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NASA pode obter amostra de antigo oceano de magma em cratera na Lua

Uma antiga cratera na Lua pode conter pistas sobre as camadas profundas e o passado geológico do nosso satélite natural. Localizada no polo sul, a Bacia do Polo Sul-Aitken (SPA) tem cerca de 2.500 km de diâmetro e foi formada por um impacto violento há aproximadamente 4,3 bilhões de anos.

Cientistas acreditam que esse choque perfurou a crosta lunar e expôs o material do manto, camada abaixo da superfície. Também há sinais de um antigo oceano de magma em processo de cristalização, que pode ter sido atingido diretamente.

Dados de elevação mostram a Bacia do Polo Sul lunar-Aitken, a maior e mais antiga cratera de impacto da Lua, em azul e roxo. Crédito: NASA / GSFC / Universidade do Arizona

A descoberta foi apresentada pelo geofísico Jeff Andrews-Hanna, da Universidade do Arizona, durante uma conferência nos EUA. Segundo o site Space.com, ele disse na ocasião que a cratera oferece a chance rara de estudar material primordial da Lua.

A hipótese poderá ser testada por futuras missões lunares, como as do Programa Artemis, da NASA, que deve levar astronautas ao polo sul da Lua até 2027. O objetivo é coletar amostras e trazê-las à Terra para análises mais detalhadas.

Trajetória do impacto surpreende cientistas

Ao estudar a forma da cratera, os pesquisadores perceberam que ela não é perfeitamente circular, mas ligeiramente alongada. Isso indica que o objeto colidiu em um ângulo oblíquo, provavelmente vindo do sul.

Essa direção do impacto contraria teorias anteriores, que sugeriam uma trajetória do norte para o sul. A forma alongada da bacia e a distribuição de material ao redor foram as pistas principais para essa nova interpretação.

No lado norte da cratera, há acúmulo de crosta mais espessa, o que pode indicar que o material foi empurrado naquela direção após o choque. No entanto, os cientistas focaram na forma geral da cratera para entender o movimento original.

A descoberta exigiu uma nova forma de olhar para dados já existentes. Segundo Andrews-Hanna, a interpretação anterior não levava em conta a geometria total da bacia.

A Bacia do Polo Sul-Aitken se estende entre a cratera Aitken e o polo sul da Lua – daí o nome. A imagem acima destaca o quanto esse antigo evento de impacto afetou o lado oculto do satélite. Crédito: NASA / GSFC / Universidade do Arizona

Lua teve um oceano de magma

Logo após sua formação, a Lua passou por um período em que estava quase toda derretida. Esse “oceano de magma” cobria grande parte do satélite e começou a se solidificar com o tempo.

Os minerais mais leves, como o plagioclásio, flutuaram e formaram a crosta. Já os mais pesados afundaram, formando o manto e o núcleo. O restante do magma, rico em elementos como potássio, fósforo e tório, ficou concentrado no meio.

Esses elementos, chamados de KREEP (contração das siglas), são importantes para entender como a Lua se formou. O impacto que criou a SPA pode ter trazido parte desse material à superfície.

Observações anteriores já haviam detectado tório na região da cratera, o que reforça a ideia de que o impacto expôs camadas internas da Lua.

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Vestígios do manto podem estar acessíveis

A nova análise identificou um trecho rico em tório no sudoeste da bacia. Isso sugere que parte do material do oceano de magma pode ter escorrido pela crosta rachada e ficado exposto.

Os cientistas compararam esse achado com outra região lunar chamada Terreno Procellarum KREEP (PKT), também rica em elementos do manto. Antes se pensava que a SPA havia empurrado material para formar o PKT. Agora, a hipótese é que o PKT surgiu depois, enquanto a SPA revelou uma parte mais antiga da Lua. Isso altera a sequência dos eventos geológicos do satélite.

Amostras do PKT já foram trazidas por missões como as Apollo e a Chang’e 5. Em 2024, a missão chinesa Chang’e 6 retornou com material da própria bacia do Polo Sul-Aitken.

Artemis III pode resolver o mistério

A missão Artemis III, da NASA, tem como destino justamente o polo sul lunar. Se astronautas conseguirem coletar rochas da região da SPA, será possível determinar sua idade exata.

Isso ajudará a saber quando o oceano de magma existiu e por quanto tempo durou sua cristalização. Segundo os pesquisadores, essas informações são essenciais para entender a história da Lua.

