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O que é polidactilia? Entenda por que algumas pessoas têm dedos a mais

Geralmente, as pessoas têm cinco dedos em cada mão e em cada , certo? Porém, não é tão raro o caso de pessoas que nasçam com dedos extras. Contudo, você já se perguntou por que isso acontece? 

Caso tenha ficado curioso, continue lendo, pois a seguir explicaremos um pouco mais sobre essa condição, chamada polidactilia.

Mão de um jovem de 27 anos com polidactilia. / Crédito: ikkyu2 (CC BY-SA 3.0 / Wikimedia Commons)

O que é polidactilia?

Origem do termo

Como dito acima, polidactilia é o termo que se refere a essa condição que resulta em dedos extras nas mãos ou nos pés. O prefixo “poli” significa “muitos” e “dactilia” vem de “dáctilos”, que quer dizer “dedos” em grego. Ou seja, polidactilia significa literalmente “muitos dedos”! Contudo, essa condição também é conhecida como hiperdactilia, polidatilia ou dedo extranumérico.

Formação

A polidactilia é uma má-formação congênita, ou seja, algo que está presente desde o nascimento. Os dedos extras se formam durante o desenvolvimento do embrião, ainda no útero. Essa condição pode afetar apenas uma mão ou um pé, ou ambos. Além disso, pode ocorrer isoladamente ou como parte de síndromes genéticas.

A forma como esses dedos extras aparecem varia. Nos casos mais comuns, o dedo extra é um pequeno pedaço de tecido mole e sem função. Porém, há casos em que o dedo extra apresenta ossos, músculos e articulações bem formados. É raro que um dedo com polidactilia seja completamente funcional.

Ilustração de mãos direita com pré-axial e polidactilia pós-axial. / Crédito: genome.gov (Domínio público / Wikimedia Commons)

Em geral, a polidactilia pode ocorrer de três formas:

  • Pré-axial: o dedo extra aparece do lado do polegar ou do hálux (dedão do pé);
  • Pós-axial: o dedo extra surge do lado do dedo mínimo; é o tipo mais comum;
  • Central: o dedo a mais aparece entre os dedos normais, o que é bem mais raro.

Por que algumas pessoas têm dedos a mais?

Mas, afinal, por que isso acontece? Os dedos extras na polidactilia são causados por mutações genéticas que afetam o desenvolvimento embrionário dos membros.

Durante a formação do feto no útero, o desenvolvimento das mãos e dos pés é guiado por instruções genéticas. Quando há uma mutação ou alteração nesses genes, pode ocorrer o crescimento de dedos adicionais. Alguns desses genes são GLI3, SHH, HOXA e HOXD. Se houver uma mutação em algum deles, o controle normal da formação dos dedos pode falhar, e o embrião pode desenvolver dedos a mais.

Polidactilia ulnar tipo 1. Dedo extra ligado por pele e nervos. / Crédito: Bobjgalindo (CC BY-SA 4.0 / Wikimedia Commons)

Contudo, nem todas as mutações afetam diretamente o gene. Algumas atingem regiões próximas que controlam quando, onde e quanto um gene será ativado. Um exemplo é a mutação Hemingway, ligada à polidactilia pré-axial. 

Essa mutação ocorre em uma região reguladora localizada antes do gene SHH. Essa região normalmente controla onde o gene será ativado durante o desenvolvimento. Quando sofre mutação, faz com que o gene SHH seja ativado em uma parte errada do membro, o lado anterior, o que leva à formação de dedos extras.

Polidactilia isolada ou parte de uma síndrome?

Radiografia de um pé com polidactilia (pododáctilos). / Crédito: Drgnu23 et al. (CC BY-SA 3.0 / Wikimedia Commons)

Além disso, às vezes a polidactilia não aparece sozinha, mas como parte de uma síndrome com várias anomalias genéticas. Nesses casos, a mutação está em um gene que afeta várias partes do corpo. Exemplos de síndromes com polidactilia são a trissomia 13, a síndrome de Bardet-Biedl, a síndrome de Ellis–van Creveld e a síndrome de Holt–Oram.

Assim, a polidactilia pode ser isolada, ou seja, acontecer sozinha, sem outros sintomas, ou pode estar associada a algumas síndromes genéticas, nas quais outras partes do corpo também são afetadas. Além disso, a polidactilia pode ser hereditária, passada de geração para geração.

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A polidactilia precisa de tratamento?

Radiografia de uma mão com polidactilia (quirodáctilos). / Crédito: Drgnu23 et al. (CC BY-SA / Wikimedia Commons)

Antes de tudo, a polidactilia isolada não representa risco à saúde. No entanto, o aspecto estético costuma ser importante, por isso o tratamento é geralmente recomendado.

Além disso, quando o dedo extra apresenta estrutura óssea ou causa dificuldades funcionais, ou de mobilidade, a cirurgia para remoção é indicada.

A cirurgia é o tratamento padrão para a polidactilia. O ideal é que seja realizada ainda na infância, para obter melhor resultado e facilitar a adaptação.

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Por que os gatos derrubam objetos? Entenda se é de propósito

Você já deve ter visto aquela cena: seu gato, com o olhar atento e a pata esticada, empurra lentamente um objeto da mesa até ele cair no chão. Às vezes é engraçado, às vezes é irritante, principalmente quando o que cai é algo valioso. 

Mas, afinal, por que os gatos fazem isso? Eles derrubam as coisas de propósito ou é só mais um comportamento instintivo da espécie?

Neste artigo, vamos entender as razões por trás desse hábito tão típico dos felinos e trazer dicas práticas para ajudar a diminuir esse comportamento dentro de casa.

Por que gatos derrubam coisas?

