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Sonda do Japão perde contato durante tentativa de pouso na Lua

Durante sua tentativa de pouso, o módulo japonês Resilience perdeu contato com a superfície lunar. A espaçonave da empresa ispace realizava sua descida na cratera Mare Frigoris (“Mar do Frio”), no hemisfério norte do lado visível da Lua, quando os dados de telemetria foram interrompidos por volta das 16h17 (horário de Brasília) desta quinta-feira (5). A empresa ainda não confirmou se o pouso foi bem-sucedido ou se ocorreu uma colisão.

A AMSAT-DL, organização sem fins lucrativos que opera rádio amador e monitorava a frequência, confirmou a perda do sinal. A transmissão ao vivo da ispace foi encerrada sem confirmação oficial. Atualmente, a equipe técnica tenta estabelecer o que aconteceu com a Resilience.

Esta nota será atualizada assim que novas informações forem confirmadas pela empresa.

A trajetória da sonda

A trajetória da Resilience começou em janeiro deste ano, quando a SpaceX lançou um Falcon 9 carregando o módulo junto com a sonda privada Blue Ghost, da Firefly Aerospace. Ambas tinham o mesmo destino, mas a segunda pousou com sucesso em 2 de março.

O lander Resilience, da empresa ispace, do Japão, pode representar o segundo pouso lunar comercial do país. Crédito: ispace

Se o destino era o mesmo e o lançamento ocorreu no mesmo dia, por que a sonda da Firefly chegou antes? Diferentemente da Blue Ghost, a Resilience seguiu uma rota de “baixa transferência de energia” para alcançar a Lua, o que tornou a viagem mais demorada.

A sonda japonesa entrou na órbita lunar há quase um mês, em 6 de maio e pousaria nesta quinta-feira (5).

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Mais sobre a sonda Resilience

Ao todo, a nave Resilience levou cinco experimentos. Um deles, o pequeno robô Tenacious, foi projetado para coletar amostras lunares para a NASA. O módulo de pouso também transportou uma obra de arte chamada Moonhouse, criada pelo artista sueco Mikael Genberg.

Ilustração que mostra o passo a passo da missão Resilience
Ilustração que mostra o passo a passo da missão Resilience (Imagem: ispace)

Esta não é a primeira tentativa da empresa: em 2023, a missão Hakuto-R 1 falhou ao tentar pousar.

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Especialistas avaliam impacto no meio ambiente da derrubada da estação espacial

Nesta quinta-feira (5), comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente, data que chama atenção para os impactos das atividades humanas no planeta – inclusive as que ocorrem no espaço. Um dos temas em debate é o fim da Estação Espacial Internacional (ISS). A NASA planeja tirá-la de órbita (ou seja, derrubá-la na Terra) no início da próxima década, o que levanta preocupações sobre possíveis danos à atmosfera e aos oceanos.

Segundo especialistas consultados pelo site Space.com, a principal medida para reduzir os riscos ambientais é garantir que a reentrada da estação seja feita de forma controlada. Isso significa conduzir a estrutura até uma área remota do oceano, evitando que pedaços caiam em regiões habitadas ou causem danos ao meio ambiente. A operação precisa ser planejada com cuidado, já que falhas nesse processo podem resultar em sérias consequências.

Proximidade do fim da vida útil da ISS aumenta preocupações sobre a desorbitação da estrutura em relação ao meio ambiente. Crédito: Artsiom P – Shutterstock

Em 2023, um comitê de segurança ligado à NASA reforçou a urgência de desenvolver um plano seguro para a desorbitação da ISS. O grupo alertou que, caso ocorra um defeito grave na estação, pode ser necessário agir rapidamente. 

Estação espacial será derrubada pela SpaceX

Por isso, a agência contratou a SpaceX para criar um veículo capaz de guiar o complexo científico até sua destruição segura no mar.

O contrato com a empresa de Elon Musk foi firmado por US$843 milhões, o equivalente a mais de R$4,8 bilhões, para desenvolver o Veículo Deorbital dos EUA (USDV), que deverá estar pronto para uso em 2031. A ISS pesa cerca de 450 toneladas, o que torna a reentrada especialmente desafiadora e exige extrema precisão técnica.

