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Cães e gatos realmente se odeiam? A ciência explica o comportamento desses pets

Estudo aponta que convívio entre cães e gatos pode ser amigável, desde que a socialização aconteça nas primeiras fases da vida de ambos.

A rivalidade entre cães e gatos é uma crença antiga, praticamente generalizada. Por serem protagonistas quando o assunto são bichos de estimação, mas serem de espécies diferentes, foi alimentada a ideia de que eles, naturalmente, não se dão bem. 

Cães e gatos são domesticados há milhares de anos, e passaram por mudanças genéticas e comportamentais devido à proximidade com os humanos. 

O trio Spike, Tom e Jerry é um exemplo de representação na mídia da briga entre espécies. Cena de “Tom & Jerry: O Filme (2021). Imagem: Warner Bros. Pictures / Divulgação

Em civilizações antigas, os cães, descendentes dos lobos, se associavam aos humanos sem muitas restrições, recebendo em troca por sua companhia uma porção de alimento. Ao longo do tempo, por sua alta habilidade de socialização, a sua atuação foi ampliada para outros propósitos como ser cão de guarda, cão guia para cegos, no trabalho de detecção de bombas e até mesmo de algumas doenças.

Quanto aos felinos, descendentes do gato selvagem africano, eles foram muito utilizados no passado como controladores de pragas, uma vez que caçavam animais menores numa época em que a economia agrícola era baseada em grãos. Em troca pelo serviço, também recebiam abrigo e alimentação. Por serem caçadores solitários, a domesticação e controle dos gatos sempre foi mais complexa do que a dos cães.

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Por que cães e gatos se odeiam tanto?

Por que pessoas de nacionalidades diferentes poderiam se estranhar? Entre as muitas respostas está a comunicação. Para cães e gatos, a lógica é a mesma. Embora ambos sejam animais carnívoros e tenham em seu gene habilidades eficientes de caça, essas espécies diferem muito em seu comportamento social.

Estudo aponta que convívio entre cães e gatos pode ser amigável, desde que a socialização aconteça nas primeiras fases da vida de ambos. (Imagem: TatyanaGl/iStock)

Esse é apenas um dos apontamentos preliminares levantados no artigo “Inter-relação de cães e gatos vivendo sob o mesmo teto”, dos autores Reuven Feuerstein e José Terkel, que investigaram o tema. 

Há uma crença geral de que a comunicação interespecífica entre cães e gatos é complicada, decorrente de seu desenvolvimento evolutivo separado, de seus diferentes processos de domesticação e da falta de uma capacidade inata de entender as comunicações uns dos outros.

Abanar o rabo, por exemplo, é um sinal claro de que um cão está feliz, já um gato com o mesmo comportamento pode querer transmitir um estado de medo ou ansiedade. Essa inabilidade na interpretação um do outro pode gerar algum atrito, mas a domesticação de cães e gatos desde a juventude pode reverter essa prerrogativa.

De acordo com o artigo, a socialização precoce com gatos de até 6 meses de vida, e cães com até 1 ano de idade, mostrou uma capacidade satisfatória de estabelecer um relacionamento amigável. 

As descobertas também sugerem que, com o passar da convivência, a maioria desses cães e gatos entende a linguagem corporal particular do outro, criando até mesmo códigos próprios, como cumprimentos com toque de focinhos.

Gato dormindo em cima de cachorro deitado que olha para a câmera que tirou a foto
(Imagem: Divulgação/Sema-DF)

Falando a mesma língua, isto acaba se refletindo diretamente no clima entre eles. O estudo aponta que, em dois terços das casas, havia uma boa convivência entre as espécies. Apenas 10% das casas observadas tinham algum tipo de conflito.

Eles chegaram a essa conclusão por meio de dois métodos, um questionário aplicado aos donos dos cães e gatos, e a observação, por meio de gravações em vídeo, do convívio entre os animais na casa dos tutores.

É importante frisar que os cães, por terem um porte maior e por serem exímios caçadores, veem como presas todo e qualquer animal que seja menor do que ele, não apenas o gato. Não são raros relatos de tutores que receberam de seus cães passarinhos, ratos e lagartixas como presentes de caça. 

Em linhas gerais, o que podemos concluir é que cães e gatos não são rivais destinados. As espécies podem conviver de maneira harmoniosa juntas, desde que a socialização aconteça nas primeiras fases da vida. Quanto mais precoce for a idade do primeiro encontro entre as espécies, melhor será esse entendimento.

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Por que cães perseguem o próprio rabo?

Quem tem cachorro como bicho de estimação pode observar alguns comportamentos que, aos olhos humanos, sugerem ser incomuns. Um desses hábitos é perseguir o próprio rabo. O cachorro pode fazer esse movimento de maneira mais lenta ou mesmo rodopiar no seu próprio eixo com mais velocidade.

Por se tratar de uma espécie que claramente não se comunica como nós humanos, é natural que ela tenha códigos, manias e hábitos – como perseguir o próprio rabo – que podem transmitir informações valiosas sobre o aspecto comportamental, ou mesmo algo mais sério, em relação à saúde, por exemplo. 

