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Entrevista: os carros autônomos estão fracassando?

Há mais de 20 anos, os Estados Unidos iniciaram a corrida pelos carros autônomos. Com o passar do tempo, o entusiasmo da indústria indicava que veículos totalmente independentes estariam por toda parte… mas isso vem mudando.

O avanço da tecnologia desacelerou. Muitas montadoras e startups desistiram devido aos altos custos e à complexidade. Sem contar os acidentes envolvendo sistemas de direção parcial, que aumentaram a fiscalização dos reguladores.

Cybercab deve entrar em produção até 2027, segundo Elon Musk (Imagem: Tesla/Reprodução)

Atualmente, podemos destacar algumas companhias, como Waymo, da mesma controladora do Google, a Alphabet; a Tesla, com o Cybercab; e a General Motors, com o Cruise.

Na China, a dupla WeRide e Baidu lideram o mercado, com planos globais e grande presença em cidades do país.

Já outras empresas ficaram pelo caminho… Apple, por exemplo, investiu montantes milionários no projeto do carro autônomo, mas desistiu. A Ford e a VW também encerraram a unidade de veículos autônomos conjunta, a Argo AI, em 2022.

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Cruise, da GM, é uma das iniciativas em andamento (Imagem: Cruise)

Pelo que vemos, o mercado está mudando. Será que os carros autônomos estão fracassando ou ainda há esperança?

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O Olhar Digital News de hoje traz uma especialista para nos explicar o assunto: o Professor Fernando Pinto, diretor de tecnologia e inovação da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Existe um problema com os carros autônomos – e ninguém se ligou

Veículos autônomos estão se tornando mais comuns nas estradas, mas a legislação de trânsito ainda não acompanha essa mudança, segundo uma pesquisa da Charles Darwin University (CDU), da Austrália.

O estudo, publicado na Computer Law and Security Review, examina como as leis de trânsito, que se aplicam apenas a motoristas humanos, têm aplicação limitada para veículos automatizados (AVs), que podem dirigir sem intervenção humana.

Descobertas do estudo

  • A pesquisa revelou que na Austrália, as leis de trânsito, como o poder de um policial para ordenar que um veículo pare, estão centradas no motorista humano.
  • Por exemplo, no Road Traffic Act da Austrália do Sul, um motorista é definido como uma “pessoa”, o que torna problemático aplicar essas leis a veículos autônomos.
  • No entanto, algumas leis de transporte de passageiros, como as de táxis em Nova Gales do Sul, permitem que veículos sejam parados independentemente de quem esteja dirigindo.
Leis de trânsito ainda não tem aplicação adequada para carros autônomos, diz estudo – Imagem: metamorworks / Shutterstock

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Os pesquisadores sugerem que, dada a crescente aceitação dos veículos autônomos, as leis de transporte de passageiros poderiam servir como modelo para atualizar a regulamentação de trânsito, considerando o veículo, e não o motorista, como o foco principal.

O estudo também destaca que, apesar da evolução para a automação, a fiscalização nas estradas ainda precisará de poderes para parar veículos, independentemente de quem esteja ao volante.

Atualmente, a Austrália está desenvolvendo uma estrutura nacional para veículos autônomos, mas ainda não há uma regulamentação integrada. A pesquisa alerta que, à medida que a automação aumenta, as leis de trânsito precisam se adaptar para lidar com a nova realidade dos veículos autônomos.

Carros autônomos
Na medida que a adoção a carros autônomos cresce, novas legislações que contemplem esses veículos também precisam surgir – Imagem: temp-64GTX/Shutterstock

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