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Veja causas e sintomas do câncer de mama, doença que acometeu a cantora Jessie J

A cantora Jessie J, de 37 anos, publicou em seu Instagram, um vídeo sensível no qual revelou sua condição com o câncer de mama e o desafio de vir a público e processar o diagnóstico em sua vida. A estrela de “Tag Price”, “Domino” e “Who You Are” expressou a sua preocupação, mas assegura manter uma atitude positiva, reforçando que a doença foi detectada numa fase inicial.

“O câncer é uma droga em qualquer forma, mas estou me apegando à palavra precoce”, destacou Jessie J durante o vídeo.

Ela também informou que irá se afastar dos palcos por um período para realizar sua cirurgia após o festival “Summertime Ball”, que acontece em Londres dia 15 de junho.

O que é e como se desenvolve o câncer de mama?

O câncer de mama é uma doença caracterizada pela multiplicação desordenada de células anormais na mama, resultando na formação de um tumor com potencial de invadir outros tecidos e órgãos.

Segundo o Manual de referência em Medicina, Merck Sharp & Dohme (MSD), ele se desenvolve nos ductos (canais que transportam o leite) ou nos lóbulos (glândulas produtoras de leite) da mama.

Diagnóstico

É importante que a mulher faça o autoexame para entender a saúde da sua mama, a qualquer sinal de nódulo (caroço) na mama, pescoço ou axila, pele da mama avermelhada ou retraída, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos, procure um mastologista ou um oncologista para realização de exames apropriados.

Tumor cancerígeno localizado na mama feminina (Reprodução: Shutterstock/BlueRingMedia)

Tipos de câncer de mama

Carcinoma Ductal In Situ (CDIS)

Tipo não invasivo que se origina nos ductos mamários, não atinge outros tecidos. Representa cerca de 20% dos casos e, quando tratado precocemente, possui altas taxas de cura.

Carcinoma Lobular In Situ (CLIS)

É originário nos lóbulos da mama (glândulas produtoras de leite) e não atinge outros tecidos adjacentes, não rompendo suas paredes. Pode ser multifocal, quando há outros focos dentro da mesma mama. Representa apenas de 2 a 6% dos casos. A maioria dos casos de CLIS é curável, especialmente se tratada antes que a doença evolua para a fase invasiva.

Carcinoma Ductal Invasivo (CDI)

O tipo mais comum, correspondendo de 70% a 80% dos cânceres invasivos. Inicia-se nos ductos e pode se espalhar para outros tecidos e órgãos. Esse câncer pode crescer localmente ou atingir outros órgãos do corpo, sendo conduzido por meio de veias e/ou vasos linfáticos.

A taxa de sobrevivência em cinco anos varia conforme o estágio do câncer, sendo aproximadamente 99% para casos localizados, 86% para regionais e 31% para metastáticos.

Carcinoma Lobular Invasivo (CLI)

Origina-se nos lóbulos (glândulas produtoras de leite) e representa cerca de 10% dos casos. É mais difícil de detectar em exames de imagem. Nesse caso, o tumor também pode se desenvolver localmente ou atingir outros órgãos. É o segundo tipo de câncer de mama mais incidente. Tem uma taxa de sobrevivência em cinco anos de aproximadamente 85%.

Conforme o Instituto Vencer o Câncer, quando as células malignas ficam restritas ao local em que nasceram, os tumores são considerados “in situ”, mas se já invadiram uma camada do tecido denominada membrana basal, migrando para tecidos adjacentes, são chamados de “invasivos”.

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Existem tipos raros de câncer de mama, como o carcinoma inflamatório, agressivo e causador de vermelhidão e inchaço. A doença de Paget afeta o mamilo e pode apresentar crostas ou inflamação. O tumor filoide surge no tecido conjuntivo e pode ser benigno ou maligno. Já o angiossarcoma origina-se nos vasos sanguíneos ou linfáticos da mama.

Homens podem ter câncer de mama?

Como afirma o Ministério da Saúde, embora os homens não tenham mamas desenvolvidas, possuem tecido mamário e podem desenvolver câncer de mama, principalmente o carcinoma ductal invasivo, que representa 80% dos casos.

