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Novas imagens mostram em detalhes “cortinas magnéticas” do Sol

Um novo estudo revelou uma análise minuciosa das “cortinas magnéticas”, estruturas luminosas na superfície do Sol. Os físicos responsáveis utilizaram equipamentos de ponta do Telescópio Solar Daniel K. Inouye, no Havaí, o maior do mundo em observação solar, para captar imagens de alta resolução inéditas. 

A equipe pôde observar pela primeira vez em detalhes linhas finas e escuras na camada externa da estrela. Com as fotos, eles puderam ter novas percepções sobre como os campos magnéticos moldam a dinâmica da superfície solar.

“Neste trabalho, investigamos a estrutura em pequena escala da superfície do Sol pela primeira vez com uma resolução espacial sem precedentes de cerca de 20 quilômetros, ou o comprimento da Ilha de Manhattan”, afirmou o Dr. David Kuridze, principal autor do estudo, em um comunicado.

Essas listras tem o nome de estrias e se formam nas bordas dos grânulos – as células de convecção solar. Elas são o resultado de camadas de campos magnéticos semelhantes a cortinas e se movem como panos ao vento. 

Os cientistas puderam observar o fenômeno porque a luz dos grânulos atravessa e interage com as estrias de uma forma única. Se o campo magnético for mais fraco na cortina do que em seu entorno, ele aparece escuro; se for mais forte, ele aparece brilhante. A alternância dessas intensidades resulta no efeito visto nas imagens da pesquisa.

“O magnetismo é um fenômeno fundamental no universo, e faixas magnéticas semelhantes também foram observadas em objetos astrofísicos mais distantes, como nuvens moleculares”, comentou o Dr. Han Uitenbroek, coautor do estudo.

A área ampliada revela detalhes sem precedentes da superfície solar – paredes granulares dominadas por faixas ultrafinas com aproximadamente 20 a 50 quilômetros de largura. (Imagem: NSF/NSO/AURA)

Um novo olhar para o Sol

O estudo só foi possível devido ao Imageador de Banda Larga Visível (VBI) do Inouye — instrumento que destaca as áreas de atividade magnética intensa. Com ele, a equipe pôde observar a fotosfera (superfície solar) com uma precisão 0,03 segundos de arco, o equivalente a uma área de cerca de 20 quilômetros do Sol.

A pesquisa confirma que essas estrias são flutuações magnéticas sutis, mas influentes no ambiente solar. Sua força é comparável a de um imã de geladeira comum, mesmo assim, são capazes de alterar a densidade e a opacidade do plasma, deslocando a superfície visível do Sol em quilômetros.

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Telescpio Inouye é o maior do mundo em observação solar. (Imagem: VTF/KIS/NSF/NSO/AURA)

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Esse estudo é mais um dos exemplos da tecnologia de ponta do Telescópio Inouye e seu potencial para futuras descobertas. Com ele, cientistas poderão estudar o Sol como nunca antes.

“Esta é apenas uma das muitas estreias do Inouye, demonstrando como ele continua a expandir as fronteiras da pesquisa solar. Ela também destaca o papel vital do telescópio na compreensão da física de pequena escala que impulsiona os eventos climáticos espaciais que impactam nossa sociedade cada vez mais tecnológica aqui na Terra” concluiu o Dr. David Boboltz, diretor associado do Telescópio Inouye.

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Brasileiro descobre como a fúria do Sol está derrubando satélites na Terra

Um estudo liderado por um pesquisador brasileiro da NASA analisou como as tempestades solares afetam os satélites Starlink, da SpaceX, em órbita terrestre baixa, acelerando sua queda e reduzindo sua vida útil. Segundo a pesquisa, esses eventos causam uma expansão da atmosfera da Terra, aumentando a densidade do ar em altitudes onde os equipamentos circulam, o que aumenta o arrasto atmosférico – uma espécie de resistência que faz com que eles percam altitude mais rapidamente.

Denny Oliveira, físico formado pela Universidade de São Paulo (USP), com doutorado em engenharia aeroespacial e especialização em dinâmica orbital e clima espacial, trabalha no no Centro Espacial Goddard, da NASA, e é reconhecido por sua pesquisa sobre os efeitos das condições do espaço no comportamento dos satélites em órbita baixa. 

Utilizando modelos avançados de dinâmica orbital e dados reais de satélites, ele buscou entender como diferentes níveis de atividade solar influenciam a trajetória e a vida útil dos satélites Starlink.

Representação artística da megaconstelação de satélites Starlink, da SpaceX, na órbita da Terra. Crédito: xnk – Shutterstock

Atividade solar provoca tempestades geomagnéticas na Terra

A atividade solar é um fenômeno natural que varia em ciclos de aproximadamente 11 anos. Durante períodos de alta atividade, o Sol libera explosões de partículas carregadas e radiação que interagem com a magnetosfera e a atmosfera da Terra. Essas interações provocam as chamadas tempestades geomagnéticas, que podem alterar significativamente as condições atmosféricas em altitudes próximas à órbita baixa da Terra, onde milhares de satélites, incluindo os 6.750 da megaconstelação Starlink, circulam.

