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O que é a cetose e como ela afeta o corpo humano?

A cetose é um estado metabólico no qual o corpo utiliza gordura como principal fonte de energia ao em vez dos carboidratos. Esse processo ocorre quando a ingestão de carboidratos é drasticamente reduzida, forçando o organismo a buscar alternativas para manter suas funções.

A cetose é a base de dietas populares, como a dieta cetogênica, e tem sido estudada por seus possíveis benefícios à saúde, incluindo perda de peso, melhora da função cognitiva e controle dos níveis de açúcar no sangue.

Durante a cetose, o fígado converte ácidos graxos em corpos cetônicos, que servem como combustível para o cérebro e os músculos. No entanto, esse estado também pode trazer desafios, como fadiga temporária, mau hálito e desequilíbrio eletrolítico.

Compreender como a cetose afeta o organismo é essencial para aqueles que desejam adotar esse estilo alimentar de forma segura e eficaz. Mas quais são os impactos reais da cetose no corpo? Descubra a seguir!

Como a cetose ocorre no organismo?

A cetose é um processo natural do corpo humano que ocorre em situações de jejum prolongado, baixa ingestão de carboidratos ou aumento da demanda energética.

Mulher comendo (Imagem: Prostock-studio/Shutterstock)

Quando os estoques de glicogênio do fígado se esgotam, o corpo começa a quebrar gorduras em ácidos graxos e transformá-los em corpos cetônicos. Esses compostos, como o beta-hidroxibutirato e a acetoacetato, tornam-se a principal fonte de energia, substituindo a glicose.

O tempo necessário para entrar em cetose varia de pessoa para pessoa, mas geralmente ocorre entre 2 a 7 dias após a drástica redução de carboidratos na alimentação.

Sintomas iniciais podem incluir fadiga, tontura e irritabilidade, um quadro conhecido como “gripe cetogênica”, que tende a desaparecer com a adaptação do organismo.

Benefícios da cetose para o corpo humano

A cetose tem sido estudada por seus efeitos positivos no corpo — quando feita de maneira adequada, responsável e acompanhada por um nutricionista —, principalmente no metabolismo e no desempenho cognitivo. Entre os benefícios mais conhecidos, destacam-se:

  • Perda de peso: ao utilizar gordura como principal fonte de energia, o corpo acelera a queima de depósitos lipídicos, favorecendo o emagrecimento;
  • Controle dos níveis de açúcar no sangue: a cetose pode beneficiar pessoas com resistência à insulina ou diabetes tipo 2, pois reduz os picos glicêmicos;
  • Melhora da função cerebral: os corpos cetônicos fornecem uma fonte de energia mais estável para o cérebro, o que pode melhorar a clareza mental e a concentração;
  • Redução da inflamação: estudos indicam que a cetose pode reduzir marcadores inflamatórios no corpo, auxiliando em doenças crônicas;
  • Aumento da energia e saciedade: diferente dos carboidratos, que geram oscilações na glicose sanguínea, os corpos cetônicos oferecem energia sustentada, reduzindo a fome.

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Efeitos colaterais e riscos da cetose

Apesar dos benefícios, a cetose também pode apresentar desafios e efeitos colaterais, especialmente no início da adaptação.

Imagem: Shutterstock/Yulia Furman

Os mais comuns incluem:

  • Gripe cetogênica: fadiga, dor de cabeça, tontura e irritabilidade nas primeiras semanas;
  • Mau hálito: o excesso de acetona, um dos corpos cetônicos, pode causar um odor característico no hálito;
  • Desequilíbrio eletrolítico: a perda rápida de líquidos pode levar à deficiência de sódio, potássio e magnésio, resultando em cãibras e fraqueza;
  • Redução do desempenho físico: atletas podem notar queda no rendimento até que o corpo se adapte completamente à nova fonte de energia.

Além disso, pessoas com certas condições médicas, como diabetes tipo 1 ou problemas renais, devem consultar um médico antes de iniciar uma dieta cetogênica, pois a cetose pode causar complicações graves em casos específicos.

Como saber se você está em cetose?

Existem alguns sinais e métodos para identificar se o corpo entrou em cetose, incluindo:

  • Teste de urina, sangue ou hálito: kits específicos medem a concentração de corpos cetônicos no organismo;
  • Mudanças na energia e no humor: algumas pessoas sentem um aumento na clareza mental e na disposição;
  • Redução do apetite: a cetose pode causar uma menor sensação de fome devido ao efeito sacietogênico dos corpos cetônicos.

Se estiver considerando uma dieta cetogênica, procure por um profissional de saúde formado em Nutrição para auxiliá-lo e acompanhá-lo. Iniciar essa deita sem orientação adequada pode acarretar prejuízos à saúde.

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8 aves curiosas que só podem ser encontradas no Brasil

O Brasil é um país de biodiversidade incomparável, abrigando algumas das aves mais raras e fascinantes do mundo. Muitas dessas espécies são endêmicas, ou seja, só podem ser encontradas em território brasileiro. 

Neste artigo, exploramos oito aves curiosas que são exclusivas do Brasil, destacando suas características e a importância da conservação de seus habitats.

8 aves curiosas que só podem ser encontradas no Brasil

As informações deste artigo foram retiradas do site WikiAves, a maior plataforma brasileira para observadores de aves. O site conta com informações detalhadas sobre diversas espécies.

Jacupiranga (Penelope pileata)

O jacupiranga, também conhecido como jacu-de-cocoruto-branco, é uma ave da família Cracidae endêmica do Brasil. Habita regiões entre os rios Madeira e Xingu, no Pará, Maranhão e Tocantins. Mede entre 75 e 82,5 cm e pesa entre 1,1 kg e 1,6 kg.

Jacupiranga (Penelope pileata) em cima de um galho e olhando o horizonte (Crédito: Foto: Sem autor em Animaliabio. Mapa: WikiAves)

Possui plumagem escura, peito e ventre castanho-avermelhados, uma crista branca e barbela vermelha. Vive nas copas das florestas e se alimenta de frutos, sementes e pequenos invertebrados. A espécie está vulnerável devido à caça e ao desmatamento.

Rapazinho-estriado-do-leste (Nystalus torridus)

O rapazinho-estriado-do-leste é uma ave discreta encontrada ao sul do rio Amazonas, entre o Pará e o Maranhão.

Rapazinho-estriado-do-leste (Nystalus torridus) trepado em um galho e com uma presa na boca
Rapazinho-estriado-do-leste (Nystalus torridus) trepado em um galho e com uma presa na boca (Crédito: Foto: Sem autor em Animaliabio. Mapa: WikiAves)

Mede cerca de 20 cm e apresenta peito bege com riscas negras, barriga branca com listras grossas e um bico marrom-amarelado. Alimenta-se de pequenos vertebrados e insetos. Pouco se sabe sobre seus hábitos e reprodução.