Por isso é importante que o tutor esteja atento a esse e outros comportamentos, e investiguem o que eles realmente significam.

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Por que os cachorros perseguem seus rabos?

Primeiramente, é importante observar se perseguir o próprio rabo é um ato eventual ou obsessivo do cachorro. No primeiro caso, se a ação não gera danos ao animal, não há com o que se preocupar, mas se for um hábito repetitivo é bom ter atenção.

Segundo um artigo publicado recentemente, existem muitos motivos pelos quais um cão pode perseguir o próprio rabo: curiosidade sobre o próprio corpo (no caso dos filhotes), tédio, liberação de energia ou mesmo o surgimento de uma lesão.

Perseguir o próprio rabo pode ser um comportamento multifatorial, por isso é importante o dono estar atento. Imagem: Pic Media Aus/Shutterstock

Os filhotes, por exemplo, são extremamente curiosos, e, assim como as crianças, nos primeiros meses de vida estão descobrindo o mundo e seu próprio corpo. Por isso, perseguir o próprio rabo pode ser um ato de brincadeira – que costuma desaparecer chegando à fase adulta.

Outro motivo levantado é o tédio. Cachorros que ficam muito tempo sozinhos, sem estímulos físicos, podem perseguir o próprio rabo como uma forma de se entreter e liberar o acúmulo de energia. Se esse for o caso, é recomendado que se aumente o tempo de convivência com o animal, investindo em passeios e brincadeiras.

Dotados de grande inteligência, o cão também pode perseguir o próprio rabo como uma estratégia para chamar a atenção. Caso o animal se sinta deixado de lado, esse e outros comportamentos podem surgir no sentido de atrair a atenção do dono para si.

Agora, se o cão perseguir a próprio rabo de maneira obsessiva, este pode ser um sinal de alerta, uma vez que esse comportamento pode ter causas físicas ou mesmo psicológicas. 

Assim como nós humanos, os cães também podem sofrer com a ansiedade. Viver num espaço pequeno ou estar continuamente acorrentado, sofrer agressão de outro animal ou do próprio tutor, pouca ou nenhuma socialização e traumas anteriores são gatilhos que podem ativar no animal o hábito de perseguir o próprio rabo.

Além dessas causas, esse comportamento também pode indicar situações mais delicadas, como a infestação de pulgas e carrapatos, dor, infecção e até mesmo câncer. Nestes casos, é recomendável agendar uma consulta com um veterinário de sua confiança para investigar o caso mais a fundo.  

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Por que cães giram antes de deitar?

Se você convive com um cachorro, certamente já reparou em um comportamento curioso: antes de deitar, ele gira sobre si mesmo, fareja o chão e, só então, se ajeita para dormir.

Mas será que isso se trata apenas de uma mania engraçada ou há algo mais por trás desse comportamento? Se ficou curioso, continue lendo, pois a seguir abordaremos um pouco mais sobre o que há por trás desse interessante costume de nossos queridos companheiros de quatro patas.

Uma herança de antes do processo de domesticação

Cachorro deitado em almofada azul. / Crédito: Kireyonok_Yuliya (Freepik)

Na verdade, ainda não existem dados definitivos que expliquem com precisão a razão por trás desse curioso hábito quase ritualístico e recorrente dos cachorros.

Segundo a Britannica, a mais antiga das enciclopédias do mundo, diversas fontes sugerem que esse comportamento dos cães é um resquício que vem de muito antes de sua domesticação. O ato de girar antes de se deitar seria uma herança de seus ancestrais selvagens, os lobos.

Talvez você já saiba que, para os cachorros ganharem o título de melhor amigo do homem, foi necessário um longo processo de domesticação. Acredita-se que eles foram os primeiros animais a serem domesticados, antes mesmo do surgimento da agricultura, há cerca de 11 mil anos. Ainda há discussões sobre quando, exatamente, começou essa relação tão especial.

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Imagem: Pic Media Aus/Shutterstock

Contudo, as primeiras evidências arqueológicas indiscutíveis da domesticação dos cães foram encontradas em 1914, em Bonn-Oberkassel, na Alemanha. Lá, foram descobertos os restos de um cão enterrado ao lado de dois humanos, datados de cerca de 14.200 anos atrás.

Do ponto de vista genético, há indícios de que o lobo-cinzento (Canis lupus) é o principal ancestral dos cães. Acredita-se que esses lobos foram atraídos pelos restos de comida deixados pelos grupos humanos. Durante o processo de domesticação, os indivíduos mais dóceis, menos agressivos e mais tolerantes à presença humana tiveram maiores chances de sobreviver e se reproduzir.

Lobo Cinzento do Alasca / Imagem: Shutterstock IA

Com o passar do tempo, esses lobos foram adquirindo características físicas e comportamentais que os diferenciavam de seus parentes selvagens.

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Por que os cachorros giram antes de deitar?

Desde então, os cães começaram a ser usados para caça, guarda, pastoreio e companhia. Hoje, esses animais tornaram-se um dos pets mais populares, e sua inteligência social em relação a nós faz com que muitas vezes esqueçamos suas origens selvagens.

