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O que é o Horizonte de Eventos e qual sua relação com buracos negros?

O horizonte de eventos é um dos conceitos mais intrigantes da astrofísica moderna. Ele representa o limite ao redor de um buraco negro a partir do qual nada pode escapar, nem mesmo a luz. Em outras palavras, é a “fronteira sem retorno”. Uma vez que algo ultrapassa esse limite, sua informação deixa de estar disponível para o restante do Universo, tornando impossível observar ou recuperar o que entrou.

Buracos negros são objetos cósmicos extremamente densos, formados quando estrelas muito massivas colapsam sob sua própria gravidade. A força gravitacional em torno deles é tão intensa que deforma o espaço-tempo, como previsto pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. Essa deformação cria o horizonte de eventos, um ponto onde a velocidade necessária para escapar supera a velocidade da luz.

Radiação advinda dessas “coisas espaciais” ajuda no desenvolvimento da vida (Imagem:
Tranding art/Shutterstock)

O conceito do horizonte de eventos ajuda a explicar por que os buracos negros são invisíveis. Como a luz não consegue escapar de seu interior, não podemos observá-los diretamente.

No entanto, os cientistas conseguem detectar sua presença observando o comportamento de objetos e da radiação ao seu redor. Por exemplo, quando uma estrela ou gás se aproxima demais, é atraído com tanta força que emite radiação intensa antes de cruzar o horizonte de eventos.

Um dos avanços mais importantes na compreensão do horizonte de eventos foi a obtenção da primeira imagem de um buraco negro em 2019, por meio do projeto Event Horizon Telescope.

Primeira imagem capturada de um buraco negro revelou o M87*, que fica no centro da galáxia M87. O registro foi feito em 2019 pela rede de radiotelescópios EHT. Crédito: EHT Collaboration

A imagem mostra uma região escura cercada por um anel brilhante de matéria aquecida. Essa “sombra” central é justamente a área delimitada pelo horizonte de eventos, onde a luz deixa de escapar e marca a silhueta do buraco negro.

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Outro ponto relevante é que o horizonte de eventos não é uma superfície física, mas sim uma região matemática no espaço-tempo. Ele pode crescer se o buraco negro absorver mais massa ou encolher em situações específicas.

Apesar de não podermos observar diretamente o que acontece dentro do horizonte de eventos, os cientistas continuam tentando entender seus mistérios por meio de simulações, equações e observações indiretas.

Representação artística de um evento de ruptura de maré em que uma estrela é devorada por um buraco negro formando um disco de acreção em torno dele. Crédito: ESA/C. Carreau

O estudo do horizonte de eventos é fundamental para compreender a física de buracos negros e os limites do nosso conhecimento sobre o Universo. Ele também levanta questões profundas sobre o destino da matéria e da informação, além de desafiar as leis conhecidas da física, como a mecânica quântica e a termodinâmica.

O horizonte de eventos, portanto, não é apenas uma curiosidade astronômica. Ele é uma peça central no quebra-cabeça cósmico que pode nos levar a novas descobertas sobre o funcionamento do Universo e suas leis mais fundamentais.

Com informações de NASA Science.

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A Terra não está orbitando (exatamente) o Sol agora. Entenda!

Você aprendeu, desde criança, nas aulas de Ciências, como funciona o nosso Sistema Solar. Na minha época, eram 9 planetas – mas hoje são 8, já que Plutão foi rebaixado para a categoria de planeta anão.

Aprendemos também que todos esses corpos celestes se movimentam em uma órbita regular em torno da nossa maior estrela, que é o Sol, certo? Certo.

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Agora, e se eu te disser que essa ideia não é 100% precisa? E que, na verdade, estamos circulando um ponto vazio no espaço? É isso que nos ensina a astrofísica.

