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É possível ouvir a eletricidade?

Em artigo publicado no IFLScience, o Dr. Russell Moul compartilhou uma experiência pessoal que pode soar familiar para muitos: durante meses, ele acreditou estar ouvindo coisas.

Sempre que se deitava e apagava as luzes, um zumbido sutil surgia no silêncio do apartamento. A origem do som era um mistério. Nenhuma tomada e nenhum eletrodoméstico parecia ser o responsável — e o fato de o ruído aparecer apenas à noite tornava tudo ainda mais intrigante.

O enigma só foi resolvido quando o vizinho se mudou. O som vinha, na verdade, de um gerador de ruído branco usado para ajudar o bebê do apartamento ao lado a dormir. Apesar do alívio, a situação levantou uma dúvida comum: afinal, de onde vêm os zumbidos emitidos por muitos aparelhos elétricos?

O que podemos ouvir não é exatamente a eletricidade

  • Ao contrário do que parece, a eletricidade em si não emite som;
  • O que ouvimos são vibrações provocadas pela interação da corrente elétrica alternada com componentes metálicos, principalmente transformadores;
  • Essa corrente alternada, padrão em redes domésticas, oscila entre 50 e 60 vezes por segundo, dependendo do país — o que pode gerar frequências audíveis entre 100 e 120 Hz, percebidas como zumbidos ou roncos agudos.
Nem sempre é paranoia: sons estranhos podem ter explicações elétricas (Imagem vector pouch/Freepik)

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É por isso que esse tipo de som pode ser ouvido em lâmpadas fluorescentes, TVs, carregadores ou, até, em transformadores em postes de rua. Em geral, é algo inofensivo e esperado.

Barulhos em sistemas elétricos podem indicar problemas

No entanto, especialistas alertam: se o zumbido for recente, mais intenso que o normal ou acompanhado de cheiro de queimado, pode indicar falhas ou superaquecimento em componentes internos — e deve ser investigado.

Em certos casos, ignorar esses sinais pode resultar em danos ao equipamento ou riscos elétricos. Mesmo os sons mais sutis podem contar uma história — às vezes, sobre um vizinho com um bebê; outras, sobre um aparelho à beira de falhar.

Choque elétrico realmente nos arremessa para longe?
Ruídos elétricos são comuns — mas, também, podem indicar problemas sérios (Imagem: puha dorin / Shutterstock)

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Perda auditiva pode causar demência, revela estudo brasileiro

A adoção de cuidados para com a saúde auditiva é uma forma de retardar o declínio cognitivo e prevenir o surgimento da demência. É isso o que revelou um estudo realizado com 805 brasileiros na faixa dos 50 anos de idade.

Segundo os pesquisadores envolvidos no trabalho, a descoberta pode ajudar a reduzir o número de casos de Alzheimer no futuro, por exemplo.

As conclusões foram descritas no Journal of Alzheimer’s Disease.

Problemas de audição são um fator de risco para demência

  • A perda auditiva geralmente tem início na meia-idade e é um fator de risco reconhecido para demências.
  • Isso ocorre em função da audição ser uma importante via de entrada de informação para o cérebro.
  • Quando este processo é interrompido, áreas importantes deixam de ser estimuladas, podendo acelerar o declínio cognitivo.
  • Além disso, os problemas de audição podem levar ao isolamento social.
  • Fatores ligados ao trabalho são um dos principais responsáveis pela perda auditiva, em função da exposição a ambientes com muito barulho.
  • Por outro lado, o uso de fones de ouvido com volume muito alto também prejudica a audição.
  • As informações são da Agência FAPESP.
Uso excessivo de fones de ouvido é um fator de risco (Imagem: KiyechkaSo/Shutterstock)

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Estudo confirmou relação entre os problemas

Durante o estudo, os participantes realizaram testes de audiometria, uma medida objetiva da qualidade da audição, três vezes ao longo dos oito anos de investigação. No mesmo período foram realizados testes de memória, linguagem e função executiva, que aferiram a associação entre perda auditiva e declínio cognitivo acentuado.

Dos 805 participantes, 62 (7,7%) apresentaram perda auditiva. Eles tiveram um declínio cognitivo global mais rápido que o esperado para a idade. Além disso, os testes específicos do domínio cognitivo mostraram declínios semelhantes, mas menos precisos, na memória, fluência verbal e função executiva.

Imagem ilustrativa do sentido de audição
A perda auditiva é o um fator de risco modificável para as demências. Imagem: Pixsooz / Shutterstock

A perda auditiva é o que chamamos de fator de risco modificável para as demências, entre elas Alzheimer, exatamente por ser passível de identificação e correção. Em 2050, a previsão é que mais de 70% das pessoas com demências vivam em países de baixa e média renda, como o Brasil. Por isso, é importante ter estudos que identifiquem a nossa realidade e os fatores passíveis de prevenção. Além do peso individual, há também uma carga coletiva. Não tem como o Brasil e outros países de baixa e média renda envelhecerem com demência.

Claudia Suemoto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e autora do estudo

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