O impacto que criou a bacia SPA pode ter sido um dos últimos eventos importantes no resfriamento do satélite. Ao datar esse momento, os cientistas poderão montar um retrato mais completo do passado lunar. “Esperamos que essas amostras confirmem a idade da bacia”, disse Andrews-Hanna. “Isso nos dirá quando o oceano de magma chegou ao fim”.

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NASA: como o robusto corte de gastos de Trump vai remodelar a missão Artemis

Como o Olhar Digital noticiou nesta sexta-feira (2), o presidente Donald Trump anunciou corte histórico no orçamento da NASA. Isso vai impactar todos os programas em andamento na agência espacial estadunidense, incluindo o Artemis.

Como você já deve saber, o Artemis quer levar os humanos à Lua décadas após o fim das missões Apollo, a única missão que realizou tal feito.

Futuro dessa e de outras missões é incerta; o traje lunar acima poderá entrar no corte de gastos? (Imagem: Divulgação/Axiom Space)

Várias etapas foram programadas e denominadas como Artemis 1, Artemis 2 e a Artemis 3 será a responsável por nos levar de volta ao nosso satélite natural, programado para 2027.

Só que, com o corte de gastos do governo Trump, o programa lunar passará por profundas remodelações, o que pode alterar prazos e quantidade de equipamentos e demais itens enviados à Lua, por exemplo.

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Trump cortou o orçamento da NASA; e como fica a missão Artemis?

  • O plano orçamentário para 2026 sugere o abandono dos principais componentes do programa Artemis e corte histórico de quase 25% no financiamento da NASA;
  • A proposta ainda precisa de aprovação pelo Congresso e eliminaria, gradualmente, o foguete SLS e a cápsula Orion após apenas mais duas missões, além de cancelar imediatamente a estação espacial lunar Gateway;
  • O documento justifica essas medidas citando os custos excessivos do SLS: “US$ 4 bilhões [R$ 22,62 bilhões, na conversão direta] por lançamento e 140% acima do orçamento“;
  • Em substituição aos sistemas atuais, a Casa Branca pretende investir em “sistemas comerciais mais econômicos” para futuras missões lunares, possivelmente desenvolvidos por SpaceX (de Elon Musk) e Blue Origin (de Jeff Bezos), empresas que já trabalham em módulos lunares para o programa Artemis;
  • Até o momento, o SLS e Orion realizaram apenas uma missão conjunta — o Artemis 1, que enviou uma cápsula Orion não tripulada à órbita lunar em 2022;
  • Caso a proposta seja aprovada, apenas as missões Artemis 2 (prevista para 2026) e Artemis 3 seriam mantidas.

Segundo o documento orçamentário, essas medidas visam alinhar os recursos com “os objetivos do governo de retornar à Lua antes da China e colocar um homem em Marte“.

Donald Trump em uma mesa falando e gesticulando
Trump quer focar em Marte e na Lua (Imagem: Hasbul Aerial Stock/Shutterstock)

Boeing e NASA pausam desenvolvimento do avião experimental X-66

O ambicioso projeto da NASA em parceria com a Boeing para desenvolver um avião com asas ultrafinas e sustentação em treliça foi interrompido. O modelo experimental X-66, também conhecido como Transonic Truss-Braced Wing (TTBW), teve seu desenvolvimento suspenso, e os esforços agora serão direcionados exclusivamente a testes em solo.

Embora o anúncio oficial trate a decisão como uma “pausa”, a medida indica que o demonstrador físico da aeronave, baseado em um McDonnell Douglas MD-90 modificado, não será mais construído. A iniciativa tinha como objetivo estudar formas de atingir emissões líquidas zero na aviação, além de melhorar a eficiência e a velocidade em voos próximos à barreira do som.

Leia a reportagem completa aqui

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Trump faz corte histórico na NASA visando viagem a Marte

A administração do presidente dos EUA, Donald Trump, divulgou, na sexta-feira (2), sua proposta de orçamento federal para 2026, confirmando os rumores de cortes significativos para a NASA.

O plano reduz o financiamento da agência espacial em US$ 6 bilhões (R$ 33,93 bilhões, na conversão direta) em comparação com os valores de 2025, passando de US$ 24,8 bilhões (R$ 140,28 bilhões) para US$ 18,8 bilhões (R$ 106,34 bilhões)redução de 24%, que representa o maior corte anual na história da NASA, segundo a organização sem fins lucrativos Planetary Society.