Imagem: Svetlana Rey / Shutterstock

Antes de tudo, é importante entender: seu gato não está tentando irritar você. Derrubar objetos é uma atitude natural e ligada a diversos fatores do comportamento felino. Veja os principais motivos a seguir.

Instinto de caça

Mesmo sendo domesticados, os gatos mantêm seus instintos de caçadores. Para eles, objetos pequenos, leves ou que fazem barulho são semelhantes a presas – como insetos ou pequenos roedores. Ao empurrar ou derrubar um objeto, o gato está “testando” aquela potencial presa, como faria na natureza.

Curiosidade

Gatos são animais extremamente curiosos. Eles gostam de explorar o ambiente e descobrir como os objetos ao redor reagem ao toque. Um copo na mesa, um celular ou um brinquedo: tudo vira alvo da exploração felina. Ao derrubar, eles aprendem sobre a textura, o peso e o som do objeto.

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Imagem: Irina Gutyryak/Shutterstock

Busca de atenção

Muitos gatos aprendem, mesmo sem perceber, que derrubar algo chama a atenção do tutor. Se toda vez que ele derruba um objeto você se levanta, chama a atenção dele ou o repreende, o comportamento se reforça. Afinal, qualquer atenção, até a negativa, pode ser vista como uma recompensa.

Tédio ou necessidade de brincar

Gatos que não têm estímulos suficientes podem derrubar objetos como forma de entretenimento. Eles estão buscando algo para fazer – e derrubar coisas pode ser uma forma de brincar sozinho ou até de convidar você para interagir.

Dicas para seu gato parar de derrubar coisas

Pesquisa da Universidade de Purdue mostra que 40,9% gostam de brincar de buscar objetos
Pesquisa da Universidade de Purdue mostra que 40,9% gostam de brincar de buscar objetos. Imagem: Svetlana Rey

Embora seja um comportamento natural, é possível adotar estratégias para diminuir esse hábito. Confira algumas dicas.

Ofereça mais brincadeiras e estímulos

Gatos precisam de atividades físicas e mentais. Brinque com ele pelo menos duas vezes ao dia, por 10 a 20 minutos, usando brinquedos como varinhas, penas, bolinhas ou até caixas de papelão. Isso ajuda a gastar a energia acumulada e a reduzir comportamentos indesejados.

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Adapte o ambiente

Adapte a casa para o bem-estar do gato: instale prateleiras, arranhadores, tocas e locais seguros para ele escalar. Esses espaços permitem que o gato explore o ambiente sem precisar interagir com objetos inapropriados.

Gato dentro de caixa de papelão
(Imagem: Shutterstock)

Ignore o comportamento de derrubar objetos

Se o seu gato derrubar algo e você reagir (mesmo com broncas), ele pode entender isso como uma forma de conseguir sua atenção. O ideal é ignorar completamente: não fale, não olhe e não se aproxime quando ele derrubar algo.

Reforce comportamentos positivos

Quando o gato brincar com os brinquedos certos, interagir de forma tranquila ou se comportar de maneira adequada, recompense-o com petiscos, carinho ou palavras suaves. Assim, ele associa o bom comportamento a coisas agradáveis.

Imagem: Nils Jacobi/Shutterstock

Evite deixar objetos ao alcance

Se possível, retire do alcance do gato os objetos que podem ser derrubados, especialmente os frágeis ou valiosos. Isso evita problemas e protege tanto seus pertences quanto o próprio animal.

Ofereça atividades de caça simulada

Brinquedos interativos – como varinhas, bolinhas com petiscos, bonecos de borracha etc. – ajudam a simular a caça e a satisfazer os instintos naturais do gato. Variar os brinquedos também mantém o interesse.

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Por que sentimos “choque” ao bater o cotovelo?

Quase todo mundo já viveu esse momento desconfortável: ao bater o cotovelo em um canto de parede ou em alguma quina, uma dor aguda e eletrizante percorre o braço até a mão. 

Esse fenômeno é popularmente chamado de “choque no cotovelo”, mas seu nome técnico está diretamente ligado a uma estrutura anatômica essencial do nosso corpo: o nervo ulnar.

Representação do nervo ulnar. / Crédito: labs.google.whisk (reprodução)

O que é o nervo ulnar?

O nervo ulnar é um nervo misto, ou seja, possui funções motoras e sensitivas. Ele se origina no fascículo medial do plexo braquial, que é formado pelas raízes espinhais C8 e T1. Essas raízes nervosas saem da medula espinhal na região da coluna cervical (pescoço) e torácica (parte superior das costas), fazendo parte do sistema nervoso periférico. Elas são fundamentais para a formação de vários nervos que controlam o braço, a mão e partes do ombro.

Representação do nervo ulnar. / Crédito: labs.google.whisk (reprodução)

O nervo ulnar percorre todo o braço, passa pelo cotovelo, desce pelo antebraço e chega até a mão, sendo responsável tanto pelo movimento de alguns músculos quanto pela sensação em parte da pele dessas regiões.

Funções do nervo ulnar

O nervo ulnar têm funções motoras e sensitivas.

Motoras

O nervo ulnar controla vários músculos do antebraço e da mão, entre os quais se destacam:

  • Flexor ulnar do carpo: responsável pela flexão do punho.
  • Flexor profundo dos dedos (metade medial): atua na flexão dos dedos anelar e mínimo.
  • Músculos intrínsecos da mão: como os músculos interósseos e os lumbricais mediais, que possibilitam movimentos finos e precisos dos dedos.
Vista anterior do plexo braquial direito. Ilustração modificada a partir da edição de 1918 de Gray’s Anatomy. / Crédito: Domínio público (Wikimedia Commons)

Sensitivas

No aspecto sensorial, o nervo ulnar inerva:

  • A metade medial da palma da mão e do dorso da mão.
  • O dedo mínimo e metade do dedo anelar, tanto na face palmar quanto na dorsal.

