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Ilha de Páscoa: 5 curiosidades e mistérios sobre o local e suas estátuas

A Ilha de Páscoa, famosa por seus icônicos moais, é um território especial do Chile e a única província do país com apenas um município. O local está situado a 3.700 km de distância da costa oeste do país, sendo um dos lugares mais isolados do planeta. A ilha surgiu de erupções vulcânicas que aconteceram há 3 milhões de anos, sendo que 4 vulcões foram os responsáveis e que hoje estão inativos.

Já os moais são estátuas polinésias monumentais feitas de pedras, que foram construídas pelo povo Rapa Nui entre os séculos XIII e XV. A estimativa é que existem mais de 800 moais na ilha, sendo que alguns estão completos e outros inacabados. Acredita-se que eles representavam ancestrais e líderes, sendo construídos em locais sagrados.

Além dos moais e de seu isolamento, a Ilha de Páscoa é um local fascinante e que possui outras curiosidades e mistérios. Conheça abaixo cinco deles, que ajudam a mostrar um pouco da história desse território chileno.

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5 curiosidades e mistérios sobre a Ilha de Páscoa

Colonização polinésia

O povo polinésio é considerado nativo da Ilha de Páscoa, porém sua chegada é de difícil definição. A estimativa mais recente foi feita com datação por radiocarbono, e detectou a data de 1200 d.C..

São considerados os polinésios mais ao sudeste do mundo, e os pesquisadores acreditam que os colonizadores da região chegaram no local em canoas ou catamarãs, que saíram das Ilhas Gambier, em Mangareva, a 2.600 km, ou das Ilhas Marquesas, a 3.200 km.

O nome Rapa Nui surgiu após eventos de 1860, quando as populações da ilha foram escravizadas. Com isso, os nativos conheceram a polinésia francesa, percebendo a semelhança da Ilha de Páscoa com Rapa, localizada nas Ilhas de Bass.

No ano de 1999, foram reconstruídos barcos polinésios antigos com os instrumentos de época, para fazer uma viagem saindo de Mangareva até a Ilha de Páscoa, para provar a possibilidade da jornada.

(Imagem: Phil Uhl/CC-BY-S.A-3.0)

Alfabeto misterioso

O sistema de escrita é um dos fatos mais misteriosos de Rapa Nui, chamado de rongorongo. Foi descoberto em 1864 pelo missionário francês Eugène Eyraud, e seu significado continua desconhecido.

Na época da descoberta, alguns nativos diziam que entendiam a escrita, mas a tradição dizia que apenas os governantes e sacerdotes podiam lê-la. Contudo, nenhum deles sobreviveu à escravização e às epidemias que acabaram com a população nativa.

Existem apenas duas dezenas de exemplares de textos na ilha, que são parecidos com petroglifos. Um estudo descobriu, em 2014, que o rongorongo foi criado antes do contato com os europeus, com evidências da escrita pelo menos 200 anos antes de sua chegada.

 Recriação do alfabeto rongorongo em uma das tabuletas encontradas na Ilha de Páscoa. (Imagem: Ferrara et al./Scientific Reports/INSCRIBE 3D)

As estátuas da Ilha de Páscoa

Esse é o símbolo mais famoso da ilha. Os moais são estátuas de pedra grandes e robustas, e estima-se que foram criadas entre os séculos XIII e XV, feitas de enormes pedras vulcânicas, escória vermelha e basalto. Diversas hipóteses defendem que primeiro as pedras grandes foram escolhidas, para depois começarem a ser esculpidas frontalmente.

Um dos maiores mistérios em torno desses monumentos é a respeito do porquê eles foram construídos. A maioria das versões sugere que a motivação era fins religiosos, sendo que os moais poderiam representar os deuses de Rapa Nui ou os primeiros habitantes da ilha. Eles seriam um tributo aos antepassados que, segundo o mito, lançaram um poder espiritual para proteger seus clãs após a morte.