O “orçamento enxuto” proposto pelo governo redireciona as prioridades da agência espacial estadunidense, cancelando projetos importantes, como a estação espacial lunar Gateway e o programa de retorno de amostras de Marte, enquanto aloca US$ 1 bilhão (R$ 5,65 bilhões) para iniciativas focadas no Planeta Vermelho, alinhando-se com a ambição de Elon Musk e sua empresa, a SpaceX.

Trump quer focar em Marte e na Lua (Imagem: Hasbul Aerial Stock/Shutterstock)

Mudança de prioridades na NASA

  • A proposta orçamentária reflete as prioridades da administração Trump, que valoriza “retornar à Lua antes da China e colocar um homem em Marte“, segundo o documento;
  • As reduções são especialmente profundas para ciência espacial, ciência da Terra e sistemas legados de exploração humana, que seriam cortados em US$ 2,3 bilhões (R$ 13,01 bilhão), US$ 1,2 bilhão (R$ 6,78 bilhões) e quase US$ 900 milhões (R$ 5,09 bilhões), respectivamente;
  • Segundo a CNBC, Janet Petro, administradora interina da NASA, afirmou, em e-mail enviado a todos os funcionários da agência, que o orçamento proposto “reflete o apoio da administração à nossa missão e prepara o terreno para nossas próximas grandes conquistas”;
  • Ela instou os funcionários a “perseverar, manter a resiliência e apostar na disciplina necessária para fazer coisas que nunca foram feitas antes — especialmente em ambiente restrito”;
  • Petro reconheceu que o orçamento exigirá “escolhas difíceis” e que algumas das “atividades da NASA serão encerradas“.

Fim de programas emblemáticos

Se este orçamento for aprovado pelo Congresso — o que não é garantido — alguns programas de alto custo da NASA serão eliminados.

Entre eles estão o programa de retorno de amostras de Marte, esforço conjunto com a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) para trazer, para a Terra, material coletado pelo rover Perseverance, e o Gateway, a planejada estação espacial em órbita lunar que, há muito tempo, é parte fundamental do programa Artemis.

Além disso, o plano prevê o fim do Sistema de Lançamento Espacial (SLS, na sigla em inglês) e da cápsula Orion após três voos. “Apenas o SLS custa US$ 4 bilhões [R$ 22,62 bilhões] por lançamento e está 140% acima do orçamento”, afirma o documento.

“O orçamento financia um programa para substituir os voos do SLS e da Orion à Lua por sistemas comerciais mais econômicos que apoiariam missões lunares subsequentes mais ambiciosas.”

O SLS e a Orion voaram juntos apenas uma vez — na missão não tripulada Artemis 1, que foi à órbita lunar e retornou no final de 2022. Com o novo plano orçamentário, a dupla seria aposentada após a Artemis 3, que pretende pousar astronautas perto do polo sul lunar em 2027.

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Foco em Marte e oportunidade para empresas privadas

O documento, publicado no site da NASA, afirma que a agência está alocando mais de US$ 7 bilhões (R$ 39,59 bilhões) para exploração lunar e “introduzindo US$ 1 bilhão [R$ 39,59 bilhões] em novos investimentos para programas focados em Marte“.

Esta mudança de prioridades beneficia empresas privadas, como a SpaceX, que já está entre os maiores contratados da NASA e do Departamento de Defesa.

A empresa de Elon Musk, há muito tempo, busca lançar uma missão tripulada a Marte e afirma, em seu site, que seu enorme foguete Starship foi projetado para “transportar tanto tripulação quanto carga para a órbita terrestre, a Lua, Marte e além“.

Musk, fundador e CEO da SpaceX, tem papel central na administração Trump, liderando um esforço para reduzir o tamanho, os gastos e a capacidade do governo federal, além de influenciar mudanças regulatórias por meio do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês).

Impacto na força de trabalho e missões científicas

A NASA também afirmou que precisará “racionalizar” sua força de trabalho, serviços de tecnologia da informação, operações dos Centros NASA, manutenção de instalações e atividades de construção e conformidade ambiental. Além disso, terá que encerrar várias missões “inacessíveis” e reduzir missões científicas em nome da “responsabilidade fiscal“.

