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Síndrome metabólica aumenta o risco de demência precoce, aponta estudo

Cuidar da saúde metabólica pode ser uma das chaves para reduzir o risco de demência de início precoce – aquela que ocorre antes dos 65 anos –, revela um novo estudo publicado na revista Neurology.

A pesquisa, que analisou dados de quase 2 milhões de pessoas na Coreia do Sul, descobriu que indivíduos diagnosticados com síndrome metabólica têm 24% mais chances de desenvolver demência prematura.

A síndrome metabólica é definida pela presença de ao menos três das seguintes condições: obesidade abdominal, hipertensão, altos níveis de açúcar no sangue, triglicerídeos elevados e níveis baixos de colesterol HDL (o “colesterol bom”).

Cada um desses fatores já representa, individualmente, um risco aumentado de problemas cognitivos. Quando combinados, seus efeitos negativos se intensificam.

O impacto da saúde vascular e metabólica no cérebro

De acordo com os especialistas, a ligação entre a saúde metabólica e a saúde cerebral é profunda.

Condições como hipertensão, diabetes e obesidade podem provocar inflamação crônica e comprometimento do fluxo sanguíneo, dois fatores que aceleram o envelhecimento do cérebro e prejudicam suas funções cognitivas.

Além disso, alterações no metabolismo energético cerebral – comuns em pessoas com síndrome metabólica – também contribuem para o declínio cognitivo.

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O neurologista Dr. Minwoo Lee, principal autor do estudo, reforça que cuidar da saúde metabólica é fundamental para proteger o cérebro a longo prazo. Embora o estudo seja observacional e não prove relação de causa e efeito, ele reforça a importância de ações preventivas.

Combater obesidade, diabetes e hipertensão pode ser decisivo na prevenção da demência de início precoce – Imagem: Shutterstock/pathdoc

Estilo de vida saudável é essencial

Atualmente, cerca de um terço dos adultos americanos apresenta síndrome metabólica, segundo o Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos EUA. Diante desses números, o alerta dos médicos é claro: há muito que pode ser feito para reduzir os riscos.

Especialistas recomendam:

  • Dieta balanceada, como a dieta mediterrânea;
  • Prática regular de atividade física, combinando exercícios aeróbicos, de força e flexibilidade;
  • Sono de qualidade e gestão do estresse;
  • Exames de rotina para monitorar saúde cardiovascular e metabólica.

Mudanças no estilo de vida são o primeiro passo, mas em muitos casos, medicamentos para controlar pressão arterial, açúcar no sangue e colesterol também podem ser necessários.

Mais esperança na luta contra a demência precoce

Embora fatores genéticos também desempenhem um papel no risco de demência, o estudo destaca que há ações práticas que podem retardar ou prevenir o surgimento da doença. Para o Dr. Richard Isaacson, neurologista preventivo, o importante é entender que escolhas feitas ainda na juventude podem ter impacto duradouro na saúde cerebral.

“Algumas pessoas acreditam que a demência precoce é inevitável, mas discordo”, afirma Isaacson. “Fatores de estilo de vida, como alimentação, exercícios e sono, não são triviais. Eles podem fazer uma grande diferença.”

Assim, a mensagem do estudo é clara: controlar a saúde metabólica é um investimento valioso para proteger o cérebro e garantir mais qualidade de vida no futuro.

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Pesquisa sugere que escolhas alimentares e exercícios físicos podem reduzir o impacto da síndrome metabólica no cérebro (Reprodução: Naeblys/Shutterstock)

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Por que a doença de Parkinson é tão difícil de diagnosticar?

A doença de Parkinson é uma das condições cerebrais mais intrigantes e comuns de hoje. Trata-se de uma doença degenerativa em que há alterações motoras, o que pode acarretar tremores involuntários, movimentos lentos, músculos rígidos e inflexíveis. Como parte intrigante da doença de Parkinson, o diagnóstico é difícil e não há um exame próprio para sua identificação.

Além dos sintomas motores, pessoas com a condição podem apresentar problemas cognitivos e desenvolver, inclusive, demência e distúrbios do sono. Como uma doença progressiva, ela pode acarretar incapacidade grave após dez a 15 anos.

A condição foi descrita pela primeira vez por James Parkinson em 1817 e permanece sem cura até hoje, embora haja tratamento. O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por meio dos sintomas clínicos, o que pode dificultar descobrir a doença e iniciar o tratamento cedo.

