rede-movel-5g-1024x576

Como a China digitalizou a sua economia em apenas 30 anos

Atualmente, a China é um dos países com maior nível de digitalização da economia. Um processo que durou três décadas e exigiu muito planejamento e investimentos na busca de aplicações tecnológicas que permitam a inclusão e o acesso amplo, melhorando a vida da população nas áreas urbanas e rurais.

O resultado destes esforços é nítido. Os chineses já estão na vanguarda de áreas como a inteligência artificial e a disseminação das novas gerações de redes de internet móvel, competindo com empresas dos Estados Unidos.

Atualmente, 100% das cidades chinesas têm cobertura da rede 5G

Em entrevista ao Jornal da Unicamp, Qiu Zeqi, professor da Universidade de Pequim, explicou que a digitalização da China é amparada, principalmente, no tripé disponibilidade de infraestrutura, difusão das aplicações tecnológicas e resultados eficientes. Desde que o país se conectou à internet, em 1994, o governo chinês criou políticas públicas para fomentar o desenvolvimento do setor digital. Uma delas foi a criação de um grupo para tratar da informatização, dentro do Conselho de Estado, em 1996.

Em 2023, a economia digital representava 42% do Produto Interno Bruto (PIB) da China, um movimento crescente com impactos em todas as esferas da sociedade, abrangendo o produtor agrícola, o usuário doméstico, as empresas, os governos e a internet das coisas.

5G se tornou a principal infraestrutura de serviço de conexão na China (Imagem: MARHARYTA MARKO/iStock)

Como consequência, grandes empresas do setor tecnológico nasceram no país, na criação e no desenvolvimento de produtos, na prestação de serviços, no comércio eletrônico e em redes de telecomunicações, entre outros. Atualmente, 100% das cidades chinesas têm cobertura da rede 5G, alcançando 71% dos cidadãos chineses, enquanto apenas 51% da população mundial está conectada a essa tecnologia de redes móveis.

O 5G se tornou a principal infraestrutura de serviço de conexão na China. A cobertura total com alta velocidade e custo acessível é a principal política do governo chinês. É por isso que a inclusão é a base da política da digitalização da China.

Qiu Zeqi, professor da Universidade de Pequim

Leia mais

Logo do DeepSeek em um smartphone; ao fundo, parte da bandeira da China desfocada
Lançamento do DeepSeek faz parte dos esforços chineses (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

IA pode preencher lacunas que ainda existem

  • No âmbito governamental, mais de um bilhão de cidadãos chineses são usuários das plataformas digitais do governo, que disponibiliza mais de 10 mil serviços online.
  • Apesar dos números impressionantes, ainda são necessárias melhorias.
  • Para Qiu, as províncias do leste da China estão mais à frente nesse processo de digitalização em relação às do oeste.
  • Mas a chegada do DeepSeek e os investimentos pesados em inteligência artificial podem impulsionar ainda mais os chineses tecnologicamente.
  • O professor destacou que, atualmente, há iniciativas na China empregando a IA para integrar as diversas formas de medicina tradicional chinesa com a medicina moderna e para melhorias no transporte inteligente, com veículos autônomos e gestão do tráfego para redução de acidentes e aumento da eficiência, proporcionando contribuições significativas para as cidades inteligentes.

O post Como a China digitalizou a sua economia em apenas 30 anos apareceu primeiro em Olhar Digital.

Desenho-de-como-ficaro-as-antenas

China quer construir estrutura gigante na Lua

Pesquisadores chineses tem planejado construir um conjunto de radiotelescópios no lado distante da Lua. O projeto enfrenta desafios para encontrar o local ótimo, mas já está em andamento e começara nas próximas missões Chang’e 7 e 8. Se der certo, poderá ser o primeiro observatório de rádio operacional em solo lunar.

A estrutura consistirá num conjunto de 7.200 antenas em formato de borboleta. O objetivo é usar o instrumento para captar sinais cósmicos com comprimentos de onda ultralongos. Isso trará informações novas sobre a infância do universo, um tempo anterior as primeiras estrelas.

O ambicioso plano da China na Lua

Na Terra, a atmosfera é um obstáculo para a chegada de sinais de rádio com ondas muito grandes, o que impede a coleta e pesquisa das informações que carregam. Porém, o lado distante da Lua é blindado dessa interferência terrestre, oferecendo uma oportunidade para a captação de dados inovadores sobre o cosmos.

Sabendo disso, pesquisadores da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial e do Observatório Astronômico de Xangai fizeram a proposta para construir um conjunto de radiotelescópios lunares. Em seu projeto, os equipamentos terão 30 km de largura e uma área de coleta de 0,1 km², segundo o site South China Morning Post (SCMP).

Esquema da como serão organizadas as 7.200 antenas. (Imagem: Handout)

Essas configurações permitirão o instrumento gerar imagens em alta resolução. Isso será essencial para o estudo da “Idade das Trevas Cósmica” e de exoplanetas.

O planejamento chinês é construir essa estrutura em uma década. A China utilizará suas missões lunares atuais e futuras para atingir esse objetivo.

A equipe de pesquisa ainda não encontrou o lugar perfeito para a construção. O desafio é localizar uma área plana e grande no terreno irregular da Lua.

Planos chineses estão em andamento

Para vencer os desafios e construir o telescópio, o plano tem três fases:

  • As missões Chang’e 7 e 8 deixarão 16 antenas usando o trabalho de robôs. Essa etapa durará de um a três anos e mapeará as ondas de rádio para estudos iniciais
  • Após isso, os astronautas no local irão iniciar a construção, junto com ajuda de tecnologias robóticas, da seção central com 100 antenas.
  • Por fim, com o suporte da base lunar chinesa e usando múltiplos módulos de pouso, a estrutura final será montada ao longo de cinco a dez anos, segundo estima a equipe
A China pretende estabelecer uma base permanente no polo sul da Lua. (Imagem: Administração Espacial Nacional da China)

Leia mais:

“Ele [o telescópio] impulsionará a inovação em vários campos, oferecendo alto valor científico e tecnológico, ao mesmo tempo em que fortalecerá a posição da China na exploração do espaço profundo e na pesquisa astronômica”, disseram os pesquisadores no SCMP.

