Algo misterioso no Oceano Atlântico pode transformar o clima global

Cientistas têm investigado há décadas uma misteriosa mancha de água fria no Atlântico Norte. Localizada a sudeste da Groenlândia, essa área ficou mais fria entre 1901 e 2021 do que no final do século 19, enquanto o resto dos oceanos se aquecia com o aumento global das temperaturas.

O fenômeno, apelidado de “buraco de aquecimento”, intriga os pesquisadores. Algumas teorias sugerem que a água gelada do derretimento do Ártico pode ser a causa. Outras apontam para a poluição dos navios, que refletiria parte da luz solar de volta ao espaço.

No entanto, um número crescente de estudos aponta para um motivo ainda mais preocupante: o enfraquecimento das correntes marítimas do Atlântico. Se confirmado, esse processo poderia afetar o clima do planeta inteiro, e não apenas a região próxima à Groenlândia.

A Circulação Meridional do Atlântico transporta água fria perto da Groenlândia (linha azul) para o sul ao longo do fundo do mar em direção à Antártida, enquanto as correntes mais próximas da superfície transportam água mais quente para o norte. Crédito: NASA / Estúdio de visualização científica do Goddard Space Flight Center

Enfraquecimentos anteriores nessa região do Atlântico já afetaram o clima

As correntes marítimas, incluindo a famosa Corrente do Golfo, formam um grande sistema chamado Circulação Meridional do Atlântico (AMOC). Esse sistema é responsável por transportar calor dos trópicos para o norte, aquecendo especialmente a Europa Ocidental.

A AMOC já enfraqueceu em épocas passadas, segundo registros em sedimentos antigos. E quando isso ocorreu, as mudanças no clima foram abruptas. A preocupação atual é que as sociedades modernas teriam dificuldade para se adaptar à velocidade dessas transformações.

Em entrevista ao site Live Science, Robert Marsh, professor de oceanografia e clima da Universidade de Southampton, no Reino Unido, alerta que correntes mais fracas podem provocar invernos congelantes na Europa, elevar o nível do mar na costa leste dos EUA e provocar secas severas perto do equador.

Ainda existe debate entre os cientistas sobre se a AMOC já começou a enfraquecer e se pode colapsar totalmente. No entanto, há consenso de que “estamos interferindo no sistema”, como destaca Marsh.

A AMOC é parte da maior “correia transportadora” do planeta, chamada circulação termohalina. Esse sistema move a água de um lado ao outro dos oceanos, levando calor de regiões quentes para áreas mais frias.

A água quente que sai da África do Sul viaja para o norte absorvendo ainda mais calor enquanto cruza os trópicos. Quando chega próximo à Groenlândia, libera esse calor na atmosfera, ajudando a manter o norte da Europa muito mais quente do que seria naturalmente.

Segundo a pesquisadora Maya Ben-Yami, da Universidade Técnica de Munique, a AMOC eleva as temperaturas médias da Noruega em cerca de 10 a 15 graus Celsius. Sem ela, o inverno seria muito mais rigoroso nessas áreas.

Para voltar para o sul, a água precisa afundar no Atlântico Norte, formando correntes profundas. Esse afundamento só acontece se ela for salgada e densa. Mas o derretimento do gelo na Groenlândia e no Ártico está diluindo a água, dificultando esse processo.

O “buraco de aquecimento” aparece justamente onde a AMOC costuma liberar calor para a atmosfera. O fato de a água nessa área estar mais fria do que o esperado é um forte indício de que a corrente está enfraquecendo.

Análise da evolução da AMOC pode ser inconclusiva

Com o aquecimento global derretendo ainda mais gelo, mais água doce entra no oceano. Isso pode acelerar o enfraquecimento da AMOC em um ciclo perigoso, onde correntes mais fracas trazem menos água salgada, e isso enfraquece ainda mais o sistema.

David Thornalley, cientista da University College de Londres, na Inglaterra, explica que, quando a AMOC está forte, ela “puxa” água salgada para o Atlântico Norte. Se enfraquece, atrai menos água salgada, o que gera um círculo vicioso de enfraquecimento.