Outros tipos, como o ductal in situ, lobular invasivo, doença de Paget e câncer inflamatório, são mais raros. Fatores de risco incluem mutações genéticas (BRCA2), histórico familiar, obesidade, alcoolismo, síndrome de Klinefelter, doenças hepáticas e exposição prévia à radioterapia torácica.

Médico analisa mama de homem para investigar câncer de mama
Médico analisa homem para diagnóstico de possível câncer de mama. Imagem: Olga Shefer / iStock

Quem está mais suscetível a ter câncer de mama?

Conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama pode ser influenciado por fatores ambientais, hormonais e genéticos. Maus hábitos como obesidade, sedentarismo, consumo de álcool e exposição a radiações ionizantes aumentam o risco. Aspectos reprodutivos como menstruação precoce (antes dos 12 anos), gravidez tardia (após 30 anos), menopausa após os 55 anos e uso de contraceptivos hormonais também são relevantes.

Além disso, histórico familiar de câncer de ovário e mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 elevam significativamente as chances de desenvolver a doença.

Formas de tratamento

O câncer de mama apresenta diferentes subtipos, exigindo tratamentos específicos conforme o estágio da doença e o perfil da paciente.

As abordagens podem ser locais (cirurgia e radioterapia) ou sistêmicas (quimioterapia, hormonioterapia e terapia alvo). Quando diagnosticado precocemente, há maior potencial de cura. Já nos casos de metástase (tumor localizado em outras partes do corpo), o objetivo é controlar a doença e melhorar a qualidade de vida.

Prevenção

A prevenção do câncer de mama passa por hábitos saudáveis, como manter o peso adequado, praticar exercício físico, comer alimentos saudáveis, evitar álcool e não fumar. Amamentar, fazer exames regulares como a mamografia e estar atenta a alteração nas mamas também são medidas importantes.

Mulheres com histórico familiar devem considerar avaliação genética. A detecção precoce é essencial para aumentar as chances de cura.

Homem pode ter câncer de mama?

Sim, pois possuem tecido mamário e podem desenvolver câncer de mama, principalmente o carcinoma ductal invasivo.

Câncer de mama tem cura?

Sim, o câncer de mama pode ser curável, o diagnóstico em estágios iniciais aumenta significativamente as chances de cura.

Câncer de mama pode matar?

Sim, o câncer de mama pode ser fatal, especialmente quando diagnosticado em estágios avançados.

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Bactérias intestinais podem ajudar no tratamento contra o câncer

Bactérias intestinais podem estar associadas ao aumento do risco de desenvolvimento de certos tipos de câncer. É o que revela um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Birmingham, do Reino Unido.

Por outro lado, a equipe afirma que os microorganismos podem servir como marcadores da doença. Isso significa que eles podem ajudar no diagnóstico precoce e menos invasivo, o que pode ser fundamental para evitar quadros mais graves.

Método apresenta alta precisão

  • As descobertas foram feitas a partir do uso de inteligência artificial.
  • A tecnologia analisou conjuntos de dados de microbioma e metaboloma de pacientes com câncer gástrico e colorretal.
  • Este trabalho revelou que as bactérias podem servir como biomarcadores de alta precisão.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado no Journal of Translational Medicine.
Bactérias podem ajudar na identificação do câncer (Imagem: wildpixel/iStock)

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Revolução no diagnóstico do câncer

A equipe de pesquisa simulou o crescimento microbiano intestinal e os fluxos de metabólitos, revelando diferenças metabólicas significativas entre estados saudáveis e doentes. Essa abordagem inovadora pode levar ao desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico universais para revolucionar o diagnóstico e o tratamento de múltiplas condições gastrointestinais, afirmaram os pesquisadores.