A doença pode levar a incapacidade grave dentro de dez a 15 anos. Imagem: Daisy Daisy/ Shutterstock

Não existe, para Parkinson, um teste conclusivo, seja de sangue ou de cérebro. Isso significa que, enquanto algumas pessoas podem ser diagnosticadas tardiamente com Parkinson, outras podem receber esse diagnóstico de forma incorreta.

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Até recentemente, havia uma lista com uma série de sintomas criada pelo Banco de Cérebros da Sociedade de doença de Parkinson do Reino Unido para ajudar no diagnóstico de Parkinson, segundo artigo da universidade de medicina de Johns Hopkins. Mas, novos parâmetros surgiram, o que inclui sintomas como:

  • Tremores, geralmente, no pé ou na mão que ocorrem quando o paciente está descansando;
  • Movimentos se tornam mais lentos;
  • Rigidez dos braços, pernas ou tronco;
  • Instabilidade de postura, o que pode levar a problemas de equilíbrio e a quedas.

O médico, então, pode fazer um exame físico e pegar o histórico médico do paciente. Além disso, pode realizar um exame neurológico e testar a agilidade, o tônus e o equilíbrio muscular.

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Tremores são um dos sintomas para identificar Parkson. Imagem: Shutterstock

É possível um diagnóstico cedo para a doença de Parkinson?

Cada vez mais, a comunidade médica está ficando atenta a possíveis sintomas da condição que antecedem os físicos. Alguns indicativos de Parkinson que aparecem antes dos sintomas motores são perda olfativa, distúrbio de sono, constipação constante e transtornos mentais, como ansiedade e depressão.

A esperança é de que um diagnóstico precoce facilite o início de tratamento e, assim, reduza o ritmo de progressão da doença.

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Sabe quando nossa mente “dá branco”? A ciência explicou o que acontece

Sabe aquele momento em que sua mente parece “desligar” e fica completamente em branco?

Um novo estudo buscou entender o que realmente acontece no cérebro nesses instantes e por que algumas pessoas vivenciam isso com mais frequência do que outras.

A pesquisa, liderada por Athena Demertzi e colaboradores de vários países, analisou 80 estudos sobre o fenômeno do “apagamento mental”. Eles investigaram como essa ausência de pensamento pode revelar mais sobre a natureza da consciência e as diferenças na experiência subjetiva de cada indivíduo.

O estudo está publicado no jornal Trends in Cognitive Sciences.

Descobertas do estudo

  • Descobriu-se que, em média, passamos de 5% a 20% do tempo com a mente em branco.
  • Porém, isso varia bastante entre as pessoas – por exemplo, indivíduos com TDAH relatam essa experiência com mais frequência.
  • Importante destacar que esse estado é diferente do “devaneio”: enquanto o devaneio envolve pensamentos vagos, a mente em branco representa uma ausência quase total deles.
  • Esse estado costuma ocorrer após esforço mental intenso, falta de sono ou exercício físico.
  • Embora seja comum, também pode estar ligado a condições como ansiedade ou traumas cerebrais.
Cientistas buscaram entender o que acontece no cérebro quando tudo some por um instante – Imagem: Shutterstock/Kues

Estado de “sono”, mesmo acordado

Eletroencefalogramas mostraram que, nesses momentos, o cérebro pode entrar num estado de “sono local”, com sinais lentos semelhantes aos do sono, mesmo que a pessoa esteja acordada.

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Já exames de ressonância magnética revelaram a desativação de regiões cerebrais ligadas à linguagem, movimento e memória quando as pessoas tentavam, conscientemente, não pensar em nada – o que pode diferir de um “vazio” espontâneo.

Segundo os autores, a experiência da mente em branco é complexa, varia de pessoa para pessoa e deve ser vista como um conjunto de vivências. Eles esperam que esse tema, ainda pouco explorado, estimule novas pesquisas sobre a consciência.

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Pesquisadores esperam mais estudos para compreendermos quando o cérebro parece ficar “vazio” – Imagem: Wirestock Creators/Shutterstock

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Mosquitos podem tomar decisões coletivas, segundo estudo brasileiro

Os mosquitos podem ser animais bastante irritantes. Além de atrapalharem diversos momentos, especialmente as noites de sono, estes insetos podem transmitir doenças perigosas, caso da dengue, por exemplo.