Apesar dos sinais, há divergências sobre o que exatamente o buraco de aquecimento significa. Um dos problemas é a falta de medições diretas da AMOC antes de 2004. Para períodos anteriores, os cientistas precisam usar “impressões digitais” climáticas para estimar a força das correntes.

Essas impressões, como padrões de temperatura e salinidade, podem dar resultados diferentes. Por isso, os estudos sobre a evolução da AMOC nem sempre chegam às mesmas conclusões.

Por exemplo, uma pesquisa de 2018 indicou que a AMOC já estaria enfraquecendo. Em contrapartida, um estudo publicado em janeiro deste ano sugeriu que as correntes se mantiveram estáveis nos últimos 60 anos. Muitos especialistas criticaram a metodologia do estudo mais recente.

Independentemente desses conflitos, a maioria dos pesquisadores acredita que a AMOC enfraquecerá no futuro. E que isso terá grandes efeitos no clima global.

Se a circulação diminuir bastante, países como Noruega, Suécia e Reino Unido podem enfrentar invernos mais frios. A gravidade do resfriamento vai depender do quanto a força da AMOC diminuir nas próximas décadas.

Modelos climáticos simulam diferentes cenários. Alguns preveem uma redução de 10% na força da AMOC, enquanto outros apontam para um enfraquecimento de quase 50%. Segundo Marsh, uma queda de 10% seria sentida, mas poderia ser administrada. Já uma redução de 50% teria impactos profundos, afetando a agricultura e vários setores econômicos, alertou o especialista.

Derretimento de geleira na Groenlândia. Crédito: Trismegist San – Shutterstock

Correntes do Oceano Atlântico podem colapsar totalmente?

Um colapso total da AMOC, embora muito temido, é considerado improvável. Um estudo publicado em fevereiro apontou que ventos e outros fatores constantes ainda manteriam algum movimento nas águas.

Marsh acredita que um “colapso” completo, com 100% de paralisação das correntes, não é plausível. Mas ressalta que o sistema não precisa parar totalmente para provocar enormes mudanças na vida humana.

Se a AMOC continuar enfraquecendo, os efeitos serão variados e complexos. Em primeiro lugar, o resfriamento no Atlântico Norte poderia alterar a formação de tempestades e a distribuição dos ventos.

Curiosamente, isso não faria a costa leste dos EUA ficar mais fria de forma direta. O clima dessa região é mais influenciado pelo vórtice polar do Ártico, uma corrente de ventos que segura o ar gelado ao redor do Polo Norte.

No entanto, mudanças na AMOC poderiam afetar o próprio vórtice polar. Se ele se deformar, como já foi observado recentemente, massas de ar gelado podem invadir o meio-oeste e o sul dos EUA, especialmente durante o inverno.

Mudanças na AMOC podem alterar o vórtice polar do Ártico, que causou grandes tempestades de inverno nos últimos anos no norte do planeta. Crédito: Justkgoomm – Shutterstock

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Nível do mar pode subir mais rápido

Outro impacto direto seria no nível do mar. Hoje, o nível do mar no Atlântico Norte é cerca de 70 centímetros mais baixo do que seria se a AMOC estivesse mais fraca. Se a corrente continuar diminuindo, o nível do mar pode subir ainda mais rápido. Isso aconteceria porque, além do derretimento das geleiras, a redistribuição da água do oceano mudaria, aumentando ainda mais a ameaça às cidades costeiras.

Nos trópicos e no equador, o impacto pode ser ainda mais dramático. Um Atlântico Norte mais frio mudaria o equilíbrio de energia do planeta e deslocaria a chamada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para o sul.

A ZCIT é uma faixa de nuvens úmidas que traz chuvas vitais para regiões como América do Sul, África Ocidental e Ásia. Ela é responsável por definir as monções e as estações chuvosas e secas nessas partes do mundo.

Se a ZCIT se mover para o sul, como indicam estudos recentes, as monções seriam alteradas por pelo menos 100 anos. Áreas que hoje dependem de chuvas regulares para a agricultura poderiam enfrentar secas prolongadas.