Ainda segundo os cientistas, os métodos de diagnóstico atuais, como endoscopia e biópsias, são eficazes, mas podem ser invasivos e caros. Além disso, eles nem sempre são eficazes para identificar doenças nos estágios iniciais.

ilustração digital de um câncer de pele se desenvolvendo no corpo
Ilustração do câncer se desenvolvendo no corpo (Imagem: Ebrahim Lotfi/Shutterstock)

De acordo com o estudo, as descobertas oferecem “uma melhor compreensão dos mecanismos subjacentes que impulsionam a progressão da doença e identifica os principais biomarcadores para terapias direcionadas”. Isso pode ajudar a identificar doenças mais cedo e com mais precisão, levando a um tratamento melhor e mais personalizado.

A ideia agora é explorar as aplicações clínicas destas conclusões, incluindo o desenvolvimento de testes diagnósticos não invasivos e terapias direcionadas com base nos biomarcadores identificados na pesquisa. A equipe ainda quer entender se estes métodos podem ser usados para identificar outras doenças.

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Como fósseis de dinossauros podem ajudar no combate ao câncer

A luta contra o câncer se tornou um dos maiores desafios da humanidade. Mas para vencer esta terrível doença pode ser necessário voltar alguns milhões de anos no passado. Mais precisamente para a época dos dinossauros.

Isso porque fósseis destes animais antigos podem ajudar na criação de novos tratamentos contra a doença. É o que defende um novo estudo realizado por pesquisadores da Anglia Ruskin University (ARU) e do Imperial College London, ambos na Inglaterra.

Estruturas semelhantes a glóbulos vermelhos foram encontradas nos fósseis

  • Durante o trabalho, que durou uma década, os cientistas usaram técnicas avançadas para identificar dados moleculares de espécimes antigos.
  • O objetivo era descobrir estruturas semelhantes a glóbulos vermelhos preservadas nos ossos de dinossauros.
  • O fóssil utilizado foi uma mandíbula da espécie Telmatosaurus transsylvanicus;
  • Este animal foi um herbívoro com bico de pato que vagava pelo que hoje é a Romênia há cerca de 66 a 70 milhões de anos.
  • Segundo os pesquisadores, a análise do material levantou a possibilidade de que tumores antigos possam ajudar a desvendar as origens moleculares do câncer.
  • Isso possibilitaria também a criação de tratamentos futuros contra a doença.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Biology.
Estruturas fossilizadas semelhantes a eritrócitos foram identificadas em fóssil de dinossauro (Imagem: Universidade Anglia Ruskin)

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Dinossauros guardam segredos sobre a evolução do câncer

A ideia da pesquisa começou em 2016, quando um dos cientistas leu sobre um fóssil de dinossauro com um tumor na mandíbula. Conhecido como ameloblastoma, ele é caracterizado por um crescimento benigno que também ocorre em humanos.

Isso despertou a curiosidade sobre as semelhanças moleculares entre cânceres antigos e modernos. Usando microscopia eletrônica de varredura (SEM) de alta resolução, um microscópio muito sofisticado, a equipe identificou estruturas que se assemelhavam a eritrócitos (glóbulos vermelhos) no osso fossilizado.

Descoberta pode abrir novas possibilidades para tratamentos contra o câncer (Imagem: Lightspring/Shutterstock)

Essa evidência oferece uma rara oportunidade de estudar os fatores ambientais de longo prazo que podem ter moldado o câncer ao longo de milhões de anos. As descobertas levantam a possibilidade de que os tecidos moles e os componentes celulares sejam mais comumente preservados em restos antigos do que se pensava anteriormente.

Ao identificar proteínas e biomarcadores preservados, os cientistas acreditam que podem obter informações sobre as doenças que afetaram criaturas pré-históricas, incluindo o câncer. Isso poderia nos ajudar a entender o papel do ambiente no desenvolvimento de tumores e, em última análise, ajudar na criação de tratamentos mais eficazes para humanos.

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Não são bons só de memória! Elefantes são praticamente imunes ao câncer

Os elefantes são considerados animais sagrados na Índia, mas não somente lá que eles despertam a curiosidades dos humanos.

Além da mística que envolve esses animais, eles também chamam a atenção por seu visual e atributos físicos. E, agora, uma nova característica despertou o interesse da ciência: eles, aparentemente, são imunes ao câncer.