Essa é uma representação clássica do Sistema Solar. Na verdade, no entanto, os planetas não estariam orbitando ao redor do Sol exatamente (pelo menos do centro dele) – Imagem: Withan Tor/Shutterstock

O conceito do baricentro

  • Quando dois corpos estão orbitando em torno um do outro, ambos exercem força gravitacional, ou seja, eles se puxam mutuamente.
  • Isso faz com que eles girem em torno de um centro de massa comum.
  • No Sistema Solar, o baricentro está próximo estrela maior, o Sol, mas não em seu centro.
  • Isso acontece por causa da grande massa dos gigantes gasosos (Júpiter e Saturno).
  • Dessa forma, a Terra tecnicamente está orbitando um ponto vazio do espaço.
  • O conceito do baricentro se aplica também na relação entre o nosso planeta e a Lua, nosso satélite natural.
  • Na verdade, a Lua está girando em torno de um ponto distante do centro do planeta.
  • Um ponto a mais ou menos 5 mil quilômetros do centro da Terra (para ser exato).
  • O vídeo abaixo ilustra bem como funciona esse conceito:

A escola não está ensinando errado

O modelo planetário acima foi desenvolvido pelo astrônomo e comunicador científico James O’Donoghue. Ele explica que a ideia de que orbitamos o Sol não está errada. Ela só não é 100% precisa:

“Os planetas orbitam o Sol em termos gerais, mas tecnicamente eles não orbitam o Sol sozinhos porque a influência gravitacional de Júpiter significa que os planetas devem orbitar um novo ponto no espaço”, afirmou o especialista.

Atmosfera de Júpiter
Júpiter, o gigante gasoso, é o grande responsável por esse fenômeno – Imagem: Artsiom P/Shutterstock

“É claro que os planetas orbitam o Sol, estamos apenas sendo pedantes quanto à situação. O pensamento natural é que orbitamos o centro do Sol, mas isso acontece muito raramente, ou seja, é muito raro o centro de massa do sistema solar se alinhar com o centro do Sol”, concluiu O’Donoghue.

Você pode ler mais explicações sobre astrofísica e astronomia no perfil que ele mantém no Bluesky.

Texto feito com base em uma reportagem do Olhar Digital de 22/06/2024.

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Por que animais nascem com duas cabeças?

Na internet, é possível encontrar diversas histórias de animais com duas cabeças que nascem em casas, criadouros ou até mesmo na natureza.

Foi o que aconteceu recentemente em uma loja de animais de estimação chamada East Bay Vivarium, em Berkeley, Califórnia, nos Estados Unidos. No local, houve o nascimento de uma cobra com duas cabeças, filhotes maschos batizados de Zeke e Angel, que nasceram com a espinha dorsal fundida.

Em 2024, também viralizou no TikTok um vídeo curioso de um bezerro com duas cabeças, uma raridade no mundo animal. Esse fenômeno, chamado de policefalia, pode ser visto em diversas espécies. Entretanto, você sabe o que é essa condição e qual a sua causa?

Ela costuma aparecer bastante nas manchetes e virar notícia quando acontece, justamente por sua ocorrência ser bastante rara, entretanto, pouco se fala do motivo pelo qual isso acontece. Saiba mais na matéria abaixo.

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Por que animais nascem com duas cabeças?

O fenômeno de animais que nascem com duas cabeças é conhecido como policefalia. Esse termo deriva do grego poly (muitos) e kephalē (cabeça), e descreve a condição em que um organismo possui mais de uma cabeça. Quando há duas cabeças, o termo específico é bicefalia ou dicefalia.

Essa anomalia ocorre devido a falhas no desenvolvimento embrionário, especialmente durante a divisão de embriões idênticos, resultando em gêmeos siameses que compartilham partes do corpo, incluindo a cabeça.

A policefalia não é exclusiva de uma espécie e já foi observada em diversos animais, como cobras, tartarugas, bovinos, porcos, gatos, cães e peixes . No entanto, é mais comum em répteis e anfíbios. Isso se deve, em parte, ao fato de que esses animais frequentemente produzem grandes ninhadas, aumentando a probabilidade de ocorrências de mutações.

Além disso, seus ovos são incubados no ambiente externo, tornando-os mais suscetíveis a fatores ambientais como temperatura, toxinas e radiação, que podem interferir no desenvolvimento embrionário.

Animais com duas cabeças sobrevivem?

A sobrevivência de animais com duas cabeças é rara. Muitos não sobrevivem ao nascimento ou morrem pouco depois devido a complicações relacionadas à coordenação motora, alimentação e funcionamento dos órgãos internos.