Maya Ben-Yami, uma das pesquisadoras que estudou esse efeito, explica que essas mudanças podem devastar ecossistemas e modos de vida. Agricultores na África Subsaariana, por exemplo, dependem completamente das chuvas sazonais.

A floresta amazônica também sofreria. O impacto nas chuvas seria desigual: o norte da Amazônia poderia ficar muito mais seco, enquanto o sul receberia mais precipitação. Esses desequilíbrios climáticos poderiam levar a danos irreversíveis em uma das maiores reservas de biodiversidade do planeta, alterando o equilíbrio ambiental global.

Em resumo, o “buraco de aquecimento” do Atlântico Norte pode ser o prenúncio de mudanças profundas no clima mundial, afetando desde a agricultura na África até o nível do mar na América do Norte.

Embora os cientistas ainda debatam a velocidade dessas mudanças, a necessidade de acompanhar de perto o comportamento das correntes marítimas é urgente, tendo em vista que o futuro de muitas regiões do planeta pode depender disso.

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Vibração atmosférica induzida: o que é o fenômeno que causou apagão na Europa

vibração atmosférica induzida, um fenômeno meteorológico raro, foi apontada pela Redes Energéticas Nacionais (REN), operadora elétrica de Portugal, como a causa do apagão generalizado que afetou o país (e outras partes da Europa) na manhã desta segunda-feira (28).

“Devido a variações extremas de temperatura no interior da Espanha, verificaram-se oscilações anômalas nas linhas de muito alta tensão (400 kV), um fenômeno conhecido como vibração atmosférica induzida. Essas oscilações provocaram falhas de sincronização entre os sistemas elétricos, levando a perturbações sucessivas em toda a rede europeia interligada”, informou a REN.

O que é uma vibração atmosférica induzida?

vibração atmosférica induzida é um fenômeno raro que ocorre quando redemoinhos de ar causam vibrações nas linhas de transmissão de energia.

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As vibrações são de pequena amplitude (deslocamentos reduzidos), mas de alta frequência. Essas oscilações são semelhantes às ondulações que um barco cria na água, mas ocorrem nas redes elétricas. Durante o fenômeno, essa vibração pode coincidir com a ressonância dos cabos, levando a uma interrupção em toda a rede de transmissão.

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Tire o casaco do armário: Brasil se prepara para frio intenso

O Brasil se prepara para a chegada de uma nova e intensa frente fria a partir desta quinta-feira (24). A massa de ar polar, com origem no Paraguai, promete derrubar as temperaturas em diversas regiões, com destaque para o Centro-Sul do país.

Além do frio, é esperado um volume significativo de chuva, especialmente no estado de São Paulo, segundo dados do Climatempo.

Massa de ar polar traz mudanças drásticas no clima

A massa de ar polar que se aproxima manterá as temperaturas abaixo da média histórica em áreas como o Rio Grande do Sul, leste de Santa Catarina, norte do Paraná, leste do Mato Grosso do Sul e todo o estado de São Paulo.

A previsão indica que o impacto da frente fria será sentido com maior intensidade a partir de sexta-feira (25), quando o ar mais frio avança pelo Sudeste.

Além da queda acentuada nas temperaturas, a previsão meteorológica aponta para a ocorrência de temporais em Minas Gerais e no Rio de Janeiro na sexta-feira. O estado de Goiás também poderá registrar pancadas de chuva, exigindo atenção redobrada da população dessas áreas.

Massa de ar polar manterá as temperaturas abaixo da média histórica em algumas regiões. (Imagem: Cris Faga / Shutterstock)

São Paulo em alerta

O cenário em São Paulo merece destaque. A capital e o litoral paulista, que nesta quarta-feira (23) ainda desfrutam de um clima outonal com tempo seco, devem sentir a chegada das áreas de instabilidade já na quinta-feira (24).

Conforme a previsão, nuvens carregadas avançarão pelo oeste do estado, na região de Presidente Prudente, pela manhã, atingindo a Grande São Paulo ao longo do dia e chegando ao litoral durante a noite.

