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Estamos muito perto de descobrir quem criou a primeira tecnologia

Filmes de ficção, lasers, máquinas complexas, viagem no tempo e teletransporte, tudo isso ajudou a moldar nossa percepção de tecnologia. Por conta disso, esquecemos que a origem da palavra vem de algo muito mais simples.

Segundo definição do Glossário TDICs, a etimologia da palavra consiste “no conjunto de conhecimentos/saberes, argumentos e razões em torno de uma arte/ofício, ou de um fazer determinado”. Sabendo disso, podemos nos perguntar, quando surgiu a primeira tecnologia?

Pedra de Oldowan, considerada a primeira tecnologia Imagem: Yes058 Montree Nanta/Shutterstock

Esse questionamento foi feito por cientistas, que apontaram os Instrumentos de Oldowan, como as primeiras a surgir. Elas foram datadas de cerca de 2 a 3 milhões de anos atrás e consistem basicamente em pedras lascadas que eram utilizadas como ferramentas.

Porém, outro mistério envolve essa criação. Pesquisadores sabem onde ela foi feita, quando e para que ela era utilizada, mas não sabem quem foi o responsável pela invenção. Agora, um novo estudo pode ajudar a diminuir a lista de candidatos.

O que são as pedras consideradas a primeira tecnologia

Os primeiros exemplares de ferramentas ancestrais foram encontrados na Tanzânia, na década de 1930. Outros foram descobertos em diversas regiões da África, os mais antigos sendo encontrados no sítio arqueológico de Gona, na Etiópia.

Os objetos consistiam em pedras com espaço para pegada com pontas afiadas, geradas por impactos que arrancaram lascas pontudas. Elas eram utilizadas para cortar, rasgar, esmagar e raspar qualquer coisa que nossos ancestrais não conseguiam fazer com as próprias mãos.

Pedras eram utilizadas para diversas funções
Pedras eram utilizadas para diversas funções Imagem: Didier Descouens

Estes objetos são extremamente importantes para entender a história da humanidade e mesmo com tantos estudos sobre elas, os seus criadores continuam desconhecidos. De modo geral, ferramentas de pedra costumam ser associadas a um determinado grupo hominídeo.

Quais foram os responsáveis pela invenção

Mas os conjuntos de ferramentas Oldowan são tão variados que não podem ser atribuídos a um único gênero. Evidências de sítios no sul da África e na Argélia sugerem que mais de um gênero de hominídeo pode ter produzido essas ferramentas.

Antes de se suspeitar de um Homo primitivo, acreditava-se que o Paranthropus boisei, um australopiteco do início do Pleistoceno, teria feito as ferramentas. Mas agora, aceita-se que o Homo habilis possa ter sido o criador, graças ao cérebro maior e mãos mais ágeis.

Descobertas mais recentes empurraram a origem das ferramentas Oldowan para cerca de 3,3 milhões de anos, antes do surgimento do gênero Homo. Com isso, voltam a ser considerados candidatos o Paranthropus, o Homo rudolfensis, o Homo erectus e australopitecos como A. garhi e A. africanus.

Pesquisadores revisaram os fósseis que coexistiram com as ferramentas e usaram modelagem estatística para estimar as datas de surgimento e desaparecimento dos hominídeos. O modelo aponta que a tecnologia Oldowan durou de 3,25 a 1,2 milhão de anos.

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Descoberto desenho antigo da expulsão dos holandeses do Brasil

Pesquisadores confirmaram a autoria de um desenho da retomada do Recife pelas tropas de Portugal. A obra ilustra 16 dos 60 navios da Companhia Geral de Comércio, criada pelo governo português, chegando pela costa para enfrentar os colonizadores da Holanda, que dominavam parte do nordeste brasileiro à época.

No centro da obra, fortalezas dos holandeses se preparam para proteger a Cidade Maurícia, região antiga na Ilha de Antônio Vaz, onde atualmente está Recife, em Fortaleza. Ao fundo, trincheiras e acampamentos das tropas portuguesas cercam o local por terra, encurralando os adversários.