No entanto, uma nova pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) aponta que eles podem ser mais inteligentes do que pensávamos. De acordo com o trabalho, os mosquitos são capazes, inclusive, de calcular distâncias.

Comportamento coletivo dos mosquitos

  • O estudo analisou como se formam as nuvens de mosquitos.
  • Nestas situações, segundo os cientistas, cada inseto ajusta sua posição com base na proximidade com seus semelhantes.
  • Isso revela um comportamento coletivo da espécie semelhante às chamadas “transições de fase de segunda ordem”, um conceito bem estabelecido na Física.
  • Ela é caracterizada por uma transformação contínua de uma substância causada por um fator externo.
  • As conclusões foram descritas em pesquisa publicada na revista Brazilian Journal of Physics.
  • As informações são do portal The Conversation, em artigo escrito por Osame Kinouchi, professor associado do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da USP, e Guilherme Roncaratti Galanti, mestrando em Física Aplicada à Medicina e Biologia, Universidade de São Paulo.
Mosquitos apresentam comportamentos coletivos (Imagem: Kwangmoozaa/Shutterstock)

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Relação com o comportamento cerebral

Apesar de ter avançado na compreensão teórica sobre o comportamento coletivo de mosquitos, o estudo levanta novas perguntas intrigantes. Por exemplo, como os insetos detectam a densidade local e coordenam suas ações durante esta transição?

Os pesquisadores acreditam que o trabalho contribui para ampliar o alcance das ciências matemáticas e biológicas, ao conectar conceitos fundamentais da física a sistemas biológicos em diversas escalas. Além disso, pode abrir novos caminhos nos estudos sobre o cérebro.

Pesquisadores relacionaram descoberta com uma rede de neurônios (Imagem: Corona Borealis Studio/Shutterstock)

De acordo com os cientistas, padrões parecidos estão presentes nas redes de neurônios cerebrais. Além disso, eles são observados na ecologia, epidemiologia e até mesmo em sociologia e economia, sugerindo que a organização coletiva é um tema central em sistemas complexos.

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Probióticos podem turbinar seu humor — e a ciência explica como!

Você já ouviu dizer que o intestino é o “segundo cérebro”? Pois é, agora a ciência foi além: um simples copo de iogurte pode ser o empurrãozinho que faltava para afastar o mau humor, o estresse e até a ansiedade. Um novo estudo revela que os probióticos não são só aliados da digestão — eles também mexem com suas emoções.

É o que destaca a revista MedicalXpress: pesquisadores da Universidade de Oxford e da Universidade de Leiden testaram probióticos em jovens saudáveis por um mês e perceberam algo surpreendente. Os voluntários começaram a se sentir menos ansiosos e estressados depois de duas semanas. Nada de testes complicados — o que funcionou mesmo foi acompanhar o humor diário com perguntas simples.

Além de melhorar o astral, os probióticos também ajudaram na leitura das emoções alheias. Quem fez o experimento ficou mais afiado para reconhecer expressões faciais. E tem mais: quem é mais cauteloso, com perfil de evitar riscos, parece se beneficiar ainda mais dessas bactérias do bem.

Probióticos mostram efeito rápido no humor e abrem caminho para novas abordagens

Os efeitos positivos começaram a surgir após duas semanas de uso diário — um tempo semelhante ao dos antidepressivos, mas com uma diferença importante: os probióticos reduziram apenas os sentimentos negativos, sem interferir nos positivos.

Além da saúde mental: probióticos ajudam a fortalecer o sistema imunológico e equilibrar a microbiota intestinal (Imagem: Tatjana Baibakova/Shutterstock)

Relatos simples do dia a dia foram mais eficientes do que os tradicionais testes psicológicos para captar as mudanças de humor. Isso mostra como ferramentas diretas podem revelar transformações sutis que passariam despercebidas em métodos mais complexos.

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Apesar do potencial promissor, os pesquisadores reforçam: probióticos não devem ser usados como substitutos de antidepressivos. Eles podem, no máximo, funcionar como aliados — e sempre com orientação profissional.

Uma ajuda que também vem do prato — mas com cautela

Probióticos não estão apenas em copos de iogurte natural. Eles também podem ser encontrados em alimentos como kefir e missô. Incorporar esses itens à rotina pode ser um primeiro passo para quem busca benefícios leves no humor e na saúde digestiva.