A quinta-feira em São Paulo começará com sol entre nuvens e temperaturas podendo alcançar os 25°C, mas a instabilidade deve se intensificar no final da tarde, trazendo pancadas de chuva isoladas com potencial para formação de alagamentos, trovoadas e rajadas de vento.

A situação se agrava na sexta-feira, com a atuação de uma área de baixa pressão atmosférica que manterá o tempo instável, fechado e chuvoso em todo o estado. A previsão aponta para precipitações intermitentes e volumosas já na madrugada, com as temperaturas na capital paulista despencando para a casa dos 17°C.

Gotas de chuva caindo no chão
Nova frente fria promete impactar significativamente o clima no Brasil. (Imagem: Daniel Tadevosyan/Shutterstock)

Os dados divulgados são alarmantes para a cidade de São Paulo. A previsão acumulada de chuva para quinta e sexta-feira varia entre 70 mm e 90 mm. Para se ter uma ideia da intensidade, esse volume de precipitação é equivalente à média histórica de chuva para todo o mês de abril, que é de 87 mm, conforme dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE).

Essa quantidade de chuva em um curto período eleva o risco de alagamentos e transtornos na cidade. Os dados históricos também reforçam a preocupação. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o total de precipitação registrado em abril até o momento é de 169,0 mm.

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Esse volume já coloca abril de 2025 como o quarto mais chuvoso desde 1961. Caso a previsão para os próximos dias se confirme, São Paulo poderá registrar o abril mais chuvoso em mais de seis décadas.

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Apesar de ser outono, clima está no ‘modo verão’ no Brasil

Faltam cinco dias para outono completar um mês. Mas o clima no Brasil ainda está no “modo verão, segundo a Climatempo. Sim, teve frente fria recentemente. E outras duas podem passar pelo país ainda em abril. Mas tem muita umidade no ar e a atmosfera ainda está quente.

“Com o predomínio do ar quente e úmido, as nuvens de chuva ainda estão se formando facilmente”, escreve Josélia Pegorim, no site da Climatempo. Resultado: grande parte do país está nos níveis “atenção” ou “alerta” da régua sobre risco de temporais nesta terça-feira (15). Confira o mapa abaixo:

Risco de temporais no Brasil nesta terça-feira, 15, vai de sem risco a alerta, passando por atenção (Imagem: Climatempo)

Previsão do tempo: temporais podem cair em grande parte do Brasil nesta terça-feira, 15

A circulação do vento em vários níveis da atmosfera vai estimular o crescimento de áreas de instabilidade sobre as regiões do Brasil, segundo Pegorim. Veja abaixo os alertas da Climatempo, separados por região, para esta terça:

Sul

  • Alerta para temporais no oeste e noroeste do Paraná. E atenção para pancadas de chuva moderadas e fortes no sul, centro, norte e litoral paranaense. O mesmo vale para oeste, centro e sul de Santa Catarina. E também para norte do Rio Grande do Sul;
  • Não há alertas para as outras áreas da região Sul – por exemplo: regiões metropolitanas de Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba.

Sudeste

  • Alerta para temporais no oeste e noroeste de São Paulo e de Minas Gerais, incluindo as regiões de Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Triângulo Mineiro e de Unaí;
  • Há risco de pancadas de chuva moderadas a fortes no centro, sul e norte de São Paulo, na região da serra da Canastra, no Vale do Rio Doce e no Vale do Jequitinhonha;
  • A região de Vitória pode ter chuva moderada;
  • Grande Rio, Grande Belo Horizonte, Grande São Paulo e demais áreas do Sudeste em cinza no mapa de risco estão fora do risco de chuva intensa.
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Centro-Oeste é uma das regiões sob maior risco de temporais nesta terça (Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Centro-Oeste

  • É uma das regiões com maior risco de temporais nesta terça;
  • Temporais podem cair no Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e o centro-leste e sudeste de Mato Grosso, incluindo a região de Campo Grande, de Goiânia e de Brasília;
  • Dia é de atenção para pancadas de chuva (de moderadas a fortes) em Cuiabá e nas demais áreas do Mato Grosso.