O desenho foi adquirido em 2023 pelo Instituto Flávia Abubakir e tem sido objeto de pesquisa dos historiadores Bruno Miranda, de Pernambuco, e Pablo Magalhães, da Bahia. Essa dupla pesquisou em arquivos nacionais e internacionais para chegar a conclusão: a ilustração é obra de João Teixeira Albernaz II.

“É uma imagem procurada por historiadores desde a fundação da historiografia brasileira, um desenho único, na perspectiva zenital, ou seja, a visão do pássaro, e que mostra o cerco final de Recife”, explicou Pablo Magalhães em uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo.

A família Albernaz foi uma dinastia de grandes cartógrafos portugueses que se destacou do século XVI até ao fim do século XVIII. O avô, João Teixeira Albernaz (1575-1662), ficou conhecido pela extensa obra de registros e quatro atlas, que incluem mapas do Brasil e do continente africano.

A clareza visual do documento se destaca. O desenho tem anotações que funcionam como legendas informativas; detalhes e qualidade símbolos da família Albernaz. “É muito didático, como se fosse uma história em quadrinhos”, definiu o pesquisador.

Desenho de Albernaz II que retrata a expulsão dos holandeses. (Imagem: Divulgação / Instituto Flávia Abubakir)

Pesquisadores viajaram o mundo

Os historiadores pesquisaram em arquivos de diversos países, passando por Brasil, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra e Portugal. A dupla começou pela busca de outras obras realizadas por engenheiros holandeses, até encontrarem documentos com caligrafia idêntica e similaridades às de Albernaz II. 

“Sabíamos que uma imagem voltada aos holandeses vinha sendo procurada desde o século XIX. Começamos a pesquisa pelos engenheiros militares que estiveram no cerco do Recife. Descobrimos muitas coisas, mas ainda não havíamos achado o nosso cara. Foi aí que percebemos que a caligrafia era idêntica à de Albernaz II e que o mapa reproduzia um erro cartografado por seu avô”, afirmou o historiador para a Folha de São Paulo.

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Os dois pesquisadores são especialistas em Brasil holandês, período em que colonizadores da Holanda dominaram regiões do nordeste brasileiro, principalmente o atual estado de Pernambuco. Essa ocupação durou de 1630 até 1654, quando foram vencidos e expulsos por tropas portuguesas que os cercaram por terra e mar.

A versão digitalizada do mapa está disponível no site do Instituto Flávia Abubakir. Agora, Bruno Miranda e Pablo Magalhães preparam um estudo sobre a obra para divulgar a descoberta em periódicos científicos. 

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Fazer cócegas em si mesmo é impossível (e a ciência explica)

Você já se perguntou por que não conseguimos fazer cócegas em nós mesmos? Por mais sensível que você seja, seu cérebro simplesmente ignora o que ele mesmo está prestes a provocar. A ciência descobriu que o motivo para isso está menos nas suas terminações nervosas e mais numa habilidade surpreendente do cérebro: a capacidade de prever o futuro.

Tudo começa com uma manobra do seu próprio cérebro. Antes mesmo de você encostar o dedo na pele, o sistema nervoso já “sabe” o que está por vir. Isso porque, ao comandar um movimento, o cérebro envia uma espécie de cópia antecipada desse comando para outras áreas responsáveis pelos sentidos.

Quando o cérebro falha em prever, até o toque próprio pode surpreender (Imagem: earthphotostock/Shutterstock)

Essa habilidade do cérebro de prever os próprios movimentos pode parecer banal, mas é uma estratégia poderosa: ela ajuda a filtrar o que não representa risco e a focar no que pode ser uma ameaça real. Afinal, não faz sentido gastar energia processando o toque da sua própria mão. Mas e quando esse sistema falha?

Quando o cérebro se engana

  • O sistema de previsão sensorial do cérebro é tão eficiente que, na maioria das vezes, a gente nem percebe que ele está funcionando;
  • Pessoas com certas condições neurológicas, como a esquizofrenia, por exemplo, podem sentir cócegas ao se tocarem. O cérebro delas tem dificuldade para distinguir ações próprias de estímulos externos;
  • Segundo neurocientistas ouvidos pelo Live Science em um artigo recente, isso acontece porque o “relógio interno” que antecipa essas sensações pode estar desregulado;
  • O cérebro não consegue prever o toque de forma precisa, e o resultado é que ele reage como se o estímulo viesse de fora. Para essas pessoas, até um movimento feito por elas mesmas pode parecer inesperado — e, portanto, gerar aquela reação típica de cócegas.