O documento destaca que algumas das maiores reduções, caso o orçamento seja aprovado, afetariam as divisões de ciência espacial, ciência da Terra e suporte a missões da agência espacial. “Esta está longe de ser a primeira vez que a NASA foi solicitada a se adaptar, e sua capacidade de entregar, mesmo sob pressão, é o que diferencia a NASA”, escreveu Petro em seu e-mail.

Marte visto do espaço
Corrida a Marte está privilegiada (Imagem: Buradaki/Shutterstock)

Próximos passos

O indicado pelo presidente Trump para liderar a NASA, o empresário de tecnologia Jared Isaacman, ainda precisa ser aprovado pelo Senado dos EUA. Sua nomeação foi aprovada pelo Comitê de Comércio do Senado na quarta-feira (30).

A proposta orçamentária ainda precisa passar pelo Congresso, onde pode enfrentar resistência. No entanto, ela sinaliza, claramente, uma mudança na política espacial estadunidense, priorizando o retorno à Lua e eventual missão tripulada a Marte, com maior participação do setor privado e foco em “vencer” a China na nova corrida espacial.

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Artemis 2: veja o foguete da missão quase pronto para lançar astronautas à Lua

Com a missão Artemis 2, prevista para 2026, a NASA se prepara para escrever um novo capítulo na história da exploração lunar. Será a primeira vez, em mais de meio século, que astronautas serão lançados à Lua, ainda sem pouso.

O objetivo é dar uma volta ao redor do satélite natural da Terra e retornar ao planeta, testando os sistemas para viagens futuras. Para isso, será utilizado um dos foguetes mais potentes já construídos: o Space Launch System (SLS). 

Recentemente, a NASA concluiu uma etapa essencial para o lançamento. No Centro Espacial Kennedy, na Flórida, a equipe técnica conectou o estágio central do veículo aos propulsores laterais. 

Em comunicado, a agência explica que o estágio central do SLS é responsável por armazenar o combustível principal do foguete. Ele mede 65 metros de altura e foi cuidadosamente manobrado dentro do Edifício de Montagem de Veículos usando um enorme guindaste. 

Após ser reposicionado, foi encaixado entre os dois propulsores laterais, que também impressionam pelo tamanho: cada um tem 54 metros de altura e juntos garantem mais de 75% da força necessária para levantar o foguete do chão.

O estágio central do foguete da missão Artemis 2 sendo encaixado nos propulsores laterais no Centro Espacial Kennedy, da NASA, no domingo (23). Crédito: NASA

Além do estágio central e dos propulsores, outras partes do sistema também começaram a ser acopladas nas últimas semanas. Entre elas estão os painéis solares, as carenagens protetoras e o módulo de serviço europeu que acompanhará a cápsula Orion. A expectativa é que, nos próximos meses, todas essas peças formem a estrutura completa do foguete.

A missão Artemis 2 será a segunda etapa do Programa Artemis, criado para levar novamente astronautas à Lua e, futuramente, estabelecer uma presença humana duradoura por lá. A primeira missão, Artemis 1, foi lançada em 2022 e enviou uma cápsula Orion sem tripulação para orbitar a Lua e voltar em segurança, em um voo de teste.

Desta vez, quatro astronautas estarão a bordo: Reid Wiseman, comandante da missão; Victor Glover, piloto; Christina Koch, especialista de missão; e Jeremy Hansen, da Agência Espacial Canadense (CSA). Juntos, eles serão os primeiros humanos a se aproximarem da Lua desde a última missão Apollo, em 1972.

Leia mais:

Ordem de Trump pode mudar tripulação que vai pousar na Lua?

A NASA também planeja a missão Artemis 3, que prevê levar astronautas à superfície lunar em 2027. Inicialmente, essa missão estava marcada para 2026, mas problemas identificados no escudo térmico da cápsula Orion durante o voo Artemis 1 fizeram a agência adiar as datas.

Desde os primeiros anúncios do programa, Artemis 3 foi divulgada como a missão que posaria a primeira mulher e a primeira pessoa preta na superfície lunar. A NASA, no entanto, não menciona mais esse compromisso nos comunicados do programa, levantando dúvidas sobre o futuro da diversidade na exploração lunar.

A mudança ocorre em meio a uma reestruturação de políticas do governo de Donald Trump, que ordenou o fim de programas voltados à diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade (DEIA). Segundo a Casa Branca, essas iniciativas representam “desperdício de dinheiro público e discriminação vergonhosa”. Saiba mais aqui.

