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Internet em risco? O que dizem Anatel e governo sobre cabos submarinos

Um relatório da Anatel alerta para riscos relacionados aos cabos submarinos que conectam o Brasil à internet global. O documento foi elaborado recentemente junto ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI).

Procurada pelo Olhar Digital, a Anatel disse que “o GSI classificou o documento como de acesso restrito” (texto na íntegra no final desta matéria). No entanto, o Tele.Síntese teve acesso ao relatório. E, segundo o site, o documento aponta ser urgente criar zonas de proteção para essas infraestruturas.

Relatório do GSI e da Anatel sobre cabos submarinos destaca vulnerabilidades

O relatório, assinado em março de 2025, destaca vulnerabilidades em pontos de aterragem. Esses podem ser confundidos com bueiros e estão expostos a obras civis em áreas urbanas e praias.

Fortaleza, onde fica a Praia do Futuro, é um dos maiores centros do mundo para cabos submarinos (Imagem: Fábio Lima/Wikimedia Commons)

Atualmente, o Brasil tem 16 cabos submarinos ativos. Fortaleza (CE) é um dos maiores centros do mundo para esse tipo de estrutura, com mais de dez data centers na Praia do Futuro (lembra dela?). Outras cidades com presença significativa são Praia Grande (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA).

O documento cita que 87% dos incidentes com cabos no mundo ocorrem por conta de ações humanas – por exemplo: pesca, ancoragem de navios e obras no mar. Embora menos frequentes, sabotagens e espionagem também são consideradas ameaças reais.

O que fazer, então?

Como resposta, a Anatel e o GSI sugerem que o Brasil siga exemplos da Austrália e Nova Zelândia, onde existem zonas de proteção com regras claras sobre o uso do solo e do mar. As autoridades recomendam incluir o tema nas licenças urbanas e offshore, além de estimular parcerias entre governos e empresas.

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Anatel e o GSI sugerem que o Brasil crie zonas de proteção para cabos submarinos (Imagem: Vismar UK/Shutterstock)

O relatório também pede que operadoras, reguladores e órgãos licenciadores sejam notificados com urgência. A ideia é garantir que todos os envolvidos participem das discussões e ajudem a implementar medidas de proteção o quanto antes.

No total, o relatório lista 17 recomendações. Entre elas, estavam:

  1. Garantir que qualquer incidente que afete cabos submarinos e Estações de Aterragem (CLS) seja detectado e notificado às autoridades competentes, com uso de sistemas automatizados e centralizados de alerta precoce;
  2. Implementar salvaguardas físicas nas beach manholes (BMHs), CLSs e nos sistemas de gerenciamento de redes, como câmeras, sensores e barreiras físicas;
  3. Evitar pontos únicos de falha por meio de redundância adequada nos serviços essenciais das CLSs e fortalecer o monitoramento contínuo;
  4. Atualizar dados de geolocalização e enterrar cabos em águas rasas sempre que possível;
  5. Realizar exercícios de segurança, mapeamentos e avaliações periódicas de vulnerabilidades, segundo boas práticas internacionais.
Disposição dos cabos submarinos que chegam em Fortaleza
Disposição dos cabos submarinos que chegam a Fortaleza, no Ceará (Imagem: Reprodução/Submarine Cable Map)

Para reforçar as recomendações, as equipes visitaram locais estratégicos no Brasil e em Portugal. Em Fortaleza, o foco foi a Praia do Futuro; no Rio, a operação da Claro; e em Praia Grande, as instalações de empresas como V.tal, Telxius e Cirion.

Leia mais:

O Olhar Digital contatou a Anatel para checar informações e esmiuçar detalhes sobre o relatório. A resposta foi a seguinte:

“O GSI classificou o documento como de acesso restrito, portanto não é possível compartilhá-lo. A ideia é que a Agência utilize as recomendações do relatório como subsídio na atuação normativa futura.”

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Apagão de internet: ataques a cabos submarinos ameaçam 95% da rede global

Empresas de telecomunicações fizeram um alerta preocupante: cabos submarinos responsáveis por 95% da rede global podem estar em risco. As companhias notificaram chefes militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Segundo o jornal inglês The Telegraph, isso acontece após uma série de danos supostamente causados por ataques da Rússia.

O alerta ainda diz que as ameaças podem afetar toda a infraestrutura global de internet e energia, o que interromperia comunicações, transações financeiras e serviços essenciais no mundo todo.

Cabos submarinos são responsáveis por quase todo o tráfego global. Danos podem causar um apagão de internet (Imagem: shutterstock/Vismar UK)

Cabos submarinos de internet estariam em risco

De acordo com uma carta aberta assinada por várias operadoras de telecomunicação, como a Vodafone e a Telefónica, os cabos submarinos estão em risco. As empresas pedem que as autoridades do Reino Unido, União Europeia e Otan classifiquem a rede submarina como uma infraestrutura crítica, que precisa de mais proteção e investimentos voltados para a segurança.