Essas descobertas abrem caminhos importantes para compreender melhor doenças mentais e distúrbios de percepção, mostrando que nossas sensações não dependem apenas do corpo, mas, principalmente, da forma como o cérebro interpreta o mundo ao nosso redor.

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Cérebro interpreta o toque e reduz a resposta aos estímulos próprios (Imagem: Master1305/Shutterstock)

Cócegas em si mesmo? Difícil!

A incapacidade de se fazer cócegas pode parecer apenas uma peculiaridade engraçada, mas revela um princípio mais profundo: sentir é, antes de tudo, um ato de interpretação. Não há neutralidade na percepção, tudo passa pelo crivo cerebral.

Esse processo, mapeado por pesquisadores com técnicas, como magnetoencefalografia, mostra que o cérebro reage com menos intensidade a estímulos que ele mesmo gerou. O toque só vira cócega quando foge do script.

No fim, o que nos faz rir não é o toque em si — é o fato de ele nos pegar de surpresa.

Mulher e criança fazendo cócegas uma na outra
Ato de “previsão” do cérebro ajuda a entender não só as cócegas (Imagem: fizkes/Shutterstock)

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Computador quântico chinês estabelece novo recorde

O desenvolvimento de computadores quânticos cada vez mais potentes pode revolucionar a indústria da informática. Isso porque a capacidade de realizar milhões de cálculos de uma vez pode ajudar em pesquisas, segurança digital e logística, por exemplo.

Neste sentido, o “Origin Wukong”, terceiro equipamento do tipo desenvolvido pela China, estabeleceu recordes impressionantes. A máquina completou mais de 500 mil tarefas desde que entrou em operação, em 6 de janeiro de 2024.

Computadores quânticos podem revolucionar pesquisas em diversas áreas (Imagem: Panchenko Vladimir/Shutterstock)

Mais de 100 países já utilizaram o equipamento

O sistema, criado pela Benyuan Quantum Computing Technology (Hefei), registrou acessos de usuários em 143 países e regiões, com um volume global que ultrapassou 29 milhões de conexões. O número representa um novo recorde para a escala de serviços de computação quântica autônoma no país.

De acordo com o Centro de Engenharia de Computação Quântica da Província de Anhui, as tarefas processadas pelo Origin Wukong vão desde pesquisa científica básica até aplicações industriais em áreas como dinâmica de fluidos, biomedicina e tecnologia financeira.

China é uma das líderes globais no desenvolvimento dos equipamentos (Imagem: Zafer Kurt/Shutterstock)

Entre os usuários internacionais, Estados Unidos e Canadá lideram o uso frequente da plataforma, com os os norte-americanos ficando atrás apenas dos chineses em volume de acesso. As informações são da Exame.

No início de 2025, o equipamento passou a integrar uma plataforma experimental de computação quântica em nuvem voltada ao setor financeiro, com foco na solução de problemas complexos do segmento. Já em maio foram lançadas aplicações que buscam acelerar o desenvolvimento de remédios.

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Equipamentos têm capacidade de processamento exponencial (Crédito: Bartlomiej K. Wroblewski/Shutterstock)

Como funciona um computador quântico?

  • Diferente dos PCs clássicos, que usam bits (0 ou 1), essas máquinas usam qubits.
  • Esse pequeno componente pode estar em 0, 1 ou em ambos ao mesmo tempo, graças a fenômeno chamado superposição.
  • O fenômeno permite que a matéria esteja em mais de um estado ao mesmo tempo.
  • Enquanto um bit tradicional faz um cálculo por vez, um qubit em superposição explora múltiplas soluções ao mesmo tempo.
  • Isso dá ao computador quântico um poder de processamento muito maior.

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Diamante vermelho: o que a ciência descobriu estudando o raro (e caro) mineral

O “Winston Red”, um dos diamantes mais raros do mundo, acaba de ser analisado cientificamente pela primeira vez, revelando pistas sobre sua origem geológica e trajetória histórica.