Cujubi (Aburria cujubi)

Também chamado de jacu-verdadeiro, o cujubi habita a Amazônia meridional e o sudoeste de Goiás. Mede entre 69 e 76 cm e pesa cerca de 1,3 kg.

Cujubi (Aburria cujubi) caminhando pelo solo
Cujubi (Aburria cujubi) caminhando pelo solo (Crédito: Foto: Sem autor em Animaliabio. Mapa: WikiAves)

Sua plumagem é preta e branca, com barbela vermelha ou azul. Alimenta-se de frutos e flores nas copas das árvores, mas também busca comida no solo. Vive em grupos e emite assobios e sons com as asas.

Jacu-estalo (Neomorphus geoffroyi)

Essa ave rara da Mata Atlântica mede entre 50 e 51 cm e pesa cerca de 340 g. Tem plumagem em tons vibrantes de verde-bronzeado, azul e ferrugem.

Jacu-estalo (Neomorphus geoffroyi) parada no chão entre várias folhas
Jacu-estalo (Neomorphus geoffroyi) parada no chão entre várias folhas (Crédito: Foto: Sem autor em Animaliabio, mas a imagem detém a marca d’água de “Greg Kanios”. Mapa: WikiAves)

Seu canto é um pio baixo, e produz estalos característicos com o bico. Alimenta-se de insetos e inspeciona buracos de tatus e cupinzeiros. Está vulnerável devido à destruição do habitat.

Mutum-de-bico-vermelho (Crax blumenbachii)

Endêmico da Mata Atlântica, o mutum-de-bico-vermelho mede cerca de 84 cm e pesa 3,5 kg. O macho é preto com ventre branco e base do bico vermelha, enquanto a fêmea é ferrugínea.

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Mutum-de-bico-vermelho (Crax blumenbachii) andando pelo solo (Crédito: Foto: Brendn Rayan no Flicker. Mapa: WikiAves)

Alimenta-se de frutos, sementes e pequenos animais. Forma casais monogâmicos, e ambos os pais cuidam dos filhotes. Com apenas cerca de 250 indivíduos na natureza, está em perigo crítico de extinção.

Crejoá (Cotinga maculata)

Ave da família Cotingidae, o crejoá se destaca pelo dorso azul-cobalto, peito roxo e colar de penas azuis. Mede cerca de 20 cm e é frugívora, vivendo nas copas das árvores.

Crejoá (Cotinga maculata) em cima do galho de uma árvore, observando os arredores
Crejoá (Cotinga maculata) em cima do galho de uma árvore, observando os arredores (Crédito: Foto: Sem autor em Animaliabio. Mapa: WikiAves)

Com população em declínio devido à perda de habitat, está classificada como “Em Perigo”. Sua reprodução ocorre entre outubro e novembro.

Saíra-apunhalada (Nemosia rourei)

Criticamente ameaçada, essa passeriforme mede entre 12,5 e 14 cm e pesa cerca de 22 g. Tem uma mancha vermelha no peito, que contrasta com o corpo branco, asas e cauda negras.

Saíra-apunhalada (Nemosia rourei) pousada em cima de um galho
Saíra-apunhalada (Nemosia rourei) pousada em cima de um galho (Crédito: Foto: Sem autor em Animaliabio. Mapa: WikiAves)

Alimenta-se de artrópodes e constrói ninhos em florestas úmidas. Encontra-se principalmente no Espírito Santo, mas também há registros em Minas Gerais e Rio de Janeiro. O desmatamento é sua principal ameaça.

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Teque-teque (Todirostrum poliocephalum)

Pequena ave passeriforme da Mata Atlântica, o teque-teque mede cerca de 9 cm. Possui cabeça cinza-azulada escura, ventre amarelo e olhos amarelo-ouro.

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Teque-teque (Todirostrum poliocephalum) (Crédito: Foto: Ciro Albano no WikiAves. Mapa: WikiAves)

Alimenta-se de invertebrados e pequenos frutos, construindo ninhos pendulares de aproximadamente 30 cm. Apesar da distribuição restrita, é classificada como “Pouco Preocupante” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

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Quem são os Odontocetos?

Os mamíferos são constituídos por um grupo com mais de 5 mil espécies de distribuição global! Mas, quando pensamos em mamíferos, quase sempre nos vem à mente os animais terrestres, como tigres, elefantes e cachorros. No entanto, há muitos mamíferos aquáticos no oceano.

Os cetáceos compõem um grupo de mamíferos aquáticos bem famosos dos quais fazem parte baleias e golfinhos. Mas estes dois bichos ainda fazem parte de outros grupos, que são os Misticetos e Odontocetos, respectivamente.

Quais as diferenças entre misticetos e odontocetos?

Os Odontocetos formam um dos dois grandes grupos de cetáceos, distinguindo-se dos Misticetos principalmente pela presença de dentes em suas mandíbulas. Ambos fazem parte dos mamíferos aquáticos.

Golfinho com a cabeça fora d’água (Imagem: Christel Sagniez/Pixabay)

Estes animais, altamente adaptados aos ambientes aquáticos, possuem habilidades únicas, como a ecolocalização: um recurso que lhes permite navegar, localizar presas e se comunicar em águas muitas vezes escuras ou turvas. Essa habilidade é particularmente avançada em algumas espécies, como em golfinhos e belugas.

Ao contrário dos misticetos, que utilizam barbatanas (placas flexíveis dispostas nas mandíbulas superiores) feitas de queratina para filtrar plâncton e pequenos peixes, os odontocetos são predadores ativos, utilizando seus dentes para capturar uma ampla variedade de presas.

Dependendo da espécie, sua dieta pode incluir desde peixes pequenos e lulas até grandes mamíferos marinhos e outros cetáceos, como é o caso das orcas. Essa diversidade alimentar reflete a grande variedade de formas e tamanhos dos dentes entre as espécies, bem como suas estratégias de caça.

Tipos de Odontocetos

Beluga

A beluga, facilmente reconhecível por sua coloração branca e cabeça arredondada, é famosa por sua capacidade de emitir uma ampla gama de sons, utilizando-os para ecolocalização.

Beluga. (Imagem: JohnL/Shutterstock)

Elas são extremamente sociáveis e interativas, características que aumentaram sua popularidade em aquários e no cinema. Em “Procurando Dory”, uma beluga desempenha o papel de um personagem simpático e espirituoso, destacando sua capacidade de ecolocalização.

Golfinho-nariz-de-garrafa

Ícone entre os odontocetos, o golfinho-nariz-de-garrafa é amplamente conhecido por sua inteligência e comportamento curioso.

Golfinho-nariz-de-garrafa (Crédito: RussieseO -Shutterstock)

Ele aparece em muitos filmes e programas de TV, como “Flipper” e “Winter, o golfinho”, e é objeto de numerosos estudos científicos devido à sua habilidade de realizar tarefas complexas, compreender comandos e até reconhecer a si mesmo em espelhos — um indicativo de autoconsciência.