Os satélites Starlink são lançados inicialmente a altitudes muito baixas, em torno de 210 km, e depois elevados a cerca de 550 km para operação. No entanto, durante eventos de tempestades solares, a atmosfera terrestre se expande e se torna mais densa nessas altitudes, criando uma resistência maior ao movimento dos satélites – o arrasto atmosférico. Isso acelera a perda de altitude dos satélites, levando muitos deles a reentrar na atmosfera mais cedo do que o esperado.

Publicado na segunda-feira (2), o estudo acompanhou mais de 500 eventos de reentrada de satélites Starlink entre 2020 e 2024 e descobriu que quase metade dessas quedas ocorreu em órbitas muito baixas, onde a influência do arrasto é mais intensa. Esse aumento das reentradas associadas às tempestades solares representa um desafio crescente para o controle do tráfego espacial, pois reentradas rápidas e inesperadas dificultam o monitoramento e a prevenção de riscos.

Para analisar o impacto das tempestades solares, os cientistas usam dois índices importantes: o índice F10.7 e o índice Dst. O índice F10.7 mede a intensidade da radiação solar que atinge a Terra e influencia a ionosfera e a atmosfera superior. Já o índice Dst avalia o efeito das tempestades geomagnéticas sobre o campo magnético da Terra. Durante tempestades intensas, o índice Dst apresenta valores negativos significativos, indicando distúrbios fortes que ampliam o arrasto atmosférico.

Terra foi atingida por forte tempestade solar em 10 de maio de 2024 – imagem meramente ilustrativa. Crédito: Memory Stockphoto – Spaceweather

Um dos casos mais impressionantes estudados ocorreu em maio de 2024, quando uma supertempestade causou uma rápida descida do satélite Starlink-2601, que perdeu altitude de 276 quilômetros para cerca de 100 quilômetros em menos de dois dias. Essa queda foi muito mais rápida do que os modelos tradicionais de previsão orbital indicavam, mostrando que os modelos atuais ainda não capturam totalmente as rápidas mudanças na densidade atmosférica causadas por eventos solares extremos.

Para aprofundar a investigação, a equipe utilizou a técnica de análise de época sobreposta, que consiste em observar o comportamento dos satélites a partir de uma altitude de referência, neste caso, cerca de 280 km – ponto onde o arrasto atmosférico começa a impactar fortemente a trajetória dos objetos em órbita baixa. A técnica revelou que satélites expostos a tempestades intensas decaem significativamente mais rápido e atingem velocidades maiores durante a reentrada do que satélites em condições calmas.

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Além dos desafios causados pelas variações atmosféricas, o estudo também destaca que a diversidade de satélites Starlink torna as previsões ainda mais complexas. Diferentes modelos da constelação possuem variações no tamanho, peso e formato, que influenciam diretamente a resistência ao arrasto. Satélites mais pesados ou com formatos aerodinâmicos distintos respondem de forma diferente às mudanças na densidade atmosférica, exigindo ajustes específicos nos modelos de previsão.

Outro fator relevante é a duração das tempestades solares. Enquanto tempestades curtas e muito intensas causam impactos rápidos, as mais longas, mesmo com menor intensidade, podem causar efeitos cumulativos mais significativos na atmosfera. Essa exposição prolongada faz com que os satélites percam altitude de maneira mais gradual, mas consistente, o que também complica o planejamento das operações em órbita.

Satélites Starlink aguardando implementação na orbita baixa da Terra (Crédito: SpaceX)
Satélites Starlink aguardando implementação na orbita baixa da Terra. Crédito: SpaceX

A localização das reentradas é outro ponto de atenção. A maioria ocorre sobre oceanos, onde os destroços se desintegram e não representam risco à população. No entanto, satélites que caem próximos a áreas habitadas aumentam a preocupação com a segurança, reforçando a importância de previsões mais precisas e rápidas para evitar danos a pessoas e propriedades.

A interação entre a radiação solar e os distúrbios geomagnéticos cria um cenário complexo que desafia os especialistas em clima espacial e controle de tráfego orbital. A radiação solar tende a causar uma expansão global da atmosfera, enquanto as tempestades geomagnéticas geram aquecimento localizado, que provoca mudanças rápidas e intensas na densidade atmosférica.

A importância desse trabalho vai além da constelação Starlink, pois qualquer satélite em órbita baixa está sujeito aos mesmos efeitos, tornando o estudo fundamental para o futuro da navegação, comunicação e monitoramento espacial. A pesquisa conduzida por Oliveira representa um marco na compreensão dos impactos das tempestades solares sobre o crescente tráfego orbital, contribuindo para a segurança e sustentabilidade da exploração do espaço próximo à Terra.

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Detalhes da superfície do Sol são revelados em imagens inéditas

Imagens captadas por um telescópio e depois restauradas por um sistema de câmeras inovador mostram o Sol como ninguém nunca havia visto antes. As fotos em 8K registraram detalhes inéditos de regiões ativas da superfície solar.

