GLM Digital: Seu portal para um universo de descobertas online. Navegue por uma seleção cuidadosamente curada de produtos que inspiram e facilitam o seu dia a dia. Mais que uma loja, somos um ponto de encontro digital onde qualidade, variedade e uma experiência de compra intuitiva se unem para transformar seus desejos em realidade, com a conveniência que só o online pode oferecer.
Os altos e baixos fazem parte da vida. E quando estamos não estamos bem, o choro pode vir como uma descarga das emoções, resultando em uma sensação de alívio. Mas, infelizmente, essa leveza pode vir acompanhada de uma dor de cabeça bem específica que acontece depois de chorar. E a ciência explica por que isso acontece.
As lágrimas se subdividem em três categorias: basais, reflexas e emocionais. As basais servem como lubrificantes naturais para as córneas e as reflexas caem em resposta a algum componente alérgeno, como a fumaça, por exemplo. E as mais intrigantes são as emocionais, derramadas quando sentimos alguma comoção.
Em artigo publicado na Revista Brasileira de Psicoterapia, as autoras relatam algumas respostas fisiológicas químicas que acontecem no ato de chorar e por que as lágrimas emocionais podem ser tão importantes.
Estas contém hormônios, entre as quais prolactina e serotonina, que também são secretados por outros órgãos como uma resposta ao estresse. Além disso, eliminam mais quantidade de potássio e de magnésio, elementos que agem como toxinas. Assim, lágrimas emocionais podem ter um impacto positivo na saúde física e psicológica do corpo humano, aliviando os efeitos do estresse.
Betina Lejderman e Sofia Bezerra.
Por que temos dor de cabeça depois de chorar?
A dor de cabeça depois de chorar está intimamente ligada com o estado emocional negativo da pessoa. Numa situação de estresse, por exemplo, o corpo libera um hormônio chamado cortisol. Ele ativa neurotransmissores no cérebro, os mensageiros químicos, que desencadeiam sensações físicas nada agradáveis.
O choro é uma das formas mais antigas de expressão humana, tendo surgido inclusive antes da fala. (Reprodução: Solving Healthcare/Unsplash)
Um dos neurotransmissores ativados neste caso é a acetilcolina, que desempenha papel fundamental no controle das secreções glandulares, como a saliva e o suor, bem como no sistema nervoso central e periférico. Essa substância também controla as glândulas lacrimais – que ficam posicionadas logo abaixo das sobrancelhas – produzindo as lágrimas.
Sendo assim, o ato de chorar causa uma contração nos músculos da cabeça e pescoço. Ou seja, quanto mais longa for uma crise de choro, mais tensão corporal existirá. Além disso, há uma pressão e congestão nos seios da face, causando dores na região, produção de muco e posteriormente entupimento do nariz.
Um estudo feito na Universidade Metropolitana de Santos corrobora essa análise, pois estudou o choro como um fator desencadeador de enxaqueca e cefaleia tensional – a dor geralmente mais comum que causa uma sensação de pressão ou aperto na cabeça.
Imagem: geargodz / iStock
Entre homens e mulheres, 163 pessoas participaram do estudo que foi conduzido por meio de questionários e avaliações pessoais. Uma das exigências é que estas pessoas tivessem pelo menos uma crise de dor de cabeça por mês pelo período mínimo de um ano.
Mais da metade dos entrevistados, 55,2% da amostra, consideraram o choro como um gatilho para a dor de cabeça. Desse grupo, 62 pessoas apresentaram enxaqueca e 28 apresentaram cefaleia tensional durante o estudo.
Para melhorar a dor de cabeça depois de chorar, é indicado que se faça compressas quentes ou mesmo tome um banho morno, pois a temperatura mais elevada ajuda a distensionar a musculatura. Massagear a região da cabeça e face com movimentos circulares também deve ajudar.
A ideia de que plantas “choram” e afastam mariposas pode parecer poética e intrigante, mas será que tem algum fundo de verdade? A ciência está começando a desvendar os segredos da comunicação vegetal, revelando um mundo complexo de sinais químicos e bioacústicos.
O que dizem as plantas, será que choram em silêncio? E o que pensar sobre as mariposas que evitam plantas “estressadas”? Para responder esses questionamentos, precisamos voltar para 2019, quando pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, surpreenderam o mundo com uma pesquisa singular.
