Com estrutura fluida e moldável, a bateria pode ser usada em impressoras 3D para assumir qualquer forma desejada, como explicou o professor Aiman Rahmanudin, um dos líderes do estudo. Isso abre portas para um novo tipo de eletrônica completamente integrada aos dispositivos.
Estima-se que mais de um trilhão de dispositivos estarão online nos próximos dez anos. Além dos celulares e computadores, teremos sensores médicos, implantes nervosos, roupas inteligentes e até robótica leve. E para todos esses gadgets funcionarem sem atrapalhar nossa vida cotidiana, precisamos de baterias que se adaptem – exatamente como essa nova criação.
Repare nas imagens em “M”, representando as diferentes topologias de fluidos sob diferentes deformações mecânicas. Da esquerda para a direita: 0% de deformação, 100% de deformação de tração, torcida. Barras de escala, 10 mm. | (Rahmanudin A. et al, 2025)
Uma bateria fluida e sustentável
A chave está na mudança dos eletrodos. Em vez de serem sólidos e rígidos, eles são fluidos, feitos a partir de plásticos condutores e lignina, um subproduto da produção de papel. Isso torna a bateria não apenas flexível, mas também sustentável, já que reaproveita materiais abundantes e baratos.
Ela pode ser esticada até dobrar de tamanho e ainda assim continuar funcionando perfeitamente. Além disso, suporta mais de 500 ciclos de recarga sem perder desempenho. Porém, a tensão atual da bateria é de apenas 0,9 volt. Então, os pesquisadores estão explorando novos compostos químicos, como zinco ou manganês, para melhorar sua eficiência.
A Volvo Energy lançou uma nova unidade de energia que atende clientes em diferentes situações onde não há rede elétrica. O modelo PU500 BESS pode ser usado para alimentar um canteiro de obras remoto ou um evento temporário, por exemplo.
O grande diferencial é seu carregador rápido DC de 240 kW integrado, um recurso exclusivo que permite carregar caminhões pesados, veículos elétricos e ferramentas de forma rápida e eficiente, segundo a marca sueca.
A bateria com capacidade de 450-540 kWh pode recarregar um caminhão pesado em aproximadamente 1,5 hora e pode carregar até 3 caminhões pesados elétricos ou 20 carros elétricos diariamente quando totalmente carregado.
Volvo vai lançar novos recursos do PU500 com serviços digitais (Imagem: jetcityimage/iStock)
“Isso garante que não importa em que tipo de veículo elétrico ou maquinário você confia, o PU500 pode fornecer a energia que você precisa, tornando-o uma solução verdadeiramente flexível para qualquer local ou local com restrição de rede”, afirma Niklas Thulin , Chefe de Oferta de Produtos BESS na Volvo Energy.
Em locais onde há conexões de rede fracas ou inexistentes, o PU500 oferece um diferencial: recurso de aumento de potência. Isso permite que a unidade continue carregando a si mesma mesmo com baixa potência da rede.
Bateria pode ser usada para abastecer carros ou eventos (Imagem: jetcityimage/iStock)
Ao mesmo tempo, a bateria ainda é capaz de carregar veículos ou máquinas quando necessário. Assim, a bateria se torna particularmente útil para regiões remotas ou para situações em que a energia da rede é intermitente.
A Volvo Energy informou que está se preparando para expandir os recursos do PU500 com serviços digitais que permitirão aos usuários monitorar e programar as operações da unidade móvel.
Nos últimos anos, diversas fábricas de veículos elétricos e baterias de lítio surgiram nos Estados Unidos, impulsionadas por incentivos fiscais do Inflation Reduction Act. A promessa era gerar empregos, especialmente em estados republicanos, e fortalecer a produção interna de veículos elétricos.
No entanto, uma matéria do Washington Post revelou que muitos desses projetos estão sendo cancelados, gerando incertezas sobre a transição para energia limpa e o futuro do setor nos EUA.
Dados da Atlas Public Policy revelam que mais projetos foram cancelados no primeiro trimestre de 2025 do que nos dois anos anteriores. Fábricas como a de US$ 1 bilhão na Geórgia e uma de baterias de íons de lítio no Arizona estão entre os cancelamentos.
O analista Tom Taylor, ouvido pela equipe da publicação original, destacou que as incertezas em relação a tarifas, créditos fiscais e regulamentações dificultam a fabricação de veículos elétricos no país.
Setor de energia limpa dos EUA vive momento de incerteza (Imagem: SweetBunFactory/iStock)
Políticas republicanas impedem avanços
Embora a lei climática de 2022 tenha oferecido incentivos para montadoras fabricarem veículos e peças nos EUA, mudanças lideradas pelos republicanos podem revogar esses benefícios, afetando diretamente as vendas de veículos elétricos.