Por exemplo, uma cobra com duas cabeças pode ter dificuldades para se mover, pois cada cabeça pode tentar controlar o corpo de maneira independente, resultando em movimentos descoordenados.

No entanto, há exceções; uma cobra-de-rato preta com duas cabeças viveu por 20 anos em cativeiro, demonstrando que, com cuidados adequados, a sobrevivência é possível.

A cobra com duas cabeças precisa adotar mecanismos próprios de locomoção e alimentação. (Imagem: Nick Evans)

Pode acontecer com seres humanos?

Em humanos, a condição é extremamente rara e geralmente resulta em complicações graves. Existem dois tipos principais: dicephalus parapagus, no qual os gêmeos compartilham um corpo com duas cabeças lado a lado, e craniopagus parasiticus, no qual uma cabeça subdesenvolvida está unida a uma cabeça totalmente formada.

A maioria dos casos resulta em natimortos ou morte pouco após o nascimento, embora existam relatos de sobrevivência por períodos mais longos em casos raros.

A duplicação de outras partes do corpo também pode ocorrer. Condições como diprosopus resultam na duplicação parcial ou total da face.

Já a duplicação de membros, como braços ou pernas adicionais, pode ocorrer devido a falhas na separação de gêmeos durante o desenvolvimento embrionário. Essas duplicações podem ser funcionais ou não, dependendo do grau de desenvolvimento dos tecidos e estruturas envolvidas.

Partes independentes e chances de acontecer

No caso de animais com duas cabeças, cada cabeça geralmente possui seu próprio cérebro e pode controlar partes do corpo de forma independente. Isso pode levar a conflitos, como quando cada cabeça tenta direcionar o corpo em direções opostas.

Além disso, se ambas as cabeças possuem sistemas digestivos funcionais, ambas podem precisar se alimentar separadamente para obter os nutrientes necessários.

As chances de nascimento de um animal com duas cabeças são extremamente baixas. Por exemplo, estima-se que a ocorrência de bezerros com duas cabeças seja de 1 em 400 milhões. Em cobras, a estimativa é de 1 em cada 10.000 nascimentos. Essas estatísticas destacam a raridade dessa condição na natureza.

Apesar de sua raridade, casos de policefalia continuam a fascinar cientistas e o público em geral. Eles oferecem insights valiosos sobre o desenvolvimento embrionário e as complexidades da formação dos organismos. Estudos contínuos sobre essas anomalias podem contribuir para uma melhor compreensão das causas e possíveis intervenções em casos de malformações congênitas.

(Imagem: Birdsey Cape Wildlife Center, via Instagram)

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Musk baixa o tom e desiste de retirar cápsula Dragon de missões da NASA

Horas após afirmar que removeria a cápsula Dragon de missões conjuntas de SpaceX e NASA, Elon Musk, dono da empresa espacial, voltou atrás. Por volta das 22h20 (horário de Brasília), o bilionário respondeu a um comentário no X, afirmando que “não vamos descomissionar a Dragon“.

Musk vai deixar a NASA continuar usando a Dragon?

  • Como frisa a Bloomberg, é difícil dizer, exatamente, o que Musk quis dizer com “descomissionar”;
  • A Dragon é importante para a NASA, pois é por ela que os astronautas são levados à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês);
  • A declaração original do bilionário veio após Trump ameaçar cortar todos os contratos do governo com Musk — ou seja, os da parceria entre NASA e SpaceX;
  • A SpaceX possui contratos antigos com a NASA e foi a primeira empresa privada a mandar uma tripulação para a ISS. Isso ocorreu em 2020;
  • Há a expectativa de que a empresa seja peça fundamental da continuidade da missão Artemis, que visa levar os humanos de volta à Lua com o Starship, o foguete mais poderoso já construído;
  • O que também está sob dúvida é a missão para Marte. Apesar de Musk querer enviar um foguete ao planeta vermelho já no ano que vem, pode ser que Trump, que, antes, apoiava freneticamente a missão, atue para desacreditá-la.
Bilionário voltou atrás (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

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E a NASA, se posicionou?