O estudo publicado detectou sons ultrassônicos emitidos por plantas de tomate e tabaco em situações de estresse, como falta de água ou poda. Esses sons, inaudíveis para o ouvido humano, seriam uma forma de comunicação entre as plantas ou um sinal de seu estado de sofrimento.
É importante ressaltar que essa pesquisa ainda é recente e controversa. Alguns cientistas questionam a metodologia utilizada e a interpretação dos resultados. No entanto, o estudo abre portas para novas investigações sobre a comunicação vegetal e a possibilidade de que as plantas emitam sinais de “choro” em situações de estresse.
Mariposas evitam depositar ovos nas que emitam “sons de estresse”
Outro estudo interessante, publicado na revista Science em 2023, revelou que mariposas fêmeas evitam colocar seus ovos em plantas que emitem “sons de estresse”. Pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst, nos Estados Unidos, descobriram que plantas de repolho, quando atacadas por lagartas, emitem vibrações que se propagam pelo ar e são percebidas por outras plantas. Essas vibrações servem como um sinal de alerta, induzindo as plantas vizinhas a produzir substâncias químicas de defesa.
As mariposas, por sua vez, são capazes de detectar esses “sons de estresse” e evitam colocar seus ovos nas plantas que os emitem, buscando plantas mais saudáveis para suas larvas. Essa descoberta demonstra que as plantas não apenas se comunicam entre si, mas também são capazes de interagir com outros organismos através de sinais bioacústicos.
Mas o que significa tudo isso?
As mariposas são capazes de detectar os sons das plantas (Imagem: Pixamio / Pixabay)
As pesquisas sobre a comunicação vegetal ainda estão em seus estágios iniciais, mas já revelam um mundo fascinante de interações complexas entre as plantas e o ambiente.
A possibilidade de que as plantas emitam sinais de “choro” em situações de estresse e que as mariposas evitem plantas “estressadas” nos leva a questionar nossa compreensão sobre a inteligência vegetal e a importância da comunicação no mundo natural.
Também devemos lembrar que as plantas são seres vivos complexos, capazes de sentir e responder a estímulos do ambiente. A comunicação vegetal é apenas uma das muitas formas pelas quais as plantas interagem entre si e com outros organismos.
Ao desvendar os segredos da comunicação vegetal, podemos aprender mais sobre a natureza e talvez até mesmo encontrar novas formas de aplicar esse conhecimento em áreas como a agricultura e a medicina.
Há um debate acalorado na comunidade científica sobre a interpretação dos resultados e as metodologias utilizadas. Um dos principais problemas é a tendência de antropomorfizar as plantas, ou seja, atribuir-lhes características e comportamentos humanos, como “choro”, “inteligência” e “consciência”.
Essa visão pode levar a interpretações errôneas dos resultados e dificultar a compreensão da complexidade da comunicação vegetal. As plantas são organismos vivos com suas próprias formas de sentir e responder ao ambiente, que são diferentes das dos humanos e dos animais.
As pesquisa sobre comunicação vegetal apresentam um grande potencial para revolucionar a agricultura (Imagem: oticki / Shutterstock)
As metodologias utilizadas em algumas pesquisas sobre comunicação vegetal são questionadas por outros cientistas. Há dúvidas sobre a precisão dos equipamentos utilizados para detectar os sinais emitidos pelas plantas, a forma como os experimentos são conduzidos e a interpretação dos resultados.
Alguns cientistas argumentam que os sons ultrassônicos detectados em plantas estressadas podem ser apenas ruídos aleatórios ou vibrações causadas por fatores externos, e não necessariamente uma forma de comunicação.
A cavitação x choro das plantas
A cavitação é um fenômeno físico que ocorre quando a pressão em um líquido diminui, fazendo com que bolhas de vapor se formem e “implodam”. Esse processo libera energia na forma de ondas de pressão, que podem ser detectadas como sons.
Em plantas, a cavitação pode ocorrer no xilema, tecido responsável por transportar água e nutrientes das raízes para as folhas. Quando a planta está sob estresse hídrico, a pressão dentro do xilema diminui, o que pode levar à formação de bolhas de vapor e à cavitação.