Cientistas descobriram que os maiores animais terrestres do planeta possuem índices muito baixos de tumores. Segundo os pesquisadores, os genes desses gigantes contam com variações que previnem esse tipo de doença.

Elefantes são sagrados na Índia, gigantes, bons de memória, e… talvez resistam mais ao câncer! (Reprodução: Henk Bogaard/Shutterstock)

Como funciona o câncer

  • Conforme um indivíduo cresce, suas células se multiplicam de maneira proporcional. Ou seja, um elefante vai passar por esse processo incontáveis vezes;
  • Essas características estão diretamente ligadas com o risco de câncer – quanto mais as células se dividem, maiores as chances de uma mutação ocorrer e, consequentemente, maiores as chances de um tumor aparecer.

Segundo o portal New Atlas, essa afirmação se mostrou correta em diversas espécies, desde humanos altos, até cachorros grandes. A correlação entre o tamanho do corpo com o risco de câncer parece ser um padrão. Isso significa que animais maiores que vivem muito tem mais chances de desenvolver a condição.

Entretanto, os elefantes desafiam esse padrão devido a um diferencial genético: eles possuem cerca de 20 cópias do gene p53, fundamental para detectar danos no DNA e impedir a divisão celular quando há mutações. Humanos têm apenas uma cópia, o que ajuda a explicar a menor incidência de câncer nesses gigantes.

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O gene “guardião” dos elefantes

O gene p53 codifica uma proteína que funciona como um “guardião” das células, evitando que as danificadas se multipliquem e formem tumores. A presença de múltiplas cópias aumenta a eficiência desse mecanismo, resultando em apenas cerca de 5% dos elefantes desenvolvendo câncer, contra 25% dos humanos.

Além disso, a atividade do p53 é regulada pelo gene MDM2, que produz proteína capaz de inativar o p53. A interação entre essas múltiplas cópias de p53 e a regulação por MDM2 cria sistema robusto de supressão, ajudando os elefantes a resistir ao câncer mesmo com sua grande massa corporal e longevidade.

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Como esse tipo de paquiderme tem 20 vezes mais cópias do gene p53 do que nós, eles conseguem resistir bem mais à geração de um tumor (Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock)

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Veneno de cascavel poderia tratar câncer de mama, diz estudo brasileiro

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP) obtiveram resultados promissores ao testar a crotoxina, uma proteína do veneno da cascavel, contra células do câncer de mama triplo negativo – tipo altamente agressivo e resistente a tratamentos.

Em testes laboratoriais (in vitro), a crotoxina eliminou e impediu a multiplicação das células da linhagem MDA-MB-231, associada a altos índices de metástase e mortalidade.

Descobertas do estudo

  • Segundo os cientistas, o composto induziu morte celular por necrose, inibiu mecanismos de defesa como autofagia e apoptose, e causou danos ao DNA tumoral, sem afetar células saudáveis.
  • A crotoxina foi isolada por pesquisadores da Unesp e usada para estudar rotas biológicas envolvidas na morte celular e no estresse oxidativo.
  • A substância também não apresentou interação negativa com a doxorrubicina, quimioterápico comum.

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Estudo da USP mostra que proteína elimina células de tipo agressivo e resistente a tratamento do câncer de mama (Imagem: yacobchuk/iStock)

Mais testes ainda são necessários

Apesar dos resultados, os pesquisadores alertam que ainda são necessários estudos pré-clínicos e clínicos, com testes em organismos vivos e ajustes de dosagem, antes que a crotoxina possa ser usada como medicamento.

O estudo foi publicado na revista científica Toxicon e contou com a colaboração de instituições brasileiras e da Universidade do Porto, em Portugal.

Em outro esforço de pesquisadores para melhorar o combate ao câncer de mama, um ensaio testou um tratamento que combina quimioterapia com um medicamento de imunoterapia, conseguindo uma taxa de cura de quase o dobro em relação à quimioterapia sozinha. Leia mais aqui.

