A altitude de uma cidade é determinada por sua posição vertical em relação ao nível médio do mar. Por exemplo, no Brasil, a cidade de Santos está a apenas 2 metros acima do nível do mar — praticamente nada, o que é esperado, já que é uma cidade costeira. Já a capital paulista, São Paulo, tem uma elevação de 762 metros. Achou muito? Saiba que isso é pouco comparado à cidade mais alta do mundo.
Com altitudes que ultrapassam os 4.000 metros, esses locais desafiam a fisiologia humana e a infraestrutura moderna. Acima de 2.500 metros, a concentração de oxigênio no ar diminui drasticamente. Quem acompanha futebol na América do Sul certamente já ouviu comentários sobre a dificuldade de jogar em grandes altitudes, e isso não é à toa.
Nesses lugares, os moradores desenvolveram adaptações fisiológicas, como maior volume sanguíneo e pulmões mais eficientes. Mesmo assim, doenças crônicas são comuns.
É no Peru que está La Rinconada, considerada a cidade mais alta do mundo. Situada a 5.100 metros de altitude, o ar lá chega a ser 50% mais rarefeito do que ao nível do mar.
Apesar do título, por ter apenas 50 mil habitantes, muitos não a consideram uma “verdadeira cidade”, mas sim uma vila. Nesse caso, La Rinconada perderia seu posto e poderia ser vista como o “assentamento permanente mais alto do mundo”.
Já a capital mais alta é La Paz, que, de fato, é uma grande metrópole. A capital da Bolívia está a 3.869 metros acima do nível do mar. Em sua região metropolitana, fica El Alto, que, fazendo jus ao nome, está a 4.150 metros de altitude.
A maioria das cidades altas está na América Latina, mas há algumas no Planalto Tibetano, como:
Lhasa, capital do Tibete e coração espiritual do budismo;
Shigatse, segunda maior cidade tibetana.
Como o Tibete é uma região autônoma da China, o recorde de capital nacional mais alta ainda pertence a La Paz.
Viver em grandes altitudes exige resistência física, adaptação cultural e infraestrutura especializada. Muitos desses locais são habitados por povos tradicionais, que cresceram aprendendo a conviver com esse cenário. Mas você conseguiria morar em um lugar assim?
Tem sido cada vez mais comum ouvirmos falar de cidades inteligentes. Este termo foi criado para designar uma cidade que usa a tecnologia para promover o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável.
Mas você sabia que uma cidade brasileira já foi eleita a mais inteligente do mundo? Isso aconteceu no ano de 2023, durante o evento World Smart City Awards, realizado em Barcelona, na Espanha. E aí, tem algum palpite?
Crescimento econômico e inclusão social
A grande vencedora desta premiação foi Curitiba. A capital paranaense foi reconhecida por suas iniciativas em desenvolvimento urbano sustentável. Desde 2018, a cidade vem implementando projetos que promovem o crescimento econômico e a inclusão social.
Curitiba foi eleita a cidade mais inteligente do mundo em 2023 (Imagem: Yes Drone/Shutterstock)
Um exemplo é a transformação de um antigo aterro sanitário em uma usina de energia solar, conhecida como Pirâmide Solar, que agora fornece energia limpa para a cidade. Além disso, as Fazendas Urbanas desempenham um papel crucial na segurança alimentar e na promoção da agricultura urbana.
A capital paranaense também investiu na modernização de sua infraestrutura, com a implementação da tecnologia 5G e a melhoria do sistema de iluminação pública. Segundo os responsáveis pela escolha, estas medidas têm melhorado significativamente a qualidade de vida da população.
As criptomoedas são consideradas o futuro do dinheiro. De fato, já é possível utilizar estes ativos digitais para pagar por alguns serviços, embora esta prática esteja muito longe de ser algo comum nas cidades brasileiras.
Mas existe um local que tem apostado forte no mercado cripto. Com pouco mais de 7 mil moradores, Santo Antônio do Pinhal, no interior de São Paulo, já conta com 79 estabelecimentos que aceitam o dinheiro virtual, o que representa um negócio para cada 90 habitantes.
Aceitar pagamentos com o dinheiro digital é bastante simples
Um adesivo identifica os estabelecimentos que aceitam bitcoin, a principal criptomoeda do mundo. No entanto, o grande instrumento de divulgação é o BTC Map, um aplicativo global que mostra onde é possível comprar bens e serviços usando a moeda digital.