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Artemis 3 não vai mais levar à Lua a primeira mulher e a primeira pessoa preta? Entenda

Inicialmente, a missão Artemis 3 prometia levar a primeira mulher e a primeira pessoa preta à Lua. A NASA, no entanto, não menciona mais esse compromisso nos comunicados do programa, levantando dúvidas sobre o futuro da diversidade na exploração lunar.

A mudança ocorre em meio a uma reestruturação de políticas do governo de Donald Trump, que ordenou o fim de programas voltados à diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade (DEIA). Segundo a Casa Branca, essas iniciativas representam “desperdício de dinheiro público e discriminação vergonhosa”.

Donald Trump, presidente dos EUA, determinou o fim dos programas de diversidade da NASA e de todas as instituições apoiadas pelo governo. Crédito: Chip Somodevilla – Shutterstock

Relatórios indicam que a NASA tem eliminado conteúdos relacionados a esses esforços de seus canais oficiais. De acordo com o site Space.com, o jornal Orlando Sentinel apontou que todas as menções ao pouso da primeira mulher e da primeira pessoa afrodescendente na Lua foram removidas do site do programa Artemis.

Medida não altera tripulação selecionada para ir à Lua, diz NASA

Ainda não está claro se essa mudança afetará a escolha de astronautas para futuras missões lunares. Um porta-voz da NASA afirmou que a remoção das referências não altera a composição da tripulação. Segundo ele, o foco continua sendo o retorno da humanidade à superfície lunar.

O site oficial do programa Artemis antes afirmava que a NASA pousaria “a primeira mulher, a primeira pessoa preta e o primeiro astronauta de um país parceiro na Lua”. Agora, a mensagem foi reformulada para destacar apenas os avanços científicos e tecnológicos da missão e a preparação para futuras viagens a Marte.

A missão Artemis 2 vai levar à órbita da Lua, pela primeira vez na história, uma mulher (Christina Koch) e um homem preto (Victor Glover). Também fazem parte da tripulação Reid Wiseman e o canadense Jeremy Hansen. O quarteto, no entanto, não vai pousar em solo lunar. O próximo pouso da humanidade na Lua será com a missão Artemis 3, ainda sem tripulação anunciada. Crédito: NASA

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A exclusão de termos ligados à diversidade segue uma ordem executiva assinada por Trump logo no início de seu segundo mandato. Essa decisão exigiu que agências financiadas pelo governo federal encerrassem programas e fechassem escritórios ligados a iniciativas de diversidade.

Janet Petro, administradora interina da NASA, enviou um comunicado aos funcionários justificando o corte. No memorando, ela afirmou que os programas DEIA “dividiram os americanos por raça, desperdiçaram dinheiro dos contribuintes e resultaram em discriminação vergonhosa”.

A agência espacial não foi a única afetada. Outras instituições científicas financiadas pelo governo dos EUA, como o Observatório Vera C. Rubin, em construção no Chile, também apagaram conteúdos relacionados a DEIA de seus sites.

Além das mudanças de discurso, a NASA enfrenta cortes orçamentários e redução de pessoal, parte de uma política do governo para diminuir gastos federais. Ainda não há informações sobre o impacto total dessas medidas na continuidade dos projetos da agência.

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Celeiro do espaço: Brasil pode ter importante papel na exploração da Lua

Todas as sextas-feiras, ao vivo, a partir das 21h (pelo horário de Brasília), vai ao ar o Programa Olhar Espacial, no canal do Olhar Digital no YouTube. O episódio da última sexta-feira (14) – que você confere aqui – falou sobre como será a participação do Brasil no Programa Artemis, da NASA, que vai levar a humanidade de volta à Lua.

Uma parceira entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Agência Espacial Brasileira (AEB) está desenvolvendo métodos para a agricultura lunar, que pode transformar o Brasil no “celeiro do espaço”.

A edição mais recente do Olhar Espacial contou com a presença da astrobióloga Rebeca Gonçalves. Em entrevista ao apresentador Marcelo Zurita, a pesquisadora falou sobre a função do Brasil no desenvolvimento de uma base na Lua e os desafios que os cientistas têm enfrentado para plantar alimentos em solo lunar, que vçao desde a falta de nutrientes até a diferença de gravidade.