Toda a construção do telescópio levará anos até ficar pronta, mesmo com as etapas inicias já em andamento. Ela demandará tecnologias de ponta, robôs, foguetes inovadores e astronautas em campo, sendo um dos mais ambiciosos projetos espaciais da China.

O post China quer construir estrutura gigante na Lua apareceu primeiro em Olhar Digital.

iStock-1436031295-1024x723

Comunicação quântica: nova era chegou ao Hemisfério Sul

O Hemisfério Sul acaba de registrar um feito histórico: o primeiro link de comunicação quântica. O teste foi realizado por cientistas da África do Sul e da China usando o microssatélite quântico chinês Jinan-1, lançado em órbita baixa da Terra.

Esse foi o mais longo link de satélite quântico intercontinental ultrasseguro do mundo, abrangendo 12.900 km, segundo o artigo publicado na revista científica Nature.

O experimento foi realizado em outubro do ano passado, na cidade de Stellenbosch, na África do Sul, onde as condições ambientais de céu limpo e baixa umidade permitiram a criptografia segura de imagens transmitidas entre estações terrestres de ambos os países.

Sistema utiliza fótons únicos que não podem ser interceptados (Imagem: Sodsai CG/iStock)

Leia Mais:

Por que isso importa?

A comunicação quântica é baseada em conceitos de mecânica quântica, garantindo transferência de informações altamente segura. Os cientistas explicam que essa tecnologia fornece segurança inigualável, mesmo contra adversários poderosos.

No estudo, chaves quânticas foram geradas em tempo real por meio da Distribuição Quântica de Chaves (QKD), a uma taxa considerada “excepcional” de 1,07 milhão de bits seguros durante uma única passagem de satélite.

Experimento foi realizado na cidade de Stellenbosch, na África do Sul (Imagem: Urilux/iStock)

O sistema utiliza fótons únicos que não podem ser interceptados, copiados ou medidos sem alterar seus estados quânticos para codificar e transmitir chaves seguras.

A China é líder no estudo da tecnologia de comunicação quântica, com uma rede de fibra terrestre de 2.000 km conectando grandes cidades, de Pequim a Xangai. Os testes têm sido conduzidos pelo renomado físico quântico Prof Jian-Wei Pan.

O especialista esteve à frente do primeiro satélite quântico da China, Micius, e chefiou o link quântico intercontinental de 7.600 km entre a China e a Áustria em 2017.

O post Comunicação quântica: nova era chegou ao Hemisfério Sul apareceu primeiro em Olhar Digital.

long-march-3B-china-1-1024x576

Elon Musk chinês? Bilionários da China correm atrás do sucesso da SpaceX

Nos últimos anos, boa parte dos investimentos da China na indústria espacial veio do espaço com a Administração Espacial Nacional da China (CNSA), mas agora o país se prepara para um novo passo, incentivando empresas privadas no setor. A principal inspiração para isso está nos Estados Unidos, mais especificamente na SpaceX, de Elon Musk.

A empresas privadas mudaram a forma como os EUA lidam com o segmento espacial. Apesar de boa parte dos investimentos nessas companhias ainda serem governamentais e através da NASA, a concorrência está trazendo cada vez mais players (e dinheiro) para o setor. De acordo com o Washington Post, a China se prepara para entrar de vez na exploração espacial comercial.

Segundo o jornal, pelo menos seis foguetes projetos por empresas privadas do país se preparam para voar ainda esse ano. Investimentos bilionários estão sendo feitos pelo governo chinês nessas empresas visando acelerar o desenvolvimento desses foguetes.

Os modelos são reutilizáveis, seguindo a estratégia da SpaceX com o Falcon 9. O grande objetivo é que a indústria local chinesa seja autossustentável, sem depender de empresas externas, um movimento que pode se intensificar ainda mais com o governo de Donald Trump nos EUA.

Foguete chinês Long March 3B Imagem: CAST

A China abriu seu setor espacial para empresas privadas há mais de 10 anos, em 2014. Mas o gasto privado no seguimento em 2024 praticamente dobrou em comparação com 2023, atingindo quase 3 bilhões de dólares.

Em entrevista ao jornal americano, o professor Linoln Hines, da Georgia Tech, disse que Pequim precisa dessas empresas para inovar. “Se a China continuar a ter essa indústria estatal inchada, ela pode fazer feitos enormes como ir ao outro lado da lua ou colocar humanos no espaço, mas ela pode inovar e competir com os Estados Unidos?”, disse ele.

Decolagem do Falcon 9
Falcon 9 decolou com sucesso (Imagem: Reprodução/YouTube/NASA)

SpaceX é exemplo para a China no espaço

Apenas a SpaceX, maior expoente do setor privado nos EUA, foi responsável por mais da metade de todos os lançamentos orbitais do ano passado. Foi justamente esse sucesso que motivou outras empresas a investirem no setor e fazerem parceria com Pequim.

Leia mais:

“Isso é muito, muito importante porque o ambiente de financiamento na China é mais conservador do que nos EUA”, disse Lan Tianyi , fundador da empresa de consultoria Ultimate Blue Nebula, de Pequim. “Também serviu para trazer pessoas de outras indústrias para trabalhar em negócios relacionados ao espaço.”

foguete
LandSpace Technology (Imagem: Divulgação)

Um dos exemplos é a LandSpace Technology, cofundada por um ex-banqueiro, uma empresa chinesa líder privada de foguetes reutilizáveis. A companhia ganhou destaque em 2023 ao lançar um foguete movido a oxigênio líquido e metano, o mesmo propulsor usado mais tarde na Starship da SpaceX. 

A China ainda prepara pelo menos dois concorrentes para a rede de internet via satélite Starlink, da SpaceX, são eles a Guowang e Thousand Sails. O último, inclusive, possui acordo assinado para fornecer a tecnologia para o Brasil.

O post Elon Musk chinês? Bilionários da China correm atrás do sucesso da SpaceX apareceu primeiro em Olhar Digital.

iStock-1297915819-1024x678

China terá laboratório no fundo do mar — saiba o motivo

A China tem um grande plano de cinco anos para construir um laboratório submarino com funções inéditas. O Instituto de Oceanologia do Mar da Academia Chinesa de Ciências lançou oficialmente o projeto “Instalação de Pesquisa do Ecossistema de Emanação Fria”.