Quase 80 estabelecimentos que aceitam o dinheiro virtual na cidade (Imagem: kicture/Shutterstock)
Até mesmo cidadãos norte-americanos já visitaram a cidade para poder realizar compras com os criptoativos. Um movimento que pode incentivar o turismo, além da economia do município.
Para aderir ao uso de bitcoins não é necessário realizar grandes investimentos. Basta baixar um aplicativo gratuito e pagar uma mensalidade de R$ 19,90, valor destinado à organização de reuniões e contratação de palestrantes externos para explicar como funciona este mercado.
Nos últimos anos, eventos climáticos extremos têm causado grandes estragos em diversas cidades ao redor do mundo. No Brasil, por exemplo, fortes chuvas frequentemente resultam em ruas alagadas, deslizamentos de terra e até mesmo no deslocamento de milhares de pessoas. Mas você já se perguntou por que cidades inundam e quais são as causas desse problema?
Para entender melhor esse fenômeno, é fundamental diferenciar dois conceitos que muitas vezes são confundidos: inundação e enchente.
Embora ambos estejam relacionados ao excesso de água em um determinado local, cada um tem características distintas e impactos diferentes. Além disso, a urbanização desordenada, o desmatamento e falhas na infraestrutura contribuem diretamente para a recorrência das inundações.
Qual a diferença entre inundação e enchente?
Apesar de muitas pessoas usarem os termos “inundação” e “enchente” como sinônimos, eles possuem significados diferentes. A enchente ocorre quando um rio, lago ou outro corpo d’água transborda devido ao aumento do volume de água, geralmente causado por chuvas intensas.
Esse fenômeno é natural e pode ocorrer mesmo em áreas sem presença humana, sendo agravado pelo desmatamento e pela impermeabilização do solo.
A enchente ocorre quando um rio transborda devido ao aumento do volume de água. Imagem: Nick_ Raille_07 – Shutterstock
Já a inundação é um processo mais amplo e pode ocorrer mesmo sem a presença de rios próximos. Esse fenômeno acontece quando a água da chuva não consegue escoar adequadamente, acumulando-se nas ruas, casas e outras áreas urbanas.
As inundações são comuns em cidades com infraestrutura precária, falta de drenagem eficiente e alto índice de impermeabilização do solo, onde o asfalto impede a absorção da água pelo terreno.
A principal diferença entre os dois fenômenos é que a enchente está diretamente relacionada ao transbordamento de corpos d’água, enquanto a inundação ocorre por conta do acúmulo de água em locais onde ela não consegue escoar. Ambos os eventos podem causar prejuízos significativos para a população, desde danos materiais até riscos à saúde pública.
Por que as cidades inundam?
Fatores que contribuem para as inundações
A urbanização acelerada e muitas vezes desordenada das cidades é um dos principais fatores que contribuem para as inundações. O crescimento das áreas urbanas leva à substituição de áreas naturais por concreto e asfalto, que não absorvem a água da chuva como o solo faria naturalmente.
Além disso, problemas como sistemas de drenagem insuficientes, lixo acumulado nos bueiros e mudanças climáticas intensificam ainda mais essa situação.
Outro fator agravante é o desmatamento em regiões próximas às cidades. A vegetação tem um papel fundamental na retenção da água da chuva, evitando que grandes volumes escoem rapidamente para áreas urbanas. Sem essa proteção natural, a água chega às cidades de forma abrupta, sobrecarregando os sistemas de drenagem e aumentando o risco de inundações.
As inundações representam um problema grave para a infraestrutura urbana. Ruas alagadas dificultam a mobilidade, podendo paralisar o transporte público e o tráfego de veículos. Além disso, a água acumulada pode danificar asfalto, calçadas, pontes e construções, gerando altos custos para reparos e manutenção.
Outro impacto significativo é a contaminação da água e do solo. Durante as inundações, resíduos químicos, lixo e esgoto podem se misturar com a água acumulada, tornando-a extremamente poluída. Isso não só compromete o meio ambiente, mas também representa sérios riscos para a saúde pública.
(Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Consequências para os cidadãos
Para a população, as inundações nas cidades trazem prejuízos financeiros, sociais e de saúde. Casas e comércios podem ser invadidos pela água, causando perdas materiais irreparáveis. Muitas vezes, famílias inteiras precisam deixar suas residências devido ao risco de desmoronamento ou contaminação da água.
