse não eram incomuns na antiguidade, segundo Hugler.

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Dúvida sobre verdadeira múmia de Tutmósis II

A localização do corpo de Tutmósis II ainda gera controvérsias. Uma múmia exposta no Museu Nacional da Civilização Egípcia, no Cairo (Egito), descoberta em 1881, é tradicionalmente atribuída ao faraó.

Contudo, alguns estudiosos argumentam que o indivíduo, que faleceu entre os 30 e 40 anos, aparenta ter idade incompatível com Tutmósis II, que teria ascendido ao trono na adolescência e governado por apenas alguns anos.

Apesar de um representante do museu afirmar que uma inscrição no sudário confirma a identidade do monarca, Hugler aponta que o nome está grafado incorretamente, sugerindo que o corpo pode ter sido rotulado erroneamente por antigos sacerdotes.

Fragmentos de alabastro inscritos revelariam que esposa e meia-irmã de Tutmósis II foi a responsável pela construção da câmara funerária em sua homenagem (Imagem: Divulgação/Ministry of Tourism and Antiquities)

Diversos especialistas acreditam que ainda existe um segundo túmulo de Tutmósis II, possivelmente contendo os artefatos funerários transferidos do local recém-descoberto.

Litherland deposita esperança na localização desse sepultamento, prevendo que o corpo também esteja lá. “Espero que possamos esclarecer essas dúvidas com novas evidências. Esse é o foco de nossas investigações atualmente”, concluiu.

A descoberta não só enriquece o panorama da história egípcia, mas, também, instiga novas pesquisas sobre os rituais de sepultamento e as dinâmicas de reenterramento praticadas na antiguidade.

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