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Kefir, chucrute e outros fermentados ganham destaque por seus efeitos positivos na saúde intestinal e mental (Imagem: Tatjana Baibakova/Shutterstock)

Ainda assim, nem todo produto com o selo “probiótico” traz os mesmos efeitos. A composição das bactérias, a quantidade ingerida e a duração do uso são fatores decisivos. Nem sempre o que está na prateleira do mercado tem a concentração ideal para influenciar o cérebro.

Por isso, os cientistas são claros: apesar de animadores, os resultados ainda não justificam o uso indiscriminado. A promessa é real, mas os probióticos devem ser vistos como um complemento — e não como substituto para tratamentos médicos tradicionais.

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O nutriente esquecido que turbina seu cérebro

Você talvez nunca tenha ouvido falar dele, mas seu cérebro certamente já sentiu falta. Essencial para a memória, o raciocínio e até o bom humor, a colina é um nutriente vital que participa de funções-chave no corpo — do desenvolvimento do feto ao combate à depressão. O problema? Estudos mostram que quase ninguém consome a quantidade ideal.

Apesar de presente em alimentos como ovos, frango e soja, o nutriente vive à sombra de outras estrelas, como o ômega 3. E isso tem um custo. Pesquisas revelam que cerca de 90% da população consome menos colina do que deveria — o que pode afetar não só a memória, mas também a saúde do fígado, dos músculos e até dos ossos, como destaca matéria da BBC.

A ciência já sabe que bebês nascem com três vezes mais colina no corpo do que suas mães. E não é coincidência: no útero, esse nutriente ajuda a formar as conexões cerebrais que vão definir o desenvolvimento cognitivo por anos. Em adultos, ele continua essencial — mas, sem uma dieta bem planejada (ou um bom suplemento), fica quase impossível atingir a dose ideal.

Nutriente pode ser a chave para turbinar a mente, proteger o fígado e afastar distúrbios neurológicos

A colina é essencial para a produção de acetilcolina, substância que atua na comunicação entre os neurônios e comanda funções como memória, aprendizado e movimentos. Por isso, é considerada um combustível para o cérebro.

A colina é essencial para o cérebro: ela ajuda na formação de neurotransmissores e na proteção dos neurônios (Imagem: Lightspring/Shutterstock)

No fígado, ela age como um agente de limpeza. Facilita o transporte de gordura para fora do órgão e previne o acúmulo que pode causar inflamação e doenças hepáticas. Além disso, é peça-chave na estrutura das células.

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Nos últimos anos, os pesquisadores passaram a investigar seu papel no equilíbrio emocional. Bons níveis do nutriente têm sido associados à estabilidade do humor e à redução do risco de transtornos como ansiedade e depressão.

Pouco falada, muito necessária – e mais fácil de obter do que parece

Apesar de subestimada, a colina é fácil de encontrar no cardápio de quem consome ovos, carne ou derivados de soja. Um único ovo fornece cerca de 150 mg do nutriente — mais de um terço da necessidade diária de um adulto. Mas quem segue dietas veganas precisa prestar atenção: sem alimentos de origem animal, atingir a meta pode ser mais difícil.

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Ricos em colina, ovos ajudam na saúde cerebral e na formação da memória (Imagem: Danijela Maksimovic/Shutterstock)

Fontes vegetais existem, como grão-de-bico, tofu, pasta de amendoim e couve-flor. Só que as quantidades são bem menores. Para garantir o aporte ideal, especialmente em fases como gestação ou lactação, a suplementação pode ser uma aliada importante — uma recomendação cada vez mais comum entre especialistas.

Com benefícios que vão do desenvolvimento cerebral à saúde do fígado e da mente, a colina está deixando de ser um nutriente esquecido. E ganhando o lugar que merece como peça-chave da nossa saúde. Talvez esteja na hora de colocá-la no prato com mais consciência.

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O que é microplástico?

Quando pensamos em poluição, geralmente imaginamos grandes objetos descartados incorretamente na natureza, como garrafas plásticas, embalagens ou sacolas.

No entanto, existe uma forma de poluição plástica que nem sempre conseguimos enxergar, mas que está presente em praticamente todos os ambientes do planeta, inclusive nos alimentos que ingerimos.

São os chamados microplásticos: pequenos fragmentos de plástico com menos de cinco milímetros de diâmetro, tão minúsculos que muitas vezes só são visíveis com o uso de microscópios.