Trajeto anatômico: por que o cotovelo é tão sensível?

O nervo ulnar faz um caminho extenso e sinuoso pelo nosso corpo. No cotovelo, ele passa por uma estrutura chamada túnel cubital, situada atrás do epicôndilo medial do úmero, aquele ossinho que sentimos saliente na parte interna do cotovelo. 

Nervo ulnar no túnel cubital, na parte interna do cotovelo. / Crédito: veronicachang (reprodução)

Nesse ponto, o nervo fica muito superficial, ou seja, protegido apenas pela pele e por um mínimo de tecido. Por isso, quando batemos exatamente nessa área, o nervo é pressionado contra o osso, resultando na dor intensa e formigamento característicos, que lembram uma descarga elétrica.

O “choque” é perigoso?

Na maioria das vezes, esse incômodo é passageiro. A sensação ocorre por compressão temporária do nervo ulnar, o que afeta sua função sensorial momentaneamente. No entanto, se houver dor frequente, dormência persistente nos dedos mínimos e anelares ou perda de força, pode ser sinal de uma compressão crônica, como na síndrome do túnel cubital, exigindo avaliação médica.

Ilustrações do nervo ulnar (em amarelo). / Crédito: fisioterapiaelainedaltoe (reprodução)

Lesões e sintomas mais comuns

O nervo ulnar pode ser lesionado em vários pontos do seu trajeto, especialmente no:

  • Cotovelo (atrás do epicôndilo medial);
  • Túnel cubital (região do cotovelo);
  • Canal de Guyon (no punho, entre o pisiforme e o hamato).

Os sintomas incluem:

  • Dormência e formigamento nos dedos mínimos e anelares;
  • Dor ao apoiar o cotovelo por muito tempo;
  • Dificuldade para realizar movimentos delicados com os dedos;
  • Perda de força na mão e no punho.

Uma das consequências mais visíveis de lesão grave é a “mão em garra”, uma deformidade em que os dedos mínimo e anelar ficam curvados mesmo em repouso, causada pela perda da função muscular adequada.

Crédito: 1777177 (Shutterstock)

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Causas frequentes de lesão

Além de pancadas acidentais, há outras situações que favorecem lesões ou compressões do nervo ulnar:

  • Apoiar o cotovelo por longos períodos (como ao dirigir com o braço na janela);
  • Esportes com movimento repetitivo de braço, como tênis e beisebol;
  • Ciclismo prolongado, com compressão na região do punho;
  • Fraturas do cotovelo, especialmente no epicôndilo medial.
Dor no cotovelo após jogar tênis. Conceito de cotovelo de tenista. / Crédito: VPLAB (Shutterstock)

Em resumo, o nervo ulnar é delicado e exposto em pontos estratégicos do corpo, sendo vital para movimentos precisos e sensações na mão. Entender sua anatomia e funcionamento ajuda não só a explicar fenômenos comuns, como também a identificar sinais de possíveis lesões mais sérias.

Em caso de dor persistente ou perda de função, é importante procurar um médico neurologista ou ortopedista para avaliação especializada.

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Conheça os 8 animais mais curiosos do deserto

Os desertos são conhecidos por sua paisagem árida, com altas temperaturas durante o dia e noites geladas. Apesar das condições extremas, essas regiões abrigam uma variedade surpreendente de animais adaptados para sobreviver em um ambiente onde água e alimento são escassos.

Vamos destacar 8 desses animais curiosos, seus hábitos e como eles sobrevivem nessas condições específicas do deserto.

Camelos: montaria do deserto

Imagem: Harshal Sathe/Shutterstock

Os camelos são talvez os animais mais emblemáticos dos desertos. Existem duas espécies principais: o camelo-bactriano, com duas bossas, encontrado nas estepes e desertos da Ásia Central, e o dromedário, com uma única bossa, típico dos desertos do Oriente Médio e Norte da África.

Essas bossas armazenam gordura, que pode ser metabolizada como fonte de energia e água em períodos de escassez.

Além de sua impressionante capacidade de carregar cargas pesadas (até 90 kg) e percorrer até 30 km sem precisar de água, os camelos fornecem carne, leite e lã para as comunidades locais. 

Feneco: a pequena raposa do Saara

Feneco
Feneco. / Crédito: Drew Avery (Wikimedia)

Com orelhas enormes e pelagem clara, o feneco (Vulpes zerda) é uma das criaturas mais adoráveis do deserto. Nativo do Saara e da Península do Sinai, esse pequeno canídeo é conhecido como a menor raposa do mundo. 

Suas orelhas não servem apenas para detectar presas escondidas sob a areia, mas também ajudam a dissipar o calor corporal, uma adaptação essencial para sobreviver nas temperaturas escaldantes do deserto.

O feneco é onívoro, alimentando-se de insetos, pequenos roedores, frutas e até raízes. Além disso, escava tocas complexas onde se refugia durante o dia para escapar do calor. Sua pelagem densa, de coloração bege clara, reflete a luz solar e protege contra o frio noturno.

Bilby-grande: o escavador australiano

Bilby-grande
Bilby-grande. / Crédito: Kevin503 (Wikimedia)

O bilby-grande (Macrotis lagotis) é um marsupial nativo dos desertos australianos, como Tanami e Gibson. De hábitos noturnos, o bilby é um escavador habilidoso, criando tocas profundas onde se protege do calor e predadores. 

Esse animal de aparência peculiar, com orelhas grandes e focinho alongado, desempenha um papel fundamental no ecossistema, ajudando a aeração do solo e a dispersão de sementes.

Apesar de sua importância ecológica, o bilby-grande está classificado como vulnerável devido à perda de habitat e à predação por espécies introduzidas, como raposas e gatos.