Representação artística elaborada com Inteligência Artificial mostra a Estação Espacial Internacional (ISS) caindo no oceano. Crédito: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital

O cientista Leonard Schulz, do Instituto de Geofísica da Universidade de Braunschweig, na Alemanha, alerta que o peso da estação pode liberar substâncias na atmosfera durante a queda. Segundo ele, os efeitos dessas substâncias na camada de ozônio e no clima ainda não são totalmente compreendidos. “Provavelmente, no futuro, veremos o que essa reentrada pode trazer para a atmosfera em termos de substâncias liberadas”, disse ele, lembrando que a preocupação com o meio ambiente aumenta com o crescimento do número de reentradas espaciais.

Já o físico italiano Luciano Anselmo, do Instituto de Ciências de Pisa, acredita que os impactos nos oceanos serão mínimos. “A reentrada de objetos espaciais é um contribuinte muito pequeno para a poluição dos oceanos, se comparada aos navios afundados ou outros resíduos”, garante. No entanto, ele concorda que os efeitos na atmosfera superior merecem mais atenção.

Ilustração do Veículo de Desórbita dos EUA (USDV), que será fornecido pela SpaceX para conduzir a Estação Espacial Internacional a uma reentrada ardente na atmosfera da Terra. Crédito: SpaceX

David Santillo, do Greenpeace, disse que o grupo já monitorou outras reentradas, como a da estação russa Mir, em 2001. Ele sugere o uso de tratados internacionais, como a Convenção de Londres, para criar regras que ajudem a proteger o meio ambiente espacial e terrestre.

É essencial que decisões sobre a ISS considerem não só a segurança da operação, mas também seus impactos ambientais – afinal, o espaço não está fora do alcance das nossas responsabilidades com o planeta.

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Dia Mundial do Meio Ambiente: adaptação climática é urgente e lucrativa

Apesar do agravamento de desastres naturais como enchentes e incêndios florestais nos últimos anos, muita gente ainda pensa que a preservação do meio ambiente é um custo desnecessário – mas, além da importância vital para o mundo, essas ações ainda podem ser lucrativas.

Um estudo do World Resources Institute (WRI) revela que o financiamento para adaptação climática não é apenas urgente, mas também altamente vantajoso. Segundo o levantamento, projetos de adaptação oferecem retornos em três frentes: evitam perdas causadas por desastres, geram ganhos econômicos – como criação de empregos e aumento da produtividade – e promovem benefícios sociais e ambientais, como melhoria da saúde pública e da biodiversidade. Saiba mais aqui.

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Vulcão submarino deve entrar em erupção até o final do ano – e você pode ver

O Monte Submarino Axial é um vulcão subaquático localizado no Oceano Pacífico a cerca de 480 quilômetros da costa dos Estados Unidos. A última vez que ele entrou em erupção foi em 2015, quando expeliu lava e detritos por 40 quilômetros.

Agora, equipes de geólogos encontraram sinais reveladores de que uma nova explosão é iminente. A previsão é que isso acontece até o final deste ano e todo o fenômeno pode acabar sendo transmitido ao vivo.

Câmera registra atividade do vulcão

  • Desde 2016, a Ocean Observatory Initiative tem monitorado a região ao redor do monte submarino usando uma câmera.
  • O equipamento se concentra em um depósito de águas termais de 4,2 metros chamado “Cogumelo” localizado dentro do campo de ventilação do Monte Submarino Axial.
  • Dessa forma, é possível assistir a movimentação do vulcão em tempo real.
  • E, em caso de erupção, tudo será registrado.
  • Você pode conferir através deste site.
Vulcão submarino é monitorado de perto (Imagem: Administração Oceânica e Atmosférica Nacional)

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Explosão causará impactos para os ecossistemas marinhos

Com base nos dados disponíveis até agora, os cientistas afirmam que o Monte Submarino Axial está se preparando para entrar em erupção. A previsão é que isso aconteça entre agora e, no máximo, o final de 2025.

Apesar disso, os pesquisadores lembram que prever erupções de vulcões submarinos é algo muito difícil. As evidências sugerem que ele está silenciosamente aumentando a pressão a uma taxa que indica que um evento explosivo está para acontecer.

Erupção pode destruir ecossistemas marinhos (Imagem: Solarisys/Shutterstock)

A boa notícia é que o vulcão não representa nenhum risco para a vida humana. Ele não produzirá tsunamis, terremotos ou mesmo uma pluma de fumaça. Por outro lado, a explosão pode cobrir o fundo do mar com uma camada de lava, destruindo ecossistemas e proporcionando a outros um novo solo fértil.