Os microplásticos e suas divisões

Os microplásticos podem ser divididos em duas categorias principais. A primeira inclui aqueles fabricados já em formato reduzido, que são amplamente utilizados em produtos do nosso dia a dia, como cosméticos, produtos de higiene pessoal, esfoliantes, tintas e tecidos sintéticos.

Exemplos de microplásticos (Imagem: SIVStockStudio/Shutterstock)

A segunda categoria abrange aqueles que surgem a partir da decomposição gradual de objetos maiores, resultado da ação do sol, do vento e das ondas, que quebram o plástico em pedaços cada vez menores.

Essas partículas se tornaram uma preocupação ambiental devido à sua grande capacidade de persistir no ambiente.

Diferentemente dos materiais orgânicas, que podem ser decompostos em períodos relativamente curtos, os plásticos são extremamente resistentes e levam centenas de anos para se degradar completamente. Enquanto isso não acontece, eles permanecem nos oceanos, rios, solos e até no ar que respiramos.

Consequências da ingestão dos microplásticos

A presença generalizada dos microplásticos tem consequências negativas não só para a fauna e a flora, mas também para os seres humanos.

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Microplásticos foram encontradas em todas as localidades analisadas (Imagem: Uladzimir Zuyeu/iStock)

Muitos animais, especialmente aqueles que vivem nos oceanos, confundem essas pequenas partículas com alimento.

Ao ingerirem microplásticos, acabam obstruindo o trato digestivo, prejudicando a absorção de nutrientes e até mesmo causando a morte. Além disso, essas partículas podem acumular substâncias químicas tóxicas, como pesticidas e metais pesados, potencializando ainda mais o risco para os organismos que as consomem.

No caso dos humanos, a ingestão de microplásticos ocorre de forma indireta, mas frequente. Estudos já identificaram a presença dessas partículas em alimentos como peixes, frutos do mar, sal e até mesmo em água potável, tanto engarrafada quanto da torneira.

O efeito dessas partículas sobre a saúde humana ainda não está completamente esclarecido, mas há preocupações legítimas quanto à possibilidade de os microplásticos provocarem inflamações, perturbações hormonais e até mesmo facilitarem a absorção de compostos tóxicos pelos órgãos do corpo humano.

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Além dos impactos diretos na saúde, a presença dos microplásticos prejudica gravemente os ecossistemas marinhos e terrestres, podendo levar ao desequilíbrio das cadeias alimentares e à redução da biodiversidade.

Fauna Costa Rica
Macaco-prego com filhote nas costas em galho de árvore na floresta tropical da Costa Rica. Imagem: Steve Bruckmann / Shutterstock

Espécies essenciais para o equilíbrio ecológico acabam sofrendo, com reflexos negativos na produtividade e sustentabilidade desses ambientes.

Como reduzir os microplásticos

A redução dos microplásticos é possível por meio de mudanças nos hábitos de consumo, especialmente evitando produtos descartáveis, optando por produtos biodegradáveis e participando ativamente de iniciativas de reciclagem e descarte adequado do lixo.

Diversas pesquisas também vêm buscando soluções para remover essas partículas do meio ambiente, através de filtros, barreiras e novas tecnologias. Porém, a verdadeira solução passa por conscientização global e por políticas ambientais mais eficazes, que limitem o uso excessivo de plástico em escala mundial.

Com informações de NOAA.

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O cérebro é capaz de se lembrar de um alimento que fez mal?

Sabe quando uma pessoa te faz algo que te afeta negativamente, e você não quer mais encontrá-la por aí? Sente até mesmo uma dificuldade de perdoá-la? Pois isso é mais ou menos o que acontece com nosso organismo quando comemos uma comida que nos faz passar mal.

Nosso corpo demora um pouco para perdoar alguns alimentos, e isso nos faz ter aversão e até mesmo repulsa a eles. De acordo com a a ciência, isso não é uma frescura: trata-se de uma resposta neurológica, causada por um “lugar da memória” nos cérebros responsável por causar esse tipo de reação.

Se você hoje não consegue nem olhar para um alimento que comeu anos atrás, veja abaixo na matéria a explicação científica sobre como isso acontece.

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O corpo não perdoa aquele alimento que fez seu organismo passar mal. (Imagem: Stockking/Freepik)

Como o cérebro se lembra de um alimento que fez mal?