Em 1969, a humanidade levou os primeiros homens para a Lua com a missão Apollo. Agora, com planos para o primeiro lançamento tripulado em 2026, a missão Artemis 3 pretende enviar a primeira mulher e o primeiro homem negro até a superfície lunar.

Para realizar esse feito cientifico e tecnológico, foi necessário um acordo internacional mediado pela NASA. Até o momento, pesquisadores e líderes de 53 países assinaram o documento para definir quais serão os deveres e direitos das nações na conquista da Lua, além de estabelecerem suas funções no desenvolvimento da base lunar.

Marcelo Zurita entrevista Rebeca Gonçalves no Olhar Espacial da última sexta-feira 14/03 (Imagem: Olhar Digital)

Brasil quer ser “celeiro do espaço”

O Brasil escolheu focar na elaboração de uma agricultura espacial, com o fim de assegurar a segurança alimentar dos astronautas. Para isso, a Embrapa e a AEB fizeram uma parceria chamada Space Farming Brazil, que reúne cientistas nacionais para realizar o projeto, sendo Rebeca uma das participantes.

Segundo a pesquisadora, a equipe está começando do zero. O sistema agrícola que funcionará em solo lunar precisa ser autossuficiente e sustentável, além de seguir os seguintes requisitos:

  • Resistência a radiação
  • Alta produtividade em pouco tempo
  • Ter plantas compactas
  • As espécies têm que compor uma dieta completa

Um aspecto que o grupo cientifico terá que levar em conta é a função cultural da comida. “É importante que essa comida seja muito bem aceita culturalmente pelos astronautas”, disse Rebeca.

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A nação brasileira já é considerada o “celeiro do mundo”, agora irá expandir para o espaço (Imagem: Orest lyzhechka/Shutterstock)

A proteína na dieta lunar terá que ser inicialmente vegetal. Depois, peixes poderão ser introduzidos por meio da técnica da aquaponia, em que convivem com as plantas produzindo nutrientes e tendo sua água filtrada pelos vegetais.

Outra opção, conforme destacou Rebeca, é a produção de proteínas em laboratório. De acordo com a astrobióloga, há a possibilidade de que elas sejam feitas por impressora 3D ou cultura celular.

Será preciso a adaptação do solo lunar. Após uma primeira geração de plantas cultivadas com fertilizantes terrestres, a ideia é regenerar o regolito por meio da adição dos restos orgânicos ao solo, que ficará cada vez mais fértil e nutritivo com o passar do tempo.

Levar alimentos seria inviável financeiramente. “Hoje, para levar um quilo de qualquer coisa para a Lua, custa um milhão de dólares”, diz a pesquisadora.

Exploração espacial beneficia a economia

Zurita e Rebeca esclareceram que os investimentos na indústria e pesquisas espaciais têm retornos para a população terrestre. “Todo investimento em tecnologia espacial precisa ter um retorno para o cidadão, para os moradores da Terra”, explicou o apresentador.

Segundo a convidada, cada um dólar investido no programa Apollo fazia sete dólares serem injetados na economia por meio de novas tecnologias. Atualmente, cada um dólar aplicado na exploração do espaço gera o retorno de quarenta dólares no mundo econômico por meio de novidades cientificas.

A iniciativa privada tem se destacado no mercado espacial em uma nova tendência chamada New Space. “Hoje nós temos mais de 10 mil start-ups que já fazem parte da malha econômica do setor espacial”, disse Rebeca.

Simuladores ajudam nas pesquisas

Os estudos e experimentos para a plantação em solo lunar acontece em simuladores feitos na Terra. A NASA utiliza o material coletado pelos rovers na Lua e em Marte para desenvolver compostos terrosos similares ao terreno desses outros astros.

Pesquisadores do mundo todo utilizam essa tecnologia para realizar experimentos com foco em agricultura espacial. “O simulador de regolito lunar e marciano é uma réplica quase perfeita, cerca de 99% similar”, explica a astrobióloga.

Pegada de Aldrin na superfície da Lua foi parte de um experimento sobre as propriedades do regolito lunar (Imagem: NASA)

Gravidade lunar será desafiadora?

A gravidade na Lua é equivalente a um sexto (em torno de 16,7%) da terrestre. Essa diferença pode parecer um obstáculo ao crescimento das plantas em solo lunar, mas os vegetais cultivados no espaço já enfrentaram ambientes mais complicados.