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NASA revela imagens de raios vistos do espaço; confira

Tempestades carregadas de raios e trovões não são nenhuma raridade, mas, graças à NASA, agora temos a chance de observá-las de uma nova perspectiva: astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) revelaram imagens impressionantes de raios vistos de cima, diretamente do espaço.

Entenda:

  • Astronautas da NASA revelaram imagens fascinantes de raios vistos do espaço;
  • As fotos foram capturadas na Estação Espacial Internacional, a 400 quilômetros acima da superfície da Terra;
  • Para fotografar o fenômeno impressionante, a equipe usou uma técnica de imagem desenvolvida por um veterano da NASA.
Raios vistos do espaço. (Imagem: Nichole Ayers/NASA)

Em maio, as astronautas Anne McClain e Nichole Ayers – tripulantes da Expedição 73 da NASA – usaram seus perfis no X (antigo Twitter) para compartilhar as fotos fascinantes capturadas nas regiões do Alabama e da Georgia, nos EUA, a 400 quilômetros acima da superfície da Terra.

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Equipe usou técnica de astronauta da NASA para fotografar raios do espaço

Técnica de veterano da NASA foi usada para tirar fotos de raios no espaço. (Imagem: Nichole Ayers/NASA)

As imagens dos raios foram capturadas com uma técnica de imagem desenvolvida por Don Pettit, astronauta veterano da NASA. “As fotos são tiradas a 120 frames por segundo [fps], e os flashes que você vê duram apenas um frame”, explica McClain na legenda da publicação. “Rápido e furioso, mas também uma visão incrível!”

Um fenômeno de cores “hipnotizantes”

Raios vistos de cima possuem cores impressionantes. (Imagem: Anne McClain/NASA)

As fotos de Ayers foram tiradas da janela do laboratório da Estação Espacial, de acordo com a astronauta – que descreveu as cores do fenômeno como “hipnotizantes”. “Estou tão impressionada com a vista que temos daqui de cima dos sistemas climáticos da Terra – alguns dos quais são tão grandes que até me chamaram a atenção durante nossa caminhada espacial!”

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Filipinas tinham cultura marítima tecnologicamente avançada há 35 mil anos

Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por cientistas da Universidade Ateneo de Manila, nas Filipinas, realizaram uma pesquisa arqueológica no arquipélago ao longo de 15 anos. Eles descobriram evidências que mostram que o local foi fundamental para a migração humana e o desenvolvimento tecnológico no sudeste asiático antigo. 

Publicados este mês na revista Archaeological Research in Asia, os resultados do estudo revelam uma história rica de conexões culturais e inovação que começou há mais de 35 mil anos.

De acordo com um comunicado, a investigação focou principalmente na ilha de Mindoro, incluindo áreas como Ilin, São José e Santa Teresa. Durante a pesquisa, foi encontrada uma das evidências mais antigas da presença de humanos modernos (Homo sapiens) nas Filipinas, o que ajuda a entender melhor como os primeiros humanos chegaram e se moveram por essa região.

Um mapa da Ilha do Sudeste Asiático (ISEA) e da região de Sunda como eram há cerca de 35.000 anos, no auge da última Idade do Gelo, com localizações de sítios arqueológicos pesquisados pelo Projeto de Arqueologia de Mindoro. Crédito: Mapa Base: gebco.net, 2014

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Escavações nas Filipinas revelam habilidades antigas de pesca e navegação

Mindoro e outras ilhas filipinas nunca estiveram ligadas ao continente asiático por pontes terrestres ou coberturas de gelo. Isso significa que os antigos habitantes precisaram atravessar o mar para chegar lá. E esse desafio natural provavelmente estimulou a criação de tecnologias marítimas sofisticadas para viajar, pescar e sobreviver em ambientes insulares.

Amostras de tecnologia antiga descobertas em Mindoro e arredores. Crédito: A. Pawlik/ Neri et al.

Durante as escavações, os pesquisadores encontraram restos humanos e de animais, conchas e ferramentas feitas de pedra e ossos. Esses achados indicam que os primeiros moradores de Mindoro sabiam pescar em mar aberto e capturar peixes grandes como tubarões e bonitos. Isso mostra que eles possuíam habilidades avançadas para se alimentar e navegar, além de manter contato com outras populações distantes.