Isso tem levado empresas como Aspen Aerogels a transferirem a fabricação para a China, alegando que o mercado norte-americano ainda não avançou tanto quanto o asiático.
Além disso, empresas de veículos elétricos, como a Nikola Motors e a Canoo, enfrentam dificuldades financeiras, com algumas indo à falência.
A desaceleração no setor de fabricação limpa e a falta de clareza sobre o futuro econômico geram preocupação sobre o impacto da transição energética.
Embora alguns projetos ainda sigam em frente, muitos estão diminuindo ou ajustando a produção de veículos totalmente elétricos, como a fábrica da Hyundai em Savannah, Geórgia.
A incerteza sobre os preços de insumos também tem dificultado novos investimentos, com a E2 relatando uma queda significativa nos anúncios de novos projetos de fabricação limpa em janeiro de 2025.
Essa desaceleração ameaça comprometer a cadeia de suprimentos de veículos elétricos nos Estados Unidos, que ainda precisa de um impulso significativo para decolar, caso contrário, o setor pode retroceder, segundo especialistas.
Futuro de diversas fábricas de veículos elétricos nos EUA está ameaçado (Imagem: SweetBunFactory/iStock)
As baterias de íons de lítio dominam o mercado de armazenamento de energia, mas são caras de produzir e manter.
A startup californiana Inlyte busca oferecer uma alternativa mais acessível e escalável com suas baterias de sódio-ferro, tecnologia que tem sido pesquisada desde os anos 1970, mas que nunca se popularizou.
Inlyte foi fundada por Antonio Baclig, ex-aluno de Stanford, após estudar as baterias de sódio-ferro da Beta Research, uma empresa pioneira no Reino Unido.
Em 2023, a startup levantou US$ 8 milhões e fechou uma parceria com a Horien Salt Battery Solutions para aumentar a produção de suas baterias em uma fábrica nos EUA.
A Inlyte espera comercializar suas baterias de ferro e sódio para armazenamento de energia de longa duração nos EUA em 2027 – Imagem: Inlyte Energy
Baterias de sódio-ferro são mais baratas que as de íons de lítio
O grande atrativo das baterias de sódio-ferro é seu custo.
Feitas de materiais abundantes, elas podem ser fabricadas por apenas US$ 35 por kWh, comparado aos US$ 139 por kWh das baterias de íons de lítio.
Além disso, elas são mais duráveis, com capacidade de operar em qualquer clima e apresentam baixos riscos de incêndio.
Podem armazenar energia por 6 a 24 horas, enquanto as baterias de lítio oferecem cerca de 4 horas.
As baterias de sódio-ferro também se destacam pela longevidade, com mais de 700 ciclos sem perda significativa de capacidade e uma vida útil de até 20 anos. Com sua parceria com a Horien, a Inlyte espera iniciar a produção nos EUA até 2027, acelerando a comercialização de sua tecnologia inovadora.
Já pensou em usar sal para fornecer energia para sua casa? É isso que um grupo de cientistas dinamarqueses conseguiu fazer com uma superbateria movida a sal…fundido.
Ok, esse não é o sal de cozinha, mas não deixa de ser interessante um dispositivo capaz de converter eletricidade em calor, elevando a temperatura do sal para 600°C. A bateria consegue armazenar cerca de 1 GWh e pode abastecer pelo menos 100 mil casa por 10 horas com eficiência de 90%.
Bateria funciona com sal de hidróxido fundido
O sal usado é o sal de hidróxido fundido, derivado do cloro. Ele pode armazenar energia por até duas semanas utilizando uma tecnologia patenteada de dois tanques.
Basicamente, fontes de energias renováveis carregam a bateria, que converte essa energia em calor. Para “descarregar”, o dispositivo faz o sal circular através de um gerador de vapor. Esse gerador pode ser usado para alimentar turbinas e gerar eletricidade novamente.
O sistema armazena energia renovável em sal fundido. (Imagem Sulzer)
A pesquisa é fruto de uma colaboração entre os especialistas em engenharia de fluidos da Sulzer e a empresa de energia Hyme Energy.
“O armazenamento de energia com sais fundidos é uma oportunidade tentadora para ajudar a descarbonizar a indústria e acelerar a transição energética, seja em termos de recuperação de calor, armazenamento de energia renovável ou pequenos reatores modulares (SMRs)”, disse Benoît Martin, gerente de engenharia avançada da Sulzer ao Interesting Engineering.
