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Adeus, ChatGPT? Microsoft está de olho no Grok, de Musk; entenda

A Microsoft está preparando o terreno para hospedar, em sua infraestrutura de inteligência artificial (IA), o chatbot Grok, da xAI, empresa de Elon Musk. As informações foram confirmadas por fonte interna ao The Verge.

A ideia da gigante dos softwares seria a de, uma vez que hospede o modelo Grok AI, disponibilizá-lo a seus clientes e, até mesmo, às suas equipes de produtos por meio do Azure, serviço de nuvem da empresa.

Se essa parceria vingar, as tensões entre Microsoft e OpenAI podem crescer ainda mais (entenda o motivo no fim desta reportagem).

Grok seria disponibilizado no Azure (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Grok pode desembarcar na plataforma da rival

  • A fonte disse que, com o acordo selado, o Grok será disponibilizado no Azure AI Foundry, plataforma de desenvolvimento de IA da Microsoft;
  • Essa plataforma provê, a desenvolvedores, acesso a serviços, ferramentas e modelos pré-criados de IA para criar aplicativos e agentes de IA;
  • A ideia é que eles usem o Grok em seus apps, permitindo, à Microsoft, que, gradativamente, use o chatbot em seus próprios aplicativos e serviços;
  • Mas não é só o Grok que a gigante do Vale do Silício está procurando. No Azure AI Foundry, ela começou a adotar vários modelos de IA que competem diretamente com o ChatGPT, da OpenAI.

O surgimento relâmpago da chinesa DeepSeek no início do ano fez com que a empresa adotasse seu modelo hiper barato, o R1, sendo que a implantação do DeepSeek no Azure AI Foundry foi muitíssimo rápida, informa o portal. O CEO da Microsoft, Satya Nadella, pediu que os engenheiros testassem o modelo em poucos dias.

“Todos os sistemas que construímos ao longo de 50 anos precisam ser aplicados a agentes de IA”, afirmou, Asha Sharma, vice-presidente corporativa da plataforma de IA da Microsoft, em entrevista ao The Verge no mês passado. “Para o Azure AI Foundry, estamos pensando em como evoluir para nos tornarmos o sistema operacional no backend de cada agente.”

Segundo o portal, a ideia da empresa de disponibilizar o Grok no Azure para desenvolvedores faz parte dos esforços para se tornar a importante infraestrutura e plataforma por trás dos modelos e agentes de IA mundo afora.

Contudo, nem todas as empresas de IA estão procurando a Microsoft para suprir suas necessidades de treinar seus modelos. Um exemplo é o próprio Musk, que, no ano passado, teria desistido de um acordo entre xAI e Oracle para o uso de servidores, no valor total de US$ 10 bilhões (R$ 56,75 bilhões, na conversão direta).

À época, o bilionário disse, no X, que a xAI estaria treinando seus modelos de IA futuros “internamente” ao invés de recorrer aos servidores da Oracle.

Quanto à parceria com a Microsoft, a fonte não soube dizer ao Verge se o suposto acordo seria exclusivo, ou se suas concorrentes, como a Amazon (que tem o Amazon Web Services, como serviço de nuvem), também poderão hospedar a IA da xAI.

A reportagem aponta que, teoricamente, a empresa cofundada por Bill Gates queira apenas fornecer capacidade para hospedagem do modelo do Grok e não liberar seus servidores para treinamento de futuros modelos.

O que diz a companhia

O Verge procurou a Microsoft, que não quis comentar o assunto. O Olhar Digital procurou a assessoria da Microsoft Brasil e aguarda retorno.

Satya Nadella ao lado de um smartphone exibindo o logo da Microsoft em sua tela
Satya Nadella (foto) e Sam Altman estariam “se distanciando” (Imagem: QubixStudio/Shutterstock)

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Microsoft/Musk vs. OpenAI (?)

Nos últimos tempos, uma certa “rixa” entre a gigante do Vale do Silício e a startup de Sam Altman começou, sem contar a briga antiga da OpenAI com Musk.

O bilionário sul-africano processou a empresa (que ajudou a fundar), pois, quando criada, ela era uma instituição sem fins lucrativos e, agora, quer passar a lucrar com a IA. Musk alega que isso vai contra os princípios previamente difundidos pela OpenAI.

Por sua vez, no início de abril, foi a vez da startup processar o bilionário, sob a alegação de que o dono de SpaceX, xAI, Tesla, X e outras, vem usando “táticas de má-fé para desacelerar a OpenAI“.

Em paralelo, uma parceria que parecia ser bastante sólida entre Microsoft e OpenAI vem estremecendo dia após dia. A startup fornece o modelo GPT para alimentar o Copilot, presente em quase todos os softwares da gigante do Vale do Silício, como o pacote Office (agora chamado de Microsoft 365 Copilot) e o Windows 11.

As tensões surgiram em torno de requisitos de capacidade e acesso a modelos de IA. Uma reportagem do The Wall Street Journal publicada nesta semana trouxe que Nadella e Altman estão “se distanciando” e que a contratação de Mustafa Suleyman como CEO da Microsoft AI (antes, ele trabalhou no Google DeepMind) em 2024 foi uma espécie de “apólice de seguro contra Altman e OpenAI“.