Um dos achados mais interessantes foi o uso de conchas gigantes para fabricar enxós – ferramentas cortantes usadas há cerca de 7.000 a 9.000 anos. Essas ferramentas de concha são muito parecidas com outras encontradas em diversas Ilhas do Sudeste Asiático (ISEA) e até em Papua Nova Guiné, a mais de 3.000 km de distância, o que sugere que existiam redes de troca cultural e tecnológica entre esses povos antigos.

Amostras de tecnologia antiga descobertas em Mindoro e arredores. Crédito: A. Pawlik/ Neri et al.

Grupos compartilhavam crenças e costumes

Na Ilha Ilin, foi descoberta uma sepultura humana com cerca de 5.000 anos. O corpo estava em posição fetal e coberto com placas de calcário, um tipo de ritual funerário encontrado também em outras regiões do sudeste asiático. Isso significa que esses grupos compartilhavam crenças e costumes, demonstrando uma complexidade social maior do que se pensava.

As evidências mostram que os habitantes de Mindoro eram adaptados aos ambientes costeiros e marinhos. Eles tinham comportamentos culturais sofisticados e tecnologias que lhes permitiam explorar os recursos naturais com eficiência. A pesquisa indica que Mindoro e as ilhas filipinas eram parte de uma grande rede marítima que facilitava o intercâmbio de conhecimentos e objetos por muitos séculos.

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Granizo do tamanho de uma bola de golfe assusta moradores em SC

Um temporal provocou estragos em cidades da região oeste de Santa Catarina na tarde e noite da última quarta-feira (4). De acordo com a Defesa Civil do estado, houve queda de energia e uma intensa chuva de granizo. Partes do Rio Grande do Sul também foram afetadas.

Nas redes sociais, imagens mostram pedras de granizo do tamanho de uma bola de golfe. A chuva causou danos a galpões, casas e telhados. Segundo a Defesa Civil, os municípios mais afetados foram São Miguel do Oeste, Fraiburgo, Ibiam, Joaçaba, Maravilha, Ibicaré, Tangará e Videira.

O fenômeno foi caracterizado como uma tempestade severa. “Esse tipo de tempestade geralmente é acompanhado por raios, rajadas de vento superiores a 80 km/h e granizo de tamanho significativo (diâmetro acima de 2 cm e/ou com acumulação), além de chuva intensa”, informou o órgão.

Estragos da chuva (Imagem: Defesa Civil de Santa Catarina)

Previsão do tempo em Santa Catarina para os próximos dias

  • A Defesa Civil indica que, nas próximas horas, os temporais perdem força, mas a chuva persiste, mantendo o risco moderado de alagamentos nesta quinta-feira (5);
  • A partir de sexta-feira (6), a chuva diminui e o tempo volta a ficar estável na maior parte do estado;
  • No sábado (7), uma nova frente fria se forma e avança por Santa Catarina, podendo gerar novos temporais.

Como se preparar para tempestades

Leia mais:

A Defesa Civil recomenda que a população:

  • Busque abrigo durante temporais;
  • Evite circular próximo a postes, árvores, placas ou objetos que possam cair com ventos fortes;
  • Acompanhe os alertas meteorológicos;
  • Evite áreas de risco durante períodos de instabilidade.
Aviso meteorológico emitido pela SDC/SC referente aos temporais com vendaval, granizo e chuva intensa entre a quarta (04) e a quinta-feira (05).

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“Ideia maluca” sobre Plutão é confirmada pelo telescópio James Webb

Um artigo recém-publicado na revista Nature Astronomy revela que a atmosfera de Plutão é mais exótica do que se imaginava e funciona de forma diferente de qualquer outra no Sistema Solar. As descobertas foram feitas com base em observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, que analisou o planeta anão em 2022 e 2023. 

Em 2015, a sonda New Horizons, também lançada pela agência espacial norte-americana, havia passado por Plutão e sua maior lua, Caronte, obtendo imagens que revelaram um mundo incrivelmente complexo e ativo, com uma atmosfera cheia de neblina. Isso surpreendeu os cientistas, que antes pensavam em Plutão como apenas uma bola de gelo. Desde então, ele passou a ser tratado com muito mais atenção nos estudos do Sistema Solar.

