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Rotas mais turbulentas do mundo estão na América do Sul; veja o ranking

Passar por uma turbulência é uma das piores experiências que uma pessoas pode viver. Tanto que eu conheço gente que não pega avião justamente para evitar isso. Ou que escolhe as rotas com menos chances de cruzar com uma delas.

Sim, isso existe desde 2020, quando entrou no ar o site Turbli. Trata-se de uma plataforma desenvolvida pelo engenheiro Ignacio Gallego-Marcos e que fornece previsões de turbulência para voos.

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Ele faz isso utilizando dados meteorológicos e traçando cenários de mudanças de pressão atmosférica. Para ser mais específico, são dados da da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) e do UK Met Office, o serviço nacional de meteorologia do Reino Unido. A conta não é simples, mas aparenta ser eficaz – tanto que o portal detém a marca de mais de 200 mil usuários mensais.

Eu fiz um teste e ele entrega um prognóstico de praticamente todos os voos comerciais do mundo. A única regra é que esse voo deve ocorrer dentro de um prazo de até 36 horas. Depois dessa janela, o Turbli afirma que pode perder um pouco da precisão.

Desde 2022, o portal também promove um ranking com as rotas que mais tiveram casos de turbulência no ano. E aqui eu tenho duas notícias para você.

Muita gente tem medo de voar de avião; e o site Turbli promete acalmar um pouco a tensão – Imagem: viper-zero/Shutterstock

Conheça o Top-10

A má notícia é que a maioria dessas rotas fica em nosso continente, a América do Sul. Agora, a boa notícia é que nenhuma delas passa pelo Brasil.

Como mostrou o Terra, a rota mais turbulenta do mundo em 2024 foi entre Mendoza, na Argentina, e Santiago, a capital do Chile. A Argentina, aliás, é o país com mais menções nesse ranking. Confira ele completo abaixo:

  1. Mendoza (Argentina) – Santiago (Chile)
  2. Córdoba (Argentina) – Santiago (Chile)
  3. Mendoza (Argentina) – Salta (Argentina)
  4. Mendoza (Argentina) – San Carlos de Bariloche (Argentina)
  5. Kathmandu (Nepal) – Lhasa (China)
  6. Chengdu (China) – Lhasa (China)
  7. Santa Cruz (Bolívia) – Santiago (Chile)
  8. Kathmandu (Nepal) – Paro (Butão)
  9. Chengdu (China) – Xining (China)
  10. San Carlos de Bariloche (Argentina) – Santiago (Chile)

Vale destacar que todas as rotas sul-americanas da lista passam pela Cordilheira dos Andes. Outra região que tem destaque no ranking é a do Himalaia. Ou seja, a conclusão é que as turbulências ocorrem com mais frequência nas regiões montanhosas.

Montanhas na Cordilheira dos Andes, no Chile
A Cordilheira dos Andes possui 6 das 10 rotas com mais turbulência no mundo em 2024 – Imagem: Thiago P./Shutterstock

Quando teremos o fim das turbulências?

Não dá para cravar o fim delas, mas já existem algumas tecnologias em estudo que buscam reduzir a quantidade desse tipo de ocorrência.

Um grupo de cientistas suecos treinou uma IA para evitar esse tipo de problema durante os voos. A ideia é aumentar a eficácia de tecnologias experimentais que manipulam o fluxo de ar na superfície das asas.

Uma outra iniciativa foi batizada de FALCON (Fourier Adaptive Learning and Control). Os pesquisadores criaram uma ferramenta de IA que seria capaz de adaptar a velocidade, o ângulo, o aerofólio e as asas aerodinâmicas para atenuar as mudanças bruscas de pressão.

Você pode ler mais sobre o projeto neste outro texto do Olhar Digital.

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Avião com asa diferentona promete reduzir emissões pela metade

A companhia aérea Delta Air Lines está apoiando uma startup com uma proposta promissora: construir uma asa-mista. A intenção é mudar o design da asa do avião para tornar as viagens mais sustentáveis. A expectativa da JetZero, empresa por trás da ideia, é diminuir as emissões da aviação pela metade.

Outras grandes empresas também já apoiam a startup, incluindo a Força Aérea dos Estados Unidos.

Esquema das poltronas no interior do avião mudaria (Imagem: JetZero/Reprodução)

Asa-mista promete reduzir emissões do avião

Na proposta de asa-mista, não há uma divisão clara entre a asa e o corpo principal do avião. Tudo é misturado. Como lembrou o The Verge, a vantagem é reduzir o arrastro associado às fuselagens tradicionais presentes na asa, gastando menos combustível.

Na prática, a JetZero espera que isso torne as viagens mais sustentáveis e reduzam as emissões da aviação em até 50%, sem ter que alterar a tecnologia do motor e a infraestrutura de abastecimento.

Além disso, a mudança na asa pode fornecer mais área de superfície de elevação, promovendo melhor distribuição de carga e reduzindo o peso geral do avião. Sem contar que o valor gasto com fuselagem cai.

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Delta Air Lines está apostando na asa diferentona

A Delta Air Lines anunciou nesta quarta-feira (05) que vai dar suporte ao desenvolvimento da aeronave de demonstração de asa-mista (BWB). O ‘investimento’ não será financeiro: a companhia aérea está oferecendo suporte operacional. Na prática, a incubadora Sustainable Skies Lab da Delta vai entregar “experiência operacional” de engenheiros experientes para ajudar na construção do modelo.

Em 2020, a Delta Air Lines prometeu investir US$ 1 bilhão em iniciativas de sustentabilidade (incluindo a incubadora), para atingir a neutralidade de carbono até 2050.

A Força Aérea dos Estados Unidos também apostou na JetZero, com uma doação de US$ 235 milhões em 2023 para construção de um modelo de asa combinada em escala real. Northrop Grumman e a Scaled Composites são outros investidores.

Boeing , Airbus e NASA já trabalharam em conceitos BWB, mas nenhum deles chegou a entrar em produção.

Fachada e um avião da Delta Airlines
Delta Air Lines espera usar combustível de aviação sustentável em boa parte da frota até 2050 (Imagem: Ian Dewar Photography/Shutterstock)

Como será o avião com asa remodelada

  • De acordo com a startup, o avião com asa remodelada poderá transportar 250 passageiros (o equivalente a uma aeronave internacional de médio porte) e será mais silencioso do que um modelo tradicional;
  • A Delta espera que o design BWB seja compatível com combustível de aviação sustentável, que espera usar até 2050;
  • O principal desafio da asa diferentona é a promoção de um processo de evacuação seguro no caso de pouso de emergência, já que o design interior da nave mudaria, bem como o esquema das portas de saída.
  • A expectativa é que um modelo de demonstração esteja pronto para testes em 2027.

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