Orca

A orca é famosa por sua aparência distinta e comportamento impressionante como predadora de topo. Conhecida como “baleia-assassina”, embora não seja uma baleia (sim, ela é um tipo de golfinho) e muito menos agressiva com os humanos, ela possui uma dieta extremamente diversificada, que inclui peixes, aves marinhas, focas e até outros cetáceos.

Orca. Crédito: Tory Kallman/Shutterstock

Suas habilidades de caça cooperativa e a presença de dialetos únicos em seus grupos sociais são um testemunho de sua complexidade comportamental. Filmes como “Free Willy” e documentários como “Blackfish” ajudaram a moldar a percepção pública sobre esses animais.

Cachalote

O cachalote, o maior odontoceto, é famoso por sua menção em “Moby Dick”, o clássico romance de Herman Melville.

Cachalote na costa de Dominica (Crédito: Animalgraphy/ Shutterstock)
Cachalote na costa de Dominica (Imagem: Animalgraphy/Shutterstock)

Com sua enorme cabeça contendo um órgão chamado de “melão”, usado para ecolocalização, ele é um mergulhador excepcional, capaz de alcançar profundidades de mais de 1.000 metros em busca de lulas gigantes, suas principais presas.

Narval

O narval, conhecido como o “unicórnio do mar”, é uma espécie ártica reconhecida por seu longo dente em espiral que pode atingir até 3 metros.

Conjunto de narvais nadando
Conjunto de narvais nadando (Reprodução: Catmando/Shutterstock)

Esse “chifre”, na verdade, um dente modificado, é usado para interações sociais e possivelmente para sensoriamento ambiental. Sua aparência única o tornou um símbolo de mistério e fascínio no mundo marinho.

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Diversidade, Importância e Ameaças

Os odontocetos são extremamente diversos, habitando desde águas costeiras até os oceanos profundos. Eles desempenham papéis essenciais nos ecossistemas marinhos, regulando populações de presas e contribuindo para o equilíbrio das cadeias alimentares.

Além disso, sua inteligência e sociabilidade os tornaram símbolos de conservação, mas também os colocaram em risco.

Muitos enfrentam ameaças como a poluição, captura incidental em redes de pesca e mudanças climáticas que afetam seus habitats e fontes de alimento.

A preservação desses animais é crucial não apenas para o ecossistema marinho, mas também para a pesquisa científica, que continua a revelar novos aspectos de sua complexa biologia e comportamento.

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8 animais que vivem no escuro e suas incríveis adaptações

No fundo dos oceanos, nas profundezas de cavernas e até mesmo enterrados no solo, existem criaturas que desafiam os limites da vida ao sobreviver em ambientes totalmente desprovidos de luz. Esses animais vivem em um mundo de escuridão, onde a visão muitas vezes se torna desnecessária e outros sentidos são refinados para garantir sua sobrevivência.

Alguns animais desenvolvem corpos translúcidos ou despigmentados, já que a coloração não tem utilidade na ausência de luz. Outros aprimoram sentidos como tato, audição e olfato para explorar o ambiente ao redor. Há ainda aqueles que contam com simbiontes para obter nutrientes ou que evoluíram estratégias de caça altamente especializadas.

Confira a seguir 8 animais que vivem no escuro e suas incríveis adaptações para sobreviver nestes ambientes.

8 animais que vivem no escuro e suas incríveis adaptações

Peixe-cego mexicano (Astyanax mexicanus)

O peixe-cego mexicano (Astyanax mexicanus), também chamado de tetra-cego, é um peixe de água doce que apresenta duas formas distintas: uma de superfície, com olhos funcionais e coloração prateada, e outra subterrânea, que evoluiu em cavernas e apresenta um olho vestigial, em função.

A forma cavernícola desse peixe possui características adaptativas notáveis, como a ausência de pigmentação, tornando-o translúcido ou esbranquiçado, além da degeneração dos olhos durante o desenvolvimento.

Para compensar a cegueira, ele desenvolveu um sistema sensorial apurado por meio da linha lateral, que permite detectar vibrações e mudanças na pressão da água, facilitando a navegação e a busca por alimento em ambientes escuros e com escassez de recursos.

Por conta dessa fascinante característica, o Astyanax mexicanus é utilizado em estudos sobre distúrbios visuais humanos, como a degeneração da retina, tornando-se um modelo para compreender a evolução e a plasticidade genética dos organismos.

Peixe-cego das cavernas mexicanas. Crédito: Pavaphon Supanantananont – Shutterstock

Peixe diabo-negro (Melanocetus johnsonii)

Esse peixe abissal é um predador impressionante da zona de escuridão do oceano. Vivendo a mais de 1.000 metros de profundidade, onde a luz solar não alcança, ele se destaca por sua aparência assustadora. Com dentes longos e uma boca capaz de engolir presas quase do seu próprio tamanho, já que seu estômago é extremamente flexível, possibilitando ingerir grandes quantidades de comida de uma vez, garantindo reservas para longos períodos sem alimento.

Para sobreviver nesse ambiente extremo, ele desenvolveu adaptações impressionantes, como um corpo escuro e flácido, que o ajuda a se camuflar na escuridão. Sua característica mais marcante é a presença de um filamento bioluminescente, chamado ilício, que se projeta da cabeça e atrai presas ao emitir luz por meio de bactérias simbióticas. Esse mecanismo permite que o diabo-negro cace sem gastar energia perseguindo suas vítimas, uma estratégia essencial em um ambiente com poucos alimentos.

Peixe diabo-negro (Melanocetus johnsonii)
Peixe diabo-negro. (Imagem: Monterey Bay Aquarium Research Institute)

Caranguejo-yeti (Kiwa hirsuta)

O caranguejo-yeti é um crustáceo descoberto em 2005 nas profundezas do Oceano Pacífico, próximo às fontes hidrotermais. Ele vive a mais de 2000 metros de profundidade, em um ambiente extremo sem luz solar e com temperaturas variando drasticamente devido às emissões químicas das fendas oceânicas.

Uma de suas características mais marcantes são as pinças cobertas por cerdas semelhantes a pelos, que abrigam colônias de bactérias quimiossintetizantes, que ajudam a converter os compostos químicos liberados pelas fontes hidrotermais em energia, fornecendo uma fonte alternativa de alimento para o caranguejo, que pode raspá-las e ingeri-las.

Caranguejo Yeti (Kiwa hirsuta). (Imagem: Bernard Wee/iNaturalist)

Além dessa relação simbiótica, o Kiwa hirsuta possui olhos reduzidos e não funcionais, então para se orientar e detectar presas ou perigos, ele depende de suas longas antenas e de sensores táteis e químicos espalhados pelo corpo. Sua coloração esbranquiçada também é um resultado da ausência de luz, pois não há necessidade de pigmentação para camuflagem.