Na Estação Espacial internacional, em gravidade zero, nós já conseguimos cultivar mais de 20 espécies de plantas.

 Rebeca Gonçalves, astrobióloga do projeto Space Farming Brasil

Os astronautas comeram os alimentos que cresceram na ISS. Eles são seguros e não causaram mal aos seus consumidores. Segundo a astrobióloga, os vegetais não terão tantos problemas com a força gravitacional da Lua.

Para o futuro, a nação brasileira tem capacidade de ser referência na agricultura espacial, assim como é na Terra. “O Brasil tem tudo para se inserir nessa comunidade internacional que está seriamente comprometida em ir para a Lua”, conclui a pesquisadora.

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Conquista da Lua pela NASA terá participação crucial do Brasil – saiba tudo no Olhar Espacial

Você sabia que o Brasil pode ter um papel fundamental na sobrevivência dos astronautas na Lua? Desde 2021, o país faz parte do Acordo Artemis, um compromisso internacional que define regras para a exploração espacial. Entre elas, garantir o uso pacífico da Lua, compartilhar descobertas científicas e padronizar tecnologias (como usar o mesmo tipo de tomada, por exemplo).

Mais de 50 países já aderiram, como França, Japão e Reino Unido. Mas, como será a participação brasileira nessa empreitada? Em um workshop da NASA, foi decidido que cada nação contribuiria com sua maior especialidade. Para nós, a resposta foi clara: agricultura.

Saiba como o Brasil vai participar do Programa Artemis, da NASA, que visa estabelecer uma presença humana permanente na Lua. Crédito: Vadim Sadovski/Shutterstock

Se o Brasil já é o celeiro do mundo, por que não ser o celeiro do espaço? Em 2023, a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmaram uma parceria histórica, criando a rede Space Farming Brasil. O objetivo? Desenvolver tecnologia para cultivar alimentos fora da Terra.

Cientistas, engenheiros e até chefs brasileiros estão trabalhando para criar espécies resistentes e técnicas inovadoras. O que plantamos aqui pode alimentar astronautas na Lua e, no futuro, até em Marte

Para saber mais sobre a nossa participação no Programa Artemis, que visa estabelecer uma base permanente na Lua, não perca o Olhar Espacial desta sexta-feira (7), que vai receber a astrobióloga Rebeca Gonçalves (membro do Space Farming Brasil).

A astrobióloga Rebeca Gonçalves é a convidada desta sexta-feira (14) do Programa Olhar Espacial. Crédito: Arquivo Pessoal

Primeira brasileira a publicar um estudo sobre agricultura espacial, ela é graduada em Biologia pela Universidade de Bristol, na Inglaterra, com mestrado em Astrobiologia pela Universidade de Wageningen, na Holanda, reconhecida como a melhor instituição em estudos agrícolas do mundo.

Rebeca já trabalhou na Agência Espacial Europeia (ESA), no setor de comunicação para missões espaciais comerciais a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), onde organizou um programa extensivo de estudos espaciais em parceria com a Universidade Internacional do Espaço e a NASA. 

Leia mais:

Como assistir ao Programa Olhar Espacial

Apresentado por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros – BRAMON e coordenador nacional do Asteroid Day Brasil, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTubeFacebookInstagramX (antigo Twitter)LinkedIn e TikTok.

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Artemis não é suficiente para bater a China, dizem especialistas

A China está ultrapassando os Estados Unidos na corrida para conquistar a Lua e o Espaço mesmo com a iminência da missão Artemis, na opinião de especialistas ouvidos em sessão do Comitê de Ciência, Espaço e Tecnologia da Câmara dos Deputados em Washington, DC (EUA).

A audiência, intitulada “Passo a passo: o programa Artemis e o caminho da NASA para a exploração humana da Lua, Marte e além” foi realizada em 26 de fevereiro para discutir como a missão pode servir para chegar a Marte.

Recentemente, o presidente Donald Trump voltou a manifestar o desejo de levar astronautas para o Planeta Vermelho com o objetivo de “redescobrir o poder incontrolável do espírito americano”, como informou o Olhar Digital.