Além das perdas materiais, as inundações podem provocar doenças, como leptospirose, dengue e infecções respiratórias. A presença de água parada favorece a proliferação de mosquitos e outros vetores de doenças, tornando a situação ainda mais preocupante.
Problemas para animais e moradores de rua
Os animais de rua e pessoas em situação de vulnerabilidade são os mais afetados pelas inundações. Sem um abrigo adequado, eles ficam expostos ao frio, à fome e às doenças transmitidas pela água contaminada. Muitos animais acabam morrendo afogados ou adoecendo após o contato com substâncias tóxicas presentes na água das inundações.
Para a população em situação de rua, a falta de locais seguros para se proteger pode ser fatal. Abrigos superlotados e a dificuldade de acesso a cuidados médicos agravam ainda mais o impacto desse fenômeno para essas pessoas.
Quem paga pelos danos causados pelas inundações nas cidades?
Os prejuízos financeiros causados por inundações podem ser gigantescos, tanto para o setor público quanto para os cidadãos. Em muitos casos, os custos com reparos de infraestruturas, reconstrução de casas e indenizações são arcados pelos governos municipais, estaduais e federais. No entanto, esses recursos nem sempre são suficientes para cobrir todos os danos.
Os seguros residenciais e comerciais podem ajudar a minimizar as perdas, mas nem todas as pessoas possuem acesso a esse tipo de serviço. Em algumas situações, programas de assistência governamental podem ser acionados para ajudar vítimas de enchentes e inundações, mas a burocracia pode dificultar esse processo.
Carros pegos por uma enchente (Reprodução: Sveta K/Pexels)
Como prevenir inundações e de quem é a responsabilidade?
A prevenção de inundações exige ações coordenadas entre governos, empresas e a população. Algumas medidas essenciais incluem:
Melhoria do sistema de drenagem urbana: manutenção e ampliação das redes de escoamento pluvial para garantir que a água da chuva tenha um destino adequado.
Preservação de áreas verdes e mananciais: proteger e restaurar vegetações próximas às cidades para absorver melhor a água da chuva.
Redução da impermeabilização do solo: investir em soluções como pavimentos permeáveis e telhados verdes.
Campanhas de conscientização: incentivar a população a evitar o descarte irregular de lixo, que entope bueiros e agrava as inundações.
Fiscalização e planejamento urbano eficiente: políticas públicas devem garantir que novas construções sigam normas de sustentabilidade e drenagem eficiente.
Escavações realizadas no sítio arqueológico de Interamna Lirenas, na região central da Itália, revelaram informações valiosas sobre a era romana. Os pesquisadores encontraram indícios de que aquela foi uma cidade próspera e movimentada no passado.
A área não havia sido estudada até agora porque apenas alguns fragmentos de cerâmica foram encontrados na superfície. Isso deixou os restos arqueológicos das construções romanas “guardados” por séculos.
Local foi mais importante do que pensava
Agora, um estudo liderado pela Universidade de Cambridge provou que a cidade teria resistido à queda até o final do século 3 d.C.
Isso significa que história dela durou cerca de 900 anos, aproximadamente 300 anos a mais do que se acreditava inicialmente.
No seu ague, Interamna Lirenas teve uma população de duas mil pessoas, com diversas construções romanas importantes.
As escavações foram feitas com ajuda de radares magnéticos penetrantes por 24 hectares.
As descobertas foram publicadas no portal Antigone.
Radares magnéticos foram utilizados para localizar a cidade perdida (Imagem: Antigone)
A cidade ficava às margens do rio Liri. Durante o estudo, os pesquisadores localizaram um grande depósito, um templo e um complexo de banhos, indicando que o local foi um porto fluvial romano entre os século 1 a.C. e o século 4 d.C.
Também foi encontrado um templo coberto que abrigava até 1.500 pessoas. Além dos edifícios comunitários, também haviam 19 construções com pátios e terras que acredita-se terem sido usadas para um mercado de gado e ovelhas.
Cidade ficava no centro-sul da atual Itália (Imagem: Antigone)
Não foram encontradas evidências de cinzas ou qualquer outro sinal de destruição violenta. Segundo os cientistas, os habitantes teria abandonado a cidade por conta da insegurança anterior à invasão lombarda do Império Romano do final do século 6 d.C.