Para quem tem pressa:

  • Dados do telescópio James Webb mostram que Plutão tem uma atmosfera exótica e extremamente ativa;
  • Partículas de neblina controlam a temperatura do planeta anão, subindo e descendo conforme aquecem e esfriam;
  • A neblina é composta por gases como nitrogênio, metano e monóxido de carbono em suspensão;
  • Observações confirmaram que essas partículas é que regulam o equilíbrio térmico, não os gases da atmosfera;
  • O gelo migra entre Plutão e Caronte, em um comportamento atmosférico único no Sistema Solar.
Representação artística da sonda New Horizons, da NASA, com Pluetão e a lua Caronte. Crédito: Elliptic Studio – Shutterstock

Agora, com os dados do JWST, uma equipe formada por pesquisadores dos EUA e da França descobriu que a atmosfera de Plutão é formada por uma névoa de partículas que se movem para cima e para baixo, conforme aquecem e esfriam. Essa neblina é composta por nitrogênio, metano e monóxido de carbono. O curioso é que, diferentemente de outros planetas, quem controla a temperatura ali são essas partículas, e não os gases da atmosfera.

Hipótese foi testada e confirmada em pouco tempo

A hipótese de que a névoa poderia ser responsável pelo resfriamento da atmosfera surgiu em 2017, proposta pelo astrônomo Xi Zhang, da Universidade da Califórnia. Muitos acharam que era improvável, mas ele apostou que, se a sua “ideia maluca” estivesse correta, seria possível detectar uma radiação infravermelha intensa, emitida por Plutão, usando um equipamento sensível como o JWST.

Inspirados por esse entendimento, uma equipe de astrônomos liderada por Tanguy Bertrand, do Observatório de Paris, resolveu testar a ideia. Eles apontaram o JWST para Plutão e analisaram sua atmosfera com o instrumento MIRI (sigla em inglês para “Instrumento Médio Infravermelho”). O resultado mostrou que a previsão de Zhang estava certa – a neblina realmente influencia o equilíbrio térmico do planeta.

Essa confirmação foi recebida com entusiasmo pela equipe. Segundo Zhang, que também integra o time, é raro uma hipótese ser testada e confirmada em tão pouco tempo, apenas seis anos após ser proposta. Em um comunicado, o cientista diz que foi um momento de sorte e também de avanço importante para a ciência planetária.

Mosaicos de Plutão e Caronte a partir de imagens obtidas pela sonda New Horizons. Crédito: NASA / Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins / Instituto de Pesquisa do Sudoeste

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Comportamento atmosférico de Plutão é único no Sistema Solar

Enquanto Plutão mostra essa atividade atmosférica incomum, sua lua Caronte é bem diferente. Ela praticamente não tem atmosfera, mas há sinais de que gases podem ser liberados em certas épocas, de forma sazonal. 

O comportamento atmosférico de Plutão continua sendo único no Sistema Solar. A névoa do planeta anão é parecida com a de Titã, lua de Saturno, onde reações químicas também formam partículas suspensas. Só que, em Plutão, a neblina tem um papel ainda mais relevante, ajudando a manter o equilíbrio entre a energia que o planeta recebe do Sol e a que ele perde para o espaço.

Composição de imagens coloridas aprimoradas de Plutão (canto inferior direito) e Caronte (canto superior esquerdo) obtida pela sonda New Horizons enquanto passava pelo planeta anão em 14 de julho de 2015. Crédito: NASA, APL, SwRI

Durante as observações, o JWST mediu a radiação térmica em diferentes comprimentos de onda, como 18, 21 e 25 mícrons. Em 2023, ele focou em medir especificamente a atmosfera de Plutão, registrando dados em uma faixa que vai de 4,9 a 27 mícrons. Isso ajudou a entender melhor como a temperatura varia ali e como o gelo se comporta na superfície.

As medições revelaram mudanças de temperatura em diferentes regiões, ligadas à rotação de Plutão e Caronte. Isso permitiu aos cientistas calcular a capacidade de cada área reter calor, refletir luz e acumular gelo. Eles observaram também que o gelo em Plutão não é fixo – ele se move de um lugar para outro com as estações, e parte é até transferida para Caronte. Esse tipo de migração de gelo entre dois corpos celestes não foi visto em nenhum outro lugar do Sistema Solar. 

Zhang explica que entender esse comportamento em Plutão pode nos dar pistas sobre a atmosfera primitiva da Terra, já que no passado nosso planeta também tinha uma atmosfera rica em nitrogênio e hidrocarbonetos. 

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Vídeo capta momento de erupção de vulcão na Itália; veja

Localizado na Sicília, no sul da Itália, o Etna é considerado o vulcão mais ativo da Europa. Para fazer jus ao seu título, ele explodiu violentamente nesta semana, liberando uma enorme nuvem de fumaça de vários metros de altura.