“Nossa solução confiável converte energia renovável intermitente em calor verde consistente e flexível, possibilitando a descarbonização sem comprometimento”, completou a Hyme Energy em nota.
A Hyme Energy está desenvolvendo o que é considerado o maior sistema de armazenamento de energia térmica industrial do mundo, um local de 200 MWh em Holstebro, Dinamarca. O projeto deve ser usado na indústria alimentícia do país.
Cientistas trabalham há anos para usar as propriedades únicas do urânio como materiais ativos em baterias químicas. Pois pesquisadores da Agência de Energia Atômica do Japão acabam de tirar a ideia do papel e torná-la realidade.
A equipe desenvolveu a primeira bateria recarregável de urânio do mundo. Agora, o desafio é criar células de fluxo, incluindo eletrodos para maior capacidade, e o sistema para circulação de eletrólitos, o que viabiliza o equipamento para uso prático.
“A bateria recarregável baseada em urânio tem o potencial de ser um controle de energia para gerações de energia renovável, como mega usinas de energia solar, contribuindo para a realização de uma sociedade descarbonizada”, diz o comunicado.
Ideia de usar urânio como material ativo foi proposta no início dos anos 2000 (Imagem: RHJ/iStock)
A bateria de armazenamento de urânio utiliza urânio como material ativo do eletrodo negativo e ferro como positivo;
A voltagem de célula única do protótipo de bateria recarregável de urânio era de 1,3 volts, o que é próximo ao de uma bateria alcalina comum (1,5 volts);
A bateria foi carregada e descarregada 10 vezes, e o desempenho da bateria ficou quase inalterado, indicando características de ciclo relativamente estáveis.
Japão tem cerca de 16.000 toneladas de urânio empobrecido armazenado (Imagem: phbcz/iStock)
Os cientistas explicam que o “urânio empobrecido (DU)” é gerado como um subproduto durante a produção de combustível nuclear e não pode ser usado nos reatores atuais. A ideia de usar urânio como material ativo foi proposta no início dos anos 2000.
Se colocadas em uso prático, a grande quantidade de DU armazenada no Japão (cerca de 16.000 toneladas) se tornará um novo recurso para controles de produção na rede de fornecimento de eletricidade derivada de energia renovável, segundo a agência.
A constante necessidade de recarregar bateriasde dispositivos como celulares e veículos elétricos tem se tornado um desafio diário para os usuários. As baterias de íon de lítio (Li-ion) são amplamente utilizadas nesses aparelhos, mas com o tempo, elas perdem eficiência, exigindo recargas cada vez mais frequentes.
Para resolver esse problema, pesquisadores da Daegu Gyeongbuk Institute of Science & Technology (DGIST), na Coreia do Sul, desenvolveram um protótipo de bateria nuclear movida a radiocarbono, um isótopo radioativo do carbono, que pode durar milênios sem a necessidade de recarga, oferecendo uma alternativa mais segura e duradoura.
Este avanço promete não apenas solucionar a questão da durabilidade das baterias, mas também reduzir o impacto ambiental gerado pelas baterias tradicionais. A pesquisa, liderada pelo professor Su-Il In, doutor pela Royal Society of Chemistry, destaca que a busca por soluções energéticas sustentáveis é cada vez mais urgente, à medida que a demanda por baterias de longa duração cresce.
A inovação do radiocarbono
As baterias nucleares funcionam gerando energia a partir de partículas de alta energia emitidas por materiais radioativos, mas nem todos os elementos radioativos são perigosos. O radiocarbono, por exemplo, emite partículas beta que podem ser facilmente bloqueadas por uma fina camada de alumínio, tornando-o uma opção segura para baterias nucleares.
O radiocarbono é considerado uma fonte ideal para baterias de longa duração (Imagem: luchschenF / Shutterstock.com)
O radiocarbono é um subproduto das usinas nucleares, o que o torna acessível, barato e reciclável, além de ter uma vida útil longa, com uma meia-vida de 5.730 anos. Esse fator torna o radiocarbono uma fonte ideal de energia para baterias de longa duração.
Em uma entrevista ao Interesting Engineering, o professor Su-Il In explicou que o uso do radiocarbono nas baterias pode proporcionar uma fonte de energia que duraria milênios. “Eu acredito que as baterias nucleares são uma das poucas soluções verdadeiramente de longo prazo para a crescente demanda de energia e para a degradação ambiental”, afirmou In ao Interesting Engineering. Ele também explicou como o processo de degradação do radiocarbono é tão lento que poderia alimentar dispositivos por períodos extraordinários sem necessidade de recarga.