Captura do Polo Sul da Lula feita pelo satélite Blue Ghost (Imagem: Divulgação/NASA)

Na sessão, participaram dois especialistas em política espacial: Dr. Scott Pace, diretor do Instituto de Política Espacial da Universidade George Washington, e Dan Dumbacher, professor adjunto da Universidade Purdue. A NASA não enviou representantes, apesar de ter recebido convites dos deputados, como relata o Space.com.

“Nossos concorrentes globais, principalmente a China e seus aliados, estão planejando e nos ultrapassando em seu esforço para se tornarem dominantes no Espaço. Esta é uma preocupação econômica e de segurança nacional crítica“, disse Dumbacher.

  • O retorno da humanidade à Lua pode ocorrer em 2027, quando a NASA pretende lançar a missão Artemis III;
  • Dois membros da tripulação descerão à superfície e vão passar uma semana perto do Polo Sul conduzindo novas pesquisas científicas. Mas isso pode não ser suficiente, na opinião dos convidados;
  • “Para que a liderança dos EUA seja eficaz, as missões de exploração espacial humana não podem ser ‘únicas’, mas devem ser repetíveis e sustentáveis, com presença contínua como normal”, disse Pace na audiência;
  • “É hora de considerar alternativas para ir à Terra, à Lua e voltar. Idealmente, a NASA deveria ser capaz de comprar serviços de transporte pesado para enviar humanos à Lua. Um plano revisado de campanha Artemis deveria ser uma alta prioridade para o novo administrador.”
Sala de comando de missões da Artemis (Imagem: Divulgação/NASA)

Leia mais:

Política instável ameaça a Artemis?

Os especialistas também comentaram a pressão política dentro da agência espacial. Dumbacher afirmou ter conversado com ex-alunos, atuais funcionários da NASA, que, segundo ele, estão “assustados”.

“Estou mais do que feliz em entregar o futuro a eles, e eles estão preocupados e questionando o que farão por suas carreiras, buscando outras oportunidades, o que eu acho terrivelmente triste por causa do imperativo nacional que temos e da competição global em que estamos envolvidos”, disse.

A congressista Zoe Lofgren, da Califórnia (EUA), chegou a declarar que os funcionários temem demissões arbitrárias diariamente. “O caos, a confusão, a chicotada, a intimidação e o bullying da força de trabalho são de toda a agência e do governo“, afirmou.

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Concurso da NASA vai escolher mascote que acompanhará astronautas à Lua

programa Artemis, da NASA, tem como objetivo estabelecer a presença humana na Lua mais de 50 anos depois da última missão lunar tripulada da história. Os preparativos para a primeira missão de pouso, que deve ocorrer em 2026, continuam a todo o vapor.

No total, quatro astronautas serão enviados ao satélite natural da Terra, entre eles a primeira mulher. No entanto, um quinto elemento deverá estar a bordo da espaçonave: o mascote oficial da missão.

Mascote será indicador de gravidade zero

  • A ideia da agência espacial dos EUA é que o “mascote lunar” seja um boneco ou um bichinho de pelúcia;
  • Ele vai começar a flutuar na cápsula Órion quando ela estiver em microgravidade;
  • Em outras palavras, o quinto tripulante será um indicador de gravidade zero;
  • Isso é importante porque os astronautas estarão presos nos assentos, e não haverá mais nada que indique a chegada no espaço.
Artemis III será primeira missão a levar astronautas à Lua após mais de cinco décadas (Imagem: Vadim Sadovski/Shutterstock)

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Concurso vai definir quinto participante da missão

Além de anunciar a novidade, a NASA quer que a população participe de um concurso para escolher qual será este mascote. Para isso, a agência fechou uma parceria com a Freelancer, empresa de financiamento coletivo.

Snoopy, o indicador de gravidade zero da missão Artemis I, em 2022, dentro da espaçonave Orion. (Imagem: NASA)

Os interessados podem se inscrever até 27 de maio neste site. É necessário enviar propostas que sejam originais, relevantes para um público global, que representem a humanidade e que tenham significado tanto para a missão Artemis II quanto para os astronautas. O mascote deve caber em uma caixa de 15 cm e não pode pesar mais que 340 g. 

Concurso para escolher mascote que participará de missão à Lua (Imagem: NASA/Freelancer)

A tradição de astronautas levarem indicadores de gravidade zero em missões espaciais vem da antiga União Soviética. Em 1961, ao realizar o primeiro voo espacial da história, o cosmonauta Yuri Gagarin levou na cápsula um pequeno boneco de nome Vostok.

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