A estrutura vai dar suporte às pesquisas sobre ecossistemas de fonte fria. O objetivo é explorar a origem da vida em ambientes extremos de águas profundas e o desenvolvimento verde de recursos nesses locais, como hidrato de metano

O plano servirá à estratégia de “poder marítimo” e às metas de “carbono duplo” do país asiático, segundo um comunicado. A ideia é construir um dispositivo de pesquisa líder internacional, combinando experimentos no mar e na terra.

Pesquisa vai analisar origem da vida em águas profundas (Imagem: S-e-v-e-r-e/iStock)

O laboratório de 600 toneladas poderá atingir uma profundidade máxima de 2.000 metros, com capacidade operacional de 30 dias. O submarino será projetado para acomodar até 6 pessoas, de acordo com o jornal Global Times.

Atualmente, a China realiza missões oceânicas de curta duração com duas embarcações: o submersível Jiaolong, que é tripulado; e o Discovery, um veículo operado remotamente (ROV) a bordo do navio de pesquisa chinês KEXUE.

Leia Mais:

Explorando águas misteriosas

A nova instalação permitirá a exploração da atividade de gases como metano, sulfeto de hidrogênio e dióxido de carbono abaixo do fundo do mar. São gases que transbordam devido a estruturas geológicas ou mudanças de pressão.

Cerimônia de lançamento da nova instalação em Guangzhou (Imagem: Instituto de Oceanologia do Mar da China)

De acordo com o instituto, os ecossistemas nesses ambientes são únicos, onde organismos marinhos usam substâncias químicas que vazam do fundo do mar como energia para quimiossíntese, incluindo metano decomposto de gelo combustível.

“Os ecossistemas de fontes frias carregam os códigos do ciclo profundo do carbono da Terra e são um local estratégico para estudar os mecanismos de adaptação da vida em ambientes extremos e explorar novos recursos biológicos”, diz o comunicado.

O post China terá laboratório no fundo do mar — saiba o motivo apareceu primeiro em Olhar Digital.

Destaque-Elon-Musk-05-de-marco-1024x576-2

Musk está pronto para acessar planos dos EUA para possível guerra com a China

Nesta sexta-feira (21), o Pentágono deve apresentar a Elon Musk os planos militares dos Estados Unidos para um eventual conflito com a China, segundo informaram dois altos funcionários estadunidenses nesta quinta-feira (20) ao The New York Times.

Outra fonte do jornal afirmou que a apresentação terá foco na China, sem, contudo, revelar mais detalhes. Um quarto funcionário confirmou a presença de Musk no Pentágono na sexta-feira (21), mas também não forneceu informações adicionais.

Conceder a Musk acesso a alguns dos segredos militares mais bem guardados do país representaria ampliação significativa de seu já extenso papel como conselheiro do presidente Donald Trump e líder na iniciativa de redução de gastos e eliminação de pessoas e políticas consideradas indesejáveis pelo governo.

Essa situação também evidencia as questões relativas aos conflitos de interesse envolvendo Musk, visto que ele atua em diversas áreas da burocracia federal enquanto continua à frente de empresas que são importantes contratadas pelo governo. Nesse contexto, o bilionário e CEO de SpaceX e Tesla é um dos principais fornecedores do Pentágono e possui investimentos financeiros expressivos na China.

Bilionário está ganhando cada vez mais poderes (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

Musk e os planos militares mais bem guardados do mundo

  • Os chamados planos de guerra do Pentágono, conhecidos no meio militar como O-plans ou planos operacionais, estão entre os segredos mais protegidos das Forças Armadas;
  • Se um país estrangeiro soubesse como os Estados Unidos planejam lutar contra ele, poderia fortalecer suas defesas e corrigir suas vulnerabilidades, reduzindo, significativamente, a eficácia desses planos;
  • A apresentação ultrassecreta sobre o plano de guerra contra a China consiste em cerca de 20 a 30 slides, nos quais se expõe como os Estados Unidos conduziria um conflito dessa natureza;
  • Segundo autoridades que têm conhecimento do assunto, o material abrange desde os primeiros sinais e alertas sobre a ameaça chinesa até as diversas opções de alvos a serem atingidos, em determinado período, que seriam submetidos à decisão do presidente Trump.

Um porta-voz da Casa Branca não respondeu a e-mail do Times que pedia esclarecimentos sobre o objetivo da visita, como ela foi organizada, se o presidente tinha ciência da mesma e se isso suscitaria dúvidas quanto a conflitos de interesse. A administração não informou se Trump assinou termo de isenção de conflito de interesses para Musk.

Poderes (quase) ilimitados

Após a publicação da reportagem, Sean Parnell, o principal porta-voz do Departamento de Defesa, afirmou, em comunicado: “O Departamento de Defesa está entusiasmado em receber Elon Musk no Pentágono na sexta-feira. Ele foi convidado pelo secretário Hegseth e está apenas visitando.”

O encontro ressalta o duplo papel extraordinário desempenhado por Musk, que, além de ser o homem mais rico do mundo, recebeu amplos poderes do presidente Trump.

Musk possui autorização de segurança e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, pode decidir quem tem acesso às informações sobre o plano. Entretanto, compartilhar muitos detalhes técnicos com Musk é questão à parte.

De acordo com os oficiais, o secretário Hegseth, o almirante Christopher W. Grady, presidente interino do Estado-Maior Conjunto, e o almirante Samuel J. Paparo, comandante do Comando Indo-Pacífico, estão programados para apresentar a Musk os detalhes do plano dos EUA para conter a China em caso de conflito militar.

Planos operacionais para contingências importantes, como uma guerra com a China, são extremamente complexos para quem não possui vasta experiência em planejamento militar. Devido à sua natureza técnica, geralmente, os presidentes recebem apenas os contornos gerais do plano e não o documento completo. Ainda não está claro quantos detalhes Musk desejará ou precisará conhecer.

Segundo autoridades próximas ao assunto, Hegseth recebeu parte da apresentação sobre o plano de guerra contra a China na semana passada e outra parte na quarta-feira (19).

Não ficou claro qual foi o motivo para conceder a Musk uma apresentação tão sensível. Ele não faz parte da cadeia de comando militar, nem é conselheiro oficial de Trump em questões militares relacionadas à China.