Cacatua-rosa: beleza e inteligência

Cacatua-rosa
Cacatua-rosa. / Crédito: JJ Harrison (Wikimedia)

A cacatua-rosa (Lophochroa leadbeateri), também chamada de cacatua do Major Mitchell, é uma ave de médio porte que habita as regiões áridas e semiáridas do interior da Austrália. 

Com sua plumagem cor-de-rosa vibrante e uma crista exuberante, é uma das cacatuas mais belas do mundo. Alimenta-se de sementes, frutas e vegetação, usando seu bico forte para quebrar sementes duras e se pendurar em galhos.

Essas aves são conhecidas por sua inteligência e habilidades sociais, formando casais monogâmicos e exibindo comportamentos complexos de comunicação.

Leia mais! 

Jerboa: o canguru do deserto

Jerboa
Jerboa. / Crédito: Domínio Público (Wikimedia)

O jerboa é um pequeno roedor encontrado nos desertos da Mongólia e China, como o deserto de Gobi. Com suas longas patas traseiras, orelhas grandes e corpo compacto, o jerboa se locomove com pulos ágeis, lembrando um minicanguru. 

Seus pés são adaptados para se mover sobre a areia quente, e ele passa o dia escondido em tocas subterrâneas, saindo à noite para se alimentar de insetos e sementes.

Infelizmente, algumas espécies de jerboa estão ameaçadas de extinção devido à degradação de seus habitats.

Cascavel-chifruda: a serpente dos desertos americanos

Cascavel-chifruda
Cascavel-chifruda. / Crédito: Victorrocha (Wikimedia)

A cascavel-chifruda é um dos répteis mais icônicos dos desertos do sudoeste dos Estados Unidos e norte do México. Seus “chifres”, pequenas protuberâncias acima dos olhos, ajudam na camuflagem entre as areias e a protegem de predadores. 

Possui um forte veneno, que utiliza para capturar presas como pequenos mamíferos e também como defesa. Essa serpente também é conhecida pelo som ameaçador de seu chocalho, um mecanismo de advertência para afastar ameaças.

Diabo-espinhoso: o lagarto com armadura natural

Diabo-espinhoso
Diabo-espinhoso. / Crédito: Wouter! (Retuow) (Wikimedia)

O diabo-espinhoso é um lagarto australiano coberto de espinhos, o que lhe confere uma aparência intimidadora e uma excelente defesa contra predadores. 

Além disso, sua pele é capaz de captar água da chuva ou orvalho, direcionando o líquido até a boca por meio de sulcos entre os espinhos. 

Sua alimentação é composta principalmente de formigas, e sua camuflagem permite que se misture perfeitamente ao ambiente desértico.

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Por que as plantas são verdes? A ciência explica

Você já se perguntou por que a maioria das plantas tem coloração verde? Essa característica marcante da natureza vai muito além da estética. Ela está diretamente ligada a um processo vital para a vida na Terra: a fotossíntese.

O pigmento responsável por essa cor é a clorofila. Entender como ela atua nos ajuda a compreender melhor a dinâmica da vida vegetal e sua importância para todos os seres vivos. Continue lendo e descubra mais sobre a cor das plantas.

O que é a clorofila?

Broto verde de um galho jovem de avelã iluminado pelo sol, com espectro de luz visível. Conceito de fotossíntese vegetal. / Crédito: Ostariyanov (Shutterstock/reprodução)

A clorofila é um pigmento presente nos cloroplastos, organelas encontradas nas células das plantas e das algas. Ela desempenha um papel essencial na fotossíntese, o processo pelo qual as plantas transformam a energia da luz solar em energia química, armazenada em moléculas de glicose. Essa energia é, posteriormente, utilizada pela planta para crescer, se desenvolver e se reproduzir.

Durante a fotossíntese, a clorofila absorve principalmente luz nos comprimentos de onda azul, violeta e vermelho. A luz verde, por outro lado, não é bem absorvida por esse pigmento, e boa parte dela é refletida. É justamente essa luz refletida que chega aos nossos olhos, dando às plantas sua típica coloração verde.

Quais são os tipos de clorofila?

Cloroplastos dentro das células vegetais de uma folha de musgo. / Crédito: Pasotteo (Shutterstock/reprodução)

Existem diferentes tipos de clorofila, sendo as mais comuns a clorofila A, a clorofila B e a clorofila C. A clorofila A é encontrada em todos os vegetais e algas fotossintetizantes, sendo a mais importante para o processo de fotossíntese.

Já a clorofila B funciona como um pigmento acessório: ela capta luz solar e transfere essa energia para a clorofila A. A clorofila C, por sua vez, substitui a clorofila B em certos organismos, como algumas algas e diatomáceas, mas não está presente nas plantas superiores.

Essa diversidade de clorofilas permite que diferentes organismos fotossintetizantes aproveitem melhor a luz disponível em seus ambientes, variando sua eficiência de acordo com o tipo de luz predominante.

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Nem toda folha é verde

Imagem: Divulgação

Embora a clorofila seja o pigmento mais abundante nas folhas, ela não é o único. Existem outros pigmentos vegetais que contribuem para a coloração das plantas, como os carotenoides e as antocianinas.

Os carotenoides são pigmentos que produzem tons de amarelo, laranja e vermelho. Eles incluem dois grupos principais: os carotenos e as xantofilas. Normalmente, a presença desses pigmentos é “mascarada” pela quantidade predominante de clorofila, mas quando essa é degradada, como ocorre no outono, os carotenoides se tornam visíveis, dando às folhas cores vibrantes características da estação.

Outro pigmento importante são as antocianinas, que produzem cores que variam do vermelho ao azul e roxo, dependendo do pH da célula. Diferentemente da clorofila e dos carotenoides, as antocianinas não estão nos cloroplastos, mas dissolvidas no suco vacuolar das células vegetais.