A porta-voz da NASA, Bethany Stevens, foi ao X para indicar a opinião da agência. Ela informou que ela “continuará executando a visão do Presidente” e trabalhar com seus parceiros da indústria.

Como se não bastasse toda essa confusão, o presidente dos EUA desistiu de levar o bilionário Jared Isaacman ao comando da NASA, algo que estava definido desde o ano passado. Isaacman foi o primeiro civil a “caminhar” no Espaço — o “passeio” foi bancado pela SpaceX também no ano passado.

Vale lembrar que, se Musk tirar o “direito” da NASA de usar a cápsula Dragon, seria um duro golpe para as pretensões da agência espacial estadunidense. A espaçonave será importante ao menos até 2030, quando a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) será desmontada em definitivo.

Fachada da sede de SpaceX
SpaceX pode terminar contratos com a NASA de forma forçada? (Imagem: Findaview/Shutterstock)

Sem contar que são vários os contratos firmados entre governo e SpaceX. Se Trump cumprir a ameaça de encerrá-los, a agência poderá ver a maioria de seus projetos ruir e China, Rússia, Índia e outros avançando em missões espaciais que a estadunidense está na frente, como a missão Artemis, que visa levar humanos de volta à Lua.

Nesta quinta-feira (5), a NASA levou outro “pancada”: a Casa Branca propôs corte de 25% no orçamento da agência para 2026, comprometendo suas missões.

Logo da NASA em uma placa
Agência espacial estadunidense pode não ter bilhões de dólares em 2026 (Imagem: SNEHIT PHOTO/Shutterstock)

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Dia Mundial do Meio Ambiente: é possível frear as mudanças climáticas?

Neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o alerta é claro: preservar o planeta é urgente, mas também vantajoso economicamente. Apesar do aumento de desastres naturais, ainda há quem veja a proteção ambiental como um custo desnecessário. Mas um novo estudo do World Resources Institute (WRI) mostra que investir em adaptação climática traz benefícios financeiros.

Segundo o levantamento, esses projetos evitam perdas com desastres, geram empregos, aumentam a produtividade e melhoram a saúde pública e a biodiversidade. Boa parte desses ganhos ocorre mesmo sem eventos climáticos extremos, o que reforça o valor contínuo.

Agravamento de desastres torna urgente a necessidade de financiarmos uma adaptação climática (Imagem: remotevfx / iStock)

Além disso, muitos investimentos também ajudam a reduzir emissões de carbono, unindo adaptação e preservação. O WRI recomenda que os governos adotem essa abordagem nos planos de desenvolvimento e usem métricas padronizadas para avaliar os impactos.

Outro estudo, da ONG Germanwatch, expõe o peso dos eventos extremos entre 1993 e 2022: quase 800 mil mortes e prejuízos de US$ 4,2 trilhões (mais de R$ 24 trilhões). Estamos falando de vítimas de tempestades, inundações, secas, ondas de calor e incêndios florestais, por exemplo. Foram mais de 9.400 eventos extremos nesse período – um retrato da urgência climática.

Tudo isso reforça o apelo por ações concretas e estruturadas rumo à COP30, marcada para 2025 em Belém, que poderá se tornar um marco global na integração da resiliência às políticas públicas. Para isso, os planos precisam sair do papel.

COP30 poderá ser marco para que ações concretas sejam tomadas (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

Será que dá tempo de reverter a situação do planeta e cumprir as metas do Acordo de Paris? E qual a expectativa para a COP 30? O Brasil pode servir de exemplo para o mundo em termos de sustentabilidade?

Quem fala sobre isso no Olhar Digital News de hoje é Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, coordenador do Centro de Estudos Amazônia Sustentável da USP e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Acompanhe!

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Briga sem fim: Musk afirma que vai tirar peça-chave da SpaceX das mãos de Trump; entenda

Nesta quinta-feira (5), o bate-boca on-line entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o empresário Elon Musk, piorou. Em um de seus últimos posts no X, Musk prometeu que vai desativar algo muito importante para os EUA: a espaçonave Dragon, de sua empresa espacial, a SpaceX.