Entretanto, existe possível razão para que o bilionário precise conhecer certos aspectos do plano de guerra. Se Musk e sua equipe de redução de custos do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) pretendem cortar o orçamento do Pentágono de forma responsável, eles podem necessitar saber quais sistemas de armas o Pentágono planeja utilizar em eventual conflito com a China, explana o Times.

Por exemplo, considere os porta-aviões. Reduzir a produção futura desses navios poderia economizar bilhões de dólares, recursos que poderiam ser investidos em drones ou outras armas. Contudo, se a estratégia de guerra dos EUA depende do uso inovador dos porta-aviões para surpreender a China, desativar navios existentes ou interromper a produção de novos pode comprometer esse plano.

Leia mais:

Preparo para conflito com a China e gastos militares astronômicos

O planejamento para uma guerra com a China tem sido preocupação constante no Pentágono há décadas, muito antes de um confronto com Pequim se tornar opinião consolidada no Congresso. Os Estados Unidos estruturaram suas Forças Aéreas, Marinha e Forças Espaciais — e, mais recentemente, também os seus Marines e Exército — com a possibilidade de conflito com os chineses em mente.

Críticos afirmam que o setor militar investiu demais em sistemas caros e de grande porte, como caças e porta-aviões, e de menos em drones de médio alcance e defesas costeiras. No entanto, para que Musk possa reorientar os gastos do Pentágono, ele precisa saber quais equipamentos o setor militar pretende utilizar e para qual finalidade.

O bilionário já chegou a defender que o Pentágono pare de adquirir itens de alto custo, como os caças F-35, fabricados por um de seus concorrentes na área de lançamentos espaciais, a Lockheed Martin, em programa que custa aos Estados Unidos mais de US$ 12 bilhões (R$ 67,94 bilhões) por ano.

Por outro lado, os amplos interesses empresariais de Musk tornam seu acesso a segredos estratégicos sobre a China uma questão séria, do ponto de vista ético. Autoridades afirmam que as revisões dos planos de guerra contra a China têm dado ênfase à atualização das estratégias de defesa contra ataques espaciais. A China desenvolveu um conjunto de armas capazes de atingir satélites dos EUA.

Embora as constelações de satélites Starlink de baixa órbita, de propriedade de Musk, sejam consideradas mais resilientes do que os satélites convencionais, ele pode ter interesse em saber se os Estados Unidos conseguiriam proteger seus satélites em conflito com os asiáticos.

Participar de uma sessão ultrassecreta sobre a ameaça chinesa, ao lado de alguns dos mais altos funcionários do Pentágono e das Forças Armadas dos EUA, seria oportunidade extremamente valiosa para qualquer contratada de defesa que deseje fornecer serviços ao setor militar.

O líder do DOGE poderia, assim, obter insights sobre novas tecnologias que o Pentágono possa vir a necessitar e que a SpaceX, onde ele continua atuando como CEO, poderia oferecer.

Embora contratadas que trabalham em projetos relacionados ao Pentágono, geralmente, tenham acesso a certos documentos de planejamento de guerra – mas somente após sua aprovação –, executivos individuais, raramente, conseguem acesso exclusivo a altos funcionários do Pentágono para apresentação desse tipo, conforme afirmou Todd Harrison, pesquisador sênior do American Enterprise Institute, que se dedica à estratégia de defesa, ao Times.

“Musk participando de uma apresentação de planejamento de guerra?” afirmou Harrison. “Conceder ao CEO de uma única empresa de defesa um acesso exclusivo pode servir de base para protestos contratuais e configura verdadeiro conflito de interesses.”

A SpaceX já recebe bilhões de dólares do Pentágono e de agências de inteligência para ajudar os Estados Unidos a construir novas redes de satélites militares, com o objetivo de enfrentar as crescentes ameaças militares da China. A empresa espacial lança a maioria desses satélites militares a bordo de seus foguetes Falcon 9, que decolam de bases militares estabelecidas pela empresa na Flórida (EUA) e na Califórnia (EUA).

Além disso, a empresa já recebeu centenas de milhões de dólares do Pentágono, que, atualmente, depende fortemente da rede de comunicações via satélite da Starlink (cuja dona é a SpaceX) para transmitir dados de militares ao redor do mundo.

Retrato de Trump e Musk.
Elon Musk, dono de seis empresas, incluindo a Tesla, garantiu US$ 13 bilhões em contratos federais nos últimos cinco anos. Com Trump no poder, sua influência no governo só cresce (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Em 2024, a SpaceX foi contemplada com, aproximadamente, US$ 1,6 bilhão (R$ 9,05 bilhões) em contratos com a Força Aérea. Esse valor não inclui os gastos classificados que o Escritório Nacional de Reconhecimento investe na empresa para a construção de nova constelação de satélites de baixa órbita, destinada a espionagem contra a China, Rússia e outras adversárias.

Trump já propôs a criação de novo sistema militar, denominado Golden Dome, sistema de defesa antimísseis baseado no Espaço que remete às iniciativas do presidente Ronald Reagan (cujo sistema “Star Wars” nunca foi totalmente concretizado).

A percepção de ameaças de mísseis vindos da China — seja de armas nucleares, mísseis hipersônicos ou mísseis de cruzeiro — foi um dos principais motivos que levaram Trump a assinar ordem executiva recente, instruindo o Pentágono a iniciar os trabalhos sobre o Golden Dome.

Mesmo o simples planejamento e construção dos primeiros componentes do sistema deverá custar dezenas de bilhões de dólares, segundo autoridades do Pentágono, o que, provavelmente, abrirá grandes oportunidades de negócio para a SpaceX, que já fornece lançamentos de foguetes, estruturas de satélites e sistemas de comunicação de dados baseados no Espaço, todos necessários para o Golden Dome.

Em paralelo, Musk tem sido alvo de investigações conduzidas pelo auditor-geral do Pentágono sobre possíveis descumprimentos relacionados à sua autorização de segurança ultrassecreta.

Essas investigações tiveram início no ano passado, após reclamações de funcionários da SpaceX junto a órgãos governamentais, que alegaram que Musk e outros membros da empresa não estariam reportando, adequadamente, contatos ou conversas com líderes estrangeiros.

Antes do final da administração Biden, autoridades da Força Aérea iniciaram sua própria revisão, após questionamentos de senadores democratas, que afirmaram que Musk não estava cumprindo os requisitos para a autorização de segurança.