Elas permitem que os cientistas observem estruturas ativas em larga escala, como movimentos de plasma e grupos de manchas solares. Os resultados deste novo trabalho foram descritos em estudo publicado na revista Solar Physics.

Telescópio antigo foi usado pelos cientistas

As imagens em altíssima resolução foram possíveis graças ao novo sistema de câmeras do Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam (AIP). Ele restaurou o campo de visão do Telescópio de Torre de Vácuo, em operação desde 1988 em Tenerife, na Espanha.

O processo de restauração envolveu 100 imagens de curta exposição com 8.000 × 6.000 pixels, gravadas a 25 quadros por segundo. Assim, foi alcançada a resolução espacial teórica do telescópio, de até 100 km na superfície do Sol.

Foto original foi restaurada e permitiu uma melhor visualização da superfície solar (Imagem: Solar Physics)

Os pesquisadores explicam que foram eliminadas influências perturbadoras da atmosfera da Terra, revelando áreas de 1/7 do diâmetro da maior estrela do Sistema Solar, o que representa cerca de 200 mil km. Os grandes telescópios normalmente fornecem campos de imagem de apenas cerca de 75 mil km de diâmetro.

Utilizando filtros especiais, eles ainda identificaram minúsculas assinaturas de campo magnético que ficaram tão visíveis quanto estruturas brilhantes. Além disso, observaram áreas com maior atividade e os movimentos do plasma nas regiões ativas em duas camadas da atmosfera solar (fotosfera e transição para a cromosfera).

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Sistema captou manchas solares simples e poros nas regiões ativas (Imagem: Solar Physics)

Imagens ajudam a entender mais sobre a atividade solar

  • De acordo com a equipe responsável pelo trabalho, os resultados permitem investigar a evolução temporal do campo magnético em regiões ativas do Sol.
  • Isso é considerado algo crucial para entender melhor a atividade solar, assim como analisar os processos da estrutura fina e o seu desenvolvimento de longo prazo com vários instrumentos.
  • Agora, as imagens serão usadas para criar gravações em lapso de tempo, que permitirão investigar processos do Sol em escalas de 20 segundos.

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Como as erupções solares afetam a Terra? Entenda os riscos e efeitos

O Sol é uma estrela, o que significa que sua energia é gerada por bilhões de explosões atômicas simultâneas ocorrendo em seu núcleo a cada segundo. Esse processo nuclear intenso faz dele um dos corpos mais ativos e instáveis do universo conhecido.

Além de irradiar uma quantidade absurda de energia que aquece a Terra, sustenta a vida e ilumina bilhões de quilômetros ao redor, o Sol também é responsável por fenômenos explosivos chamados erupções solares.

Essas erupções liberam ondas de radiação e partículas altamente energéticas que se espalham pelo espaço. Mas o que exatamente são essas erupções? E como elas impactam a vida aqui na Terra?

Como erupções solares afetam a Terra?

Impactos nas comunicações e nos satélites

Erupção solar disparou CME de alta velocidade nesta terça-feira (17). Crédito: Muratart – Shutterstock

As erupções solares, também chamadas de flares solares, são explosões de radiação intensa que ocorrem na superfície do Sol. Quando essas emissões alcançam a Terra, podem interferir diretamente em sistemas de comunicação.

Ondas de rádio em alta frequência, utilizadas por aviões, embarcações e forças de segurança, podem ser bloqueadas ou sofrer distorções, afetando regiões onde o suporte de satélites é limitado ou inexistente.

Satélites em órbita também estão entre os alvos mais vulneráveis. As partículas energéticas liberadas durante as erupções podem danificar circuitos internos, comprometer sensores e reduzir a eficiência de painéis solares. Em casos mais graves, a precisão do GPS pode cair ou até sair do ar por um período. Isso afeta desde entregas e aviação até operações de resgate e navegação terrestre.

Efeitos nas tecnologias terrestres

Erupções solares podem interferir nas infraestruturas que usamos todos os dias. Correntes induzidas por tempestades geomagnéticas podem sobrecarregar transformadores e linhas de transmissão, o que já resultou em apagões em regiões inteiras. Um exemplo clássico é o caso de Quebec, no Canadá, em 1989, onde uma tempestade solar derrubou a rede elétrica e deixou milhões sem energia.

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Além da eletricidade, sistemas que dependem de sensores magnéticos, como oleodutos, cabos submarinos e equipamentos industriais, também podem apresentar falhas operacionais ou perda de precisão durante eventos solares mais intensos.

Influência na fauna e flora

Representação artística de uma explosão megapotente no Sol. Crédito: Alones – Shutterstock

As erupções solares afetam de forma indireta o comportamento de alguns animais. Espécies migratórias que utilizam o campo magnético da Terra para navegação, como aves e tartarugas, podem ficar desorientadas durante variações geomagnéticas. Isso afeta trajetos migratórios e o comportamento reprodutivo dessas populações.

Nas plantas, os impactos são menos evidentes, mas algumas espécies podem alterar seus ciclos fotossintéticos se houver mudanças temporárias na radiação solar incidente. No entanto, esses efeitos costumam ser sutis e não representam riscos generalizados à flora.