Um vídeo registrou o momento exato da erupção. As imagens mostram uma avalanche de material vulcânico descendo pelas encostas, assustando turistas que precisaram correr para buscar abrigo em meio ao fenômeno.

Erupção liberou nuvem de cinzas que chegou a 6.500 metros de altura

Segundo as autoridades italianas, o fenômeno ocorreu a uma altura de 2.900 metros acima do nível do mar, longe dos centros habitados. No entanto, uma parte da cratera desabou e assustou dezenas de pessoas que faziam uma excursão no local.

Etna tem histórico de erupções (Imagem: lapissable/Shutterstock)

A nuvem de cinzas chegou a 6.500 metros de altura, quase o dobro da altura do vulcão. Ela continha dióxido de enxofre, que pode causar problemas respiratórios e irritações. Apesar disso, não há registro de feridos ou de pessoas afetadas indiretamente pela explosão.

O Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, do Observatório do Etna, emitiu o alerta mais alto por conta das altas nuvens de cinzas e fumaça. Apesar disso, o Aeroporto Internacional Vincenzo Bellini, em Catânia, segue em funcionamento até o momento.

Veja abaixo o vídeo com o momento exato da erupção:

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Erupção do vulcão Etna liberou uma enorme nuvem de fumaça (Imagem: reprodução/redes sociais)

Atividade vulcânica constante e turismo

  • O Etna também havia entrado em erupção no início deste ano.
  • Em 11 de fevereiro uma fissura se abriu na cratera sudoeste de Bocca Nuova, liberando fluxos de lava.
  • Apesar de ser algo comum na região, as autoridades italianas estão preocupadas com os impactos dessa atividade vulcânica.
  • Isso porque o local é conhecido pelo turismo e o movimento se tornou “selvagem” e “perigoso”, de acordo com o próprio governo da Itália.
  • Uma das medidas que está sendo estudada é proibir a aproximação de grupos de pessoas.

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Veja como assistir ao pouso da sonda japonesa Resilience na Lua

Chegou o dia em que veremos mais uma tentativa de pouso da ispace na Lua. Após uma falha em 2023, a empresa privada japonesa tenta agora colocar a sonda Resilience na superfície lunar, e você pode acompanhar ao vivo nesta quinta-feira (5).

O módulo lunar Resilience está programado para pousar nesta quinta-feira, 5 de junho, às 16h17 (horário de Brasília). No Japão, o pouso ocorrerá na sexta-feira (6).

A transmissão ao vivo será realizada no YouTube da ispace, em japonês ou inglês. A cobertura começa às 15h10 (horário de Brasília).

Como a sonda chegou à superfície da Lua?

A trajetória da Resilience começou em janeiro deste ano, quando a SpaceX lançou um Falcon 9 carregando o módulo junto com a sonda privada Blue Ghost, da Firefly Aerospace. Ambas tinham o mesmo destino, mas a segunda já pousou com sucesso em 2 de março.

Leia mais:

Se o destino era o mesmo e o lançamento ocorreu no mesmo dia, por que a sonda da Firefly chegou antes? Diferentemente da Blue Ghost, a Resilience seguiu uma rota de “baixa transferência de energia” para alcançar a Lua, o que tornou a viagem mais demorada.

A sonda entrou na órbita lunar há quase um mês, em 6 de maio, e agora se prepara para o pouso. O local escolhido fica no meio do Mare Frigoris (“Mar do Frio”), no lado mais próximo do hemisfério norte da Lua. Se a ispace optar por um local alternativo (há três no total), as tentativas ocorrerão em dias e horários diferentes.

Ilustração que mostra o passo a passo da missão Resilience (Imagem: ispace)

Qual o objetivo da sonda Resilience?

Ao todo, a nave Resilience leva cinco experimentos. Um deles é o pequeno robô Tenacious, que vai coletar amostras lunares para a NASA. O módulo de pouso também transporta uma obra de arte chamada Moonhouse, criada pelo artista sueco Mikael Genberg.

O lander Resilience, da empresa ispace, do Japão, pode representar o segundo pouso lunar comercial do país. Crédito: ispace

Esta não é a primeira tentativa da empresa: em 2023, a missão Hakuto-R 1 falhou ao tentar pousar. Agora, a ispace pode finalmente ter sua redenção.