Classificado como um “diamante vermelho Fancy”, ele apresenta um vermelho puro e intenso — sem tons marrons, alaranjados ou roxos — e pesa 2,33 quilates, sendo uma das maiores gemas desse tipo já registradas.

Seu valor estimado ultrapassa US$ 2,3 milhões, embora oficialmente seja considerado “inestimável”.

História do Winston Red

  • A pedra foi doada ao Museu Smithsonian em 2024 por Ronald Winston, filho do lendário joalheiro Harry Winston.
  • A primeira menção documentada ao diamante data de 1938, quando foi vendido por Jacques Cartier ao marajá de Nawanagar, na Índia, sob o nome “Raj Vermelho”.
  • Décadas depois, em 1988, Ronald Winston readquiriu a gema da família real indiana.
Pesquisadores desvendaram detalhes sobre a estrutura e possível origem geográfica da pedra mais rara do mundo – Imagem: Retouch man/Shutterstock

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De onde vem a cor vermelha?

Apesar da rica história, sua origem geológica permanecia um mistério. Pesquisadores do Smithsonian analisaram suas propriedades ópticas e descobriram que a coloração vermelha não vem de impurezas, mas de distorções na estrutura cristalina causadas por extrema pressão no manto terrestre.

O estudo sugere que o diamante pode ter vindo da Venezuela ou Brasil, embora a origem exata ainda não tenha sido confirmada.

“Para alcançar sua cor vermelha e densas redes de discordâncias, o Winston Red provavelmente passou por imensa deformação no manto”, concluem os autores.

Segundo o estudo publicado na revista Gems & Gemology, o Winston Red é uma joia “única” cuja história e formação continuam a fascinar cientistas e admiradores.

Origem do Winston Red pode ser brasileira, mas as atuais evidências científicas não confirmam sua origem com exatidão – Imagem: ijp2726/Shutterstock

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Por que humanos começaram a usar o fogo? Resposta não é o que pensamos

O fogo é uma das maiores descobertas da história da humanidade. Ele permitiu cozinhar alimentos, manter ambientes aquecidos e fornecer iluminação para estender a duração dos dias. Mais para frente, o elemento foi o grande responsável pelo Revolução Industrial, que transformou o mundo.

Há anos, pesquisadores buscam entender qual a relação dos primeiros humanos com o fogo. Um novo estudo sugeriu que a resposta não é tão óbvia: os primeiros usuários deste elemento da natureza não necessariamente o usavam para cozinhar alimentos. Na verdade, a utilidade principal era outra.

Estudo publicado este mês revelou que fogo não era comum para os primeiros humanos (Imagem: Mr.Somkeat/Shutterstock)

Debate sobre uso do fogo é extenso e cheio de hipóteses

Como lembrou o IFLScience, a relação dos primeiros humanos com o fogo é tema de debates intensos. No entanto, no geral, estudiosos acreditam que não houve um único momento repentino em que essa relação começou. Os hominídeos começaram a aderir ao uso gradualmente a partir do início do Pleistoceno. 

Inicialmente, acredita-se que a utilidade tenha sido para cozinhar plantas e carnes para alimentação, o que viabilizou a adaptação do Homo erectus para ter um sistema digestivo menor e um cérebro maior. Essa ideia é conhecida como “hipótese da culinária”.

Mais recentemente, outros trabalhos começaram a questionar a origem dessa relação, sugerindo que a utilidade principal do fogo pode não ter sido cozinhar alimentos.

Fogo era usado para cozinhar… mas, de acordo com pesquisa, essa não era a principal função do elemento (Imagem feita com inteligência Artificial. Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E)

Estudos recentes questionaram utilidade do elemento na antiguidade

Um estudo publicado em meados de maio deste ano na Frontiers in Nutrition foi um dos trabalhos que questionou a função principal do fogo para os humanos antigos.

Em comunicado, o Dr. Miki Ben-Dor, líder da pesquisa, revelou que é consenso geral que, há 400 mil anos, o fogo era comum em contextos domésticos, para assar carnes, aquecimento e iluminação. Mas e antes disso? Segundo ele, a maioria dos sítios arqueológicos anteriores não tinham qualquer evidência de uso do elemento, reveleando que se tratava de algo estranho para os humanos.