Nordeste

  • É a região com menor risco de chuva forte nesta terça;
  • Há risco de temporais no sudoeste da Bahia, região de divisa com Minas Gerais;
  • Pancadas de chuva (de moderadas a fortes) podem cair no extremo sul da Bahia, oeste baiano (inclui Barreiras) e sul do Maranhão e do Piauí;
  • Litoral de Pernambuco pode ter chuva moderada.
Mulher andando na chuva com guarda-chuva aberto
Maioria das áreas da região Norte pode ter pancadas de chuva nesta terça (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Norte

  • A maioria das áreas da região pode ter pancadas de chuva (de moderadas a fortes) nesta terça;
  • Há alerta para temporais no norte do Amapá, no noroeste, centro e sudeste do Amazonas e no norte de Rondônia;
  • Ficam fora do risco de chuva: norte do Pará e sul do Amapá, incluindo a região de Belém e de Macapá.

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Adeus, La Niña: o que a mudança significa para o clima no Brasil?

O cenário climático global acaba de passar por uma importante transformação. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa) anunciou, nesta quinta-feira (10), o término oficial do fenômeno La Niña, marcando o retorno das temperaturas do Oceano Pacífico Equatorial à fase neutra.

Esse evento, caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico, teve impactos no padrão climático do Brasil e do mundo nos últimos meses.

Os efeitos do La Niña

  • O La Niña, que se manifesta a cada 3 a 5 anos, provoca alterações na distribuição de chuvas e temperaturas em diversas regiões do planeta.
  • No Brasil, seus efeitos se traduziram em aumento das chuvas no Norte e Nordeste, enquanto o Centro-Sul e o Sul enfrentaram períodos de seca e maior variação térmica.
  • Com o fim do fenômeno, a tendência é que esse padrão se desfaça, dando lugar a um clima mais instável e irregular.
  • As previsões da Noaa indicam que a neutralidade climática deve persistir pelo menos até o verão no Hemisfério Norte, com mais de 50% de chance de se estender até outubro.
  • No entanto, o cenário para o segundo semestre ainda é incerto, com a possibilidade de um novo La Niña ou El Niño.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê que as temperaturas da superfície do mar e da terra continuarão acima da média nos próximos meses. (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

O que a mudança significa para o clima brasileiro?

A mudança no padrão climático do Pacífico traz implicações importantes para o Brasil. O Climatempo alerta para a possibilidade de alternância entre períodos de chuva e seca no Sul, enquanto o Norte e o Nordeste devem experimentar uma leve diminuição das chuvas.

Essa transição exige atenção especial, especialmente em um país que já enfrenta desafios relacionados à seca em quase 2 mil cidades.

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Além do fim do La Niña, é importante ressaltar que as mudanças climáticas induzidas pela ação humana têm um papel crucial na alteração dos padrões climáticos globais. Recordes de temperatura têm sido sucessivamente quebrados, com janeiro de 2025 registrando o maior calor da história, mesmo sob a influência do La Niña.

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Clima tem ‘cara de outono’ em partes do Brasil nesta semana

Depois de dias gelados, o clima deve voltar a esquentar no Sul e no Sudeste do Brasil ao longo desta semana. E ficar com “cara de outono”. Isso porque a massa de ar frio que derrubou temperaturas está se afastando do país.

O meteorologista Fábio Luengo, da Climatempo, explicou ao G1 que o clima será típico do outono, principalmente no Sul e no estado de São Paulo.

“Boa parte da semana ainda vai ter uma carinha de outono, com manhãs e noites mais frias e tardes mais quentes“, disse. “A temperatura vai ficar mais amena, mas não chega a fazer um calorão.”

Além de dias com ‘cara de outono’, clima no Brasil deve ter dias com bastante chuva nesta semana

A chuva segue em destaque. Nesta terça-feira (8), uma nova área de baixa pressão deve se formar no Sul, o que deve trazer bastante chuva para o Rio Grande do Sul.