Camada de ozônio e câncer de pele

Uma dúvida comum é se as erupções solares interferem na camada de ozônio ou aumentam o risco de câncer de pele.

Embora a radiação solar intensa chegue à alta atmosfera, a maior parte é desviada pelo campo magnético e não atinge diretamente a camada de ozônio. Casos extremos podem gerar um leve aumento na radiação ultravioleta nas regiões polares, mas esses picos são temporários e pouco significativos.

Em relação ao câncer de pele, o impacto de uma erupção solar é pequeno se comparado à exposição solar acumulada no dia a dia. O uso de protetor solar continua sendo mais importante do que eventuais variações causadas por atividade solar.

Auroras boreais e austrais

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(Imagem: Don Pettit / NASA / Reprodução)

Entre os efeitos mais impressionantes das erupções solares estão as auroras boreais e austrais. Elas surgem quando partículas solares colidem com moléculas da atmosfera terrestre, liberando energia na forma de luz. Esses fenômenos ocorrem normalmente em regiões polares, mas podem ser vistos em latitudes mais baixas durante grandes tempestades solares.

As auroras são um indicativo visual de que o ambiente espacial ao redor da Terra está passando por mudanças. Para cientistas e agências espaciais, elas funcionam como um sinal de alerta natural que acompanha alterações na atividade solar.

Com informações de NASA RHESSI.

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Quanto tempo sobreviveríamos se o Sol desligasse?

Sem a presença do Sol não haveria condições para a existência da vida na Terra. Mas por quanto tempo poderíamos aguentar caso a maior estrela do Sistema Solar simplesmente apagasse de uma hora para outra?

Cientistas explicam que, neste cenário (que é fisicamente impossível), o nosso planeta não esfriaria imediatamente. Ele continuaria aquecido, pelo menos em comparação com o espaço ao seu redor, por alguns milhões de anos.

Temperaturas despencariam rapidamente

  • Isso não quer dizer, no entanto, que tudo ficaria normal.
  • Dentro de uma semana, a temperatura média global da superfície cairia para -17ºC.
  • Um ano depois do Sol ter “desligado”, os termômetros atingiriam marcas de -73ºC.
  • As camadas superiores dos oceanos congelariam, mas esse gelo isolaria as águas profundas, o que impediria que elas congelassem por centenas de milhares de anos.
  • Milhões de anos depois, nosso planeta atingiria um ponto de estabilidade a -240ºC, temperatura na qual o calor que irradia do núcleo do planeta seria igual ao calor que a Terra irradia para o espaço.
  • As informações são do portal Popular Science.
Ausência do Sol causaria esfriamento dramático do planeta (Imagem: stockelements/Shutterstock)

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A vida poderia continuar existindo?

Embora alguns microrganismos que vivem na crosta terrestre possam sobreviver nestas condições, a maioria da vida rapidamente sumiria. Sem o Sol a fotossíntese seria interrompida imediatamente e a maioria das plantas morreria em poucas semanas. Já árvores grandes poderiam sobreviver por várias décadas, graças ao metabolismo lento e aos estoques substanciais de açúcar.

Todo o equilíbrio natural seria afetado e a maioria dos animais não aguentaria muito tempo. Apenas as espécies necrófagas, que consomem organismos mortos por outros predadores ou causas, poderiam suportar alguns dias a mais, até que o frio também as matasse.

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Maioria dos organismos não poderia suportar um mundo sem Sol (Imagem: titoOnz/Shutterstock)

Os humanos também não aguentariam viver nestas condições. No entanto, existem tecnologias capazes de criar ambientes aquecidos artificialmente, onde ainda poderíamos existir. Neste caso, seriam necessários grandes projetos de cidades movidas a energia nuclear ou geotérmica.

Um bom destino seria a Islândia, onde 87% das casas já são aquecidas usando energia geotérmica. Mas é claro que o colapso de outras espécies também nos impactaria profundamente, causando fome e outros problemas que provavelmente dizimariam a população humana.

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Maior mancha solar de 2025 já é 11 vezes maior que a Terra

Conforme relatório divulgado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), o Sol apresentou 140 manchas em abril – seis a mais do que os 134 eventos registrados em março. Uma delas tem chamado atenção por seu tamanho gigantesco: a mancha solar AR4079, formada ao longo da última semana, já é 11 vezes maior que a Terra.

Trata-se de um agrupamento de manchas solares tão grande quanto o planeta Júpiter, que pode ser vista até sem o uso de telescópio. No entanto, é essencial lembrar que olhar diretamente para o Sol sem proteção adequada pode causar danos irreversíveis à visão, como cegueira. Óculos próprios para eclipses são indispensáveis.

O que são manchas solares?

Manchas solares são regiões mais escuras e frias da superfície do Sol, causadas por intensa atividade magnética. Elas surgem quando o campo magnético solar se concentra em pontos específicos, bloqueando o calor que vem do interior da estrela. Com tamanhos e duração variados, essas áreas podem provocar fortes explosões, ejetando material solar para o espaço. 