De fato, a Força Aérea havia negado pedido de Musk para obter autorização de segurança de nível ainda mais elevado, o chamado Special Access Program – destinado a programas ultrassecretos –, alegando riscos de segurança associados ao bilionário.

A importância da SpaceX para o Pentágono chegou a tal ponto que o governo chinês passou a considerar a empresa uma extensão das Forças Armadas dos Estados Unidos.

Um artigo, intitulado “Militarização do Starlink e Seu Impacto na Estabilidade Estratégica Global”, foi publicado no ano passado por uma universidade chinesa de defesa, conforme tradução realizada pelo Center for Strategic and International Studies.

Além disso, Musk e Tesla – empresa de veículos elétricos sob seu controle – mantêm forte dependência da China, onde opera uma das principais fábricas da montadora, em Xangai. Inaugurada em 2019, essa instalação de última geração foi construída com autorização especial do governo chinês e, atualmente, responde por mais da metade das entregas globais da Tesla.

No ano passado, a empresa informou, em registros financeiros, que possuía acordo de empréstimo de US$ 2,8 bilhões (R$ 15,85 bilhões) com bancos chineses para despesas de produção.

Em público, Musk tem evitado críticas a Pequim e demonstrado disposição para colaborar com o Partido Comunista Chinês. Em 2022, ele escreveu coluna para a revista da Administração do Ciberespaço da China – órgão de censura do país – enaltecendo suas empresas e suas missões de aprimorar a humanidade.

Nesse mesmo ano, o bilionário afirmou ao The Financial Times que a China deveria receber algum controle sobre Taiwan, sugerindo a criação de “zona administrativa especial para Taiwan que fosse razoavelmente aceitável”, comentário que irritou políticos da ilha independente. Na mesma entrevista, Musk também destacou que Pequim exigiu garantias de que ele não venderia a Starlink na China.

No ano seguinte, durante conferência de tecnologia, Musk chegou a se referir à ilha democrática como “parte integrante da China que, de forma arbitrária, não faz parte da China”, comparando a situação entre Taiwan e China à relação entre Havaí e Estados Unidos.

No X, que ele mesmo administra, Musk, frequentemente, elogia a China, afirmando que o país é, “de longe”, líder mundial em veículos elétricos e energia solar, além de elogiar seu programa espacial por ser “muito mais avançado do que se imagina”. Ele também tem incentivado visitas ao país e manifestado abertamente sua crença em aliança inevitável entre Rússia e China.

O post Musk está pronto para acessar planos dos EUA para possível guerra com a China apareceu primeiro em Olhar Digital.

Foto-da-Lua-tirada-pela-China-National-Space-Administration-CNSA-1024x539

Lado oculto da Lua já foi um oceano de magma, revela China

Pesquisadores analisaram amostras coletadas pela missão chinesa Chang’e 6 e revelaram informações importantes sobre a história da Lua. O satélite natural da Terra pode ter sido coberto por um oceano de magma durante sua formação.

A missão, lançada em maio de 2024, pousou no Polo Sul lunar, na região conhecida como lado oculto da Lua. Ela retornou com cerca de 2 quilos de amostras inéditas para estudos.

Cientistas da Academia de Ciências Geológicas da China receberam parte desse material e publicaram um artigo sobre a formação lunar e seu período de oceano magmático. Essa parcela da história durou por dezenas a centenas de milhões de anos até que o astro esfriasse.

O grupo estudou fragmentos de basalto de 2,8 bilhões de anos que indicam a presença de lava. Com isso, descobriram que essas rochas são similares em composição aos basaltos de baixo teor de titânio coletados anteriormente pelas missões Apollo, da NASA, no lado próximo da Lua.

Imagem tirada com a câmera panorâmica do módulo de pouso da sonda Chang’e-6 divulgada pela Administração Espacial Nacional da China (CNSA).(Imagem: CNSA)

Um modelo incompleto sobre a formação da Lua

Anteriormente, havia um modelo de oceano de magma com base em amostras do lado próximo lunar. Essa representação propõe que a Lua recém-nascida passou por um evento de derretimento global.

Após o esfriamento, essa lava se cristalizou e minerais mais densos flutuaram para a superfície, formando a crosta lunar. Enquanto isso, minerais mais densos afundaram e estruturam o manto.

O derretimento restante, enriquecido com elementos incompatíveis, formou uma camada chamada de KREEP. O nome deriva das iniciais de seus principais elementos, o potássio (K), terras raras (REE) e fósforo (P).

“Nossa análise mostrou que a camada KREEP também existe no lado distante da lua. A similaridade na composição de basalto entre os lados distante e próximo indica que um oceano global de magma pode ter abrangido a lua inteira”, disse Che Xiaochao, pesquisador associado do instituto, em um comunicado.

Ilustração do Polo Sul-Aitken da Lua feita com dados da sonda JAXA's Kaguya
Ilustração do Polo Sul-Aitken da Lua feita com dados da sonda JAXA’s Kaguya.
(Imagem: Ittiz / Wikimedia Commons)

No entanto, durante décadas, o modelo esteve incompleto. “Sem amostras do outro lado, era como resolver um quebra-cabeça com metade das peças faltando”, disse Liu Dunyi, pesquisador sênior do instituto.

Os materiais recolhidos pelas missões Apollo e os da Chang’e 6 se diferenciam em relação à quantidade de isótopos de urânio e chumbo. Para explicar isso, os cientistas propõem que o impacto gigantesco que formou a bacia do Polo Sul-Aitken na Lua, com aproximadamente 2,5 mil quilômetros de largura, há cerca de 4,2 bilhões de anos, modificou as propriedades químicas e físicas do manto nessa região.

“Em outras palavras, a Lua já foi coberta por um oceano global de magma, mas bombardeios posteriores de asteroides causaram diferentes processos de evolução nos lados próximo e distante”, explicou o pesquisador Long Tao.

Missões Chang’e expandem pesquisa lunar

A Chang’e 6 foi a segunda missão chinesa a trazer material lunar para a Terra. Sua antecessora, Chang’e 5 recolheu fragmentos do lado próximo da Lua em 2020.

Atualmente, o programa espacial já está na Chang’e 7 e a agência chinesa pretende lançar a sonda Chang’e 8 por volta de 2028. Seu objetivo é realizar experimentos sobre a utilização dos recursos lunares.