A Microsoft ainda tenta construir modelos de IA que batam de frente com o ChatGPT e outros modelos da startup, mas, como, até hoje, não foi bem-sucedida, segue dependendo da empresa de Altman para alimentar o Copilot.

A reportagem do Verge pontua que a gigante dos softwares poderia estar querendo antecipar a inserção/lançamento do GPT-5 ainda em maio, mas o cronograma da OpenAI está instável já há algumas semanas, havendo atrasos em anúncios de novos modelos e problemas de capacidade graças ao sucesso de seu gerador de imagens de IA — o que fez o ChatGPT derreter (literalmente). Fontes internas disseram ao Verge que é “improvável” que o GPT-5 chegue ainda em maio.

Montagem com fotos de Sam Altman, CEO da OpenAI, e o bilionário Elon Musk
Sam Altman e Elon Musk não falam a mesma língua há anos (Imagem: jamesonwu1972/Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

Com o Grok, a Microsoft sinaliza, claramente, que quer mais modelos de IA para si. O GitHub Copilot, de propriedade da empresa, suporta modelos de Anthropic, Google e OpenAI.

Dessa forma, não é nada estranho imaginarmos o Copilot que usamos no dia a dia permitindo que escolhamos modelos de IA concorrentes do GPT, até porque, no futuro, isso pode catapultar a Microsoft para se tornar a melhor escolha para desenvolvedores e usuários de IA.

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Microsoft supera previsões com alta de 33% na nuvem Azure

A Microsoft divulgou resultados trimestrais que superaram as previsões de mercado, impulsionando suas ações em mais de 6% nas negociações após o fechamento do pregão desta quarta-feira (30). Os números positivos foram puxados, principalmente, pelo desempenho da plataforma de nuvem Azure, que apresentou crescimento anual de 33%, superando as estimativas de analistas.

Segundo comunicado da empresa, a receita total do trimestre encerrado em 31 de março foi de US$ 70,07 bilhões, acima dos US$ 68,42 bilhões esperados pelo mercado. O lucro líquido chegou a US$ 25,8 bilhões, um avanço de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro por ação ficou em US$ 3,46, frente aos US$ 3,22 previstos por especialistas ouvidos pela LSEG.

Resultados da Microsoft superaram expectativa do mercado (Imagem: Tada Images / Shutterstock.com)

Nuvem e IA impulsionam resultados da Microsoft

  • A unidade de negócios Intelligent Cloud, que inclui a Azure, foi um dos principais destaques do trimestre.
  • Ela gerou US$ 26,75 bilhões em receita, um aumento de cerca de 21% em relação ao ano anterior e acima da expectativa de US$ 26,16 bilhões.
  • Desse crescimento da Azure, 16 pontos percentuais estão diretamente ligados a serviços de inteligência artificial, segundo a empresa.
  • Além do crescimento da nuvem, a Microsoft continuou a investir fortemente em infraestrutura para IA.
  • Os gastos de capital chegaram a US$ 16,75 bilhões, excluindo contratos de leasing, representando um aumento de quase 53% em comparação com o ano anterior.
  • A previsão dos analistas da Visible Alpha era de US$ 16,37 bilhões.

Desempenho em outras áreas

Outros segmentos da Microsoft também apresentaram bons resultados. A unidade Produtividade e Processos de Negócios, que inclui o Office e o LinkedIn, teve receita de US$ 29,94 bilhões, crescimento de 10% e acima da previsão de US$ 29,57 bilhões. Já a divisão Mais Computação Pessoal, que abrange Windows, publicidade em busca, dispositivos e consoles, somou US$ 13,37 bilhões, 6% a mais que no mesmo período de 2024.

Segundo a empresa, as vendas de dispositivos e licenças do Windows para fabricantes subiram 3%. A consultoria Gartner, por sua vez, estimou um crescimento de 4,8% nos embarques de PCs no trimestre.

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Parceria com OpenAI e impactos futuros

Durante o trimestre, a Microsoft anunciou uma revisão no acordo com a OpenAI, sua parceira estratégica em inteligência artificial. A empresa agora terá direito de preferência quando a OpenAI buscar novas capacidades de computação, mas não será obrigada a fornecer essa estrutura em todas as ocasiões.

O balanço também apontou uma despesa de US$ 623 milhões na linha de “outras despesas”, valor que inclui perdas com investimentos baseados no método de equivalência patrimonial — como no caso da OpenAI. No trimestre anterior, esse montante havia sido de US$ 2,29 bilhões.

Logo da OpenAI em um smartphone na horizontal
Microsoft tem direito de preferência quando a OpenAI buscar novas capacidades de computação (Imagem: jackpress / Shutterstock.com)

Apesar do bom desempenho recente, as ações da Microsoft ainda acumulam queda de 7% no ano até o fechamento desta quarta. No mesmo período, o índice S&P 500 recuou cerca de 6%. A empresa divulgará suas perspectivas e projeções para os próximos meses em conferência com analistas marcada para as 18h30 (horário de Brasília), com atenção especial para os efeitos das novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump e o possível impacto nos custos de importação.

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