Dragon é muito importante para as ambições espaciais dos EUA (Imagem: Karolis Kavolelis/Shutterstock)

A Dragon é importante para a NASA, pois é por ela que os astronautas são levados à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A declaração do bilionário veio após Trump ameaçar cortar todos os contratos do governo com Musk — ou seja, os da parceria entre NASA e SpaceX. Confira a postagem a seguir:

“À luz da declaração do Presidente sobre o cancelamento dos meus contratos com o Estado, a SpaceX começará a desativar sua nave espacial, Dragon, imediatamente“, diz o empresário na postagem.

Musk vs. Trump = fim da parceria SpaceX/NASA?

  • Até o momento, a SpaceX não se pronunciou a respeito;
  • Nem mesmo a NASA ou o próprio Trump se pronunciaram após a fala de Musk;
  • A SpaceX possui contratos antigos com a NASA e foi a primeira empresa privada a mandar uma tripulação para a ISS. Isso ocorreu em 2020;
  • Há a expectativa de que a empresa seja peça fundamental da continuidade da missão Artemis, que visa levar os humanos de volta à Lua com o Starship, o foguete mais poderoso já construído;
  • O que também está sob dúvida é a missão para Marte. Apesar de Musk querer enviar um foguete ao planeta vermelho já no ano que vem, pode ser que Trump, que, antes, apoiava freneticamente a missão, atue para desacreditá-la.
Elon Musk fazendo pose
Homem está de volta ao cenário empresarial — e às polêmicas (Imagem: Frederic Legrand – COMEO / Shutterstock)

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Dupla assumiu o poder nos EUA, mas isso “quebrou” os negócios do bilionário sul-africano

Após a eleição de Trump, no fim de 2024, Musk — um dos maiores investidores na campanha do republicano — foi cotado para ter um cargo no governo e, por conta disso, os contratos da SpaceX foram indicados como um possível conflito de interesses.

Isso ficou ainda mais latente quando Trump anunciou Musk no comando do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), que tinha, como responsabilidade, fazer cortes substanciais nos gastos do governo até maio.

Contudo, ações do empresário geraram inúmeras críticas por desmontar orçamentos de grupos importantes e por causar demissões em massa (algo que ele também fez no X quando o comprou). Ainda, foi acusado de inflar o valor economizado.

Musk deixou o governo Trump em 28 de maio. Publicamente, o presidente deu a entender que o empresário sul-africano poderia voltar ao governo em algum momento, apesar de que ele deixou o DOGE para focar na recuperação de suas empresas (principalmente a Tesla).

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Trump também está no olho do furacão (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

Mas tudo começou a ruir nos últimos dias, com a troca de farpas e ameaças entre ambos pelas redes sociais. Curiosamente, eles estão usando as plataformas das quais são donos: X (Musk) e Truth Social (Trump).

Para piorar, o presidente dos EUA desistiu de levar o bilionário Jared Isaacman ao comando da NASA, algo que estava definido desde o ano passado. Isaacman foi o primeiro civil a “caminhar” no Espaço — o “passeio” foi bancado pela SpaceX também no ano passado.

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Casa Branca propõe corte histórico na NASA e ameaça missões espaciais

A Casa Branca propôs um corte histórico no orçamento da NASA para 2026, reduzindo seu financiamento em quase 25%, de US$ 24,8 bilhões para US$ 18,8 bilhões — o menor valor, ajustado pela inflação, desde 1961, conforme revelou o Space.com.

A maior parte dos cortes afeta os programas científicos da agência, que sofreriam uma redução de 47%, impactando diretamente dezenas de missões.

Com o maior corte desde 1961, governo dos EUA quer enxugar drasticamente a NASA (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

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Projetos seriam cancelados

  • Entre os projetos cancelados estariam o ambicioso programa de Retorno de Amostras de Marte, as sondas New Horizons e Juno, além de orbitadores como Mars Odyssey e MAVEN.
  • A colaboração com a Europa na missão Rosalind Franklin também seria encerrada.
  • Segundo a Planetary Society, isso representaria a eliminação de 41 missões científicas — um terço do portfólio da NASA — com impactos irreversíveis.
Logo da NASA em uma placa
Cortes atingem programas de ciência, educação e missões a Marte (Imagem: SNEHIT PHOTO/Shutterstock)

Mais de 5 mil cargos deixariam de existir

O orçamento também prevê uma redução drástica de 32% na força de trabalho da agência, cortando cerca de 5.500 postos, além do encerramento do Escritório de Engajamento em STEM. Missões como o telescópio Roman seriam mantidas, mas com recursos reduzidos.