Isópode-gigante (Bathynomus giganteus)

Esse crustáceo marinho é um dos maiores isópodes conhecidos, podendo atingir mais de 50 cm de comprimento. Habita as regiões abissais do oceano, geralmente entre 500 e 2.500 metros de profundidade, onde a comida é extremamente escassa e a pressão é altíssima. Seu formato achatado e sua rígida carapaça o protege de predadores e do ambiente hostil.

Isópode-gigante
Isópode-gigante da espécie Bathynomus giganteus. (Imagem: kikujungboy CC/Shutterstock)

O isópode-gigante é um necrófago, o que significa que se alimenta de carcaças de peixes e mamíferos marinhos que afundam até o leito oceânico. Para sobreviver, possui um metabolismo extremamente lento e pode ficar meses sem se alimentar. Seu tamanho avantajado é um exemplo do fenômeno conhecido como gigantismo abissal, comum em invertebrados que vivem nas profundezas.

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Grilo-das-cavernas (família Rhaphidophoridae)

O grilo-das-cavernas, pertencente à família Rhaphidophoridae, é um inseto adaptado a ambientes subterrâneos onde a umidade e escuridão predominam, como cavernas, túneis e fendas em rochas. Esses grilos possuem pernas traseiras muito longas e antenas extremamente compridas, que os ajudam a se locomover e explorar o ambiente ao redor, mesmo sem depender da visão.

Muitas espécies dessa família têm olhos reduzidos ou ausentes, já que vivem em locais onde a luz é praticamente inexistente. Como compensação, desenvolveram um sistema sensorial apurado, usando suas antenas para detectar obstáculos, vibrações e a presença de outros organismos.

Como vivem em locais onde a comida é escassa, os grilos-das-cavernas são oportunistas, alimentando-se de matéria orgânica em decomposição, fezes de morcegos e até mesmo de outros insetos. Algumas espécies podem viver anos sem ingerir grandes quantidades de alimento, graças ao seu metabolismo reduzido.

Grilo-das-cavernas (família Rhaphidophoridae)
Grilo das cavernas (Rhaphidophoridae). (Imagem: Tukkatar/Shutterstock)

Poliqueta Osedax sp. (o “verme-zumbi”)

No meio da escuridão, os vermes do gênero Osedax vivem fixados em ossos de baleias que afundam no oceano após sua morte. Sem boca, estômago ou sistema digestivo tradicional, eles contam com bactérias simbióticas para decompor os tecidos e os lipídios dos ossos, absorvendo os nutrientes de maneira indireta.

Uma característica fascinante desses poliquetas é o extremo dimorfismo sexual: as fêmeas são relativamente grandes e dominam os ossos, enquanto os machos permanecem microscópicos e vivem dentro dos corpos das fêmeas, apenas com a função de fertilizar seus ovos.

Criaturas abissais devoradoras de ossos parecem plantas, mas são animais que existem há mais de 100 milhões de anos no fundo dos oceanos. Imagem: Yoshihiro Fujiwara/JAMSTEC/Smithsonian Institution’s Ocean Initiative

Salamandra-cega-do-Texas (Eurycea rathbuni)

Essa salamandra aquática habita cavernas submersas no estado do Texas, nos Estados Unidos. Seu corpo é pálido, quase translúcido, e seus olhos são atrofiados e cobertos por pele, tornando-a completamente cega.

Para sobreviver na escuridão, a salamandra desenvolveu sentidos extremamente aguçados. Seus sensores na pele detectam vibrações na água, permitindo que perceba o movimento de presas, como pequenos crustáceos e insetos. Como o ambiente subterrâneo tem poucos recursos alimentares, essa espécie tem um metabolismo incrivelmente lento e pode sobreviver longos períodos sem comida.

Salamandra-cega-do-Texas. (Imagem: rachelmahaffey/iNaturalist)

Peixe olho-de-barril (Macropinna microstoma)

Esse peixe das profundezas tem uma das aparências mais peculiares entre os animais que vivem sem luz. É uma espécie rara e fascinante que vive em profundidades entre 600 e 800 metros, nas zonas escuras do oceano Pacífico. Sua principal característica é a cabeça transparente e em forma de cúpula, através da qual se pode ver seus olhos verdes e tubulares, voltados para cima.

Esses olhos são extremamente sensíveis à luz e permitem que o peixe detecte as silhuetas de presas nadando acima dele, mesmo com pouquíssima luminosidade. Ao contrário do que parece, os “olhos” visíveis na frente do rosto são, na verdade, órgãos olfativos – os olhos reais estão dentro da cabeça translúcida.

Peixe olho-de-barril. (Imagem: Monterey Bay Aquarium Research Institute)

Ele se alimenta principalmente de pequenos animais gelatinosos, como sifonóforos, e é capaz de mover seus olhos dentro da cabeça para mirar à frente quando necessário.

Ao contrário da maioria dos peixes, seus olhos são orientados para cima e podem girar dentro do crânio, permitindo que ele enxergue presas acima sem precisar mover o corpo. Essa adaptação é fundamental para capturar pequenos organismos bioluminescentes que nadam na escuridão.

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Por que tomar um choque pode ser fatal? Entenda e saiba como se prevenir

A eletricidade está presente no nosso dia a dia de inúmeras formas, alimentando desde aparelhos eletrônicos até sistemas de transporte. No entanto, um simples choque elétrico pode representar um risco grave à vida. Mas por que isso acontece? Como a corrente elétrica afeta o corpo humano e quais são os fatores que tornam um choque potencialmente letal?

Quando uma descarga elétrica percorre o organismo, ela interfere nos sinais elétricos naturais do corpo, podendo causar desde uma sensação de formigamento até paradas cardíacas. O perigo de um choque não está apenas na voltagem, mas também na corrente elétrica, na duração da exposição e no caminho que essa eletricidade percorre dentro do corpo. Um choque pode provocar queimaduras graves, danos neuromusculares e até mesmo comprometer funções vitais.

Como a eletricidade afeta o corpo humano

O corpo humano conduz eletricidade devido à presença de água e sais minerais, que facilitam o fluxo de corrente elétrica. Quando alguém sofre um choque, a eletricidade entra no corpo e segue o caminho de menor resistência, podendo atravessar órgãos vitais como o coração e o cérebro.

Os efeitos do choque variam conforme a intensidade da corrente elétrica:

  • Até 1 mA (miliampère): sensação de formigamento. Aqui entram choques em objetos com eletricidade estática.
  • 1 a 10 mA: contrações musculares involuntárias. Um exemplo é o choque ao tocar na carcaça metálica de um notebook ligado em uma tomada sem aterramento.
  • 10 a 100 mA: dificuldade em soltar o objeto eletrificado, dores intensas e risco de fibrilação ventricular. Neste caso, você pode experimentar o choque ao manusear fios descascados, tomadas defeituosas ou até eletrodomésticos danificados, como ferros de passar ou micro-ondas.
  • Acima de 100 mA: parada cardíaca, danos neurológicos severos e risco de morte. Exemplos de perigos potenciais são fios descascados na própria rede elétrica residencial; fios de alta tensão na rua; e fuga de corrente ou instalação irregular em chuveiro elétrico.