Área de baixa pressão deve se formar próxima à costa do Sudeste, o que traz previsão de chuva (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)

Na quarta-feira (9), outra área de baixa pressão se forma próxima à costa do Sudeste, com previsão de chuva forte no litoral sul e no Vale do Ribeira.

“Pega um pouco da capital paulista também, com chuva forte, mas não temporal”, disse Luengo. “A área de instabilidade deve se estender até o sul de Minas Gerais“, acrescentou. Além disso, Mato Grosso do Sul deve ter chuvas intensas em boa parte da semana.

No Norte e no Nordeste, o tempo continua como nos últimos dias. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) segue provocando chuvas fortes, principalmente entre o Ceará e o Amapá.

  • Para quem não sabe: ZCIT é um encontro de ventos na região do Equador e um dos principais sistemas que causam chuvas no Norte e no Nordeste do Brasil, segundo o Inmet.
Homem vestindo casaco vermelho segurando guarda-chuva aberto durante chuva na rua
Deve continuar chovendo forte no Norte e no Nordeste nesta semana (Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Toda a faixa que se estende do Ceará até o Amazonas deve registrar grandes volumes de chuva nos próximos dias, segundo o meteorologista da Climatempo.

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Mesmo com a tendência de temperaturas mais altas, o frio ainda não se despediu do Brasil. A Climatempo prevê que outras “duas ou três” massas de ar frio passar pelo país ao longo de abril.

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Frente fria: cinco capitais podem registrar recorde de frio no fim de semana

O avanço de uma frente fria intensa pelo país deve mudar o cenário climático em diversas capitais brasileiras neste fim de semana. Além da previsão de chuvas volumosas, principalmente no Sudeste, o sistema deve provocar um declínio acentuado nas temperaturas em parte do Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Segundo a Climatempo, pelo menos cinco capitais poderão registrar as menores temperaturas do ano nos próximos dias. As previsões indicam mínima de 13 °C em Porto Alegre e 12 °C em Curitiba no sábado, enquanto Florianópolis deve chegar a 16 °C. Já no domingo, a capital paulista deve amanhecer com 15 °C, e Belo Horizonte, com 17 °C.

São Paulo deve acordar com frio neste domingo (6) (Imagem: Thiago Domingues Vieira / Shutterstock.com)

Queda de temperatura e alerta amarelo

  • O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que todos os estados da região Sul, além de São Paulo, Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais e boa parte do Rio de Janeiro, devem enfrentar quedas entre 3 °C e 5 °C ao longo do fim de semana.
  • Em razão desse declínio, o Inmet emitiu um alerta meteorológico amarelo, indicando “perigo potencial” associado à queda das temperaturas.
  • De acordo com os meteorologistas, essa pode ser a frente fria mais intensa do outono, com potencial para ser também a mais forte do ano até o momento.
  • O sistema deve trazer temporais expressivos, especialmente em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Chuvas acima da média e alerta vermelho

As projeções indicam que áreas entre o litoral norte paulista e o centro-sul fluminense podem acumular mais de 100 milímetros de chuva por dia nos próximos dias. No litoral de São Paulo, os volumes podem ultrapassar 200 milímetros entre quinta e domingo. A continuidade das precipitações em curto espaço de tempo é o que mais preocupa os especialistas.

No Rio de Janeiro, a Climatempo alerta para volumes excepcionais, com acumulados entre ontem e domingo que podem superar a média histórica de chuvas para todo o mês de abril. Em algumas localidades, o total pode chegar a 350 milímetros.

Diante dos riscos associados aos temporais, o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu alertas para situações de risco em regiões de São Paulo e do Rio de Janeiro, incluindo a cidade de Petrópolis. Já o Inmet divulgou um aviso meteorológico vermelho, de “grande perigo”, para os altos acumulados previstos no centro-norte fluminense e no sul do Espírito Santo, pelo menos até o final deste sábado (5).

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Ventos fortes e risco de ressaca no litoral

A frente fria será seguida por uma área de alta pressão, que deve provocar ventos intensos com rajadas que podem chegar a 90 km/h entre Santa Catarina e o Rio de Janeiro.