É possível que a cavitação seja um dos mecanismos responsáveis pelos sons ultrassônicos detectados em plantas em situações de estresse. As bolhas de vapor, ao implodirem, geram vibrações que se propagam pelos tecidos vegetais e podem ser captadas por equipamentos sensíveis.
No entanto, é importante ressaltar que a pesquisa sobre a comunicação vegetal ainda é um campo em desenvolvimento e controverso. A cavitação é apenas uma das possíveis explicações para os sons emitidos pelas plantas, e outros mecanismos podem estar envolvidos.
Além da cavitação, outras hipóteses para o “choro” das plantas incluem:
Movimento da seiva: o fluxo de água e nutrientes pelo xilema pode gerar vibrações que são detectadas como sons.
Ruptura de células: o estresse hídrico pode levar à ruptura de células vegetais, liberando líquidos e gases que geram sons.
Comunicação acústica: algumas plantas podem ser capazes de se comunicar através de vibrações sonoras, como forma de alertar sobre perigos ou coordenar o crescimento.
Apesar de alguns estudos terem demonstrado a capacidade das plantas de se comunicarem através de sinais químicos e bioacústicos, ainda faltam evidências concretas sobre como esses sinais são produzidos, percebidos e interpretados pelas plantas.
Os mecanismos moleculares e fisiológicos envolvidos na comunicação vegetal ainda são pouco compreendidos, o que dificulta a aceitação generalizada dos resultados.
A inteligência vegetal influencia a forma como as plantas interagem entre si, com outros organismos e com o ambiente. (Imagem: Dan Carlson / Unsplash)
Um dos princípios fundamentais da ciência é a capacidade de replicar os resultados de um estudo. No entanto, algumas pesquisas sobre comunicação vegetal têm apresentado dificuldades em replicar os resultados obtidos por outros cientistas, o que gera dúvidas sobre a validade das descobertas.
As pesquisas sobre comunicação vegetal podem ter aplicações comerciaisem áreas como a agricultura, o que pode gerar conflitos de interesse e influenciar na interpretação dos resultados. A pesquisa científica deve ser conduzida de forma ética e transparente, para evitar que interesses comerciais interfiram na busca pela verdade.
Apesar das controvérsias, esse tipo de pesquisa é um campo promissor que pode revolucionar a nossa compreensão sobre o mundo natural. Entender como as plantas se comunicam entre si e com o ambiente abre portas para o desenvolvimento de novas tecnologias e práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis.
Quais animais podem ouvir o choro das plantas?
É possível que alguns desses animais consigam ouvir o “choro” das plantas. Entre eles, destacam-se: Morcegos: os morcegos utilizam a ecolocalização para se orientar e caçar, emitindo sons ultrassônicos e detectando os ecos que retornam. É possível que eles também sejam capazes de ouvir os sons emitidos pelas plantas. Ratos: os ratos também possuem uma audição mais aguçada que a dos humanos, captando sons em frequências mais altas. Eles podem ser capazes de ouvir o “choro” das plantas e utilizar essa informação para encontrar alimento ou evitar plantas doentes. Mariposas: as mariposas fêmeas evitam colocar seus ovos em plantas que emitem “sons de estresse, que parecem que choram”. Isso sugere que as mariposas ouvem esses sons e se afastam, escolhendo plantas mais saudáveis para suas larvas.
De todo modo, se os estudos mostrarem que as plantas emitem sinais de “estresse” quando estão sob ataque de pragas, doenças ou deficiência de nutrientes, podem ajudar no campo da agricultura. Não é simplesmente saber que as plantas choram e afastam mariposas, por exemplo. Ao monitorar esses sinais, os agricultores podem identificar problemas na lavoura antes que se tornem graves, permitindo uma ação mais rápida e precisa.
Apesar do grande potencial, a aplicação da comunicação vegetal na agricultura ainda enfrenta desafios. É preciso desenvolver tecnologias que permitam monitorar os sinais das plantas de forma precisa e eficiente, além de aprofundar o conhecimento sobre os mecanismos moleculares e fisiológicos envolvidos na comunicação vegetal.
Porém, se as pesquisas avançarem nesse campo, os benefícios serão inúmeros, como equilíbrio dos ecossistemas, resiliência a mudanças climáticas, interação com outros organismos, que são funções exercidas pelas plantas.