Apesar de ser direcionado a autoridades europeias, o documento ressalta que a Europa não é a única em risco. Danos nos cabos podem causar um apagão de internet, afetando “comunicações internacionais, transações financeiras e serviços críticos em todo o mundo”.

As operadoras também defendem maior colaboração entre Europa, Reino Unido e Otan nas estratégias de monitoramento. Isso porque, apesar de mais de 500 cabos submarinos serem responsáveis por cerca de 95% do tráfego internacional, eles são pouco vigiados. Como estão no fundo do mar, a proteção acaba sendo cara e complicada.

empresas de telecomunicação assinaram carta aberta para proteger cabos submarinos
Empresas signatárias da carta aberta (Imagem: Reprodução de tela)

Empresas acusam Rússia pelos ataques

Todos os anos, são registradas cerca de 200 falhas na rede de cabos submarinos. A maioria delas (quase 80%) está relacionada a atividades humanas, como lançamento de âncoras ou redes de pesca de arrasto, que acabam ficando presas nos cabos.

Mas os casos de sabotagem têm crescido:

  • Só no Mar Báltico, foram 11 cabos danificados desde outubro de 2023. Outros incidentes foram registrados no Mar do Norte;
  • Autoridades britânicas suspeitam da Rússia e já monitoram o navio espião russo Yantar há algum tempo. A embarcação está sob investigação de mapear a infraestrutura de cabos submarinos na região;
  • Em janeiro, o secretário de Defesa do Reino Unido, John Healey, classificou os incidentes como “mais um exemplo da crescente agressividade russa”.
  • Possíveis ataques da China também estão no radar. O Olhar Digital deu detalhes desse caso aqui.

O Parlamento do Reino Unido abriu uma investigação para analisar o que pode ser feito para proteger os cabos submarinos na região.

Leia mais:

O Olhar Digital já explicou a importância dos cabos submarinos neste link.

neste link, você confere quais são os cabos que passam pelo Brasil.

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Cabos submarinos: existe uma ameaça à comunicação global

O número de casos de sabotagens em cabos submarinos aumentou nos últimos meses. E agora, uma revelação da China eleva as preocupações em relação aos riscos de um “apagão” nas comunicações globais.

O governo de Pequim anunciou o desenvolvimento de um dispositivo compacto de corte de cabos em alto-mar. Segundo Pequim, ele seria potente o suficiente para cortar linhas de comunicação a uma profundidade de até 4 mil metros.

As informações são do jornal South China Morning Post.

Ferramenta foi criada para uso em mineração no fundo do mar

  • Desenvolvido pelo Centro de Pesquisa Científica de Navios da China e pelo Laboratório Estatal de Veículos Tripulados de Alto-Mar, a ferramenta foi projetada para cortar os chamados “cabos blindados”.
  • Estas são linhas com bainhas de aço, borracha e polímero que compõem a esmagadora maioria das transmissões globais de dados.
  • O cortador pode ser utilizado em veículos submersíveis avançados tripulados ou não tripulados.
  • Embora tenha sido criado para salvamento civil e uso em mineração no fundo do mar, países do Ocidente temem que a ferramenta seja utilizada em sabotagens.
Ferramenta pode cortar cabos a uma profundidade de até 4 mil metros (Imagem: Norimoto/Shutterstock)

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Cabos submarinos têm sido alvo de sabotagens

Os cabos submarinos são responsáveis ​​pela transferência de 99% de todos os dados digitais, sendo fundamentais para manter o mundo conectado. Atualmente, há 1,4 milhão de quilômetros destas estruturas no fundo do mar, abrangendo todos os oceanos do planeta.

Por ano, são registradas cerca de 200 falhas nesta enorme rede. A maioria delas (quase 80%) está relacionada a atividades humanas, como lançar âncoras ou redes de pesca de arrasto, que acabam ficando presas nos cabos. No entanto, os casos de sabotagem têm crescido.

Proximidade entre China e Rússia deixa países do Ocidente em alerta (Imagem: Charnsitr/Shutterstock)

Investigações recentes apontam que cabos foram danificados no Mar Báltico de forma proposital. Os países europeus acusam a Rússia de estar por trás destas ações. Esta seria uma forma de retaliação encontrada por Moscou em meio à guerra contra a Ucrânia.

O regime de Vladimir Putin, no entanto, nega as acusações e afirma que os países do Ocidente criam narrativas falsas. De qualquer forma, como a China é uma das principais aliadas da Rússia, isso aumenta as tensões globais.

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Cabos submarinos: novo sistema pode evitar sabotagem

Os cabos submarinos, responsáveis ​​pela transferência de 99% de todos os dados digitais, são fundamentais para manter o mundo conectado. Atualmente, há 1,4 milhão de quilômetros destas estruturas no fundo do mar, abrangendo todos os oceanos do planeta.

Por ano, são registradas cerca de 200 falhas nesta enorme rede. A maioria delas (quase 80%) está relacionada a atividades humanas, como lançar âncoras ou redes de pesca de arrasto, que acabam ficando presas nos cabos. No entanto, os casos de sabotagem têm crescido.