A corrente alternada (AC), presente na rede elétrica residencial, é mais perigosa do que a corrente contínua (DC), pois interfere mais facilmente nos impulsos elétricos do coração, aumentando as chances de arritmias fatais.

Crédito: ShutterStock

Principais fatores que tornam um choque fatal

Diversos elementos influenciam a gravidade de um choque elétrico. Entre os principais, estão:

Intensidade da corrente elétrica

A corrente elétrica é o fator mais determinante na letalidade de um choque. Acima de 30 mA, já há risco significativo de fibrilação ventricular, que pode levar à morte em minutos se não houver socorro imediato.

Tempo de exposição

Quanto mais tempo a eletricidade percorre o corpo, maiores são os danos. Um choque curto pode causar apenas uma contração muscular dolorosa, enquanto uma exposição prolongada pode ser letal.

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Caminho da corrente pelo corpo

Se a corrente passa pelo coração ou pelo cérebro, os riscos aumentam. Um choque que percorre de uma mão para outra pode ser mais perigoso do que aquele que afeta apenas um braço ou perna.

Resistência do corpo

O corpo humano tem certa resistência elétrica, que varia conforme a umidade da pele. Mãos molhadas ou suor diminuem essa resistência, facilitando a passagem da corrente e aumentando a gravidade do choque.

Tensão elétrica (voltagem)

Embora a voltagem por si só não determine a gravidade do choque, tensões elevadas aumentam a probabilidade de queimaduras e lesões severas.

Efeitos de um choque elétrico no organismo

Além dos danos internos, um choque pode provocar ferimentos graves, incluindo:

  • Queimaduras: a eletricidade gera calor intenso, podendo causar queimaduras internas e externas.
  • Danos neuromusculares: os impulsos elétricos podem causar espasmos musculares intensos e lesões permanentes nos nervos.
  • Parada cardíaca: fibrilação ventricular, que impede o coração de bombear sangue adequadamente.
  • Complicações respiratórias: um choque pode afetar o sistema nervoso e causar falhas na respiração.
Carregador e cabo de celular meio derretidos após choque elétrico
(Imagem: RHJPhtotos/Shutterstock)

Como prevenir choques elétricos

Para evitar acidentes elétricos, algumas precauções são essenciais:

  • Evite mexer em equipamentos elétricos com as mãos molhadas.
  • Não use extensões ou fios danificados.
  • Desligue a eletricidade antes de realizar reparos em tomadas ou fios.
  • Use dispositivos de proteção, como disjuntores e DR (Diferencial Residual), que desligam a corrente elétrica em caso de fuga.
  • Mantenha crianças longe de tomadas e cabos expostos.

O que fazer em caso de choque elétrico?

Se alguém sofrer um choque, siga estas orientações:

  • Desligue a fonte de energia antes de tocar na vítima.
  • Afaste a pessoa da corrente elétrica usando um objeto isolante, como madeira ou borracha.
  • Chame o socorro imediatamente, especialmente se houver desmaio ou dificuldade para respirar.
  • Realize manobras de reanimação (RCP) se a vítima não estiver respirando e você for apto para tal.

Tomar um choque pode ser fatal dependendo da intensidade da corrente, do tempo de exposição e do caminho que a eletricidade percorre no corpo. Os efeitos vão desde queimaduras até paradas cardíacas. Para evitar riscos, é fundamental adotar medidas preventivas e agir rapidamente em caso de acidentes elétricos.

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Top 10 escorpiões mais perigosos do mundo e o que podem fazer ao corpo humano

Os escorpiões são animais peçonhentos que utilizam seu ferrão para injetar toxinas em suas presas ou em possíveis ameaças. Embora a maioria das espécies não represente perigo significativo para os seres humanos, algumas possuem peçonhas potentes que podem causar efeitos graves e até fatais. 

A seguir, apresentamos uma lista dos dez escorpiões mais perigosos do mundo, detalhando suas características, habitats e os efeitos de suas peçonhas no corpo humano.

O escorpião que dispara veneno à distância: Parabuthus transvaalicus (Escorpião-grosso-da-África)

O escorpião-grosso-da-África  é um dos maiores escorpiões, medindo entre 12 e 14 cm. Sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, paralisia e, em casos graves, insuficiência respiratória. 

Parabuthus transvaalicus / Crédito: Richard McJimsey (Wikimedia)

Além disso, ele tem a capacidade de esguichar veneno a uma distância de até um metro, visando os olhos de possíveis ameaças. Esse escorpião é encontrado na África Austral, especialmente na África do Sul, habitando regiões áridas e semiáridas, como savanas e desertos. 

Sua coloração varia de preta a marrom-escura, com um corpo robusto e cauda espessa. Sua periculosidade é destacada pelo Scorpion Files, da Norwegian University of Science and Technology (Arquivos sobre Escorpiões da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega).

O escorpião amazônico de alta toxicidade: Tityus obscurus

Esse escorpião é encontrado na região Amazônica, incluindo Brasil, Peru e Colômbia, habitando florestas tropicais úmidas, onde é frequentemente encontrado sob cascas de árvores e folhagens. Sua coloração é marrom-escura a preta, com um corpo alongado e pinças finas.

escorpião negro da amazonia, parado no chão
Tityus obscurus / Crédito: Ythier E (Wikimedia)

Com comprimento entre 6 e 7 cm, sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, convulsões, arritmias cardíacas e, em casos graves, morte.

Essa espécie tem destaque como uma das mais perigosas para a saúde pública, segundo o Instituto Butantan. Saiba mais.

O escorpião urbano do Nordeste brasileiro: Tityus stigmurus

Esse escorpião está presente no nordeste do Brasil, habitando áreas urbanas e rurais, muitas vezes escondido em entulhos e residências. Sua coloração é amarelada, com um padrão escuro no dorso.

escorpião com as patas esticadas para agarrar uma presa
Tityus stigmurus / Crédito: Hjalmar Turesson (Wikimedia)

Essa espécie mede entre 5 e 7 cm e sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, suor excessivo, vômitos e distúrbios neurológicos. 

Essa espécie também é uma das mais perigosas para a saúde pública, segundo o Instituto Butantan. Saiba mais.

O escorpião da necrose fatal: Hemiscorpius lepturus

Com comprimento de 6 a 8 cm, essa espécie se destaca por sua peçonha citotóxica, que causa necrose grave nos tecidos, hemólise e até falência orgânica.

escorpião marrom-amarelado com preto
Hemiscorpius lepturus / Crédito: Sem autor (Biodiversity4All)

Seu veneno é altamente citotóxico, causando feridas graves, inflamações e necrose, semelhantes às lesões provocadas pela picada da aranha-marrom. Não há antiveneno disponível.