Como funciona a nova bateria nuclear
O princípio das betavoltaicas é simples: quando as partículas beta do radiocarbono atingem um semicondutor, elas geram eletricidade. Para aumentar a eficiência do processo, a equipe de In utilizou um semicondutor à base de dióxido de titânio — comumente usado em células solares — sensibilizado com um corante à base de rutênio.
O tratamento com ácido cítrico fortalece a ligação entre o dióxido de titânio e o corante, permitindo que os raios beta do radiocarbono provoquem uma avalanche de elétrons, gerando energia de forma eficiente.
Nova bateria tem melhor eficiência de conversão de energia (Imagem: PabloUA / iStock)
Essa inovação resultou em uma melhoria significativa na eficiência de conversão de energia, que aumentou de 0,48% para 2,86%, comparado aos designs anteriores que utilizavam radiocarbono apenas no cátodo. “À medida que o radiocarbono passa por decaimento beta, ele emite partículas beta que excitam o corante dentro da bateria, gerando elétrons adicionais, produzindo eletricidade”, explicou In.
Uma das características mais impressionantes da bateria de radiocarbono é que ela não precisa de recarga.
Além disso, o escudo de alumínio utilizado garante que não haja exposição à radiação para os usuários.
Segundo In, essas baterias são extremamente estáveis, seguras contra combustão ou explosões e funcionam de maneira confiável em condições adversas, tanto em temperaturas altas quanto baixas.
Isso as torna ideais para aplicações em sensores remotos, equipamentos espaciais e dispositivos médicos.
As possibilidades de aplicação dessa tecnologia são vastas. Por exemplo, uma bateria nuclear de radiocarbono poderia alimentar um marcapasso durante toda a vida do paciente, eliminando a necessidade de substituições cirúrgicas.
Outro ponto positivo é a sustentabilidade: enquanto as baterias de íon de lítio enfrentam desafios relacionados à mineração e descarte, as baterias de radiocarbono oferecem uma alternativa mais limpa e ambientalmente amigável.
Esses avanços indicam que estamos cada vez mais perto de uma revolução na forma como gerenciamos e armazenamos energia, com tecnologias que não apenas atendem às crescentes necessidades, mas também preservam o meio ambiente para as gerações futuras.
A Toyota está analisando a possibilidade de adiar a construção de uma nova fábrica de baterias para veículos elétricos no Japão. Isso pode atrasar os planos da montadora de produzir suas baterias de última geração com alcance de mais 1.000 km até 2028, segundo o site Electrek.
A nova linha foi prometida há quase dois anos, com o lançamento do modelo “Performance” previsto inicialmente para 2026. A bateria teria autonomia de 800 km, além de carregamento rápido (10% a 80%) em 20 minutos.
Também havia expectativa de uma nova bateria LFP “Popularization” com mais de 600 km e carregamento 40% mais rápido que o bZ4X. A Toyota garantiu ainda a continuidade de baterias de íons de lítio de “alto desempenho”, com recarga em 20 minutos para alcance de 1.000 km.
Fábrica atual em Fukuoka produz modelos Lexus para mercado asiático e europeu (Imagem: Toyota/Reprodução)
Em fevereiro, empresa japonesa adquiriu um terreno de aproximadamente 280.000 metros quadrados para a fábrica de baterias em Fukuoka. Segundo a reportagem, o presidente da Toyota, Koji Sato, visitou a região para um encontro com autoridades locais.
Apesar do atraso, há expectativa de que a empresa assine um acordo até o segundo semestre deste ano. Mas o início da produção da Toyota em 2028 ainda é incerto, afetando a produção das baterias EV.
Toyota lança na China o bZ3X, seu veículo elétrico mais barato no país (Imagem: Toyota/Divulgação)
A demanda menor do que a esperada por EV e custos de construção mais altos teriam frustrado os planos da companhia, segundo uma fonte consultada pela reportagem. A planta atual tem capacidade para produzir até 430.000 veículos por ano, sendo 90% exportados para Ásia e Europa.
A mudança de rumo pode adiar também o lançamento do sedã elétrico Lexus de última geração para garantir a inclusão da nova tecnologia. No início do mês, a Toyota lançou na China o bZ3X, seu veículo elétrico mais barato no país, com preço inicial de US$ 15.000 (R$ 85 mil).
O mundo terá cada vez mais baterias — isso é inegável com o avanço dos veículos elétricos. E garantir a sustentabilidade dos dispositivos já é um desafio dentro dos laboratórios. Por isso, a União Europeia (UE)criou um projeto para estudar células de íons de lítio de alta tensão inovadoras e sustentáveis para baterias de próxima geração.