Mesmo com seu tamanho assustador, a AR4079 tem se mostrado relativamente calma até agora. A região chegou a ter uma configuração magnética considerada mais perigosa (delta), mas foi reclassificada como beta-gama, com menor risco. Ainda assim, há chance de erupções solares moderadas (classe M) ou fortes (classe X). Por enquanto, só ocorreram explosões fracas (classe C e B).

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Imagem mostra dois núcleos escuros capazes de engolir a Terra e estruturas finas chamadas fibrilas. Crédito: Eduardo Schaberger Poupeau via Spaceweather.com

A atividade crescente do Sol indica que ainda estamos no chamado máximo solar, a fase mais intensa do Ciclo Solar 25. Essa etapa pode durar vários meses, antes de o Sol entrar num período mais tranquilo de atividade.

Na sexta-feira (2), o astrônomo amador Eduardo Schaberger Poupeau, da cidade de Rafaela, na Argentina, registrou imagens da mancha solar AR4079. Ele capturou dois núcleos escuros capazes de engolir a Terra e estruturas finas chamadas fibrilas, com até 20 mil km. 

Agitação das fibrilas indica erupção iminente. Crédito: Yvan trembley via Spaceweather.com

Quando essas fibrilas começam a se agitar (como na imagem acima, obtida pelo francês  Yvan Tremblay, em Versalhes), é sinal de que a mancha pode estar prestes a liberar uma erupção.

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Como o Sol influencia chuvas de meteoros inesperadas

Um artigo publicado este mês na revista Icarus aponta que o Sol pode ajudar a prever chuvas de meteoros raras e intensas. Segundo os autores, uma oscilação sutil do astro influencia o caminho de nuvens de poeira deixadas por cometas, e isso afeta diretamente quando e onde essas partículas vão colidir com a Terra.

Essas colisões são o que geram as chuvas de meteoros, fenômenos que encantam observadores do céu. Algumas acontecem com regularidade, como a Eta Aquáridas, que surge todos os anos em maio, e as Perseidas, em agosto. No entanto, outras aparecem de forma imprevisível, duram pouco e depois somem por décadas, sem deixar pistas claras.

O novo estudo propõe que essa irregularidade pode ser explicada pelo modo como o Sol se movimenta. Apesar de parecer parado, o Sol oscila em torno de um ponto chamado baricentro, que é o verdadeiro centro de massa do Sistema Solar. Esse ponto muda de lugar por causa da influência gravitacional dos planetas, principalmente Júpiter e Saturno.

Vista do céu noturno com um céu estrelado ao fundo e muitos meteoros voando pela atmosfera, aparecendo como traços brancos, com árvores e plantas em primeiro plano. Crédito: Kenneth Brandon

Essa oscilação, embora pequena, é suficiente para afetar a trajetória de partículas espaciais. Quando um cometa se aproxima do Sol, ele libera uma trilha de poeira. Essas partículas seguem orbitando nossa estrela por séculos e, em alguns casos, cruzam o caminho da Terra, gerando uma chuva de meteoros.

Com o tempo, essas trilhas de poeira se espalham e se deformam, tornando-se mais difíceis de prever. Quanto mais antigas, mais largas e difusas elas ficam. Já as trilhas jovens são estreitas e instáveis – e por isso podem causar chuvas intensas e curtas, ou simplesmente não acontecer.

Novo modelo ajuda a prever chuvas de meteoros

Os pesquisadores Stuart Pilorz e Peter Jenniskens, do Instituto SETI, descobriram que, ao não considerar o movimento do Sol, as simulações anteriores estavam incompletas. As trilhas de poeira reagem de forma sensível a essa oscilação solar, o que muda seu percurso ao longo do tempo.

Quando as partículas estão longe, elas orbitam o baricentro. Mas, ao se aproximarem do Sol, passam a ser puxadas diretamente por sua gravidade. Esse “troca-troca” de centro gravitacional altera levemente a velocidade e o caminho dessas partículas, como se recebessem pequenos empurrões.

Essas mudanças são pequenas, mas somadas ao longo dos anos, fazem diferença. Elas explicam por que algumas trilhas atingem a Terra em momentos inesperados. Com base nisso, os autores desenvolveram um novo modelo para prever melhor essas passagens.

Oscilações do Sol em torno do centro de massa do Sistema Solar, no período de 1945 a 2010. São mostradas as posições celestes anuais do baricentro (pequenos círculos) em relação ao centro do Sol (cruz). Crédito:  Marcos José de Oliveira/Elaborado com base em Landscheidt (1981) e Scafetta (2010).

A teoria foi colocada à prova em 2023, quando Jenniskens usou o modelo para prever o retorno de uma chuva de meteoros quase esquecida. Ele calculou que a trilha de um cometa antigo cruzaria o caminho da Terra por conta de uma combinação exata entre as órbitas de Júpiter e Saturno.

Jenniskens e Pilorz viajaram até a Espanha para observar. A previsão se confirmou: uma chuva rara e intensa riscou o céu durante 40 minutos. O evento foi curto, mas espetacular – e bateu exatamente com o cálculo feito pelo novo modelo.