Programas emblemáticos como o foguete SLS, a cápsula Orion e a estação lunar Gateway seriam encerrados após a missão Artemis 3, sendo substituídos por veículos privados por meio do novo programa M2M.

Apesar da proposta, o plano precisa ser aprovado pelo Congresso — algo que muitos especialistas, como a Planetary Society, consideram improvável. A organização chamou o plano de “evento de extinção” para a ciência espacial americana.

Proposta de orçamento, que ainda precisa de aprovação no Congresso, eliminaria 41 missões da NASA (Imagem: Mampfred/iStock)

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Meteoro bola de fogo cruza o céu colorido pela aurora

Testemunhar a aurora boreal já é uma experiência incrível. Agora, imagine como essa visão pode se tornar ainda mais espetacular e inesquecível: com um meteoro em chamas cruzando o céu enquanto as famosas “luzes do norte” colorem o horizonte.

Essa cena aconteceu na terça-feira (3) e foi registrada por moradores de Montreal, no Canadá, e do nordeste dos EUA. 

Registro feito na terça-feira (3), em South Glengarry, Ontário, Canadá, mostra um meteoro dividindo o protagonismo no céu com as luzes da aurora. Crédito: Oleg R. via American Meteor Society

Por volta das 6h da manhã (pelo horário local), uma bola de fogo dividiu espaço com a aurora boreal, um fenômeno causado por partículas carregadas vindas do Sol. Essas partículas são atraídas para os polos da Terra pelo campo magnético e, ao entrarem na atmosfera, colidem com gases, produzindo luzes de várias cores.

As cores das auroras variam de acordo com o tipo de gás que é atingido. A verde, a mais comum, é também a mais fácil de ser vista pelos nossos olhos. Já as auroras azuis e roxas são raras, pois ocorrem em altitudes mais baixas, onde as partículas solares atingem gases menos comuns.

Foram relatados 14 avistamentos deste meteoro

De acordo com o Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica-Infravermelha da Fundação Nacional de Ciência (NOIRLab/NSF), para ser classificado como bola de fogo, o objeto precisa ser mais brilhante que qualquer planeta visível a olho nu – com magnitude aparente de -4 ou mais intensa. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

Captura obtida em Chelsea, município de Quebec, no Canadá, ilustra um dos 14 relatos de avistamento do evento ocorrido na terça-feira (3). Crédito: Andres U. via American Meteor Society

Uma das imagens mais impressionantes do evento foi registrada em Chelsea, município de Quebec, no Canadá. Ela faz parte dos 14 relatos enviados à American Meteor Society sobre o meteoro naquela manhã. A união desses dois fenômenos – a aurora boreal e a bola de fogo – transformou o céu em um verdadeiro espetáculo natural raro.

Aurora boreal fotografada esta semana em Edmonton, na província de Alberta, Califórnia. Crédito: Rheanne Mae Punzalan via Spaceweather.com

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Passageiro registra a aurora boreal da janela de avião

E por falar em registros incríveis, um homem que estava viajando de Melbourne (Austrália) para Santiago (Chile) registrou, durante o voo, verdadeiro show de auroras boreais pela janela do avião.

O clique foi feito no domingo (1). “Acabei de voar de Melbourne para Santiago no voo LA804 da Latam e vi uma aurora incrível do avião. O céu estava vibrante com suaves respingos de luz. A rota deste voo é realmente especial – passando tão perto da Antártida que você quase consegue sentir a imensidão abaixo”, relatou Yuri Beletsky, em publicação feita no X. Saiba mais aqui.