Até 2035, espera-se que Chang’e 7 e Chang’e 8 constituam juntas o modelo básico da Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS). Ela será um centro para engenheiros, um laboratório para cientistas e um espaço de desenvolvimento para talentos internacionais que pesquisam o espaço profundo, segundo define a agência espacial.

Pesquisas futuras podem trazer melhor compreensão para a origem e formação lunar e muito além disso. “Estudar o histórico de impacto da Lua nos ajuda a entender o passado da Terra, que foi obscurecido por atividades tectônicas”, conclui Long.

O post Lado oculto da Lua já foi um oceano de magma, revela China apareceu primeiro em Olhar Digital.

Fission-Surface-Power-nasa2-1024x1024

China aponta defeitos em reator nuclear lunar da NASA

Engenheiros nucleares chineses afirmam ter encontrado problemas no projeto Fission Surface Power (FSP), o futuro reator lunar da NASA. Segundo eles, pequenos ajustes poderiam aumentar a eficiência do sistema em 75%, melhorando a produção de energia e a durabilidade.

O reator FSP faz parte dos planos da agência espacial dos EUA para bases sustentáveis na Lua e foi concebido sem o uso de moderadores de nêutrons. Ele foi projetado para funcionar de forma autônoma, garantindo energia mesmo durante as longas noites lunares, que duram cerca de duas semanas. A expectativa era que o sistema fornecesse 40 quilowatts de energia – suficiente para abastecer 30 casas por uma década.

Para operar nesse ambiente hostil, o reator utilizaria barras cilíndricas de urânio altamente enriquecido e uma proteção espessa de berílio contra a radiação intensa. No entanto, os engenheiros chineses apontam que o combustível nuclear se expande com o tempo, limitando a vida útil do reator a oito anos.

Impressão artística do Fission Surface Power, sistema de energia de superfície de fissão planejado pela NASA. Crédito: NASA

Outro ponto crítico está no sistema de controle de reatividade. O FSP da NASA usa tambores de controle de um único caminho, o que, segundo a equipe chinesa, reduz as opções de segurança. O reator também não conta com mecanismos redundantes de desligamento, o que pode aumentar os riscos operacionais.

Leia mais:

Chineses apostam em design mais eficiente

Os pesquisadores da Corporação Nuclear Nacional da China (CNNC) propõem um novo modelo de reator lunar, publicado na revista científica Atomic Energy Science and Technology. O projeto se inspira no TOPAZ-II, um reator soviético dos anos 1980, e introduz melhorias que prometem aumentar a eficiência e a segurança.

Uma das principais diferenças é o uso de barras de combustível em formato anular e moderadores de hidreto de ítrio. Essa configuração permite uma melhor dissipação de calor e um controle mais eficiente da reação nuclear. Além disso, o hidreto de ítrio é mais estável em temperaturas extremas, reduzindo riscos de falha.

Outra vantagem do reator chinês seria o menor consumo de combustível. Enquanto o modelo da NASA precisa de 70 kg de urânio-235, o design chinês requer apenas 18,5 kg, convertendo nêutrons rápidos em nêutrons térmicos com mais eficiência. Isso significa um reator mais leve e econômico para futuras missões lunares.

lua
Representação artística de um sistema de energia na Lua. Energia segura, eficiente e confiável será fundamental para a futura exploração robótica e humana do satélite. Crédito: NASA

Pequenos avanços podem colocar China à frente

O sistema chinês também usa um resfriamento duplo com metal líquido (NaK-78), que mantém a temperatura abaixo de 600°C e melhora a estabilidade do reator. Para segurança, o projeto inclui três hastes de carboneto de boro e oito tambores de controle rotativos, garantindo um desligamento seguro em caso de emergência.

Com essas inovações, o reator chinês pode operar por mais de 10 anos com alta eficiência e menos riscos. Além disso, suas hastes de combustível podem ser fabricadas rapidamente por grandes empresas, incluindo a americana Westinghouse.

Conforme destaca o South China Morning Post, enquanto a China avança, a NASA enfrenta cortes orçamentários e atrasos no programa Artemis, sua principal iniciativa para o retorno à Lua. Se os chineses conseguirem implementar suas melhorias antes dos norte-americanos, podem garantir uma vantagem estratégica na corrida por bases lunares permanentes.

O post China aponta defeitos em reator nuclear lunar da NASA apareceu primeiro em Olhar Digital.

huawei_harmony_os_2-1024x683

Huawei vai lançar primeiro smartphone dobrável sem Android; veja imagem

Um novo vazamento, confirmado pelo próprio Diretor do Conselho da marca, traz imagens e mostra que a Huawei vai lançar um celular dobrável inovador, que se destaca por ser o primeiro modelo do segmento a utilizar o sistema HarmonyOS Next, em vez do tradicional Android. Com um design compacto e uma tela externa secundária, o dispositivo promete uma experiência única de uso.

O aparelho, que faz parte da linha pura da Huawei, apresenta um formato inédito, com proporções de tela mais largas (16:10), ampliando as opções de visualização. Esse novo design é esperado para proporcionar uma experiência distinta tanto na aparência quanto nas funcionalidades.

Detalhes do novo modelo da Huawei

A Huawei também investe em câmeras de alta performance, com lentes ultrawide e telefoto, capazes de realizar zoom de até 10x, além de recursos de inteligência artificial.

A maior novidade, porém, é o sistema HarmonyOS Next, que visa garantir maior independência da Google, proporcionando integração mais eficiente entre hardware e software. O novo dispositivo promete ainda suportar colaboração entre diferentes gadgets da marca, aproveitando ao máximo as capacidades do sistema.

HarmonyOS Next visa garantir maior independência da Google, proporcionando integração mais eficiente entre hardware e software (Imagem: muhamad mizan bin ngateni/Shutterstock)

Apesar do impacto positivo da novidade, a Huawei ainda não revelou quando o dispositivo será lançado no mercado brasileiro, embora já tenha agendado um evento para o dia 20 de março, onde serão apresentados outros produtos com o HarmonyOS Next.