Essa chuva específica reaparece a cada 60 anos, seguindo um ciclo que coincide com os movimentos combinados de Júpiter (que leva 12 anos para dar a volta no Sol) e Saturno (que leva 29). A interação desses dois gigantes é o que impulsiona a oscilação solar.

Com o tempo, as trilhas de poeira vão se espalhando e ficando mais fáceis de prever. Mas nos primeiros séculos após sua formação, elas são frágeis e sensíveis. Pequenos fatores, como o movimento do Sol, podem desviá-las ou aproximá-las da Terra.

A novidade do estudo é justamente reconhecer a importância dessa influência sutil. Até então, o movimento do Sol era ignorado nas simulações, por parecer insignificante. Mas o novo modelo mostra que ele tem um papel essencial nas chuvas mais raras.

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Mais explosões de estrelas cadentes podem estar a caminho

O impacto é claro: agora os cientistas conseguem prever com mais precisão quando essas chuvas intensas e inesperadas vão ocorrer. Isso ajuda os astrônomos e também fotógrafos e curiosos que gostam de observar o céu.

Além disso, o estudo revela como fenômenos aparentemente invisíveis – como uma leve oscilação solar – podem ter efeitos concretos no nosso planeta. Mostra também como detalhes esquecidos podem mudar nossa compreensão sobre eventos naturais.

Os autores acreditam que o novo modelo vai ajudar a identificar outras chuvas raras no futuro. Eles já planejam novas observações com base nessas previsões. Se tudo correr como esperado, mais explosões de meteoros devem surgir nos próximos anos.

O trabalho também reforça a importância de incluir todos os fatores gravitacionais nas simulações. Mesmo os mais discretos, como a dança do Sol em torno do baricentro, podem mudar o curso de trilhas espaciais com centenas de anos de idade.

Ao entender melhor esses mecanismos, os cientistas abrem caminho para novas descobertas. E para nós, aqui na Terra, isso significa mais oportunidades de presenciar espetáculos celestes que antes pareciam impossíveis de prever.

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Sol em fúria: cientistas estão preocupados com o próximo ciclo solar

Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), Colorado, EUA, estão convencidos de que o clima espacial — especialmente ao redor da Terra — se intensificará nas próximas décadas, com erupções e tempestades solares mais frequentes.

A equipe revisou dados de satélite que medem a densidade de partículas energéticas próximas do planeta. São prótons expelidos pelo vento solar que ficam “presos” em cinturões de radiação graças ao campo magnético da Terra.

Nos últimos 45 anos, a densidade das partículas apresentou uma tendência crescente até atingir seu pico em 2021. De acordo com a pesquisa, publicada na revista Space Weather, a densidade começou a cair logo após o atual ciclo solar ganhar força.

Pesquisa analisou prótons expelidos pelo vento solar que ficam “presos” em cinturões de radiação (Imagem: rasslava/iStock)

O que isso quer dizer?

Os dados corroboram a hipótese de um fenômeno conhecido como Ciclo de Gleissberg, em que a atividade solar oscila em um padrão de aproximadamente 100 anos. O motivo por trás da intensidade de cada ciclo, no entanto, ainda é desconhecido.

“Normalmente, ao longo de quatro ciclos solares, a intensidade da atividade solar aumenta”, disse Kalvyn Adam, ex-pesquisador do NCAR e principal autor do novo estudo, ao site Space.com. “Depois, ela atinge seu pico e, em seguida, diminui ao longo de mais quatro ciclos solares.”

As medições mais recentes apontam que o atual ciclo, o 25º desde o início dos registros, pode ter atingido seu ponto mais baixo. “Isso significaria que o próximo conjunto de ciclos solares será mais ativo”, disse Adams.

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Como isso nos afeta?

Com a atividade solar mais intensa, o campo magnético do Sol deverá produzir mais manchas solares, ejetando plasma quente da atmosfera. É essa a origem dos prótons que ficam aprisionados na Terra. Mas um efeito contrário — e até positivo — pode surgir daí.

Densidade das partículas apresentou uma tendência crescente até atingir seu pico em 2021 (Imagem: murat4art/iStock)

“Se houver mais atividade solar, mais calor e mais energia entrarão em nossa atmosfera”, explicou Adams à reportagem. “Se nossa atmosfera receber mais calor e energia, ela se expandirá. À medida que a atmosfera se expande, os prótons colidirão com essa atmosfera expandida e, eventualmente, sairão.”

Em um primeiro momento, a densidade será benéfica para satélites que orbitam o planeta, já que a radiação estará mais fraca e não afetará com tanta rapidez os dispositivos eletrônicos.

Mas há um porém nessa história. A frequência de tempestades solares deverá ser maior, e o aquecimento da atmosfera poderá “engrossar” gases ao redor da Terra, aumentando o arrasto de satélites em órbita baixa. 

Em maio do ano passado, uma poderosa tempestade solar derrubou a altitude de dezenas de satélites de uma só vez, como lembra o estudo. O risco de colisões orbitais foi excepcionalmente alto, já que os operadores tiveram de responder às pressas.