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Uma proteína do veneno da cascavel pode ser a chave para a criação de tratamentos eficazes contra um dos tipos mais graves do câncer de mama (Imagem: MiniLab/Shutterstock)

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Premiada em Harvard: startup brasileira usa IA para diagnóstico precoce do câncer

Uma startup brasileira criada por dois cirurgiões-dentistas está ganhando destaque internacional por usar inteligência artificial para auxiliar no diagnóstico precoce de câncer de pele.

A AI Pathology, fundada por Willian Peter Boelcke e Lucas Lacerda de Souza, foi premiada em um hackathon da Escola de Saúde Pública de Harvard e agora participa de um exclusivo programa de incubação e investimentos da universidade.

O principal produto da empresa é o Nevo, uma ferramenta que analisa imagens de lesões cutâneas enviadas por celular e aponta sinais de alerta para o câncer de pele com até 98% de precisão.

Imagem: wavebreakmedia / Shutterstock.com

IA para saúde pública

  • O app Nevo pode ser acessado online, sem necessidade de download, e foi criado para funcionar até mesmo em celulares simples, comuns em unidades básicas de saúde.
  • Com precisão de até 98%, o algoritmo é capaz de analisar imagens de lesões cutâneas e indicar se há necessidade urgente de avaliação médica.
  • A AI Pathology foi premiada em Harvard e já atraiu o interesse de grandes empresas como Google, Nvidia e Oracle, além de investidores e instituições médicas brasileiras como o Hospital das Clínicas.

Como a tecnologia da startup detecta câncer de pele

O aplicativo Nevo – nome técnico de “pinta” – surgiu da vivência pessoal de Boelcke com o câncer de pele do pai, diagnosticado tardiamente. A dor da perda se transformou em propósito: criar uma tecnologia acessível que pudesse ajudar outras famílias a identificarem sinais precoces da doença.

Willian Peter Boelcke, CEO da AI Pathology, em apresentação na Oracle Health
Willian Peter Boelcke, CEO da AI Pathology, em apresentação na Oracle Health. Imagem: LinkedIn / Reprodução

O app é baseado em inteligência artificial, com um modelo treinado por meio de redes neurais convolucionais. Basta tirar uma foto da lesão com o celular e o sistema analisa a imagem, classificando-a de acordo com a urgência.

Em casos graves, a ferramenta sinaliza com a cor vermelha e recomenda a consulta médica imediata. Desde que foi lançado, o Nevo já ajudou a detectar precocemente pelo menos cinco casos reais de câncer, entre eles o do próprio CFO da empresa.

“O caso mais recente é do nosso CFO […] o resultado deu vermelho, o que aponta a necessidade de uma análise médica com urgência. De fato, era um câncer”, contou Boelcke à revista Forbes.

Próximos passos: expansão internacional

A AI Pathology agora se prepara para expandir para o mercado norte-americano, buscando a aprovação da FDA (Food and Drug Administration), a agência reguladora dos EUA. Segundo Boelcke, “nos Estados Unidos, o apetite para o risco é muito maior”, o que pode acelerar o uso da ferramenta em redes públicas e privadas.

Tecnologia é aliada de diagnósticos médicos online
Imagem: Nan_Got / Shutterstock

Além disso, a empresa já desenvolve um novo projeto: a IA CurAtiva, voltada para evitar infecções pós-operatórias.

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O sistema enviará lembretes e instruções via WhatsApp aos pacientes, além de solicitar fotos diárias da área operada para monitorar sinais de complicações. Se algo indicar risco, o sistema direcionará o caso para avaliação médica.

“Em alguns anos, não existirão antibióticos para as infecções existentes. Com o bot, conseguiremos intervir antes que a infecção se espalhe”, explicou o CEO na entrevista à revista.

A meta da AI Pathology é ousada e clara: salvar mil vidas com suas soluções. E o primeiro passo já foi dado com impacto – uma tecnologia nacional, criada por quem viveu de perto a dor do diagnóstico tardio, agora ganha força no mundo e propõe uma revolução no acesso à saúde.

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Toxina aumenta chance de câncer colorretal precoce

Uma toxina bacteriana chamada colibactina pode ser a causa do aumento alarmante do câncer colorretal de início precoce. A conclusão é de um estudo realizado por uma equipe internacional de pesquisadores liderada pela Universidade da Califórnia em San Diego (EUA).

