Geralmente, as pessoas têm cinco dedos em cada mão e em cada pé, certo? Porém, não é tão raro o caso de pessoas que nasçam com dedos extras. Contudo, você já se perguntou por que isso acontece?
Caso tenha ficado curioso, continue lendo, pois a seguir explicaremos um pouco mais sobre essa condição, chamada polidactilia.
O que é polidactilia?
Origem do termo
Como dito acima, polidactilia é o termo que se refere a essa condição que resulta em dedos extras nas mãos ou nos pés. O prefixo “poli” significa “muitos” e “dactilia” vem de “dáctilos”, que quer dizer “dedos” em grego. Ou seja, polidactilia significa literalmente “muitos dedos”! Contudo, essa condição também é conhecida como hiperdactilia, polidatilia ou dedo extranumérico.
Formação
A polidactilia é uma má-formação congênita, ou seja, algo que está presente desde o nascimento. Os dedos extras se formam durante o desenvolvimento do embrião, ainda no útero. Essa condição pode afetar apenas uma mão ou um pé, ou ambos. Além disso, pode ocorrer isoladamente ou como parte de síndromes genéticas.
A forma como esses dedos extras aparecem varia. Nos casos mais comuns, o dedo extra é um pequeno pedaço de tecido mole e sem função. Porém, há casos em que o dedo extra apresenta ossos, músculos e articulações bem formados. É raro que um dedo com polidactilia seja completamente funcional.

Em geral, a polidactilia pode ocorrer de três formas:
- Pré-axial: o dedo extra aparece do lado do polegar ou do hálux (dedão do pé);
- Pós-axial: o dedo extra surge do lado do dedo mínimo; é o tipo mais comum;
- Central: o dedo a mais aparece entre os dedos normais, o que é bem mais raro.
Por que algumas pessoas têm dedos a mais?
Mas, afinal, por que isso acontece? Os dedos extras na polidactilia são causados por mutações genéticas que afetam o desenvolvimento embrionário dos membros.
Durante a formação do feto no útero, o desenvolvimento das mãos e dos pés é guiado por instruções genéticas. Quando há uma mutação ou alteração nesses genes, pode ocorrer o crescimento de dedos adicionais. Alguns desses genes são GLI3, SHH, HOXA e HOXD. Se houver uma mutação em algum deles, o controle normal da formação dos dedos pode falhar, e o embrião pode desenvolver dedos a mais.

Contudo, nem todas as mutações afetam diretamente o gene. Algumas atingem regiões próximas que controlam quando, onde e quanto um gene será ativado. Um exemplo é a mutação Hemingway, ligada à polidactilia pré-axial.
Essa mutação ocorre em uma região reguladora localizada antes do gene SHH. Essa região normalmente controla onde o gene será ativado durante o desenvolvimento. Quando sofre mutação, faz com que o gene SHH seja ativado em uma parte errada do membro, o lado anterior, o que leva à formação de dedos extras.
Polidactilia isolada ou parte de uma síndrome?

Além disso, às vezes a polidactilia não aparece sozinha, mas como parte de uma síndrome com várias anomalias genéticas. Nesses casos, a mutação está em um gene que afeta várias partes do corpo. Exemplos de síndromes com polidactilia são a trissomia 13, a síndrome de Bardet-Biedl, a síndrome de Ellis–van Creveld e a síndrome de Holt–Oram.
Assim, a polidactilia pode ser isolada, ou seja, acontecer sozinha, sem outros sintomas, ou pode estar associada a algumas síndromes genéticas, nas quais outras partes do corpo também são afetadas. Além disso, a polidactilia pode ser hereditária, passada de geração para geração.
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A polidactilia precisa de tratamento?

Antes de tudo, a polidactilia isolada não representa risco à saúde. No entanto, o aspecto estético costuma ser importante, por isso o tratamento é geralmente recomendado.
Além disso, quando o dedo extra apresenta estrutura óssea ou causa dificuldades funcionais, ou de mobilidade, a cirurgia para remoção é indicada.
A cirurgia é o tratamento padrão para a polidactilia. O ideal é que seja realizada ainda na infância, para obter melhor resultado e facilitar a adaptação.
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