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Cães e gatos realmente se odeiam? A ciência explica o comportamento desses pets

Estudo aponta que convívio entre cães e gatos pode ser amigável, desde que a socialização aconteça nas primeiras fases da vida de ambos.

A rivalidade entre cães e gatos é uma crença antiga, praticamente generalizada. Por serem protagonistas quando o assunto são bichos de estimação, mas serem de espécies diferentes, foi alimentada a ideia de que eles, naturalmente, não se dão bem. 

Cães e gatos são domesticados há milhares de anos, e passaram por mudanças genéticas e comportamentais devido à proximidade com os humanos. 

O trio Spike, Tom e Jerry é um exemplo de representação na mídia da briga entre espécies. Cena de “Tom & Jerry: O Filme (2021). Imagem: Warner Bros. Pictures / Divulgação

Em civilizações antigas, os cães, descendentes dos lobos, se associavam aos humanos sem muitas restrições, recebendo em troca por sua companhia uma porção de alimento. Ao longo do tempo, por sua alta habilidade de socialização, a sua atuação foi ampliada para outros propósitos como ser cão de guarda, cão guia para cegos, no trabalho de detecção de bombas e até mesmo de algumas doenças.

Quanto aos felinos, descendentes do gato selvagem africano, eles foram muito utilizados no passado como controladores de pragas, uma vez que caçavam animais menores numa época em que a economia agrícola era baseada em grãos. Em troca pelo serviço, também recebiam abrigo e alimentação. Por serem caçadores solitários, a domesticação e controle dos gatos sempre foi mais complexa do que a dos cães.

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Por que cães e gatos se odeiam tanto?

Por que pessoas de nacionalidades diferentes poderiam se estranhar? Entre as muitas respostas está a comunicação. Para cães e gatos, a lógica é a mesma. Embora ambos sejam animais carnívoros e tenham em seu gene habilidades eficientes de caça, essas espécies diferem muito em seu comportamento social.

Estudo aponta que convívio entre cães e gatos pode ser amigável, desde que a socialização aconteça nas primeiras fases da vida de ambos. (Imagem: TatyanaGl/iStock)

Esse é apenas um dos apontamentos preliminares levantados no artigo “Inter-relação de cães e gatos vivendo sob o mesmo teto”, dos autores Reuven Feuerstein e José Terkel, que investigaram o tema. 

Há uma crença geral de que a comunicação interespecífica entre cães e gatos é complicada, decorrente de seu desenvolvimento evolutivo separado, de seus diferentes processos de domesticação e da falta de uma capacidade inata de entender as comunicações uns dos outros.

Abanar o rabo, por exemplo, é um sinal claro de que um cão está feliz, já um gato com o mesmo comportamento pode querer transmitir um estado de medo ou ansiedade. Essa inabilidade na interpretação um do outro pode gerar algum atrito, mas a domesticação de cães e gatos desde a juventude pode reverter essa prerrogativa.

De acordo com o artigo, a socialização precoce com gatos de até 6 meses de vida, e cães com até 1 ano de idade, mostrou uma capacidade satisfatória de estabelecer um relacionamento amigável. 

As descobertas também sugerem que, com o passar da convivência, a maioria desses cães e gatos entende a linguagem corporal particular do outro, criando até mesmo códigos próprios, como cumprimentos com toque de focinhos.

Gato dormindo em cima de cachorro deitado que olha para a câmera que tirou a foto
(Imagem: Divulgação/Sema-DF)

Falando a mesma língua, isto acaba se refletindo diretamente no clima entre eles. O estudo aponta que, em dois terços das casas, havia uma boa convivência entre as espécies. Apenas 10% das casas observadas tinham algum tipo de conflito.

Eles chegaram a essa conclusão por meio de dois métodos, um questionário aplicado aos donos dos cães e gatos, e a observação, por meio de gravações em vídeo, do convívio entre os animais na casa dos tutores.

É importante frisar que os cães, por terem um porte maior e por serem exímios caçadores, veem como presas todo e qualquer animal que seja menor do que ele, não apenas o gato. Não são raros relatos de tutores que receberam de seus cães passarinhos, ratos e lagartixas como presentes de caça. 

Em linhas gerais, o que podemos concluir é que cães e gatos não são rivais destinados. As espécies podem conviver de maneira harmoniosa juntas, desde que a socialização aconteça nas primeiras fases da vida. Quanto mais precoce for a idade do primeiro encontro entre as espécies, melhor será esse entendimento.

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