Entre os principais exemplos estão: repolho roxo, rabanetes e a folha jovem da mangueira, que pode apresentar uma coloração avermelhada devido à presença de antocianinas.

As antocianinas conferem coloração vermelha às folhas do bordo japonês (Acer palmatum) durante o outono. / Crédito: Stefano Bolognini (Wikimedia Commons)

Cromoplastos e leucoplastos

As organelas vegetais que armazenam esses pigmentos também recebem nomes específicos. Os cloroplastos armazenam clorofila e são os centros da fotossíntese. Os cromoplastos, por outro lado, armazenam carotenoides e são comuns em frutos, flores e folhas envelhecidas, conferindo-lhes colorações vivas.

Já os leucoplastos não contêm pigmentos e estão localizados em partes da planta que não são expostas à luz, como raízes e caules subterrâneos.

Por que vemos as plantas verdes?

A visão humana é um processo que envolve a captura da luz, sua conversão em sinais elétricos e a interpretação desses sinais pelo cérebro.

Folha da biloba, planta muito resistente que sobreviveu ao fim dos dinossauros e à Segunda Guerra Mundial
Imagem: Iris_art/Shutterstock

Vemos as plantas verdes porque a clorofila em suas células absorve as cores azul, vermelha e violeta da luz solar e reflete a luz verde. Essa luz refletida entra em nossos olhos, a retina a converte em sinais elétricos e o cérebro interpreta como a cor verde. Ou seja, enxergamos justamente a parte da luz que a planta não utiliza na fotossíntese.

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O homem que se isolou numa caverna e criou uma nova ciência

Em 1962, um jovem geólogo francês decidiu se isolar por dois meses no fundo de uma caverna nos Alpes. Sem relógio, sem luz do sol, sem qualquer noção do tempo. O que começou como uma missão científica virou um experimento radical — e acabou revelando algo inesperado: o corpo humano tem um relógio interno, capaz de funcionar por conta própria. Nascia ali, sem querer, a cronobiologia.

Michel Siffre viveu 63 dias a 130 metros de profundidade, em um ambiente úmido, escuro e congelante. Sem contato com o mundo externo, anotou tudo em um diário. Aos poucos, seus ciclos de sono se desregularam e o tempo perdeu o sentido. Em testes, contar até 120 levava cinco minutos. Quando o experimento terminou, ele acreditava estar em agosto — mas já era setembro.

A princípio, muitos duvidaram. Com o tempo, porém, a experiência chamou a atenção da NASA e de militares franceses, interessados em entender como o corpo reage sem referências temporais. A façanha rendeu novos estudos, mais imersões e a criação de um campo científico inteiro. A história completa foi publicada pelo site IFLScience.

Quando o tempo perde o sentido

A grande descoberta de Siffre foi que o corpo humano não depende do Sol para marcar as horas. Livre de qualquer referência externa, o organismo cria seu próprio tempo — e ele pode ser bem diferente do ciclo de 24 horas. O experimento abriu espaço para uma pergunta nova (e estranha): quanto tempo dura um dia, se ninguém disser que ele acabou?

Sem sol ou relógio, o corpo cria seu próprio tempo — e ele nem sempre dura 24 horas.

Nos anos seguintes, outros voluntários se juntaram à pesquisa. Alguns passaram a viver dias com 25 horas, seguidos por noites de 12. Outros, mais extremos, chegaram a ficar acordados por três dias seguidos — e só então desabavam. Um deles dormiu por 33 horas ininterruptas, deixando os cientistas em pânico.

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Esses desvios mostraram que o “relógio biológico” é mais flexível — e caótico — do que se pensava. A cronobiologia passou a investigar como o cérebro lida com a passagem do tempo, e o que acontece quando ele é deixado por conta própria. O isolamento em cavernas virou laboratório. O que antes era visto como maluquice virou ciência séria.

Do fundo da caverna para o mundo

Nem todo mundo ficou impressionado com os feitos de Siffre. Na época, ele foi acusado de buscar fama com experimentos arriscados e pouco convencionais. Ambientalistas temiam que suas idas ao subsolo prejudicassem ecossistemas frágeis, sensíveis à presença humana. E, para alguns cientistas, o fato de ele não ser biólogo colocava em dúvida a validade de tudo aquilo.

Homem isolado na caverna.
Sem sol ou relógio, o corpo cria seu próprio tempo — e ele nem sempre dura 24 horas (Imagem: Smit/Shutterstock)

Mas o tempo — esse mesmo que ele ajudou a desconstruir — provou que estavam errados. A cronobiologia, campo que Siffre ajudou a fundar, hoje investiga desde o jet lag até a relação entre o relógio interno e o câncer. Seu trabalho também chamou a atenção de forças armadas e agências espaciais.

Hoje, dificilmente alguém repetiria seus experimentos na mesma intensidade — e com tanto risco físico e mental. Mas o impacto continua. Seu legado é a prova de que, mesmo nas profundezas da Terra, é possível fazer descobertas que iluminam a ciência.

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Do que os animais do fundo do mar se alimentam?

O mar profundo é um ambiente extremo e desafiador, caracterizado por completa escuridão, baixas temperaturas, alta pressão e, principalmente, uma escassez crônica de alimentos.

Nesse cenário inóspito, os organismos que habitam essas regiões desenvolveram estratégias especializadas para garantir a sobrevivência, explorando diferentes fontes de nutrientes, como carcaças de animais mortos, partículas orgânicas depositadas no fundo, e detritos suspensos na água.

Além disso, em algumas regiões, a quimiossíntese sustenta cadeias alimentares por meio de bactérias que convertem compostos químicos em energia. Essa diversidade de adaptações permite que os seres do mar profundo aproveitem ao máximo os recursos limitados disponíveis.