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Esta pode ser a solução para a poluição causada pelo plástico

Os plásticos se tornaram um sinônimo de problema ambiental. Mas uma nova descoberta feita por pesquisadores do Riken Center for Emergent Matter Science, em colaboração com a Universidade de Tóquio, no Japão, e a Universidade de Tecnologia de Eindhoven, nos Países Baixos (Holanda), pode mudar este cenário.

Os cientistas desenvolveram um novo produto que se dissolve completamente na água do mar em poucas horas. Além disso, ele não deixa resíduos de microplásticos, o que pode ajudar na luta contra a poluição.

Material pode ser moldado em diferentes formas e para vários usos (Imagem: divulgação/RIKEN)

Degradação é mais rápida e menos prejudicial ao meio ambiente

O trabalho descreve a criação de um plástico supramolecular formado pela combinação de dois monômeros iônicos: o hexametafosfato de sódio, um aditivo alimentar comum, e monômeros baseados em íon guanidínio. As conclusões foram apresentadas em estudo publicado na revista Science.

Os pesquisadores explicam que estas moléculas formam ligações reversíveis chamadas “pontes salinas”. Este processo garante uma alta resistência. Por outro lado, o material se desfaz rapidamente em contato com os eletrólitos presentes na água salgada.

Representação artística do novo plástico biodegradável (Imagem: divulgação/RIKEN)

De acordo com os cientistas, a degradação total do produto acontece em aproximadamente 8 horas. Dessa forma, a criação de uma simples fissura na superfície é suficiente para deixar a água entrar, permitindo que todo o material se dissolva.

Outra vantagem é que o plástico não libera pequenas partículas após ser degradado. Isso significa que não há risco de contaminação da fauna e da cadeia alimentar com os microplásticos. Por fim, a degradação do produto libera nutrientes como fósforo e nitrogênio, que podem beneficiar ecossistemas terrestres.

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Plástico convencional causa contaminação (Imagem: SIVStockStudio/Shutterstock)

Material pode substituir o plástico usado atualmente

  • Durante o estudo, a equipe ainda identificou que o novo material não é tóxico ou inflamável.
  • Como ele pode ser moldado em diversas formas, a ideia é que ele possa ser utilizado para aplicações médicas e impressões 3D.
  • O objetivo agora é ampliar a produção em escala industrial e testar a resistência do plástico em diferentes condições ambientais.
  • O objetivo é que o material possa substituir os plásticos convencionais em embalagens, utensílios descartáveis e outros produtos.
  • Isso traria grandes benefícios para a preservação dos oceanos e ecossistemas terrestres.

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Desequilíbrio energético da Terra cresce sem explicação e preocupa cientistas

Uma pesquisa liderada por Thorsten Mauritsen, professor do departamento de meteorologia da Universidade de Estocolmo, na Suécia, alerta que o desequilíbrio energético da Terra está aumentando mais rápido do que o previsto. 

Esse desequilíbrio ocorre quando a quantidade de energia solar que entra na Terra é maior do que a energia que sai. A consequência disso é o aquecimento do planeta, que pode se intensificar com o tempo. Segundo o estudo, publicado na revista científica AGU Advances, esse crescimento tem sido mais acelerado do que os modelos climáticos previam.

De acordo com os dados mais recentes, o planeta absorveu, em 2023, cerca de 1,8 watts por metro quadrado a mais do que emitiu. Esse número é o dobro do que os cientistas esperavam com base nas emissões de gases de efeito estufa. Mesmo após todas as análises, os pesquisadores ainda não sabem exatamente o motivo desse aumento tão rápido.

O desequilíbrio energético da Terra está crescendo devido às emissões de gases de efeito estufa, mas outros fatores também contam. Crédito: NASA / CERES

Desequilíbrio energético revela agravamento das mudanças climáticas

O desequilíbrio energético é um dos principais sinais de que as mudanças climáticas estão se intensificando. Isso acontece porque os gases poluentes, como o dióxido de carbono (CO₂), retêm o calor na atmosfera. Assim, menos energia escapa para o espaço e mais calor fica preso na Terra. Como resultado, as temperaturas sobem, as geleiras derretem e os oceanos esquentam.