Leia mais:

Com este lançamento, a Huawei se posiciona como uma nova figura na inovação de smartphones dobráveis, apostando em um sistema exclusivo. A expectativa é que o modelo amplie as fronteiras da tecnologia móvel, oferecendo aos usuários uma experiência mais integrada e personalizada.

huawei
(Imagem: Tada Images/Shutterstock)

Último lançamento da Huawei

Huawei lançou, em fevereiro, seu smartphone triplo fora da China: o Mate XT. Com o preço inicial de US$ 3.660 (R$ 20,8 mil), o aparelho chamou atenção por ser o primeiro telefone trifold, com dois pontos nos quais pode ser dobrado para exibir conteúdo em uma tela única, dupla ou tripla.

O painel de resolução 3K tem 10,2 polegadas quando aberto por inteiro, mas também funciona em formato compacto de 6,4 polegadas ou com apenas duas telas, chegando a 7,9 polegadas.

A estrutura adota materiais fluidos não newtonianos (que não sofrem deformação) e vidro UTG grande (desenvolvido para uso em aparelhos dobráveis), o que torna a tela 30% mais resistente a impactos, segundo a marca.

O sistema operacional é o EMUI 14.2, da própria Huawei, que não suporta aplicativos nativos da Google desde 2019 por sanções aplicadas pelo governo. O smartphone vendido internacionalmente terá 16 GB de RAM e 1 TB de armazenamento interno.

O post Huawei vai lançar primeiro smartphone dobrável sem Android; veja imagem apareceu primeiro em Olhar Digital.

sol_artificial_2

Como os EUA estão perdendo a corrida do “Sol artificial” para a China

China e EUA estão em uma corrida para desenvolver a primeira usina de fusão nuclear em escala de rede. Após décadas de liderança estadunidense, a China vem se aproximando, investindo o dobro dos recursos e construindo projetos em velocidade recorde.

Frequentemente chamada de “santo graal” da energia limpa, a fusão nuclear produz quatro vezes mais energia por quilograma de combustível do que a fissão nuclear tradicional e quatro milhões de vezes mais do que a queima de carvão, sem emitir gases de efeito estufa ou gerar resíduos radioativos de longa duração.

Se tudo correr conforme o planejado, o mercado pode ultrapassar US$ 1 trilhão (R$ 5,68 trilhões, na conversão direta) até 2050, segundo a Ignition Research. Mas existe um grande obstáculo: “O único reator de fusão em funcionamento no Universo, no momento, são as estrelas”, afirmou Dennis Whyte, professor de ciência e engenharia nuclear no MIT, à CNBC.

Imagem de satélite de grande projeto nuclear em Mianyang (China), que parece incluir quatro compartimentos de laser apontando para uma cúpula de contenção do tamanho aproximado de um campo de futebol, quase duas vezes maior que a Instalação Nacional de Ignição e Fusão dos EUA (Imagem: Laboratórios Planetários PBC)

EUA, China e a luta pela fusão nuclear

  • Os EUA foram pioneiros na utilização em larga escala da fusão com o teste da bomba de hidrogênio em 1952;
  • Nos mais de 70 anos seguintes, cientistas do mundo todo têm lutado para dominar as reações de fusão e convertê-las em energia elétrica;
  • As reações de fusão ocorrem quando os átomos de hidrogênio atingem temperaturas tão extremas que se fundem, formando gás superaquecido conhecido como plasma;
  • A massa “perdida” durante esse processo pode, em teoria, ser convertida em enormes quantidades de energia, mas controlar o plasma é um desafio;
  • Um dos métodos mais populares utiliza ímãs poderosos para suspender e controlar o plasma dentro de um tokamak – dispositivo metálico com formato de uma rosquinha;
  • Outra abordagem emprega lasers de alta energia direcionados a um pellet de combustível do tamanho de uma pimenta-do-reino, comprimindo-o e fazendo-o implodir rapidamente.

Foi dessa forma que os EUA alcançaram a histórica ignição da fusão, gerando energia líquida positiva no Lawrence Livermore National Ignition Facility (NIF) em 2022.

Desde então, o investimento privado em startups de fusão nos Estados Unidos disparou para mais de US$ 8 bilhões (R$ 45,47 bilhões) – salto significativo em relação aos US$ 1,2 bilhão (R$ 6,82 bilhões) investidos em 2021, de acordo com a Fusion Industry Association (FIA). Das 40 empresas associadas à FIA, 25 estão sediadas nos EUA.

Enquanto isso, a energia nuclear tradicional – baseada na fissão – também tem atraído grandes investimentos, impulsionada pelas gigantes da tecnologia que buscam suprir a crescente demanda de energia dos data centers de inteligência artificial (IA). Empresas, como Amazon, Google e Meta, se comprometeram a triplicar a energia nuclear mundial até 2050.

“Se você se importa com a IA e com a liderança em energia, precisa investir em fusão”, declarou Andrew Holland, CEO da FIA. “Se os Estados Unidos não liderarem, a China o fará.”

Apesar de os EUA terem a maior quantidade de usinas nucleares ativas, a China lidera em termos de novos projetos. Mesmo tendo iniciado a construção de seu primeiro reator quase quatro décadas depois dos EUA, o país asiático, agora, constrói muito mais usinas de fissão do que qualquer outra nação.

A entrada da China na corrida da fusão se deu no início dos anos 2000 – cerca de 50 anos após os EUA – quando o país se juntou a mais de 30 nações no megaprojeto ITER, sediado na França. Contudo, o ITER tem enfrentado grandes atrasos.

Embora a competição se dê entre países, o setor privado estadunidense ainda lidera. Dos US$ 8 bilhões (R$ 45,47 bilhões) investidos globalmente em fusão, US$ 6 bilhões (R$ 34,1 bilhões) estão concentrados nos EUA, segundo a FIA.

Entre as startups, a Commonwealth Fusion Systems, originada no MIT, arrecadou quase US$ 2 bilhões (R$ 11,36 bilhões) de investidores, como Bill Gates, Jeff Bezos e Google.

A Helion, com sede em Washington (EUA), captou US$ 1 bilhão (R$ 5,68 bilhões) de investidores, entre eles, Sam Altman, da OpenAI, e firmou acordo ambicioso com a Microsoft para levar energia de fusão à rede elétrica até 2028. Já a TAE Technologies, apoiada pelo Google, levantou US$ 1,2 bilhão (R$ 6,82 bilhões).

Quem possui energia abundantemente ilimitada pode impactar tudo o que se imaginar”, afirmou Michl Binderbauer, CEO da TAE Technologies. “Isso é assustador se cair em mãos erradas.”