Cabos submarinos têm sido alvo de sabotagem

  • Investigações apontam que cabos foram danificados no Mar Báltico de forma proposital.
  • Os países europeus acusam a Rússia de estar por trás destas ações.
  • Esta seria uma forma de retaliação encontrada por Moscou em meio à guerra contra a Ucrânia.
  • O Kremlin nega todas as acusações.
  • Mesmo assim, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) levou o assunto a sério e criou uma missão para patrulhar a região com aviões, navios de guerra e drones.
  • As informações são da BBC.
OTAN criou missão para patrulhar os mares, mas isso não é o bastante (Imagem: Andy.LIU/Shutterstock)

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Novo sistema pode identificar possíveis ameaças

Apesar dos esforços, as autoridades europeias não conseguem monitorar toda a extensão do Mar Báltico. Assim, algumas empresas privadas estão ajudando neste trabalho. A ideia é criar formas monitorar o que está acontecendo nas proximidades dos cabos submarinos.

A AP Sensing, por exemplo, desenvolveu um sistema que usa sinais de fibra óptica para “ouvir” drones subaquáticos ou outras embarcações que arrastem suas âncoras ao longo do fundo do mar. Isso permitiria identificar possíveis ameaças.

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Uso da tecnologia pode impedir novas sabotagens das estruturas (Imagem: Afa/Shutterstock)

Com essa tecnologia, é possível até calcular o tamanho aproximado de uma embarcação que passa por cima de uma estrutura, bem como sua localização e, em algumas circunstâncias, sua direção. Estes dados podem ser correlacionados com imagens de satélite, ou mesmo registros do sistema de identificação automática (AIS), que a maioria dos navios transmite o tempo todo.

A AP Sensing diz que pode captar vibrações a centenas de metros de distância, mas “geralmente não a vários quilômetros de distância”. A empresa confirma que seu sistema está atualmente implantado em algumas instalações de cabos no Mar do Norte, embora não forneça maiores informações.

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Cabos submarinos: o plano da Otan para proteger a internet

Cortes de cabos submarinos deixaram organizações – entre elas, Otan e ONU – em alerta. Isso porque, além de energia, esses cabos transportam 95% da internet do planeta. E suspeita-se que os danos podem não ter ocorrido por acidente. Em outras palavras: há suspeitas de sabotagem.

A Otan anunciou, em janeiro, uma missão para aumentar a vigilância dos navios no Mar Báltico após cabos submarinos entre Estônia e Finlândia terem sido danificados, em dezembro de 2024. E a agência de tecnologia da ONU criou um órgão para aumentar a proteção de cabos submarinos.

Otan e ONU se mobilizam para proteger cabos submarinos de internet mundo afora

O chefe da Otan, Mark Rutte, disse na época que a missão, chamada “Baltic Sentry” (Sentinela Báltica, em tradução livre), envolveria drones, navios de guerra e aeronaves de patrulha.

Missão ‘Baltic Sentry’, da Otan, envolveria navios de guerra para proteger cabos submarinos (Imagem: AlejandroCarnicero/Shutterstock)

A Rússia não foi diretamente apontada como culpada pelo dano aos cabos no Mar Báltico. Mas Rutte informou que a Otan intensificaria o monitoramento da “frota sombra” (navios sem propriedade clara usados para transportar produtos petrolíferos sob embargo) de Moscou.

Rutte acrescentou que a Otan responderia de maneira firme a incidentes envolvendo cabos submarinos, com mais abordagens a embarcações suspeitas. E, se necessário, sua apreensão. Mas ele se recusou a compartilhar mais detalhes sobre o número de ativos que fariam parte da iniciativa.

Órgão da ONU para proteger cabos submarinos

A agência de tecnologia da ONU anunciou um novo órgão, em dezembro de 2024, para aumentar a proteção dos cabos submarinos. Entre os objetivos dele, estão: ajudar a reforçar os cabos contra danos e acelerar os reparos.

O Corpo Consultivo Internacional para a Resiliência de Cabos Submarinos é composto por 40 especialistas dos setores público e privado. Entre eles, estão representantes de operadores de cabos submarinos, empresas de telecomunicações e agências governamentais.

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Ilustração de cabos submarinos no Mar Vermelho
Cabos submarinos de energia e internet podem ser danificados tanto por acidente quanto por sabotagem (Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)

Rupturas podem ser causadas por infraestrutura envelhecida, clima, acidentes. E, também, por sabotagem, como o corte de cabos submarinos no Mar Báltico.

O Secretário-Geral Adjunto da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Tomas Lamanauskas, disse que a UIT recebia relatórios sobre supostas sabotagens. Mas acrescentou que não estava no seu escopo investigar nem atribuir culpados, segundo a Reuters.

Por outro lado, Lamanauskas disse esperar que o novo órgão ajudasse a resolver interrupções, independentemente da causa, para restaurar os serviços mais rapidamente. A ver se vai ser o suficiente.

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