Tipos de animais que se alimentam no fundo do mar

Os animais do mar profundo podem ser classificados em diferentes categorias alimentares com base na origem e no tipo de matéria orgânica consumida. Entre eles, destacam-se os necrófagos, depositívoros e suspensívoros.

Necrófagos

Organismos que se alimentam de matéria orgânica em decomposição, como carcaças de animais mortos que afundam até o fundo do mar.

Espécie de crutáceo, Eurythenes atacamensis. (Imagem: Johanna Weston/Divulgação)

No mar profundo, eventos como a queda de carcaças de baleias, golfinhos ou tubarões são considerados raros, mas extremamente significativos. Esses organismos chegam ao fundo praticamente intactos e representam verdadeiras “ilhas orgânicas”, oferecendo uma fonte rica e temporária de alimento para a comunidade local.

A decomposição de uma carcaça passa por diferentes estágios: inicialmente, necrófagos móveis, como peixes e crustáceos, consomem tecidos moles.

Em seguida, bactérias e outros decompositores processam os lipídios presentes nos ossos, liberando nutrientes no ambiente. Esse processo pode durar anos, sustentando uma complexa cadeia alimentar.

Depositívoros

Se alimentam de partículas orgânicas que se acumulam no fundo do mar. Detritos orgânicos, sedimentos ricos em nutrientes e matéria biológica em decomposição formam a base alimentar desses organismos.

Muitos desses animais, como poliquetas e alguns tipos de equinodermos, possuem adaptações morfológicas específicas, como apêndices que peneiram os sedimentos ou intestinos altamente eficientes que extraem nutrientes de materiais pobres.

Suspensívoros

Organismos que se alimentam de partículas em suspensão na coluna d’água, incluindo plâncton e detritos orgânicos que descem das camadas superiores do oceano, um fenômeno conhecido como “neve marinha”.

Classe Crinoidea, um tipo de equinodermo, conhecido como lírio-do-mar. (Imagem: Laura Dts/Shutterstock)

Em regiões de mar profundo, onde a produção primária é limitada pela ausência de luz, esses organismos dependem de partículas orgânicas que caem lentamente da superfície ou são transportadas por correntes oceânicas.

Disponibilidade alimentar no mar profundo

A alimentação no mar profundo é marcada por uma disponibilidade intermitente, baixa qualidade e quantidade limitada de recursos.

Isópode-gigante. (Imagem: Monterey Bay Aquerium Research Institute)

A “neve marinha”, composta por restos de organismos mortos, fezes e outros detritos, é uma importante fonte de nutrientes, mas sua quantidade diminui à medida que desce na coluna d’água.

Assim, os organismos que habitam essas regiões desenvolveram uma eficiência excepcional na captação e utilização de nutrientes.

Adicionalmente, em certas áreas específicas do fundo do mar, como regiões de vulcanismo submarino, ocorre a quimiossíntese.

Nesse processo, bactérias quimiossintéticas utilizam compostos químicos, como sulfeto de hidrogênio, para produzir energia e matéria orgânica, que serve como base para a cadeia alimentar local.

Leia mais

Quedas orgânicas: fontes de alimento raras, mas essenciais

As quedas orgânicas desempenham um papel fundamental na dinâmica alimentar do mar profundo. Elas podem ser naturais ou antropogênicas:

Quedas naturais

As quedas naturais incluem carcaças de baleias e outros grandes animais marinhos, parcelas de madeira, acúmulo de macroalgas e zonas de oxigênio mínimo onde a produtividade é relativamente maior.

a imagem mostra várias pedras e algas no fundo do oceano
Algas representam um dos organismos encontrados no fundo mar (Reprodução: shipfactory/Shutterstock)

Carcaças de baleias, por exemplo, possuem abundância de lipídio na carne e nos ossos, o que promove uma fonte calórica elevada para uma variedade de animais, sustentando a sobrevivência de mais de 12.000 organismos, de acordo com um estudo de 2022.

Apesar de sua raridade, com apenas cerca de 10 descobertas naturais registradas no mundo, esses eventos sustentam comunidades diversificadas por longos períodos, podendo atingir os 100 anos.

Quedas antropogênicas

Atividades humanas também introduzem fontes alimentares no mar profundo, como naufrágios e pontos de descarga de resíduos orgânicos. Embora esses eventos possam representar uma fonte de nutrientes, também carregam riscos associados à poluição e à introdução de materiais tóxicos.

Especialização como estratégia de sobrevivência

Devido à escassez de alimentos, os organismos do mar profundo evoluíram para maximizar o uso de qualquer recurso disponível.

Criaturas abissais devoradoras de ossos parecem plantas, mas são animais que existem há mais de 100 milhões de anos no fundo dos oceanos. Imagem: Yoshihiro Fujiwara/JAMSTEC/Smithsonian Institution’s Ocean Initiative

Algumas espécies, como os poliquetas Osedax, especializaram-se na degradação de ossos de carcaças, consumindo o lipídio internalizado. Outras possuem metabolismos extremamente lentos, permitindo longos períodos de jejum.

Assim, a alimentação no mar profundo não é apenas um reflexo da ecologia local, mas também uma demonstração da capacidade dos organismos em se adaptarem a um dos ambientes mais extremos do planeta.

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É verdade que a memória dos peixes dura apenas 3 segundos?

A ideia de que os peixes têm uma memória extremamente curta, durando apenas três segundos, é um mito que muitas pessoas acreditam. Essa crença ganhou ainda mais força com personagens como Dory, do filme “Procurando Nemo”, que sofre de perda de memória recente. 

No entanto, estudos científicos recentes demonstram que a realidade é bem diferente. Os peixes possuem capacidades cognitivas surpreendentes, com memórias que podem durar semanas, meses e até mesmo anos.