Quais os efeitos que uma tempestade solar causa na Terra?

Os efeitos que pode causar na Terra são variados. Alguns dos mais comuns incluem:

  • Auroras: As tempestades solares aumentam a atividade auroral, resultando em auroras mais intensas e visíveis em latitudes mais baixas do que o normal. As auroras boreais ocorrem no hemisfério norte, enquanto as auroras austrais ocorrem no hemisfério sul.
  • Interferência em Comunicações: As partículas carregadas emitidas pelo Sol podem causar interferência em comunicações por rádio de alta frequência e sistemas de navegação por satélite, afetando redes de comunicação e sistemas de posicionamento global.
  • Danos a Satélites: A radiação solar intensa pode danificar eletrônicos e componentes de satélites em órbita terrestre, causando falhas temporárias ou permanentes em sistemas de comunicação, navegação e meteorologia por satélite.
  • Falhas em Redes Elétricas: Tempestades solares severas podem induzir correntes elétricas nos sistemas de transmissão de energia elétrica da Terra, potencialmente causando falhas e danos em transformadores e equipamentos de distribuição de energia.
  • Riscos para Astronautas e Aeronaves: Durante tempestades solares intensas, a radiação solar aumentada pode representar um risco maior para astronautas em órbita terrestre e para tripulações de aeronaves em altitudes elevadas, aumentando o risco de exposição à radiação.
  • Distúrbios em GPS: A interferência causada por tempestades solares pode afetar a precisão e a confiabilidade dos sistemas de navegação por satélite, como o GPS (Sistema de Posicionamento Global), levando a erros de posicionamento e temporariamente interrompendo o serviço em algumas áreas.

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Sol: será que o máximo solar já passou?

O Sol atingiu sua fase de maior atividade, conhecida como máximo solar. No entanto, permanece essa fase ativa ou já ficou para trás? Para responder a essa dúvida, é preciso analisar os dados disponíveis trazidos pelo Space.com.

Mesmo sem ser visível a olho nu, nosso astro apresenta dinâmica intensa. Em sua superfície, áreas com campos magnéticos concentrados aparecem como manchas solares, enquanto, acima dessas regiões, áreas ativas na atmosfera solar podem desencadear explosões e ejeções de massa coronal (CMEs, na sigla em inglês). Tais fenômenos, embora invisíveis diretamente, exercem influência sobre a Terra por meio do clima espacial.

Imagem de luz branca do Sol mostrando contagens de manchas solares em agosto de 2024 (esquerda) e março de 2025 (direita) (Imagem: SDO/HMI)

É importante notar que a ocorrência de manchas solares, explosões e ejeções de massa não é constante, oscilando conforme um ciclo solar, que dura, aproximadamente, 11 anos. Durante os períodos de mínimo solar, podem se passar meses sem que qualquer mancha seja registrada; por outro lado, no auge do ciclo, esses eventos se tornam frequentes.

Há séculos, cientistas acompanham esses ciclos contando o número de manchas solares. Desde dezembro de 2019, quando se registrou o mínimo solar que encerrou o Ciclo Solar 24, estamos vivendo o Ciclo Solar 25. Embora a duração típica seja de cerca de 11 anos, o intervalo exato entre os mínimos pode variar.

Dados técnicos sobre o Sol e seus máximos e mínimos

  • No início do Ciclo Solar 25, o Centro de Previsão do Clima Espacial da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) divulgou previsão oficial baseada em média das projeções da comunidade científica;
  • Essa previsão estimava que o pico, com média mensal entre 101,8 e 125,2 manchas solares, ocorreria por volta de julho de 2025;
  • No entanto, os dados recentes indicam que o Ciclo Solar 25 já ultrapassou essa estimativa. Em agosto de 2024, foi registrada média suavizada de 13 meses de 156,7 manchas;
  • Essa média, calculada considerando o mês analisado juntamente com os seis meses anteriores e os seis posteriores, tem atraso de seis meses em relação à coleta dos dados, sendo agosto de 2024 a referência mais atual até março de 2025.

Embora essa média possa continuar aumentando, ela dependerá dos números das manchas solares nos meses vindouros. Vale ressaltar que o pico determinado pela média suavizada — e não o valor máximo registrado em um único mês — define o ponto de máximo do ciclo.

O gráfico abaixo ilustra a evolução dos ciclos solares desde 2010. Ele mostra, com linha preta representando os valores mensais e uma roxa a média suavizada, que o Ciclo Solar 25 já ultrapassou a magnitude do ciclo anterior.

Números de manchas solares do ciclo solar do NOAA ISES de 2010 até o presente, revelando a evolução dos ciclos solares 24 e 25 (até o momento); pontos pretos marcam pontos de dados mensais e a linha roxa mostra o número de manchas solares suavizado de 13 meses (Imagem: Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA)

Até agora, o mês com o maior número individual de manchas foi agosto de 2024, com total de 216 manchas. Posteriormente, os números caíram, variando entre 136 e 166 manchas mensais de setembro de 2024 até março de 2025. Esses dados sugerem a possibilidade de que o máximo solar possa já ter sido alcançado, mas a questão permanece em aberto.

