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Por que os pneus de carro são pretos se a borracha é branca?

Se a indústria de pneus optasse por utilizar apenas a borracha natural, sem nenhum processo para aprimorar o material, provavelmente você veria carros, motos, caminhões e até mesmo aviões utilizando estes componentes na cor branca. Porém, para proporcionar alguns benefícios, os itens são submetidos a um procedimento que os faz ficar pretos. A seguir, veja tudo que sabemos sobre esse tema!

Por que os pneus de carro são pretos?

Para respondermos a essa pergunta, buscamos informações em uma grande fabricante de pneus reconhecida mundialmente, a Bridgestone. De acordo com a empresa, os pneus dos veículos nem sempre foram pretos. Isso porque, inicialmente, era utilizado o aditivo óxido de zinco, que tem a coloração branca pura, e proporciona maior resistência à borracha. 

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Porém, no século XX foi descoberto que o material negro de fumo, composto em sua maioria por carbono, aumentava significativamente a resistência dos pneus ao desgaste, tornando-os mais fortes contra abrasão e calor, além de adicionar resiliência e tenacidade a ele, características que aumentam a sua durabilidade. 

Pneus da nova Silverado, da Chevrolet, com setas no chão ilustrando direção caranguejo (Imagem: Divulgação/Chevrolet)

Vale destacar que o negro de fumo é fabricado por meio de uma combustão incompleta de derivados de petróleo pesados. Ao ser adicionado na borracha, ele deixa o item totalmente preto. O produto também pode ser utilizado em plásticos e tintas de impressão.

Na época, por conta da escassez do material, diversos fabricantes desenvolveram pneus com flancos brancos e banda de rodagem preta. Foi o caso dos primeiros Ford Model T. A mudança para pneus totalmente pretos só ocorreu no início dos anos 70.

Um dos primeiros modelos do carro Ford Model T
Um dos primeiros modelos do carro Ford Model T – Crédito editorial: Gaschwald / Shutterstock.com

Fabricação dos pneus dos carros

A fabricação dos pneus é muito complexa. De acordo com outra grande marca do mercado, a Michelin, o processo começa com mais de 200 matérias-primas. O primeiro passo é desenvolver materiais com propriedades químicas e mecânicas muito específicas, que proporcionem uma boa performance ao pneu.

No processo, primeiro há a etapa de pesquisa, na qual os especialistas estudam a utilização dos pneus e os hábitos de direção dos motoristas para, assim, conseguir desenvolver itens que supram as necessidades de todos. Em seguida, ocorre o desenvolvimento e a mistura dos materiais. São mais de 200 ingredientes que compõem um pneu.

Os ingredientes estão em cinco grupos: 

  • Borracha natural: principal componente das camadas de banda de rodagem;
  • Negro de carbono e sílica: para dar maior durabilidade ao pneu;
  • Borracha sintética:usada em parte da banda de rodagem dos pneus de carro;
  • Cabos de reforço metálicos e têxteis: usados para moldar os pneus e dar rigidez a eles;
  • Agentes químicos: utilizados para propriedades únicas como a aderência ultra-alta.

Após isso, vem a fase de design, que envolve simulações para testar e selecionar os melhores conceitos de pneus que devem ser feitos. Depois, há a fabricação e, por último, o controle de qualidade.

Há muitos tipos de pneu?

Sim, há vários tipos de pneus, cada um voltado para um determinado veículo ou atividade. Entre eles estão o on-road, também conhecido como convencional, próprio para o asfalto. Tem também o off-road para estradas de terra e lama. Outro tipo é o misto, ideal para estradas de terra e asfalto, tem também os pneus verdes, considerados ecológicos, os radiais com uma banda de rodagem de maior durabilidade e ótimos para altas velocidades e os de carga para caminhonetes, além de outros pneus de caminhões, tratores, aeronaves e outros veículos.

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Método inovador transforma borracha velha em produto valioso

Pesquisadores desenvolveram um método inovador para transformar borracha descartada, como pneus usados, em precursores valiosos para resinas epóxi.

O processo, liderado pelo Dr. Aleksandr Zhukhovitskiy da Universidade da Carolina do Norte, usa uma abordagem de duas etapas: aminação C–H e rearranjo de polímero. O estudo sobre o método foi publicado na revista Nature.

Esse método quebra a estrutura reticulada e durável da borracha, que é difícil de reciclar, convertendo-a em materiais utilizáveis, como polidienos modificados por amina.

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O método converte a estrutura complexa da borracha em materiais solúveis e utilizáveis – Imagem: Universidade da Carolina do Norte

Detalhes do estudo

  • Diferente das técnicas tradicionais, que muitas vezes resultam em subprodutos de baixo valor ou prejudiciais ao meio ambiente, o novo processo é eficiente e escalável.
  • Em um teste com borracha usada, a quebra foi completa em seis horas, transformando os resíduos em materiais adequados para a produção de resinas epóxi, usadas em adesivos e revestimentos.
  • Além disso, o método opera em condições moderadas (95-122 °F), tornando-o mais econômico e ambientalmente amigável, em comparação com os métodos tradicionais.

Embora o impacto ambiental do processo inicial seja alto, os pesquisadores estão explorando solventes mais sustentáveis para otimizar ainda mais a técnica.

“A eficiência desse método é particularmente impressionante quando comparada às técnicas tradicionais de reciclagem, que geralmente exigem temperaturas extremas ou catalisadores caros”, destacou a equipe de pesquisa.

A descoberta oferece uma solução promissora para o problema do acúmulo de resíduos de borracha, especialmente considerando que, nos EUA, milhões de pneus são descartados anualmente.

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Processo gera precursores para produtos industriais e ajuda a resolver o problema dos resíduos (Imagem: standret/Freepik)

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