A colibactina é produzida por certas cepas de Escherichia coli que residem no cólon e no reto e é capaz de alterar o DNA. Os cientistas acreditam que a exposição a ela logo na infância aumenta o risco de desenvolver câncer colorretal antes dos 50 anos.

Estudo analisou 981 genomas de câncer colorretal de pacientes com doença de início precoce (Imagem: Panuwat Dangsungnoen/iStock)

O que a pesquisa descobriu a respeito da ligação entre a toxina e o câncer?

O estudo, publicado na Nature, analisou 981 genomas de câncer colorretal de pacientes com doença de início precoce e tardio em 11 países com diferentes níveis de risco de câncer colorretal.

Os resultados mostram que a colibactina deixa padrões específicos de mutações no DNA que foram 3,3 vezes mais comuns em casos de início precoce (especificamente em adultos com menos de 40 anos) do que naqueles diagnosticados após os 70 anos. 

Esses padrões de mutação também foram particularmente prevalentes em países com alta incidência de casos de início precoce.

Os resultados são considerados preocupantes porque a doença era considerada prevalente entre adultos mais velhos, mas os dados apontam aumento entre jovens em, pelo menos, 27 países

A incidência em adultos com menos de 50 anos praticamente dobrou a cada década nos últimos 20 anos. Se as tendências atuais continuarem, projeta-se que o câncer colorretal se tornará a principal causa de morte relacionada ao câncer entre adultos jovens até 2030.

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E agora?

A pesquisa faz parte de iniciativa global para estudar padrões de mutações no DNA causadas por exposições ambientais — como radiação UV e toxinas bacterianas — e hábitos de vida, como fumar e beber. São fatores que deixam impressões genéticas distintas no genoma, o que pode ajudar a identificar as origens de certos tipos de câncer

A próxima fase da pesquisa vai focar nas seguintes questões: Como as crianças estão sendo expostas a bactérias produtoras de colibactina e o que pode ser feito para prevenir ou mitigar essa exposição? Certos ambientes, dietas ou hábitos de vida são mais propícios à produção de colibactina? Como as pessoas podem descobrir se já têm essas mutações?

A equipe está explorando se o uso de probióticos poderia eliminar, com segurança, cepas bacterianas nocivas. Além disso, está desenvolvendo testes de detecção precoce que analisam amostras de fezes em busca de mutações relacionadas à colibactina.

Equipe está desenvolvendo testes de detecção precoce do câncer colorretal (Imagem: Carolina Rudah/iStock)

Financiamento em risco

Os cientistas alertaram, no entanto, que o projeto corre risco de ser paralisado após a proposta de corte do orçamento dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos EUA, apesar de a pesquisa ter sido financiada em grande parte por programas no Reino Unido, como o Cancer Research UK.

“Se os cortes de financiamento do NIH afetarem nossa capacidade de realizar este trabalho, isso representará, na minha opinião, um impacto substancial na pesquisa do câncer, não apenas nos EUA, mas globalmente”, disse o autor sênior do estudo, Ludmil Alexandrov.

“Nosso financiamento nos permitiu colaborar com pesquisadores de câncer em todo o mundo, coletando e analisando grandes conjuntos de dados de amostras de pacientes em diversos países. Essa escala é o que torna descobertas como essa possíveis.”

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Estudo relaciona consumo de frango a câncer — mas há um porém

Pesquisadores do Instituto Nacional de Gastroenterologia (Itália) identificaram possível associação entre o consumo frequente de carne de aves e o aumento do risco de morte precoce por câncer gastrointestinal.

O estudo, publicado na revista Nutrients, acompanhou 4.869 adultos italianos ao longo de 20 anos, avaliando seus hábitos alimentares, estado de saúde e causas de morte.