Entretanto, a falta de registro e tradição oral limitada dificulta ter alguma certeza. De acordo com relatos dos séculos XVIII e XIX, grupos rivais derrubavam e tentavam quebrar os moais como forma de destruir a mana (energia) dos ancestrais inimigos, para garantir sua hegemonia na ilha. Nos tempos modernos, cerca de 50 moais foram reerguidos para preservar sua aparência antiga.

zoom em duas estátuas de pedra na Ilha de Páscoa
(Imagem: Danita Delimont on Offset/Shutterstock)

Outro ponto que de mistério é como eles mudaram de lugar. Por conta do enorme tamanho e peso das estátuas, é difícil pensar como foi possível movê-las.

Contudo, a maioria das teorias afirma que os moais de Rapa Nui estavam reclinados em um tipo de trenó de madeira, que foi puxado com cordas em toras e deslocado pela área.

Ainda assim, existem outras versões mais imaginativas que asseguram que os sacerdotes do clã usaram poderes telecinéticos para mudá-los de lugar, e existem até mesmo mitos que dizem que as esculturas caminharam sozinhas em direção a seus locais.

A origem do nome e a Páscoa

Na língua nativa, Rapa começou a ser chamada de Rapa Iti, ou “pequena rapa”, e a Ilha de Páscoa de Rapa Nui, “grande Rapa”.

Já o nome em português e no espanhol oficial (“Isla de Pascua”) é por conta do navegador holandês Jacob Roggeveen, que chegou na ilha em abril de 1722, um domingo de Páscoa. Isso fez com que o homem nomeasse o local em homenagem à data, e o Chile só anexou a ilha no ano de 1888.

Cerimônia do Homem-Pássaro

Segundo a tradição oral, um dos aspectos mais interessantes do povo rapanui foi o Culto do Homem-Pássaro. Depois do crescimento populacional dos polinésios após a colonização, o culto aos ancestrais mudou, e o conceito de mana dos líderes hereditários passou para o homem-pássaro em cerca de 1540.

De acordo com a tradição, o homem-pássaro seria o avatar pelo qual o poder ancestral era canalizado através do deus Makemake, e a escolha dele era feita através de uma competição. Nela, os guerreiros precisavam nadar até a ilha de Moto Nui, a cerca de 1,6 km, para coletar o primeiro ovo de gaivina-de-dorso-preto da estação.

Quando voltava, o competidor ainda tinha de subir pelas falésias e apresentar o ovo para um grupo de juízes, que lhe concediam poder sobre a ilha por um ano. Os registros do último evento do tipo datam de 1888.

A ilha de Moto Nui, onde era realizada a Cerimônia do Homem-Pássaro. (Imagem: kallerna/CC-BY-SA-4.0)

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Animais nunca vistos antes encontrados nas profundezas do oceano

Uma recente expedição pela costa do Chile liderada por um grupo internacional de cientistas documentou dezenas de espécies diferentes de seres marinhos. Alguns desses organismos podem ser uma grande novidade para a ciência, tendo propriedades e comportamentos intrigantes que nunca foram registrados anteriormente.

O trabalho foi realizado pelo Instituto Schmidt Ocean em dezembro de 2024. A equipe utilizou um veículo controlado remotamente (ROV) para explorar quatro cânions submarinos e quase 20 ecossistemas ligados a fissuras de metano no Oceano Pacífico.

Eles encontraram uma abundância de animais e microrganismos, incluindo possivelmente 60 novas espécies. A expedição durou 55 dias e viajou de Valparaíso até Punta Arenas, na costa do Chile, explorando do litoral central ao sul do país.

Grupo de moluscos gastrópodes chamados de nudibrânquios escalam galhos de corais. (Imagem: ROV SuBastian / Schmidt Ocean Institute)

As profundezas são ricas em diversidade

Os cânions visitados são base para um ecossistema diverso, fornecendo superfície para criaturas formadoras de habitat, como esponjas e corais de águas profundas. Esse seres sustentam uma gama diversa de outras espécies, desde pequenas serpentes-do-mar até polvos.

Fluídos ricos em metano borbulham de rachaduras no fundo do mar. Essa substância fornece alimento para as bactérias que realizam quimiossíntese, um processo em que esses microrganismos retiram energia do metano, evitando assim a necessidade de luz do Sol para se abastecerem.