A investida mais recente do IntelLiGent foi coordenada pela Fundação para Pesquisa Industrial e Técnica da Noruega (SINTEF, na sigla em norueguês) e apresentou resultados promissores: uma bateria autorreparável e ecologicamente correta.
O dispositivo tem como base o LNMO: óxido de lítio-níquel-manganês, material livre de cobalto que contém menos lítio e níquel do que as composições usuais. A tecnologia tem alta densidade de energia, o que significa mais atividade em um volume menor.
Pesquisadores vão testar viabilidade comercial da nova bateria (Imagem: Divulgação/SINTEF)
Mas um problema apareceu…
A vida útil dos primeiros protótipos era curta — o que impossibilitaria sua aplicação comercial em um veículo elétrico, por exemplo. Por isso, os pesquisadores criaram nova geração de cátodos LNMO, com silício e grafite.
A combinação dos elementos garantiu mais energia, força e estabilidade para a bateria durar mais. Os compostos são atualmente produzidos pela Vianode na Noruega, que, segundo a SINTEF, pode fabricar materiais com emissões e consumo de recursos mais baixos.
O projeto também busca aprimorar a maneira de construir os eletrodos para montar a estrutura da bateria em si. Isso faz toda a diferença na densidade de energia e na capacidade de carga;
“Um efeito da maior densidade de energia é que a bateria pode ficar muito quente. Então, precisamos garantir que a estrutura não permita que o calor se acumule dentro da bateria”, explicou o pesquisador sênior da SINTEF, Nils Peter Wagner;
Por isso, a equipe se debruçou na criação de peças que podem reparar pequenos danos ao longo do caminho;
Enquanto os ligantes ajudam a manter a estrutura do eletrodo, os separadores garantem que os eletrodos sejam mantidos fisicamente separados, evitando assim curtos-circuitos.
Agora, os pesquisadores querem colocar a produção de eletrodos em funcionamento em larga escala e otimizar os protocolos de fabricação e teste para avaliar as condições de aplicação da bateria no mercado em futuro breve.
“Essas baterias permitirão que você dirija seu carro elétrico por mais tempo sem carregá-lo e você poderá carregá-lo mais rápido. E, como indivíduo, você também estará contribuindo para uma pegada de carbono menor”, conclui Wagner.
Ilustração da bateria com função de auto-reparo (Imagem: Divulgação/SINTEF)
O carregamento de veículos elétricos ainda é um desafio para fazer o setor deslanchar. As fabricantes vêm buscando maneiras de tornar a autonomia média das baterias de íons de lítio cada vez maior. E a resposta pode estar em um experimento conduzido na Universidade Internacional da Flórida (FIU) (EUA).
Pesquisadores da Faculdade de Engenharia e Computação que trabalham há oito anos com químicas de bateria fizeram descoberta inovadora com tecnologia conhecida como além da íon-lítio, a lítio-enxofre.
O método tem grande densidade em energia, o que aumenta a capacidade de transporte de carga — na prática, veículos elétricos vão mais longe e notebooks e smartphones funcionam por duas vezes mais tempo.
Interação íon-enxofre é menos custosa para fabricantes (Imagem: Divulgação/FIU)
Além disso, o lítio-enxofre é muito mais econômico — com média de cerca de US$ 60 (R$ 347,54, na conversão direta) por quilowatt-hora, enquanto o custo médio de uma bateria, hoje, é de cerca de US$ 100 (R$ 579,24) por quilowatt-hora, segundo o estudo.
Mas há grande desvantagem que deixa o produto longe de ser comercialmente viável: a interação lítio-enxofre prejudica a longevidade da bateria, que se torna inútil após cerca de 50 cargas completas.
Os cientistas decidiram testar a inclusão de um metal para prolongar sua vida útil: a platina;
O elemento evitou o acúmulo de musgo no lado do lítio, o que reduz justamente a eficiência energética e leva à deterioração da bateria;
“Atingimos uma retenção de 92% após 500 ciclos de carga, o que significa que a bateria está quase tão boa quanto nova”, disse Aqsa Nazir, pesquisador de pós-doutorado da FIU e primeiro autor do estudo;
“Isso também mostra que minimizamos as reações negativas que prejudicam o desempenho geral para levar esta bateria ao nível comercial”;
O metal está presente em apenas 0,02% da bateria total — quantidade minúscula que fez enorme diferença. Agora, o produto está passando por testes de terceiros antes de sair do laboratório para licenciamento e comercialização.
Platina evitou formação de musgo que reduz longevidade da bateria (Imagem: Divulgação/FIU)