Esse escorpião está presente no Irã e em outras regiões do Oriente Médio, habitando áreas áridas e semiáridas, muitas vezes invadindo habitações humanas.

No Irã, embora represente apenas 12% das picadas registradas, é responsável por 95% das mortes, podendo levar à falência renal, úlceras profundas, problemas psicológicos e até óbito. 

Sua coloração varia de amarelada a marrom-clara, e ele se diferencia de outros escorpiões por não possuir o típico segmento caudal volumoso.

Sua periculosidade também tem destaque no Scorpion Files, da Norwegian University of Science and Technology.

O assassino do deserto: Escorpião-negro (Androctonus crassicauda)

Esse escorpião robusto, de coloração preta e comportamento agressivo, mede entre 10 e 12 cm e é encontrado no Oriente Médio e no Norte da África, em países como Irã, Turquia e Arábia Saudita.

escorpião no meio da mata, subindo pela terra
Androctonus crassicauda / Crédito: Per-Anders Olsson (Wikimedia)

Sua peçonha é altamente tóxica, podendo causar dor intensa, convulsões, paralisia e, em casos graves, levar à morte.

Por habitar desertos e regiões áridas, representa uma ameaça constante para quem vive ou trabalha nessas regiões. Sua periculosidade tem destaque na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, que informa a população para ter cuidado com essa espécie. Leia mais aqui.

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O mais venenoso dos EUA: Escorpião-de-casca-do-Arizona (Centruroides sculpturatus)

Este escorpião mede entre 5 e 7 cm e se encontra nos Estados Unidos (Arizona, Califórnia, Nevada, Novo México) e no norte do México. 

escorpião amarelo escuro e com algumas patas encolhidas
Centruroides sculpturatus / Crédito: Andrew Meeds (Wikimedia)

Sua coloração varia entre amarelo e marrom-claro, e seu corpo é delgado. Sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, dormência, dificuldade respiratória e, em casos raros, morte, especialmente em crianças e idosos. 

É considerado o escorpião mais venenoso da América do Norte, e tem destaque na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.

O matador do Sul: Escorpião-de-cauda-grossa-amarelo (Androctonus australis)

Esse escorpião, encontrado no Norte da África e no Oriente Médio, mede entre 10 e 12 cm e possui uma coloração amarela e uma cauda grossa e robusta. Sua peçonha neurotóxica pode causar paralisia, insuficiência respiratória e morte. 

close-up de um escorpião amarelo-esverdeado
Androctonus australis / Crédito: Domínio público (Wikimedia)

Por ser altamente resistente e capaz de sobreviver em condições extremas, é um dos escorpiões mais temidos do mundo. Sua periculosidade tem destaque no Scorpion Files, da Norwegian University of Science and Technology (Arquivos sobre Escorpiões da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega).

O mais letal da Índia: Escorpião-indiano-vermelho (Hottentotta tamulus)

Este escorpião, encontrado na Índia, Nepal, Sri Lanka e Paquistão, mede entre 6 e 7 cm e tem uma coloração que varia do marrom avermelhado ao laranja. 

escorpião meio marrom e amarelo caminhando pelo solo
Hottentotta tamulus / Crédito: Shantanu Kuveskar (Wikimedia)

Sua peçonha é altamente tóxica e pode causar dor intensa, vômitos, sudorese, convulsões e, em casos graves, edema pulmonar, levando à morte em até 24 horas sem tratamento. Frequentemente encontrado em áreas urbanas e rurais, representa um grande risco para crianças que caminham descalças.

A Scorpion Files, da Norwegian University of Science and Technology, o destaca como uma das espécies mais perigosas do mundo.

O mais perigoso do Brasil: Escorpião-amarelo-brasileiro (Tityus serrulatus)

Com tamanho entre 6 e 7 cm, esse é o escorpião mais perigoso da América Latina e o principal responsável por acidentes no Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

escorpião grande amarelo repousando no chão
Tityus serrulatus / Crédito: José Roberto Peruca (Wikimedia)

Sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, náuseas, vômitos, taquicardia e, em casos graves, edema pulmonar e choque, sendo especialmente perigoso para crianças e idosos.

De coloração amarelo-claro, se reconhece facilmente pela ausência de serrilha na cauda. Vive em áreas urbanas e rurais, sendo frequentemente encontrado em entulhos e locais úmidos.

O Instituto Butantan alerta para a necessidade de precaução com essa espécie. Saiba mais.

O caçador da morte: Escorpião-amarelo-palestino (Leiurus quinquestriatus)

Com o apelido de “deathstalker”,o Leiurus quinquestriatus, é o escorpião mais perigoso do mundo pelo Guinness Book. Esse escorpião mede de 8 a 11 cm e se encontra no Norte da África e no Oriente Médio, incluindo Egito, Israel e Arábia Saudita. 

escorpião verde amarelado, parado no chão de terra e pedras
Leiurus quinquestriatus / Crédito: Ester Inbar (Wikimedia)

Sua coloração amarela pálida e sua velocidade o tornam temido, mas o verdadeiro perigo está na sua peçonha, uma mistura de neurotoxinas e cardiotoxinas que podem causar dor intensa, febre, convulsões e, em casos graves, coma ou morte. Habita principalmente desertos e regiões semiáridas.

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‘Jantar acompanhado’ pode ser a chave da evolução da vida complexa

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (31) na revista Nature Physics revela que um organismo unicelular chamado stentor pode cooperar com outros da mesma espécie para melhorar sua alimentação. Embora não tenha cérebro ou sistema nervoso, essa criatura microscópica consegue formar colônias que aumentam o fluxo de água ao seu redor, facilitando a captura de alimentos.

Os stentores fazem parte de um grupo chamado protistas e são gigantes entre os seres unicelulares. Eles podem atingir o tamanho da ponta de um lápis afiado e vivem em lagoas e ambientes aquáticos. Para se alimentar, usam pequenos cílios que criam correntes na água e direcionam bactérias e algas microscópicas até suas bocas.

No entanto, quando a comida é escassa, esse mecanismo pode não ser suficiente. Foi observando esse problema que os cientistas descobriram que os stentores podem melhorar suas chances de capturar presas se juntando em grupos. Quando agem em conjunto, eles criam um fluxo de água mais forte e eficiente.

Os stentors em forma de trombeta, um dos maiores organismos unicelulares conhecidos na Terra, às vezes se agrupam – mas até agora não se sabia ao certo o objetivo disso. Crédito: Shashank Shekhar / Universidade Emory

A união faz a força

Pesquisadores da Universidade Emory, nos EUA, realizaram experimentos para entender como esses organismos interagem. O estudo foi liderado pelo biofísico Shashank Shekhar, que comparou essa cooperação ao comportamento de seres humanos organizados. “Eles formam essa estrutura de ordem superior, como o que fazemos como humanos”.