Entendemos que os primeiros humanos daquela época — principalmente o Homo erectus — não usavam fogo regularmente, mas apenas ocasionalmente, em lugares específicos e para propósitos especiais.

Dra. Miki Ben-Dor, líder da pesquisa

Ele e sua equipe quiseram obter mais detalhes sobre essa evolução. Veja como foi o processo:

  • A equipe revisou a literatura existente sobre os nove sítios arqueológicos de entre 1,8 milhão e 800 mil anos atrás que tinham evidências do uso de fogo;
  • Foram dois sítos em Israel (Gesher Benot Ya’aqov e a Pedreira de Evron), seis na África e um na Espanha;
  • A equipe também usou estudos etnográficos de caçadores-coletores contemporâneos para entender os hábitos e condições de humanos naquela época.

Ben-Dor analisou o que os nove sítios arqueológicos tinham em comum entre si e chegou a algumas hipóteses.

Restos mortais de humanos modernos encontrados em vestígios de fogo
Acender fogueiras era um grandes esforço (Imagem: Gabriel Sérvio/Criada por DALL-E/Olhar Digital)

Qual era a função do fogo há milhões de anos?

Com base na análise, a equipe descobriu que os noves sítios tinham grandes quantidades de ossos de animais grandes, como elefantes e hipopótamos. Sabe-se que esses animais eram importantes na dieta de humanos antigos, pois forneceriam o número ideal de calorias para sobrevivência de várias pessoas, por vários dias (as vezes, por mais de um mês).

A carne desses animais era valiosa e, portanto, precisava ser protegida tanto de bactérias quanto de outros predadores que também queria se alimentar. Foi assim que surgiu a hipótese sobre os dois principais usos do fogo: proteger a caça de outros animais e preservar a carne por mais tempo por meio da secagem e da defumação.

Neste estudo, propomos uma nova compreensão dos fatores que motivaram os primeiros humanos a começar a usar o fogo: a necessidade de proteger grandes animais caçados de outros predadores e de preservar a grande quantidade de carne ao longo do tempo.

Professor Ran Barkai, também autor do estudo

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Mas claro: uma vez que o fogo estava aceso, muito provavelmente ele também foi utilizado para cozinhar. Afinal, acender uma fogueira demandava esforços por parte dos humanos. Só não era esse o motivo principal pelo qual eles se esforçavam.

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Astrônomos descobrem planeta superterra que só é habitável parte do ano

Cientistas descobriram um exoplaneta do tipo “superterra” que passa apenas parte de sua órbita na zona habitável do sistema que integra – uma região onde seria possível existir água líquida e, portanto, vida. Esse novo mundo alienígena, chamado Kepler-725c, foi identificado por meio de pequenas alterações no movimento de outro planeta em torno da mesma estrela hospedeira, causadas por sua força gravitacional.

A descoberta foi divulgada na terça-feira (3) na revista Nature Astronomy. Os cientistas usaram uma técnica conhecida como variação no tempo de trânsito (TTV, na sigla em inglês), que detecta mudanças no momento em que um planeta passa na frente de sua estrela. Se algo interfere nesse ritmo, é sinal de que outro corpo está por perto, mesmo que não seja visível.

Imagem conceitual do sistema Kepler-725 com os dois planetas. Crédito: GU Shenghong

Normalmente, para detectar planetas fora do Sistema Solar, os astrônomos observam a luz de uma estrela. Quando um planeta passa na frente dela, sua luz diminui um pouco. Isso permite calcular o tamanho do planeta. O telescópio espacial Kepler, por exemplo, já descobriu milhares de mundos assim. Mas esse método funciona melhor com corpos que orbitam perto de suas estrelas e que passam com frequência na frente delas.

O problema é que, se a órbita do planeta estiver um pouco inclinada, ele não passa na frente da estrela a partir da nossa visão aqui da Terra. É aí que entra o método TTV. Quando um planeta observável sofre atrasos ou adiantamentos em seus trânsitos, é provável que a causa seja outro planeta “escondido” interferindo em sua trajetória com a gravidade.