Estudo italiano encontra possíveis riscos no consumo elevado de aves, mas destaca limitações e necessidade de mais investigações (Imagem: AS Foodstudio/Shutterstock)

O que o estudo aponta

  • Tradicionalmente, carnes brancas, como o frango, são vistas como opções mais saudáveis do que carnes vermelhas, especialmente no que diz respeito à saúde cardiovascular e ao risco de certos tipos de câncer;
  • No entanto, esta nova pesquisa sugere que o consumo elevado de aves – acima de 300 gramas por semana – pode estar ligado a risco 27% maior de morte por câncer do sistema digestivo, em comparação com pessoas que consomem 100 gramas por semana ou menos;
  • Os dados foram obtidos por meio de entrevistas, exames médicos, questionários alimentares e registros regionais de saúde;
  • A análise apontou relação entre alta ingestão de aves e maior incidência de cânceres digestivos, além do aumento de mortes relacionadas a esses tipos de câncer.

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Calma! Você não precisa parar de comer frango

Apesar dos resultados, os autores destacam que são necessárias mais investigações para entender melhor essa associação. Portanto, nada de pânico! Os pesquisadores não estão dizendo que, efetivamente, precisamos cortar o consumo de frango para evitar desenvolver câncer.

Ainda não está claro se o risco elevado se deve, diretamente, ao consumo da carne de ave em si ou a outros fatores, como o método de preparo (por exemplo, frituras ou alimentos processados) e o uso de temperos ou aditivos.

O estudo também reconhece limitações, como ausência de dados sobre atividade física, que poderia influenciar os resultados. Os pesquisadores recomendam cautela na interpretação dos dados e sugerem que futuras pesquisas explorem, com mais profundidade, os possíveis mecanismos por trás dessa ligação.

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Pesquisadores observam associação entre aves e câncer, mas alertam: não é hora de cortar o frango do prato (Imagem: nelea33/Shutterstock)

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Óleo de cozinha comum relacionado com câncer agressivo — entenda por que

Um estudo recente da Weill Cornell Medicine, publicado na revista Science, reacendeu o debate sobre a influência da dieta no câncer de mama.

A pesquisa identificou uma ligação molecular entre o ácido linoleico, um tipo de gordura ômega-6 abundante em óleos de soja, girassol e milho, e o câncer de mama triplo-negativo, uma forma agressiva da doença que representa cerca de 15% dos casos.

Ácido graxo comum em óleos de cozinha ligado a câncer

  • Os cientistas descobriram que o ácido linoleico pode ativar diretamente uma via de crescimento nas células cancerígenas triplo-negativas.
  • Essa ativação ocorre através da ligação do ácido graxo a uma proteína chamada FABP5, presente em altos níveis nessas células.
  • Essa ligação desencadeia a via mTORC1, um regulador crucial do crescimento e metabolismo celular, impulsionando a progressão tumoral em estudos pré-clínicos com animais.
  • Em camundongos alimentados com dieta rica em ácido linoleico, os tumores se desenvolveram maiores.
  • A pesquisa também encontrou níveis elevados de FABP5 e ácido linoleico em amostras de sangue de pacientes com câncer de mama triplo-negativo, reforçando a plausibilidade dessa ligação em humanos.
Pesquisa identificou uma ligação molecular entre o ácido linoleico, um tipo de gordura abundante em óleos de cozinha, e o câncer de mama triplo-negativo. (Imagem: Kwangmoozaa / iStock)

Reação não precisa ser de pânico

Apesar da descoberta, os autores do estudo enfatizam que não se trata de um sinal de pânico. O estudo não prova que óleos de cozinha causam câncer de mama. Outros fatores como genética, dieta geral e exposições ambientais continuam sendo importantes.

O ácido linoleico é um ácido graxo essencial, importante para a saúde da pele e a regulação da inflamação. No entanto, a dieta moderna tende a apresentar um desequilíbrio, com excesso de ômega-6 e deficiência de ômega-3 (encontrado em peixes e sementes), o que pode promover inflamação crônica, um fator de risco conhecido para o câncer.

Apesar da nova descoberta, estudos anteriores não encontraram uma ligação clara entre o consumo de ácido linoleico e o risco geral de câncer de mama. A pesquisa atual sugere que o efeito pode ser específico para certos subtipos de câncer, como o triplo-negativo, e pode depender de fatores individuais como os níveis de FABP5.