O mito da memória de 3 segundos e sua origem

Imagem: Pixar Animation Studios / Divulgação

A noção de que peixes têm memória curta provavelmente surgiu de observações simplistas sobre seu comportamento em cativeiro. Como eles frequentemente repetem ações sem aparente aprendizado, muitas pessoas assumiram que não retêm informações. 

No entanto, pesquisas realizadas em universidades ao redor do mundo mostram que essa visão está completamente equivocada.

Evidências científicas da memória de longo prazo

Peixe donzela / Crédito: Udo Schroter (animaliabio/reprodução)

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) revelou que o peixe-donzela, comum nos recifes brasileiros, possui memória significativa em interações sociais.

O estudo, publicado na Frontiers in Behavioral Neuroscience, mostrou que esses peixes reconhecem indivíduos familiares e reduzem sua agressividade quando encontram vizinhos conhecidos, mantendo essa memória por até 10 dias.

Pesquisadores australianos da Universidade Charles Sturt descobriram que a perca prateada (Bidyanus bidyanus) consegue lembrar de predadores mesmo após um único encontro, mantendo essa memória por até 12 meses. Kevin Warburton, um dos autores do estudo, afirmou que esses peixes evitam anzóis após uma experiência negativa, demonstrando aprendizado e memória de longo prazo.

Perca prateada / Crédito: Mitch Ames (animaliabio/reprodução)

Cientistas canadenses da Universidade MacEwan testaram a memória de ciclídeos africanos (Labidochromis caeruleus) em um experimento com recompensas alimentares. Os peixes foram treinados a associar uma área do aquário com comida e, mesmo após 12 dias longe desse ambiente, lembravam exatamente onde encontrar o alimento.

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Inteligência adaptativa e comportamento social

Crédito: Imagem feita por IA (ChatGPT/reprodução)

A memória é essencial para a sobrevivência dos peixes. Eles aprendem a reconhecer áreas de risco, identificar fontes de alimento e até formar laços com indivíduos específicos. O pesquisador Kevin Warburton afirma que espécies de peixes preferem a companhia de indivíduos familiares. Comportamento que indica que são capazes de reconhecer outros peixes de forma individual.

Além disso, peixes que escapam de anzóis tendem a evitar armadilhas semelhantes no futuro, revelando não apenas memória, mas também aprendizado adaptativo.

Em resumo, os peixes não apenas têm memória, como usam esse recurso para adaptar seus comportamentos, sobreviver e manter a harmonia nos ecossistemas. O mito dos “três segundos” é uma simplificação incorreta, que desconsidera a complexidade cognitiva desses animais.

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Por que as abelhas são tão importantes?

Você sabia que um em cada três garfadas de comida que você consome depende da polinização? Sem abelhas, nosso prato poderia ser bem mais vazio.

Esses pequenos insetos desempenham um papel essencial no meio ambiente, principalmente através da polinização, que sustenta ecossistemas e a produção agrícola. Esse processo ocorre quando as abelhas coletam néctar e pólen para suas colônias, transferindo pólen de uma flor para outra, o que permite a reprodução das plantas.

Estima-se que cerca de 75% das culturas alimentares — incluindo frutas, como maçãs e morangos; vegetais, como brócolis e cenouras; e grãos, como nozes — dependem em algum grau da polinização animal. A abelha entra como um dos principais agentes polinizadores.

Isso não apenas beneficia diversas espécies vegetais, mas também aumenta a produtividade agrícola, impactando diretamente a economia e a segurança alimentar global.

Entenda o funcionamento de uma colmeia

Em uma colônia de abelhas, a organização é altamente hierárquica e funcional.

Abelhas em uma flor (Imagem: Aliaksei Marozau/Shutterstock)

Cada colmeia possui uma abelha-rainha, operárias e zangões, cada um com papéis específicos. A abelha-rainha é responsável pela reprodução, colocando milhares de ovos para garantir a continuidade da colônia.

As operárias, que são estéreis, realizam várias tarefas, como construção dos favos, alimentação das larvas e coleta de pólen e néctar.

Os zangões, por sua vez, têm como função principal a reprodução com a rainha. Essa estrutura hierárquica mantém a colônia eficiente, maximizando a coleta de recursos e a proteção da colmeia.

Como os humanos ameaçam as abelhas

O uso de inseticidas é uma ameaça grave para as populações desses animais. Pesquisas recentes da Universidade de Oxford revelaram que as abelhas-bumblebees (Bombus terrestris) não conseguem detectar pesticidas no néctar, mesmo em concentrações letais.

Homem espalhando inseticida
Homem espalhando inseticida (Reprodução: Garda Pest Control Indonesia/Pexels)

Utilizando duas metodologias — eletrofisiologia para registrar as respostas neurais nas partes bucais das abelhas e experimentos de comportamento alimentar com soluções de açúcar e pesticidas —, os pesquisadores mostraram que as abelhas consumiam a mesma quantidade de néctar, independentemente da presença de pesticidas.

Isso sugere que, sem mecanismos para evitar a ingestão de néctar contaminado, as abelhas estão em alto risco de exposição a pesticidas, o que pode comprometer a polinização de culturas agrícolas.

A exposição prolongada a pesticidas, como os neonicotinóides, pode levar ao colapso das colônias, que ameaça tanto as abelhas quanto a biodiversidade das plantas que elas polinizam.

Além disso, o uso indiscriminado de inseticidas e a monocultura, que reduz a diversidade de flores e habitats disponíveis, impactam negativamente a saúde das abelhas, enfraquecendo sua imunidade e reduzindo suas populações.

Por último, as mudanças climáticas — grande parte influenciadas pela poluição e destruição dos recursos naturais — influenciam muito na população de abelhas. Isto é, as consequências ambientais, resultantes das ações humanas, impactam tanto a fauna quanto a flora a nível mundial, o que também inclui as abelhas.