Foi assim que os cientistas detectaram Kepler-725c. Eles estavam estudando Kepler-725b, um planeta gigante gasoso que transita em torno de uma estrela parecida com o Sol a 2.472 anos-luz daqui. Ao analisar irregularidades no trânsito desse planeta, a equipe conseguiu deduzir a massa e a órbita de um segundo planeta (o Kepler-725c), que não é visível diretamente.

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Falta de superterras no Sistema Solar dificulta entendimento sobre esse tipo de planeta

Kepler-725c é cerca de 10 vezes mais massivo que a Terra, o que o coloca na categoria das chamadas superterras. Esse tipo de planeta provavelmente é rochoso, mas com gravidade mais forte. Como não há superterras no Sistema Solar, os cientistas ainda têm muitas dúvidas sobre como esses mundos funcionam e se poderiam sustentar a vida.

A órbita do planeta Kepler-725c também é bem diferente da órbita da Terra. Enquanto a do nosso planeta é quase circular, o mundo recém-descoberto segue um caminho oval, com alta excentricidade. Isso significa que ele fica muito mais próximo da estrela em um trecho da órbita e muito mais longe em outro, o que altera bastante o calor que recebe.

Em média, Kepler-725c recebe 1,4 vez mais radiação da sua estrela do que a Terra recebe do Sol. No entanto, esse valor muda muito durante o ano do planeta, que dura 207,5 dias terrestres. Por causa disso, os cientistas acreditam que ele só é habitável durante parte do tempo, quando está na chamada zona habitável.

Representação artística de um exoplaneta superTerra. Crédito: ESO/M. Kornmesser

Como a vida existiria em um mundo nessas condições?

Se o planeta tiver atmosfera, essa variação de calor pode criar mudanças climáticas extremas. Isso levanta uma questão intrigante: seria possível alguma forma de vida sobreviver em um mundo que só está em condições adequadas por alguns meses? Por enquanto, os cientistas não sabem a resposta.

Infelizmente, como Kepler-725c não transita na frente da estrela, não será possível usar o Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, para analisar sua atmosfera, já que esse equipamento depende da luz da estrela atravessando a atmosfera de um planeta para estudar sua composição.

Apesar disso, os cientistas estão otimistas. A missão PLATO, da Agência Espacial Europeia (ESA), planejada para 2026, deve detectar muito mais exoplanetas por meio de TTVs. Essa técnica pode revelar mundos mais distantes das estrelas hospedeiras – aqueles que os métodos tradicionais não conseguem captar.

Em um comunicado, o astrônomo Sun Leilei, que liderou o estudo, diz que essa descoberta mostra que a técnica TTV é poderosa para encontrar planetas pequenos em zonas habitáveis, podendo ajudar bastante na busca por vida fora da Terra. “Quanto mais mundos conhecermos, maiores são as chances de encontrarmos algum que possa, de fato, abrigar vida”.

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Movimento inusitado é detectado na atmosfera da lua Titã

Estudo revela que a atmosfera de Titã — maior lua de Saturno — tem um comportamento “incomum”. Os pesquisadores descobriram que a atmosfera em torno do astro não gira em sintonia com sua superfície, mas balança em diversas direções.

“O comportamento da inclinação atmosférica de Titã é muito estranho. A atmosfera parece estar agindo como um giroscópio, estabilizando-se no espaço”, disse Lucy Wright, autora principal da pesquisa, em um comunicado.

O giroscópio é um instrumento composto por rotor, eixos de giro e um mecanismo de suporte. O rotor, em rotação constante, é a parte central responsável pela estabilidade e os eixos de giro permitem que o aparelho mude de orientação sem afetar sua rotação. Esse equipamento serve desde a navegação em aeronaves até a estabilização de câmeras em dispositivos móveis.

Ilustração do movimento de um giroscópio. Segundo os pesquisadores, a atmosfera de Titã se moveria de forma parecida. (Imagem: Lucas Vieira / Wikimedia Commons)

Estações da lua influenciam atmosfera

A equipe de cientistas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, analisou 13 anos de observações térmicas em infravermelho para entender a atmosfera de Titã. Os dados vieram da missão Cassini-Huygens, uma parceria entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana.

O estudo revelou que, nessa lua, os gases se movimentam ao longo das estações do anos, que duram cerca de 30 anos terrestres cada. Essa variação sazonal pode estar ligada ao movimento orbital de Titã em torno do Sol, junto com Saturno, o que provoca mudanças significativas no aquecimento e na temperatura da lua.