A Marinha também emitiu alerta de ressaca para o litoral paulista e fluminense, com previsão de ondas de até 3 metros ao longo do fim de semana. A agitação marítima também pode atingir o litoral do Espírito Santo, elevando o risco em áreas costeiras.

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Litorais de Rio de Janeiro e São Paulo estão sob alerta de ressaca (Imagem: Bruno Martins Imagens / Shutterstock.com)

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De temporais a geada: 1ª frente fria do outono deve virar clima de cabeça para baixo

A primeira frente fria intensa do outono deve provocar grandes mudanças no clima das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Segundo meteorologistas, muita chuva deve atingir essas áreas nos próximos dias.

Entre os principais impactos dessa frente fria estão temporais em São Paulo e no Rio de Janeiro, ventos fortes e possibilidade de ressaca no litoral do Sudeste. Além disso, as temperaturas devem cair bastante, com risco de geada nas áreas mais frias do Sul.

São Paulo e Rio de Janeiro devem ser os estados mais afetados pela frente fria de outono

Segundo o meteorologista Fábio Luengo, da Climatempo, os estados mais afetados serão São Paulo e Rio de Janeiro. “Há risco de alagamento, deslizamento e queda de árvores. Os impactos podem ser muito intensos”, disse ao G1.

1ª frente fria intensa do outono deve trazer bastante chuva para São Paulo (Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil)

A partir desta sexta-feira (04), a frente fria deve avançar lentamente para o Rio de Janeiro. No sábado (05), as chuvas mais fortes ainda devem atingir o Rio, a Zona da Mata Mineira e o litoral norte paulista. No domingo (06), a chuva deve ficar restrita a pontos isolados no Rio, sem causar grandes transtornos.

Em São Paulo, o destaque é para o litoral, com previsão de volumes de chuva acima de 200 milímetros até domingo. No Rio, os volumes podem superar a média mensal, chegando a 350 milímetros em algumas regiões neste fim de semana.

Além da chuva intensa, a Climatempo alerta para ventos fortes, que podem atingir até 90 km/h entre Santa Catarina e o Rio de Janeiro. Esses ventos formarão um corredor que deve afetar a região Sul, além do estado de São Paulo e parte do Rio já a partir desta sexta.

O mar também deve ficar agitado, com risco de ressaca na costa paulista e fluminense. Isso por conta da movimentação dos ventos.

O que vem depois dos temporais

Pessoas andando agasalhadas na rua em dia frio
Temperaturas devem cair após temporais causados pela primeira massa de ar polar significativa de 2025 (Imagem: Elza Fiúza/Agência Brasil)

Após os temporais, deve haver queda acentuada nas temperaturas. Essa será a primeira massa de ar polar significativa de 2025, trazendo possibilidade de geada no Sul, especialmente na Serra Catarinense e na Campanha gaúcha.

  • No topo da Serra Catarinense, há possibilidade de temperaturas negativas pela primeira vez em 2025.

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Em São Paulo, as máximas não devem ultrapassar os 20°C no fim de semana. No Rio de Janeiro, as temperaturas também ficarão mais amenas, com previsão de 24°C no domingo.

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Massa polar chegará ao Brasil; saiba quando

Abril deve marcar o começo efetivo do outono no Brasil, com a chegada de massas de ar frio de origem polar, segundo previsão da Climatempo.

A previsão indica períodos com temperaturas mais amenas no Centro-Sul e redução das chuvas em diversas regiões. Ao longo do mês, duas incursões de ar polar devem se destacar.

Massas de ar polares devem passar pelo Brasil em abril

A primeira, entre os dias 5 e 8, trará um leve resfriamento em áreas do Sul, Sudeste e na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

Massa de ar frio mais intensa deve derrubar temperaturas ainda na primeira quinzena de abril (Imagem: Elza Fiúza/Agência Brasil)

pouco antes do fim da primeira quinzena, uma massa de ar frio mais intensa deve provocar uma queda acentuada nas temperaturas, com possibilidade de geada nas áreas mais elevadas da Região Sul.