Um time de cientistas foi responsável pela descoberta sobre o local da memória nos cérebros que é responsável pela reação de aversão a alimentos que fizeram mal. Christopher Zimmerman, coautor do estudo e pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Neurociência de Princeton (PNI) da Universidade de Princeton, conta: “faz algum tempo que não tenho intoxicação alimentar, mas agora sempre que falo com as pessoas em reuniões e ouço tudo sobre suas experiências de intoxicação alimentar”.

A pesquisa foi publicada em forma de artigo no site EurekAlert!, pela própria Universidade de Princeton, no qual é contato sobre como o estudo foi feito. Em um laboratório, Zimmerman e uma equipe de neurocientistas buscaram entender mais sobre o fenômeno chamado de “one-shot learning”, que é quando o cérebro registra e aprende com um único erro, criando uma memória duradoura.

Isso acontece, por exemplo, em casos de transtornos de estresse pós-traumáticos (TEPT), que gera uma reação parecida. E a mesma situação é registrada com as intoxicações alimentares. Quando a comida não desce muito bem, há um período entre a ingestão do alimento que está contaminado e o começo do mal-estar. Esse tempo foi batizado de “atraso da refeição ao mal-estar”.

Como foi feito o experimento

O estudo publicado na Nature mostra que os cientistas exploraram mecanismos cerebrais de pequenos ratos para entender como funciona a aversão aos alimentos específicos. No experimento, os animais experimentavam um suco de uva de caixinha, sendo uma substância totalmente nova para eles.

Rapidamente, os roedores aprenderam que, quando colocavam a cabeça em um local específico da gaiola, eles ganhavam mais gotas do suco doce. Após meia hora da descoberta, os ratos receberam uma injeção que causou alguns sintomas parecidos com a de uma intoxicação alimentar.

Com isso, dois dias depois, os pesquisadores ofereceram o suco de uva aos animais mais uma vez, e nenhum deles aceitou a bebida roxa, preferindo a água normal para matar a sede.

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Aversão à comida que fez mal não é frescura, e sim uma resposta neurológica que acontece no cérebro. (Imagem: Redgreystock/Freepik)

Foi descoberto que a associação entre o suco e a doença acontecia na amígdala central, o mesmo canal responsável pelo aprendizado sobre o medo e outras emoções. Ela também processa informações do ambiente, incluindo fatores relacionados ao olfato e paladar, por exemplo.

De acordo com Zimmerman: “A amígdala acaba sendo um lugar realmente interessante porque é preferencialmente ativada por sabores novos em cada estágio do aprendizado. Ela fica ativa quando o rato está bebendo, quando o rato está se sentindo mal mais tarde, e também quando o rato recupera aquela memória negativa dias depois.”

Além disso, a equipe investigou como os sinais de doença do intestino chegam ao cérebro, e perceberam o peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP). Ao estimular essas células 30 minutos depois da experiência do suco, foi recriada a mesma aversão à intoxicação alimentar real.

“Foi como se os ratos estivessem pensando e se lembrando da experiência anterior que os fez sentir mal mais tarde”, explicou Ilana Witten, professora de neurociência no PNI, no comunidado do site EurekAlert!.

Os pesquisadores acreditam que os sabores responsáveis pelo mal-estar podem marcar algumas células, e quando elas são especificamente reativadas pela doença, acabam conectando uma causa e efeito mesmo com o atraso de tempo. Em outras palavras, é como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal.

Homem segurando uma tigela com batata frita e com cara de quem está com dor no estômago
É como se as células colocassem um grande sinal de “bloqueado” nos alimentos que fizeram a o organismo passar mal. (Imagem: @Freepik/Freepik)

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Este hábito tipicamente brasileiro pode ajudar o cérebro

Os brasileiros são verdadeiros especialistas na arte de batucar. E para isso nem é necessária a presença de um instrumento musical. Basta bater o dedo em uma superfície qualquer e escolher o ritmo de sua escolha.

Agora, um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Aix-Marseille, na França, aponta que este hábito pode fazer bem para o cérebro. Segundo eles, este batuque ajuda a “sintonizar” melhor a fala.