Para visualizar os movimentos da água ao redor dos stentores, os cientistas usaram gotas de leite em uma placa de Petri. Sob o microscópio, o líquido se misturava com a água e revelava redemoinhos criados pelos cílios desses organismos. Shekhar descreveu o efeito como semelhante ao movimento das estrelas na famosa pintura “A Noite Estrelada”, de Vincent van Gogh.

Os experimentos mostraram que, quando estão sozinhos, os stentores produzem apenas pequenas correntes d’água. Mas, quando se agrupam, os fluxos se combinam e se tornam mais fortes, aumentando a quantidade de alimento capturado. Isso sugere que esses microrganismos unicelulares podem cooperar de maneira eficiente, mesmo sem um sistema nervoso.

Os movimentos criados pelos stentors foram comparados com o cosmos rodopiante de “A Noite Estrelada”, de Vincent van Gogh. Crédito: Shashank Shekhar / Universidade Emory

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Além disso, a equipe observou que os stentores se aproximavam e se afastavam repetidamente, como se estivessem sendo repelidos por um ímã. Esse comportamento intrigou os pesquisadores, que decidiram analisá-lo mais detalhadamente.

As gravações feitas no microscópio mostraram que os pares de stentores nem sempre eram iguais em força. Um dos organismos gerava um fluxo de água mais intenso que o outro. Quando se aproximavam, esse fluxo mais forte beneficiava o vizinho mais fraco, permitindo que ele capturasse mais presas.

Esse comportamento levou os cientistas a identificarem uma estratégia que Shekhar chamou de “comportamento promíscuo”. Ou seja, os stentores estão constantemente mudando de posição dentro do grupo para encontrar parceiros que gerem fluxos de água mais fortes. Dessa forma, eles maximizam sua capacidade de alimentação e aumentam as chances de sobrevivência.

Em uma placa de Petri, os cientistas estudaram a dinâmica dos fluidos dos stentors interagindo uns com os outros. Crédito: Shashank Shekhar / Universidade Emory

A pesquisa sugere que a formação de grupos entre seres unicelulares pode ter sido um passo crucial para a evolução dos organismos multicelulares. Segundo William Ratcliff, biólogo evolutivo do Instituto de Tecnologia da Geórgia, esse tipo de cooperação pode ter influenciado a evolução das presas também.

Evolução da vida vai além da genética e da química

Ratcliff explica que quando predadores unicelulares como os stentores se organizam para capturar melhor suas presas, essas presas precisam desenvolver estratégias para sobreviver. Uma dessas estratégias pode ter sido a formação de grupos, o que levou à evolução de organismos multicelulares.

“Se você é uma única célula, você é o jantar”, afirmou Ratcliff ao jornal The New York Times. “Mas se você pode formar grandes grupos de células, agora você é grande demais para ser comido.” Isso sugere que os predadores não foram os únicos a se beneficiar da cooperação. Suas presas também evoluíram para se proteger.

A pesquisa destaca que a evolução da vida não depende apenas de mutações genéticas ou processos bioquímicos, mas também de fatores físicos, como o movimento da água. Segundo Shekhar, a física pode ter desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento da multicelularidade.

“Sempre pensamos em genes e produtos químicos, mas também há uma forte base física no desenvolvimento da vida multicelular”, disse. “Mesmo algo como o fluxo de água poderia ter afetado a evolução”.

O estudo abre novas possibilidades para entender como os primeiros organismos vivos da Terra começaram a cooperar entre si, o que pode ter sido um fator essencial para a complexidade da vida que existe hoje.

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Você sabe por que alguns animais trocam de pele? Veja a explicação

Os animais que trocam de pele passam por esse processo para crescer, se renovar e até se proteger contra parasitas e danos externos.

Essa mudança, chamada de muda ou ecdise, ocorre em diferentes espécies, como cobras, insetos e anfíbios, e pode ter diversas finalidades, desde permitir o crescimento até garantir uma pele mais saudável. 

Mas por que exatamente essa troca acontece? E como funciona em cada grupo de animais? Neste artigo, exploramos as razões e os mecanismos por trás desse fenômeno natural.

Como e por que os animais trocam de pele?

Pele “vazia” de cobra após o processo de muda / Crédito: Srithern (wikimedia/reprodução)

A troca de pele, conhecida como muda ou ecdise, é um processo biológico essencial para diversos animais, permitindo seu crescimento e adaptação ao ambiente. Esse fenômeno ocorre principalmente em artrópodes, répteis e alguns anfíbios, que precisam renovar sua camada externa periodicamente.

O que é a muda?

A muda ou ecdise é um processo no qual o exoesqueleto antigo é descartado para dar lugar a um novo. Em artrópodes, como insetos e crustáceos, esse processo é controlado pelo hormônio ecdisona, que inicia a degradação do exoesqueleto antigo e estimula a formação de um novo. Durante esse período, o animal se torna mais vulnerável a predadores, pois sua nova estrutura protetora ainda está mole.

Em répteis, como as cobras, a muda ocorre porque sua pele não cresce junto com o corpo. À medida que o animal cresce, uma nova camada de pele se desenvolve sob a antiga, que eventualmente se solta e é descartada. Esse processo também ajuda a remover parasitas e manter a saúde da pele. 

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Antes da troca, os olhos das cobras podem ficar azulados ou turvos, sinalizando que a pele antiga está se soltando. Para concluir a ecdise, elas esfregam a cabeça contra superfícies ásperas para liberar a pele antiga por completo.

Ecdise de Pachygrapsus crassipes
Ecdise de Pachygrapsus crassipes (caranguejo listrado de litoral) / Crédito: Tatsundo h (wikimedia/reprodução)

Quanto tempo dura o processo?

O tempo necessário para a muda varia de acordo com a espécie e as condições ambientais. Alguns exemplos incluem:

  • Cobras: geralmente levam alguns dias para completar a troca de pele.
  • Insetos: o processo pode durar horas ou até semanas, dependendo do estágio de crescimento.
  • Caranguejos e outros crustáceos: após a muda, podem levar dias para endurecer totalmente seu novo exoesqueleto.

Durante esse período, os animais tendem a se esconder para evitar predadores, pois estão mais vulneráveis.

Cigarra no processo de troca de pele
Cigarra no processo de troca de pele / Crédito: Papadopoulos Avraam (wikimedia/reprodução)

O que acontece com a pele descartada?

O destino da pele descartada varia conforme a espécie:

  • Algumas lagartas e outros insetos ingerem a pele antiga para recuperar nutrientes.
  • Em outros casos, a pele se decompõe naturalmente no ambiente.
  • Alguns animais podem usar a exúvia (pele descartada) para confundir predadores ou como forma de defesa.