Esse segundo avanço polar também impactará estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e partes de Mato Grosso, com frio de moderada a forte intensidade. E não para por aí: no fim do mês, uma nova massa polar, ainda mais abrangente, deve reforçar o resfriamento nessas mesmas regiões.

Apesar dessas entradas de ar frio, abril ainda deve registrar dias quentes em grande parte do território nacional, com temperaturas acima da média. A exceção será no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que podem encerrar o mês com marcas abaixo da média histórica.

Previsão de chuva

A tendência de abril também é de diminuição dos volumes de chuva, comportamento típico do outono. Ainda assim, há exceções importantes.

Mulher andando na rua com guarda-chuva aberto durante chuva
Tendência de abril é de diminuição dos volumes de chuva (Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

No Sul, acumulados acima da média são esperados em parte da região. O extremo norte do país deve seguir sob influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), com chuva intensa em estados como Amazonas, Pará e Amapá, além do litoral norte do Nordeste, entre o Maranhão e o Rio Grande do Norte.

Na costa leste nordestina, cidades como Salvador (BA) devem registrar aumento na intensidade das chuvas, fenômeno também previsto para o litoral do Sudeste, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro. Isso por conta da atuação conjunta de frentes frias com o Atlântico Sul aquecido.

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A região Sul ainda deve enfrentar episódios de chuva forte ao longo do mês. No entanto, os volumes devem ser bem menores do que os registrados em 2024, quando o Rio Grande do Sul enfrentou precipitações extremas.

Na segunda quinzena de abril, a previsão é de queda mais acentuada das chuvas no Sudeste e no Centro-Oeste.

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Veja quando (e onde) as temperaturas devem despencar no Brasil

Abril deve começar com frente fria capaz de derrubar temperaturas no Centro-Oeste, Sudeste e, principalmente, no Sul do Brasil. Esta pode ser a primeira onda de frio do outono de 2025.

Em algumas áreas, temperaturas devem ficar amenas (leia-se: deve fazer menos calor). Em outras, pode fazer realmente frio. “O cenário vai mudar”, disse o meteorologista Fábio Luengo, da Climatempo, ao G1.

Ainda segundo Luengo, os modelos divergem sobre quando exatamente o frio deve começar. Isso porque esta previsão do tempo é a longo prazo.

Próxima semana pode ser menos quente em algumas regiões e realmente fria em outras

Temperaturas podem começar a cair ao longo da próxima semana, na primeira quinzena de abril. Já os últimos dias de março devem ser marcados por temporais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, segundo o meteorologista.

No Sudeste, o clima na reta final do mês deve ficar parecido com o observado nas últimas semanas – isto é, com calor e chuvas isoladas. Depois, vem o refresco. “Até o fim da próxima semana, esse sistema [a frente fria] deve passar pelo Sudeste, trazendo esse ar mais frio”, disse Luengo.

Reta final de março deve ter calor e chuvas isoladas no Sudeste (Imagem: Paulo Pinto/Agência Brasil)

No entanto, uma ressalva: “No Sudeste, não dá para falar em frio, mas realmente o cenário vai mudar“, disse o meteorologista da Climatempo.

Onde dá para falar em frio, então? No Sul, principalmente na região da Campanha e Serra Gaúcha. A nova frente fria deve provocar chuva na região.

Enquanto isso, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) continua a levar muita chuva para estados das regiões Norte e Nordeste. O encontro de ventos na região do Equador é um dos principais sistemas causadores de chuva nesta parte do país.

Previsão do tempo para abril e para o outono

Folha colocada na frente da luz do sol durante outono
Outono de 2025 deve ser de chuvas dentro da média e temperaturas acima do esperado (Imagem: EBC)

Outra ressalva: abril deve começar frio e chuvoso, mas a tendência para o mês, no geral, é de temperaturas acima da média, segundo a Climatempo e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Leia mais:

Em relação ao outono como um todo, a estação deve ser de chuvas dentro da média e temperaturas acima do esperado, estima a Climatempo. Saiba mais sobre a previsão para a estação nesta matéria do Olhar Digital.

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