“O fato de termos encontrado tantas fissuras [que expelem metano] em uma área relativamente pequena sugere que elas são disseminadas ao longo da costa chilena, servindo como centros de biodiversidade e ciclos elementares em grande escala”, disse o Dr. Jeffrey Marlow, ecologista microbiano da Universidade de Boston e cientista-chefe da expedição, em um comunicado.

Comunidade diversa de seres marinhos nas rochas do cânion
Comunidade diversa de seres marinhos nas rochas do cânion. (Imagem: ROV SuBastian / Schmidt Ocean Institute)

A presença desses pequenos seres nas profundezas é um dos pilares para um ecossistema diverso, extraordinário e único. 

“Vida marinha diversificada nadando contente neste ecossistema geologicamente interessante era linda de se observar — um forte lembrete de que o que está fora da vista talvez não deve ser ignorado”, comenta a Dra. Jyotika Virmani, diretora-executiva do Instituto Schmidt Ocean.

Seres incríveis habitando o fundo do oceano

A equipe destacou algumas das descobertas mais intrigantes da expedição:

  • Eles encontraram uma abundância de enguias vermelhas chamadas congrio colorado (Genypterus chilensus) vivendo ao redor de um monte de vermes tubulares de 892 metros quadrados perto de um vazamento de metano
  • Descobriram um grande grupo de lulas-de-Humboldt se alimentando perto das fissuras
  • Avistaram também um verme poliqueta brilhante

Enguias congrio colorado nadam ao redor de um monte de vermes tubulares perto de uma fissura de metano.
Enguias congrio colorado nadam ao redor de um monte de vermes tubulares perto de uma fissura de metano. (Imagem: ROV SuBastian / Schmidt Ocean Institute)

O grupo acredita que dezenas das espécies documentadas nunca foram registradas antes. Isso pode levar a novas pesquisas e descobertas cientificas.

“Esta expedição é mais um exemplo do tremendo valor de reunir equipes científicas interdisciplinares e tecnologia de ponta em regiões pouco conhecidas do nosso oceano global”, conclui Virmani.

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Chile é atingido por terremoto de magnitude 5,3

O Centro Sismológico Nacional do Chile registrou um terremoto de magnitude 5,3 nesta segunda-feira (24). O tremor ocorreu a 84,9 quilômetros de profundidade na região norte da comuna La Serena à 01h35 no horário local (igual ao horário de Brasília), segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês).

Até a publicação desta nota, não haviam informações sobre estragos causados pelo tremor. A apuração é da Associated Press (AP) e da Agence France-Presse (AFP), via G1.

Pela Escala Richter, terremoto registrado no Chile pode ter causado danos pequenos

A magnitude do terremoto foi medida na Escala Richter, criada em 1935 por Chales Richter. Essa escala é logarítmica – isto é, de um grau para o grau seguinte a diferença na amplitude das vibrações é de dez vezes. E a diferença da quantidade de energia liberada é de 30 vezes, segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB).

O terremoto ocorreu na região norte da comuna La Serena, no Chile (Imagem: Reprodução)

De acordo com a universidade Michigan Tech, dos EUA, o potencial de danos entre cada intervalo da escala é o seguinte:

  • Até 2,5: sismógrafos registram, mas pessoas não sentem;
  • Entre 2,5 e 5,4: pessoas sentem e causa pequenos danos;
  • Entre 5,5 e 6: danifica edifícios e outras estruturas;
  • Entre 6,1 e 6,9: causa muitos danos em áreas muito povoadas;
  • Entre 7 e 7,9: causa danos sérios (por exemplo: destruição de prédios);
  • De 8 para mais: comunidades perto do epicentro podem ser completamente destruídas.
Afalto destruido por terremoto
A partir da magnitude 5,5, terremotos danificam diversos tipos de estrutura, como asfalto e edifícios (Imagem: SDubi/Shutterstock)

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O terremoto de maior magnitude já registrado correu em 1960, justamente no Chile. Na época, a magnitude foi de 9,5. Saiba mais nesta lista do Olhar Digital dos cinco maiores (e piores) terremotos da história.

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