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Raiva, covid e leptospirose: como morcegos carregam doenças e não ficam doentes?

Morcegos são conhecidos por carregarem diferentes cepas de vírus que deixam outros mamíferos bastante doentes – mas eles mesmos não parecem adoecer. Por exemplo, o ebola, o vírus Nipah e o covid podem ser encontrados em morcegos e, ainda assim, tudo indica que esses animais não ficam doentes quando são infectados.

Além disso, o número de vírus que deixam os morcegos doentes parece ser menor do que o observado em outros mamíferos. De acordo com biólogos e virologistas, essa tolerância pode ter se desenvolvido há milhões de anos, à medida que os morcegos evoluíram.

Morcego via Peter Neumann/Unsplash

Como e por que os morcegos carregam doenças se não ficam doentes?

O ebola, o covid, o Hendra, o Nipah e inúmeros outros vírus, são associados aos morcegos. Apesar de eventos de mortalidade de morcegos relacionados a vírus ocorrerem, eles parecem ser pouco frequentes, tendo pouco efeito sobre as populações do animal.

Por outro lado, no que diz respeito à Leptospira, bactéria que causa leptospirose, e ao lisavírus, causador da Raiva, a conversa é diferente. Os morcegos, assim como outros mamíferos, ficam doentes e muitos acabam morrendo em decorrência dessas doenças. 

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Por que alguns vírus não afetam morcegos?

São duas as principais características que diferenciam os morcegos de outras espécies de mamíferos: além de terem uma tolerância maior a infecções virais, eles possuem adaptações em seu sistema imunológico que os ajudam a controlar eventuais infecções virais de uma maneira diferente dos humanos e de outros mamíferos.

Morcego voando durante o dia
Morcegos são os únicos mamíferos que voam via Ishan/Unsplash

Ambas as características se devem à única coisa que os torna diferentes de todos os outros mamíferos, ou seja, a capacidade de voar. Isso ocorre, em primeiro lugar, porque os animais que voam têm um metabolismo muito rápido, o que gera inflamação dentro de suas células.

Com o tempo, durante seu processo de evolução, os morcegos desenvolveram a habilidade de reduzir a resposta inflamatória do corpo. Isso é importante principalmente porque as infecções virais também causam inflamação.

Assim, como os vírus não estimulam o mesmo tipo de inflamação nos morcegos que estimulariam nos seres humanos e em outros mamíferos, eles são capazes de tolerar muitas infecções virais sem que a inflamação piore a situação e os adoeça. Em outras palavras, é a resposta do corpo ao vírus que pode nos deixar doentes.

E como os humanos contraem essas doenças?

Visto que os morcegos coevoluíram com diversos vírus, eles basicamente não causam nenhum dano ao mamífero voador. Ou seja, o problema acontece quando os vírus passam para novas espécies. 

Morcego-da-fruta-de-focinho-curto - Cynopterus brachyotis, espécie de megamorcego da família Pteropodidae, pequeno morcego noturno que vive no sul e sudeste da Ásia e na Indonésia (Bornéu)
Morcego pertencente à família Pteropodidae, também conhecida como morcego-fruteiro, composta por morcegos que se alimentam de frutas e néctar. (Imagem: Martin Pelanek / Shutterstock)

A destruição do habitat natural dos morcegos, envolvendo desmatamento e intensificação agrícola, e a perda de suas fontes de alimento na natureza os aproximam dos humanos. Além disso, a maneira como entramos em contato com esses animais, por meio de caça e venda, é bastante arriscada.

Assim como a maioria dos animais, morcegos espirram e urinam. Quando outro mamífero entra em contato com fluidos infectados, ele pode contrair e começar a espalhar diferentes tipos de vírus. Para que as doenças cheguem em humanos, geralmente, é necessário que uma terceira espécie esteja envolvida. 

Apesar de morcegos hospedarem vários vírus, a maioria deles não é prejudicial a outras espécies, e raramente são transmitidos aos seres humanos. Ou seja, os morcegos não são uma ameaça para as pessoas, embora alguns dos vírus que eles carregam sejam.

Também é importante ressaltar que os morcegos desempenham funções vitais em nosso ecossistema, incluindo a polinização de árvores nativas.

Imagem mostra de perto um morcego-vampiro comum
(Imagem: Wirestock Creators / Shutterstock)

Como evitar a propagação dessas doenças?

Com exceção da Raiva, cuja taxa de letalidade é de praticamente 100%, as doenças causadas pelos vírus e bactérias associadas a morcegos possuem tratamento. Ainda assim, evitar contrair doenças é sempre a melhor opção. 

Existem muitas maneiras de reduzir ou evitar o risco e a disseminação de infecções em humanos e outros animais. Especialmente para aqueles que trabalham ou moram perto de áreas de vida selvagem, algumas medidas de proteção incluem higiene, vacinação, biossegurança e gerenciamento de riscos.

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No último século, diferença de tamanho entre homens e mulheres aumentou

Nos últimos 100 anos, os homens aumentaram de altura e peso a taxa duas vezes mais rápida do que as mulheres, resultando em maior diferença entre os sexos.

Um estudo liderado pelo professor Lewis Halsey, da Universidade de Roehampton (Inglaterra), e publicado na revista Biology Letters analisou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e registros históricos do Reino Unido para entender como as condições de vida influenciaram essas mudanças.

Pesquisa mostra que evolução das condições de vida e a seleção sexual foram fatores que levaram a uma diferença maior no tamanho entre os sexos (Imagem: Andrei Korzhyts/Shutterstock)

Revelações do estudo sobre diferença de tamanho entre homens e mulheres

  • A pesquisa revelou que, à medida que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) aumentou, os homens se tornaram significativamente mais altos e pesados do que as mulheres;
  • Para cada aumento de 0,2 ponto no IDH, as mulheres ganharam 1,7 cm e 2,7 kg respectivamente, enquanto os homens cresceram 4 cm e 6,5 kg;
  • No Reino Unido, por exemplo, a altura média masculina aumentou 4% de 1900 a 1950, enquanto a altura feminina aumentou apenas 1,9%;
  • Isso resultou em redução do número de mulheres mais altas que os homens, de uma em cada quatro em 1905 para uma em cada oito em 1958.

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Os cientistas sugerem que a preferência das mulheres por homens mais altos e musculosos, devido à associação com saúde e capacidade de proteção, pode ter influenciado essa tendência. No entanto, a altura excessiva também tem desvantagens, como maior propensão a certos tipos de câncer.

O aumento mais rápido da estatura masculina reflete a adaptação do corpo humano às condições nutricionais melhores, com os homens ganhando mais com a maior ingestão de alimentos energéticos do que as mulheres, que, devido às demandas reprodutivas, são mais ecologicamente limitadas.

Dados de dezenas de países revelaram que as diferenças de altura e peso entre os sexos aumentaram desde 1900 (Imagem: Mike_shots/Shutterstock)

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