Mulher segurando azeite em mercado
Especialistas sugerem a preferência por óleos como o azeite. (Imagem: Gleb Usovich/Shutterstock)

De qualquer forma, especialistas recomendam moderação no uso de óleos ricos em ácido linoleico e sugerem a preferência por óleos como o azeite, que contém menos dessa gordura. Uma dieta balanceada, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, continua sendo fundamental na prevenção do câncer.

Leia mais:

Organizações de pesquisa do câncer reforçam que a obesidade é um fator de risco alimentar mais significativo do que gorduras específicas, e o uso moderado de óleos vegetais é considerado seguro. A pesquisa atual destaca a complexa relação entre gorduras alimentares e câncer, sendo apenas uma peça de um quebra-cabeça maior.

Com informações do The Conversation.

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Óleo comum no Brasil está ligado a câncer agressivo, segundo estudo

Um tipo de gordura presente em diversos óleos vegetais usados no Brasil, como o óleo de soja, foi associado ao crescimento de um tipo agressivo de câncer de mama. A descoberta vem de um estudo pré-clínico conduzido por pesquisadores da Weill Cornell Medicine, nos Estados Unidos, e publicado na revista Science na última semana.

A pesquisa investigou os efeitos do ácido linoleico, uma gordura do tipo ômega-6 amplamente encontrada em óleos de semente (como o de cártamo e soja) e também em alimentos de origem animal, como carne suína e ovos. Os cientistas observaram que essa substância favorece o crescimento do subtipo de câncer de mama conhecido como triplo negativo, considerado de difícil tratamento por não responder a terapias hormonais.

Óleos vegetais como o de soja e o de cártamo foram associados ao câncer de mama (Imagem: Kwangmoozaa / iStock)

Ligação entre ácido linoleico e crescimento tumoral

  • De acordo com os autores, o ácido linoleico ativa uma importante via de crescimento celular chamada mTORC1, mas esse efeito foi observado apenas em células do subtipo triplo negativo.
  • O motivo está na interação da gordura com uma proteína chamada FABP5, abundante nesse tipo de tumor, mas ausente nos outros.
  • A ativação da mTORC1 foi comprovada tanto em culturas de células quanto em testes com camundongos com câncer de mama triplo negativo.
  • Quando esses animais foram alimentados com uma dieta rica em ácido linoleico, houve aumento dos níveis de FABP5, maior atividade da via mTORC1 e aceleração do crescimento dos tumores.

Biomarcador e possíveis novas abordagens

O estudo também analisou amostras de sangue e tecidos de pacientes recém-diagnosticadas com câncer de mama triplo negativo, encontrando níveis elevados de ácido linoleico e da proteína FABP5. Segundo os pesquisadores, essa descoberta ajuda a explicar a relação entre gordura alimentar e o desenvolvimento de certos tipos de câncer.

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Estudo associou câncer de mama triplo negativo a níveis elevados de ácido linoleico e proteína FABP5 (Imagem: Mohammed Haneefa Nizamudeen / iStock)

“Essa descoberta ajuda a esclarecer a relação entre gorduras da dieta e o câncer, além de indicar como definir quais pacientes podem se beneficiar de recomendações nutricionais personalizadas”, afirmou o autor sênior do estudo, Dr. John Blenis.

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Implicações além do câncer de mama

Embora o foco da pesquisa tenha sido o câncer de mama, os cientistas observaram que a mesma via de sinalização FABP5-mTORC1 também pode favorecer o crescimento de subtipos de câncer de próstata. Isso sugere que o impacto do ácido linoleico pode se estender a outras doenças, incluindo condições crônicas como obesidade e diabetes, hipótese que ainda está sendo investigada.

O estudo é considerado o primeiro a estabelecer um mecanismo biológico claro que liga o consumo de ácido linoleico ao desenvolvimento de câncer. A partir disso, os pesquisadores apontam que a proteína FABP5 pode ser um biomarcador relevante para orientar intervenções terapêuticas e alimentares, especialmente para casos de câncer que ainda carecem de tratamentos direcionados.

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