Porém, enquanto a magnitude da inclinação da atmosfera muda com o tempo, a direção para a qual ela aponta permanece fixa. O grupo precisará de mais pesquisas para entender esse fenômeno.

“O intrigante é como a direção da inclinação permanece fixa no espaço, em vez de ser influenciada pelo Sol ou Saturno. Isso nos daria pistas sobre a causa. Em vez disso, temos um novo mistério em mãos”, comentou o professor Nick Teanby, coautor do estudo.

Os pesquisadores acreditam que um impacto no passado possa ter deslocado a atmosfera para fora do eixo de rotação da lua, algo que também mudou o clima do astro. Descobrir a causa do fenômeno poderá lançar luz sobre a história de Titã e de outros corpos espaciais com características atmosféricas semelhantes.

Imagens da missão Cassini-Huygens mostram a atmosfera em constante mudança de Titã, registrando o aparecimento e o movimento de neblinas e nuvens ao longo dos anos. Uma grande, brilhante e suave faixa de nuvens de verão pode ser vista na foto da direita.
Imagens da missão Cassini-Huygens mostram a atmosfera em constante mudança de Titã, registrando o aparecimento e o movimento de neblinas e nuvens ao longo dos anos. Uma grande, brilhante e suave faixa de nuvens de verão pode ser vista na foto da direita. (Imagem: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute)

Missão da NASA será impactada

As descobertas podem impactar a futura missão Dragonfly, da NASA. A agência enviará uma nave com um helicóptero movido a energia nuclear com quatro pares de pás duplas. O equipamento irá coletar pequenas amostras da superfície de Titã para estudo de processos químicos. 

A atmosfera mais densa daquele corpo (cerca de quatro vezes a da Terra) ajudará a aeronave a “saltar” até oito quilômetros uma vez por dia inteiro da lua de Saturno (16 dias terrestres). Espera-se que a “libélula robótica” cubra mais de 174 km ao longo de toda a missão de 32 meses – área maior do que todos os rovers da NASA em Marte e na Lua juntos.

Ilustração da missão Dragonfly em Titã (Crédito: NASA/Johns Hopkins APL/Steve Gribben)
Ilustração da missão Dragonfly em Titã (Imagem: NASA/Johns Hopkins APL/Steve Gribben)

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Os novos dados sobre o movimento atípico da atmosfera de Titã serão fundamentais para os cálculos de voo e pouso da Dragonfly. Com isso, os engenheiros poderão prever com maior precisão as áreas de pouso do drone.

Se tudo correr conforme o planejado, o helicóptero de Dragonfly está programado para chegar a Titã em 2034, aonde voará para dezenas de “locais promissores” para avaliar a habitabilidade do ambiente e caçar quaisquer sinais de que a vida já existiu na lua rica em compostos orgânicos.

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Quem escreveu a Bíblia? IA tenta responder

Diferentemente do que muitos podem pensar, a Bíblia não é uma obra única, e sim uma coleção de livros escrita por diversos autores ao longo de vários séculos. Seus textos foram escritos em hebraico, aramaico e grego e compilados por diferentes pessoas ao longo do tempo.

Por conta disso, não se sabe ao certo quem foram os primeiros autores do livro sagrado do cristianismo. Mas uma equipe de pesquisadores internacionais quer usar a inteligência artificial para desvendar este mistério.

Tecnologia pode revelar história do livro sagrado do cristianismo (Imagem: Paul shuang/Shutterstock)

IA identifica variações sutis no uso de palavras

Além da IA, os cientistas utilizaram técnicas de modelagem estatística e análise linguística com o objetivo de entender mais sobre como e por quem a Bíblia foi criada. O método foi desenvolvido especialmente para lidar com trechos curtos e com linguagem preservada.

Durante o trabalho, os pesquisadores analisaram variações sutis no uso de palavras em diferentes passagens bíblicas. O resultado, descrito em estudo publicado na revista PLOS One, foi a identificação de três diferentes estilos de escrita presentes no livro sagrado.