Melhor processamento da linguagem pelo cérebro

  • De acordo com os cientistas, o sistema motor é conhecido por processar informações temporais, e mover-se ritmicamente enquanto ouve uma melodia pode melhorar o processamento auditivo.
  • Dessa forma, a equipe realizou experimentos comportamentais para demonstrar como esse efeito se traduz no processamento da fala.
  • No primeiro deles, 35 participantes tocaram um dedo em diferentes batidas – lenta, média, rápida – antes de ouvirem uma longa frase falada em meio a um ruído de fundo.
  • A ideia é que, como a fala tem ritmos naturais diferentes entre suas sílabas e palavras, preparar seu cérebro para sintonizar esse padrão pode ajudá-lo a processar melhor a linguagem rítmica.
  • Os pesquisadores, então, descobriram que havia uma compreensão muito melhor dessa frase barulhenta depois de batucar.
  • As conclusões foram descritas em estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Society B.
Batucar com o dedo pode ajudar uma função cerebral (Imagem: jajam_e/Shutterstock)

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Capacidade pode estar ligada ao ritmo de idiomas específicos

No segundo experimento, os cientistas descobriram que apenas ouvir a frase sem uma resposta física não foi tão impactante. O resultado sugere que a batucada foi fundamental para que os participantes entendessem o que era falado.

De acordo com a equipe, “essas descobertas fornecem evidências do papel funcional do sistema motor no processamento da dinâmica temporal da fala naturalista”. Apesar dos resultados, os pesquisadores admitem que novas pesquisas são necessárias.

Hábito pode melhorar processamento da linguagem pelo cérebro (Imagem: Shutterstock/meeboonstudio)

Entre os pontos limitantes do estudo estava o fato dos participantes serem franceses. Isso porque pesquisas anteriores mostraram que a preparação rítmica pode estar ligada ao ritmo de idiomas específicos.

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Mapa 3D inédito pode revolucionar a compreensão do cérebro

Cientistas dos Estados Unidos criaram um mapa cerebral 3D com detalhes nunca vistos antes de um mamífero. Na imagem, é possível observar cerca de 75.000 neurônios identificados a partir do córtex de um camundongo.

O diagrama faz parte do programa MICrONS, coordenado por laboratórios do Instituto Allen de Ciência do Cérebro, da Universidade de Princeton e da Faculdade de Medicina Baylor. 

A iniciativa busca “revolucionar o aprendizado de máquina por meio da engenharia reversa dos algoritmos do cérebro”. Assim, os dados podem fornecer novos insights sobre como funciona o órgão do sistema nervoso central que controla a maioria das atividades do corpo.

Pesquisadores tiraram fotos em alta resolução de cada fatia usando microscópios eletrônicos (Imagem: MICrONS/Reprodução)

Como foi feito o mapa?

O tecido analisado é menor que um grão de areia e foi reconstruído para melhorar a compreensão da inteligência, da consciência e de condições neuronais como Alzheimer, Parkinson, autismo e esquizofrenia.

A equipe usou microscópios especializados para registrar a atividade cerebral na região-alvo enquanto o animal assistia a vários filmes e clipes do YouTube. Depois, o milímetro cúbico do cérebro foi fatiado em 25.000 camadas, cada uma com 1/400 da largura de um fio de cabelo humano.

A partir daí, os pesquisadores tiraram fotos em alta resolução de cada fatia usando microscópios eletrônicos. Por fim, a reconstrução das células foi possível a partir do uso de inteligência artificial e aprendizado de máquina.

“Há todos os tipos de regras de conexão que conhecíamos de várias áreas da neurociência e, dentro da reconstrução em si, podemos testar as teorias antigas e esperar encontrar coisas novas que ninguém jamais viu antes”, disse o Dr. Clay Reid, pesquisador sênior e neurobiólogo do Instituto Allen, ao jornal The Guardian.

Milímetro cúbico do cérebro foi fatiado em 25.000 camadas (Imagem: MICrONS/Reprodução)

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Novas descobertas

Os cientistas descobriram que as células inibitórias – aquelas que suprimem a atividade neural – são altamente seletivas, criando uma espécie de cooperação, e não funcionam como uma simples força que amortece a ação de outras células.

“Estamos descrevendo uma espécie de mapa do Google ou planta baixa desse grão de areia. No futuro, poderemos usar isso para comparar a fiação cerebral de um camundongo saudável com a fiação cerebral de um modelo de doença”, afirmou o Dr. Nuno da Costa, pesquisador associado do Instituto Allen, ao jornal.

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