No entanto, algumas características herdadas de seus ancestrais ainda permanecem e se manifestam em pequenos hábitos do cotidiano, como dar voltas antes de deitar.

Cachorro deitado na grama. / Crédito: petrescue

Segundo a Britannica, os lobos, ao circularem antes de deitar, achatavam a vegetação e alisavam o chão para criar um local confortável. Ao girar, identificavam pedras ou objetos que poderiam incomodar e os removiam. Além disso, esse comportamento esmagava e afastava criaturas prejudiciais, como insetos.

Ainda de acordo com a Britannica, os locais com vegetação amassada serviam como sinal para outros lobos de que aquele lugar estava ocupado. Se nossos cães são animais territoriais, imagine como isso se manifestava em seus antepassados selvagens!

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Colete inteligente ajuda cães cegos a “verem” com o corpo

Pesquisadores da Universidade Rice, nos EUA, desenvolveram um colete com feedback tátil para auxiliar cães cegos a se locomoverem com mais segurança e independência.

O protótipo, criado para um cão chamado Kunde, combina um colete leve com câmeras estereoscópicas montadas na cabeça do animal, que detectam obstáculos e enviam sinais vibratórios ao corpo do cão.

Como foi a criação do colete

  • O sistema foi idealizado após Kunde perder a visão por conta de glaucoma.
  • Seus tutores buscaram ajuda no Oshman Engineering Design Kitchen, centro de inovação da universidade.
  • Atendidos por quatro estudantes, o projeto evoluiu a partir de um modelo anterior baseado em LiDAR — substituído por câmeras, que são mais acessíveis e eficientes.
  • As vibrações emitidas pelos pequenos motores no colete aumentam conforme o cão se aproxima de um obstáculo, funcionando como um “segundo par de olhos”.
  • O equipamento tem alcance de até 8 metros e uma autonomia de duas horas de uso contínuo.
Sistema inovador criado por estudantes usa vibrações para guiar animais com deficiência visual (Foto: Yanya/Shutterstock)

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Desafios do projeto

O grande desafio, segundo os estudantes, foi integrar os componentes eletrônicos em um colete confortável, leve, respirável e resistente ao calor e à chuva — ideal para o clima de Houston.

O projeto, batizado de “Amigos da Kunde”, está em fase de testes, mas a equipe espera expandi-lo para ajudar mais cães cegos no futuro. “É inspirador ver como um desafio real pode gerar um impacto direto na vida de alguém — ou de algum cachorro”, comentou a mentora do time, Heather Bisesti.

Pesquisadores dos EUA dão primeiro passo para um futuro mais acessível aos cães cegos – Imagem: Azahara Perez/Shutterstock

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A Ciência alerta: deixe seu cão longe de potes compartilhados

O uso de tigelas de água compartilhadas por cachorros é algo normal. Muito provavelmente você mesmo já deve ter deixado que seu cão bebesse diretamente destes recipientes. Se for o caso, saiba que isso é contraindicado.

Estes potes podem ser um terreno fértil para doenças que podem afetar o seu pet. Além disso, existe o risco de transmissão de bactérias para os humanos, o que, dependendo da saúde da pessoa, pode ser algo bastante grave.

Tigelas usadas pelos cachorros podem abrigar bactérias

  • Os cães resfriam seus corpos por meio da transpiração, da mesma forma que os humanos.
  • No entanto, os cachorros também dependem da respiração ofegante para regular a temperatura corporal.
  • E a água é essencial para este processo.
  • Dessa maneira, as tigelas precisam ser lavadas diariamente para evitar a contaminação dos animais.
  • As informações fazem parte de artigo escrito pela professora Jacqueline Boyd, da Universidade Nottingham Trent, no Reino Unido, e publicado no portal The Conversation.
Uso de potes compartilhados pode prejudicar a saúde dos cachorros (Imagem: thka/Shutterstock)

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Doenças graves podem ser compartilhadas pelos recipientes

O trabalho da pesquisadora ainda aponta que os cães podem compartilhar acidentalmente infecções por meio de tigelas de água. Isso acontece a partir da saliva ou secreções nasais, podendo se espalhar rapidamente para outros animais.

Um dos riscos está relacionado com a bactéria Staphylococcus aureus, responsável por infecções de pele e tecidos moles, e que pode infectar também humanos. Os cães ainda podem compartilhar acidentalmente outras infecções por meio de tigelas de água.

imagem mostra várias bactérias dentro do corpo humano
Bactérias podem ser transmitidas pelos cães para os seus donos (Imagem: wildpixel/iStock)

Uma delas é a temida tosse dos canis, uma condição caracterizada por uma tosse seca e aguda. Vários insetos diferentes podem ser responsáveis pela doença, o que torna fundamental uma boa higiene destes recipientes.

Evitar que seu cão tenha acesso a tigelas de água compartilhadas é uma boa ideia, especialmente se ele estiver sob maior risco de infecção – filhotes, adultos não vacinados ou cães mais velhos, por exemplo. Da mesma forma, se você ou alguém em sua casa tiver um sistema imunológico fraco, a infecção transmitida por animais de estimação também é um risco real.

Jacqueline Boyd, professora da Universidade Nottingham Trent

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