Cérebro com os dizeres "AI" dentro
Ferramenta revelou três diferentes estilos de escrita em textos analisados (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

A equipe encontrou, por exemplo, diferenças nos dois textos que abordam a história de Samuel, importante profeta e o último juiz. Estas obras bíblicas abordam a transição do período de juízes para o período de reis.

Enquanto o primeiro texto não se encaixa claramente em nenhum dos estilos reconhecidos, o segundo mostrou afinidade com os textos da chamada “História Deuteronomista”. Estas descobertas pode ajudar a desvendar quem foram os escribas responsáveis por compilar os textos milenares.

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Terço em cima de uma bíblia
Método foi desenvolvido para lidar com trechos curtos e com linguagem preservada (Imagem: João G.B. Junior/PixaBay)

Outros textos antigos devem ser analisados

  • A nova pesquisa abre espaço para análises de outros textos antigos.
  • Um dos objetivos dos pesquisadores é aplicar a técnica nos Manuscritos do Mar Morto.
  • Encontrados por volta das décadas de 1940 e 1950 em cavernas do sítio arqueológico Khirbet Qumran, na Cisjordânia, às margens do Mar Morto, eles são um compilado de fragmentos de escritos religiosos.
  • Ali estão passagens bíblicas, hinos santos, orações, livros apócrifos e outros documentos legais.
  • A análise desses manuscritos, no entanto, é dificultada pela diferença de estilos gráficos adotados de um autor para o outro.
  • Um obstáculo que talvez a inteligência artificial seja capaz de superar.

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Conheça a brasileira que pode se tornar a primeira mulher do país no espaço

Além do ex-astronauta e ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, e do engenheiro e turista espacial Victor Hespanha, o Brasil pode ir ao espaço em breve novamente: e desta vez, representado por uma mulher. 

Laysa Peixoto, mineira de 22 anos, anunciou no Instagram nesta quinta-feira (5) que foi selecionada para se tornar astronauta de carreira e fará parte do voo inaugural da empresa privada Titans Space Industries, previsto para março de 2029. O comandante da missão será o veterano Bill McArthur, da NASA.

Caso a missão se concretize, Laysa se tornará a terceira pessoa brasileira a viajar para o espaço. Ela será membro de uma missão profissional, com foco em estações espaciais e futuras viagens à Lua e a Marte. Primeiro foi Pontes, como astronauta profissional em 2006, seguido por Hespanha, que participou de um voo turístico da Blue Origin em 2022.

Laysa é a primeira brasileira a liderar uma equipe na criação de tecnologias na NASA. Crédito: Reprodução/Instagram

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Brasileira lidera grupo de pesquisa na NASA

De acordo com a revista Forbes, a jovem trabalha desde 2023 na NASA, onde lidera um grupo de pesquisa voltado para o desenvolvimento de novas tecnologias espaciais. Naquele ano, ela fez parte da lista Forbes Under 30 como uma das jovens mais promissoras do Brasil.

Até 2029, Laysa continuará em treinamento, com simulações em voos suborbitais e missões privadas. Ela também está em processo de formação como piloto, passo importante para quem deseja atuar em operações espaciais. “Seguirei firme rumo ao meu primeiro voo como astronauta de carreira”.

A trajetória de Laysa começou cedo. Aos 18 anos, descobriu um asteroide por meio de um projeto da NASA e, desde então, vem se destacando na área científica. Foi a primeira brasileira a conduzir experimentos em gravidade zero e já teve dois projetos aprovados pela agência espacial norte-americana.

Laysa em treinamento na NASA para missões espaciais tripuladas. Crédito: Reprodução/Instagram

Jovem será cientista principal de missão de busca por vida na lua Encélado

Um desses projetos é o plano Orbiter, que será lançado em direção a Encélado, uma das luas de Saturno, com o objetivo de estudar a possibilidade de vida fora da Terra. Laysa será a cientista principal da missão, papel inédito para uma brasileira na NASA.

Além da carreira científica, a jovem também quer inspirar outras jovens. Ela criou a plataforma Elliptica Foundation, com conteúdos gratuitos sobre ciência e tecnologia para estudantes. E em dezembro, vai fazer parte do time de organização do World STEM Summit, considerado o maior evento estudantil de ciência do mundo.

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