Além disso, o Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA disponibiliza gráfico experimental de previsão do ciclo solar, atualizado mensalmente conforme os dados mais recentes (veja mais no fim desta reportagem).

Essa ferramenta, que reflete informações atuais e não projeções prévias, oferece estimativa mais precisa para o restante do ciclo.

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A versão mais recente, atualizada em março de 2025, indica que o pico do máximo solar, provavelmente, ocorreu entre agosto e novembro de 2024, sugerindo que já estaríamos entrando na fase de declínio do Ciclo Solar 25.

Essa nova estimativa difere da previsão original de julho de 2025. Essa discrepância pode ser explicada pelo fato de que os ciclos de nosso astro não são exatamente de 11 anos: geralmente, quanto maior a amplitude do ciclo, mais curto ele tende a ser. Assim, o pico real pode ter ocorrido antes do previsto inicialmente.

Porém, o cenário ainda apresenta incertezas. Observando o comportamento do Ciclo Solar 24, nota-se que houve dois picos — um em 2012 e outro em 2014 — um fenômeno raro nas previsões, mas que já foi identificado em diversos ciclos históricos.

Previsão atualizada da progressão do ciclo solar (experimental) do banco de testes da NOAA
Previsão atualizada da progressão do ciclo do astro (experimental) do banco de testes da NOAA; a linha preta e fina mostra dados de manchas solares, a linha azul representa a média suavizada de 13 meses, a área sombreada em rosa claro mostra a previsão original de 2019 e a linha roxa é a previsão atual com base nos dados mais atualizados (Imagem: Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA)

O Ciclo Solar 25 poderia, teoricamente, exibir um segundo pico, adiando o máximo para o final de 2025, embora alguns argumentem que já teríamos registrado dois picos, um em 2023 e outro em 2024.

Mesmo que o pico mensal específico tenha sido ultrapassado, isso não significa que a atividade do astro chegou ao fim. Fenômenos intensos podem perdurar por um ou dois anos após o máximo, mantendo a possibilidade de observação de manchas, ejeções de massa e os efeitos associados, como tempestades geomagnéticas e exibições de auroras.

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Calor do Sol pode influenciar formação de terremotos na Terra, diz estudo

Um artigo publicado nesta terça-feira (4) na revista Chaos sugere que o calor do Sol pode influenciar a formação de terremotos na Terra. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Tsukuba e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada do Japão, aponta que mudanças na temperatura da superfície terrestre afetam a estabilidade das rochas e a movimentação da água subterrânea, impactando a atividade sísmica.

Os terremotos são causados pelo deslocamento das placas tectônicas, liberando energia acumulada ao longo do tempo. No entanto, prever exatamente quando e onde um tremor ocorrerá ainda é um desafio. Liderado pelo brasileiro Matheus Henrique Junqueira Saldanha, do programa de pós-graduação em Engenharia de Sistemas da Universidade de Tsukuba, o estudo analisou a relação entre a atividade solar e os terremotos, indicando que variações na temperatura podem fragilizar a crosta terrestre e influenciar a movimentação das falhas geológicas.

Representação artística do calor do Sol atuando sobre a atividade sísmica da Terra. Créditos: Sergey Peterman/Bro Studio – Shutterstock. Edição: Olhar Digital

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A pesquisa se baseia em um estudo anterior da equipe, publicado na mesma revista em 2022, que associou o número de manchas solares – indicativo da atividade do Sol – à ocorrência de tremores na Terra. Agora, os cientistas ampliaram a análise para incluir as temperaturas da superfície terrestre, tornando as previsões sísmicas mais precisas, especialmente para terremotos mais superficiais.

“O calor do Sol afeta a atmosfera e pode influenciar propriedades das rochas e o fluxo de água subterrânea”, explicou Saldanha em um comunicado. “Essas mudanças podem tornar as rochas mais frágeis e alterar a pressão nas falhas tectônicas, contribuindo para o desencadeamento de terremotos”.

Simulação mostra que aquecimento tem papel na atividade dos terremotos

Os pesquisadores usaram modelos matemáticos e simulações computacionais para cruzar dados sísmicos, registros de atividade solar e variações de temperatura na Terra. Quando incluíram a temperatura da superfície no modelo, perceberam que a previsão dos tremores melhorou, reforçando a hipótese de que o aquecimento terrestre tem um papel, ainda que sutil, na atividade sísmica.

Como o calor e a umidade afetam principalmente as camadas superiores da crosta terrestre, o impacto das variações solares é mais evidente em terremotos rasos. A descoberta sugere que incorporar dados climáticos e solares nos modelos de previsão pode ajudar a antecipar eventos sísmicos com maior precisão.

“Essa abordagem pode melhorar nossa compreensão sobre o que desencadeia os terremotos”, destacou Saldanha. Os pesquisadores esperam que futuras investigações aprofundem essa relação, contribuindo para estratégias mais eficazes de monitoramento e prevenção de desastres naturais.

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