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E qual a importância desses insetos? 

Preservar as abelhas é fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico e da segurança alimentar. Por serem polinizadores, esses insetos são responsáveis pela reprodução de inúmeras espécies vegetais, mantendo a biodiversidade e, consequentemente, auxiliando na produção de alimentos.

Abelha parada, examinando o ambiente ao redor com as asas fechadas
Abelha examinando o ambiente ao redor (Reprodução: Kai Wenzel/Unsplash)

Estratégias como o uso de pesticidas orgânicos, a criação de áreas de proteção para polinizadores e o incentivo à agricultura sustentável são práticas que podem ajudar a reverter o declínio das populações das abelhas.

Além disso, ações para aumentar a diversidade vegetal, como o plantio de flores nativas e a criação de jardins de polinizadores, oferecem fontes de alimento e abrigo.

Assim, as abelhas são não apenas essenciais para a polinização e a produção de alimentos, mas também para a estabilidade dos ecossistemas. A sua proteção é uma questão de destaque, envolvendo desde a agricultura até o consumidor final, para preservar esses insetos tão essenciais ao meio ambiente.

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Como os camaleões mudam de cor? Entenda a fisiologia desse animal

A capacidade de mudar de cor é uma habilidade incrível de alguns répteis, que vai muito além de algo “mágico”.

Trata-se de uma adaptação biológica que desempenha papéis importantes em suas vidas, como camuflagem, comunicação, regulação da temperatura corporal e até a expressão de emoções. Alguns animais bem famosos apresentam essa habilidade, como os camaleões.

Os camaleões possuem uma pele altamente sofisticada, com nanocristais que permitem uma ampla gama de cores e mudanças rápidas, já os lagartos dependem mais da redistribuição de pigmentos em células chamadas cromatóforos.

Essas diferenças revelam a complexidade e a versatilidade da evolução nos répteis, mostrando como cada espécie encontrou soluções únicas para sobreviver em seus habitats.

A ciência por trás da camuflagem

A mudança de cor em répteis, como nos camaleões, ocorre por três tipos principais de cromatóforos, cada um responsável por cores específicas.

Camaleão com pigmentos de cor vermelha (Imagem: iacomino FRiMAGES/Shutterstock)

São eles:

  1. Melanóforos: produzem cores escuras, como preto e marrom;
  2. Iridóforos: refletem a luz e criam cores brilhantes, como azul e metálico, por meio de estruturas conhecidas como cristais fotônicos;
  3. Xantóforos: conferem tons amarelos, laranjas e vermelhos.

Essas células trabalham em conjunto para criar diferentes cores. Por exemplo, a combinação do azul dos iridóforos com o amarelo dos xantóforos resulta na cor verde.

Cristais fotônicos dos camaleões

O artigo publicado em 2015 na Nature Communications (Photonic Crystals Cause Active Colour Change in Chameleons) mostrou que a mudança de cor nos camaleões vai além da simples presença de pigmentos.

Camaleão Namaqua no Deserto do Namibe
Camaleão Namaqua no Deserto do Namibe (Imagem: Chantelle Bosch/Shutterstock)

Ela envolve estruturas chamadas cristais fotônicos, compostos por nanocristais de guanina organizados em padrões geométricos. Esses cristais controlam a luz refletida pela pele, ajustando os comprimentos de onda que se tornam visíveis.

Os camaleões possuem duas camadas de iridóforos:

  • Camada Superior: com cristais fotônicos altamente organizados, que ajustam sua distância de forma ativa. Em estados relaxados, os cristais estão compactados, refletindo comprimentos de onda mais curtos, como o azul. Quando o animal está excitado, os cristais se afastam, refletindo comprimentos de onda mais longos, como o vermelho e o amarelo;
  • Camada Inferior: com cristais maiores e menos organizados, essa camada reflete luz infravermelha, ajudando a regular a temperatura corporal, especialmente em habitats quentes.

Esse mecanismo permite que os camaleões alterem sua aparência para camuflagem ou interação social de forma eficiente e rápida, utilizando tanto as cores estruturais quanto os pigmentos presentes nas camadas superiores da pele.

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Finalidades da mudança de cor

A capacidade de mudar de cor desempenha papéis fundamentais em diversas situações.

Camaleão em cima de uma mão humana
Camaleão em cima de uma mão humana (Reprodução: Ante Hamersmit/Unsplash)

Dentre as finalidades já observadas pelos estudiosos, podemos citar as seguintes:

  • Controle de Temperatura: por serem ectotérmicos, dependem do calor externo para manter as funções metabólicas. Pela manhã, quando estão frios, escurecem a pele para absorver mais calor do sol. Ao atingir a temperatura ideal, clareiam a pele para refletir a luz solar e evitar superaquecimento. Essa habilidade também reduz sua visibilidade para predadores durante os momentos de exposição ao sol;
  • Camuflagem e Proteção: muitos répteis mudam de cor para se misturar ao ambiente, como adotando tons marrons no chão ou verdes nas árvores;
  • Comunicação e Interação Social: a mudança de cor é frequentemente usada para comunicação entre indivíduos da mesma espécie, exibindo cores brilhantes para atrair parceiros ou intimidar rivais. Curiosamente, conseguem equilibrar essa exibição sem se tornarem vulneráveis a predadores. Mantêm tons discretos na parte dorsal, mais visível aos predadores, enquanto exibem cores vibrantes nas laterais ou áreas voltadas para outros indivíduos.
  • Expressão de Emoções: nos camaleões, a mudança de cor também reflete estados emocionais, como estresse ou excitação. Durante disputas, podem assumir cores vibrantes para intimidar adversários ou impressionar potenciais parceiros.

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