No que diz respeito ao financiamento público, a China está muito à frente. Pequim investe cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 8,52 bilhões) por ano no setor, enquanto os repasses federais dos EUA para a fusão têm girado em torno de US$ 800 milhões (R$ 4,54 bilhões) anuais nos últimos anos, conforme dados do Office of Fusion Energy Sciences do Departamento de Energia dos EUA.

O apoio presidencial também variou. Durante o primeiro mandato de Donald Trump, houve impulso ao suporte nuclear – inclusive para a fusão – e essa tendência continuou sob o governo do ex-presidente Joe Biden. Contudo, o cenário para o segundo mandato de Trump permanece incerto, especialmente em meio à redução maciça dos investimentos federais.

Senadores e especialistas em fusão dos EUA publicaram, em fevereiro, relatório que pedia US$ 10 bilhões (R$ 56,84 bilhões) em fundos federais para evitar que o país perdesse sua liderança.

Porém, os EUA podem já ter perdido vantagem no quesito tamanho dos reatores. Em geral, quanto maior a área do reator, mais eficiente é o aquecimento e confinamento do plasma, aumentando as chances de se obter energia líquida positiva.

Imagens de satélite, fornecidas à CNBC pela Planet Labs, mostram a rápida construção de enorme complexo de fusão a laser na China. A cúpula de contenção, onde ocorrerá a reação de fusão, tem, aproximadamente, o dobro do tamanho do NIF, projeto estadunidense de fusão a laser, conforme informou Decker Eveleth, da CNA Corporation. Segundo Holland, a instalação chinesa provavelmente funcionará como híbrido de fusão-fissão.

“Um híbrido de fusão-fissão é como replicar uma bomba, mas como usina elétrica. Isso nunca funcionaria nem seria permitido em um país como os Estados Unidos, onde o regime regulatório exige rigorosos padrões de segurança”, explicou Holland. “Mas, em um contexto como o da China, onde as opiniões locais têm menos peso, se o governo decidir, a obra segue.”

O projeto nacional de tokamak da China, o EAST, tem batido recordes, disputando com o projeto WEST, da França, pelo tempo mais longo de contenção de plasma em um reator – embora esse feito seja menos impactante do que atingir energia líquida positiva.

Outro grande projeto financiado pelo Estado, o CRAFT, deverá ser concluído ainda este ano. Com investimento de US$ 700 milhões (R$ 3,97 bilhões) em espaço de 40 hectares no leste do país, o CRAFT também abrigará um novo tokamak, o BEST, que deve ser finalizado em 2027.

Segundo Holland, o projeto CRAFT da China segue plano estadunidense publicado por centenas de cientistas em 2020. “O Congresso não fez nada para investir os recursos necessários para colocar isso em prática. Nós publicamos o plano e, os chineses, então, o construíram”, afirmou.

Além disso, a startup estadunidense Helion informou à CNBC que alguns projetos chineses estão copiando seus designs patenteados. “Na China, estamos vendo agências estatais investindo em empresas para replicar os projetos de empresas estadunidenses”, comentou David Kirtley, fundador e CEO da Helion.

Tokamak SPARC da Commonwealth Fusion Systems
Tokamak SPARC da Commonwealth Fusion Systems; ele está programado para usar ímãs supercondutores para atingir a ignição por fusão em 2027 (Imagem:
Sistemas de fusão da Commonwealth)

Leia mais:

O rápido lançamento dos novos projetos de fusão na China ocorre em momento em que os esforços nos EUA se concentram, principalmente, na modernização de instalações já existentes – algumas com mais de 30 anos.

Ninguém quer trabalhar com máquinas obsoletas”, afirmou Binderbauer, da TAE, acrescentando que novos projetos atraem mais talentos e que isso tem causado uma espécie de “fuga de cérebros”. Nos anos 2000, cortes nos orçamentos de pesquisa em fusão obrigaram universidades estadunidenses a interromper a construção de novos equipamentos, enviando pesquisadores para aprender com os equipamentos de outros países, inclusive dos chineses.

“Em vez de construir novos reatores, fomos para a China e ajudamos a construir os deles, pensando: ‘Que ótimo, eles terão a instalação e nós aprenderemos’”, comentou Bob Mumgaard, cofundador e CEO da Commonwealth Fusion Systems. “Mas isso foi um grande erro.

Atualmente, a China detém o maior número de patentes em fusão e possui dez vezes mais doutorados em ciência e engenharia de fusão do que os EUA, conforme relatório da Nikkei Asia. “Há um número finito de profissionais qualificados no Ocidente para os quais todas as empresas concorrem”, afirmou Binderbauer, ressaltando que isso representa uma limitação fundamental.

Além da mão de obra, os projetos de fusão exigem enorme quantidade de materiais, como ímãs de alta potência, metais específicos, capacitores e semicondutores de potência. Kirtley, da Helion, comentou que o cronograma do mais recente protótipo da empresa, o Polaris, foi determinado pela disponibilidade de semicondutores.

A China também está se movendo para dominar a cadeia de suprimentos desses materiais, seguindo estratégia semelhante à que a ajudou a conquistar liderança em painéis solares e baterias para veículos elétricos. “A China está investindo dez vezes mais do que os EUA em desenvolvimento de materiais avançados. Precisamos mudar isso”, afirmou Kirtley.

A empresa de fusão Energy Singularity, sediada em Xangai (China), afirmou à CNBC que se beneficia “indubitavelmente” da cadeia de suprimentos eficiente da China. Em junho, a Energy Singularity divulgou que conseguiu criar plasma em tempo recorde, apenas dois anos após iniciar o projeto do seu tokamak.

Apesar dos avanços, ainda estamos longe de alcançar a fusão nuclear em escala comercial. A Helion pretende ser a primeira, com meta para 2028, enquanto a Commonwealth anunciou um local na Virgínia (EUA) para inaugurar a primeira usina de fusão, a ARC, no início dos anos 2030.

“Mesmo que os primeiros reatores sejam instalados nos EUA, não devemos nos acomodar”, ressaltou o professor Whyte, do MIT. “O verdadeiro objetivo é ter uma indústria de fusão madura, produzindo energia para ser utilizada globalmente, inclusive em centros de IA.”

O post Como os EUA estão perdendo a corrida do “Sol artificial” para a China apareceu primeiro em Olhar Digital.