Uma das formas mais precisas de medir esse desequilíbrio é usando satélites. Eles conseguem observar diretamente a quantidade de energia que entra e sai do planeta. Atualmente, a NASA tem quatro satélites que fazem esse trabalho por meio da missão CERES. Mas todos estão no fim de sua vida útil e devem ser substituídos apenas em 2027 por um novo satélite, chamado Libera.

O problema, segundo os cientistas, é que o Libera será um único satélite. Isso aumenta o risco de falhas e pode dificultar a continuidade das medições. Além disso, sem instrumentos que funcionem ao mesmo tempo para comparação, fica difícil verificar se os dados são confiáveis. A falta de sobreposição nas observações pode gerar lacunas importantes nos registros.

Se os satélites pararem de funcionar antes do lançamento do Libera, os pesquisadores correm o risco de perder dados essenciais. A segunda melhor opção para medir o desequilíbrio são os dados de temperatura dos oceanos. No entanto, eles demoram cerca de 10 anos para refletir o que está acontecendo com o clima, o que atrasa a resposta a possíveis crises.

“Esses satélites nos dão informações com uma década de antecedência”, explicou Thorsten Mauritsen ao site Live Science. “É por isso que é tão importante mantê-los funcionando. Sem eles, ficamos quase cegos em relação ao sistema climático.” Ele afirma que, embora os modelos climáticos sejam úteis, eles não conseguem explicar o crescimento acelerado do desequilíbrio nos últimos anos.

Inicialmente, os cientistas pensaram que o aumento poderia estar ligado a variações naturais, como o fenômeno El Niño, que altera padrões climáticos em todo o mundo. Mas, com o tempo, perceberam que a tendência persistia mesmo fora desses ciclos naturais. “Quando o aumento continuou, comecei a ficar realmente preocupado”, disse Mauritsen.

O desequilíbrio energético da Terra mais do que dobrou nas últimas duas décadas, alarmando os cientistas. Crédito: Figura de Mauritsen et al. (2025) em AGU Advances

Uma das hipóteses levantadas para esse crescimento inesperado é a diminuição da capacidade da Terra de refletir a luz do Sol. Superfícies como calotas polares e nuvens ajudam a enviar parte da energia solar de volta ao espaço. Mas, com o derretimento do gelo e a diminuição de certos tipos de poluição, que antes formavam aerossóis refletivos, a Terra pode estar absorvendo mais calor do que antes.

Mesmo assim, os cientistas admitem que ainda não sabem ao certo o que está por trás desse aumento. “Algo está faltando nos modelos, mas não sabemos o que é”, afirmou Mauritsen. Essa incerteza aumenta a urgência por mais estudos e melhores equipamentos de medição. Sem isso, fica difícil prever como o planeta vai reagir nos próximos anos.

Os satélites fornecem a imagem mais atualizada e de alta resolução do desequilíbrio energético da Terra. Crédito: NASA / CERES

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Cenário reflete pressão humana sobre a Terra

Outro ponto importante é que o desequilíbrio energético indica o quanto o ser humano já pressionou o clima da Terra. Também mostra o que será necessário fazer para reverter ou estabilizar esse processo. “Esperamos que as temperaturas parem de subir quando pararmos de queimar combustíveis fósseis”, disse Mauritsen. “Mas, se o desequilíbrio continuar alto, talvez isso não seja suficiente.”

Em 2024, as medições indicaram que o desequilíbrio energético voltou aos níveis previstos pelos modelos. Isso é um alívio temporário, mas não garante que a tendência se manterá. “Pode ser que continue assim nos próximos anos”, disse o pesquisador. “Mas, se voltar a subir bruscamente, não sabemos qual será o próximo passo.”

Além da missão Libera, cientistas da NASA chegaram a propor uma nova forma de medir o desequilíbrio com satélites esféricos. Esses equipamentos teriam sensores capazes de captar radiação de todos os lados e integrar essas informações para calcular a energia com mais precisão. No entanto, cortes no orçamento dificultaram o avanço desse projeto.

No artigo, Mauritsen e sua equipe alertam que, sem dados confiáveis, as decisões sobre o futuro do planeta podem ser tomadas no escuro. “Precisamos saber até onde empurramos o clima. Sem essas medições, estamos tentando pilotar o sistema climático com os olhos vendados.”

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