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Insetos estão sumindo da Terra – e há mais de um motivo por trás disso

Em 2017, um grupo de cientistas apontou que as populações de insetos diminuíram 75% em menos de 30 anos. Com a revelação, uma série de outros estudos surgiram para tentar compreender o motivo por trás desse sumiço – e, se você pensou na agricultura, está parcialmente correto. A verdade é que o problema tem muitas outras raízes.

Entenda:

  • Um novo estudo reuniu mais de 3 mil razões por trás do desaparecimento em massa de insetos;
  • Os autores analisaram uma série de artigos científicos sobre o assunto e criaram uma lista interconectada de motivos relacionados ao problema;
  • Em primeiro lugar – e não exatamente um choque – ficou a agricultura;
  • Fatores como a expansão urbana, variáveis ​​relacionadas ao habitat e perturbações humanas também foram citados.
Insetos estão sumindo rapidamente, alertam cientistas. (Imagem: Davide Bonora/Shutterstock)

Ainda que a agricultura seja apontada como a principal causadora do rápido desaparecimento dos insetos, cientistas sugeriram, ao longo dos anos, uma série de outros fatores.

E, agora, pesquisadores da Universidade de Binghamton e da Universidade Estadual de Nova York organizaram uma lista com mais de 3 mil deles.

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Agricultura é a principal causa do desaparecimento de insetos

Em um estudo publicado hoje na BioScience, os autores analisaram mais de 175 artigos científicos com mais de 500 hipóteses acerca do declínio em massa dos insetos. Com base nesses dados, a equipe criou uma rede com mais de 3 mil possíveis razões interconectadas – que incluem desde a já citada agricultura (líder em número de menções) até a expansão urbana, variáveis ​​relacionadas ao habitat e perturbações humanas.

“A ideia era extrair o que as pessoas chamam de ‘caminhos causais’. Por exemplo, a agricultura leva à poluição, que leva ao declínio da população de insetos. Então, construímos uma rede gigante a partir deles para ver quais ideias estão mais frequentemente conectadas entre si e quais estressores são mais frequentemente vistos como as causas raízes”, diz Christopher Halsch, autor principal do estudo, em comunicado.

Irrigação na agricultura
Insetos estão sumindo por causa da agricultura – e por mais de 3 mil outros motivos. (Imagem: Vitaliy Andreev/Shutterstock)

Ações de conservação devem visar diferentes grupos de insetos

A equipe também destaca que, geralmente, estudos sobre o desaparecimento dos insetos são focados em comunidades mais “populares”, como borboletas e abelhas, essenciais para a polinização. Isso faz com que a busca por ações de conservação se limite a uma minoria, enquanto outros grupos permanecem, de certa forma, negligenciados.

“Um dos pontos importantes que tentamos destacar no artigo é que ações de conservação excessivamente tendenciosas em relação a certos insetos ou certos estressores provavelmente serão negativas para muitos outros insetos. Se nos concentrarmos demais em abelhas e borboletas e sua conservação, deixaremos de lado muitas outras espécies, a maioria delas, na verdade”, alerta Halsch.

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Sabia que sapos eram usados para conservar o leite quando não existiam geladeiras?

A conservação de alimentos sempre foi um desafio para a humanidade, especialmente antes da invenção da geladeira. Em algumas culturas, métodos alternativos foram desenvolvidos para prolongar a durabilidade dos alimentos.

Um dos mais curiosos vinha da Rússia e da Finlândia, onde os habitantes costumavam colocar sapos vivos dentro dos recipientes de leite para impedir sua deterioração. Embora possa parecer um mito, a prática tem uma explicação científica.

Pesquisadores descobriram que a pele de algumas espécies de sapos secreta peptídeos antibióticos naturais, que ajudam a combater o crescimento de bactérias e fungos.

Esses compostos evitavam a proliferação de micro-organismos responsáveis pelo azedamento do leite. Em 2010, cientistas identificaram mais de 100 substâncias antibióticas na pele desses anfíbios, o que reforça a eficácia da técnica usada pelos povos nórdicos.

Sapos e geladeiras: entende sua conexão para conservar o leite

A refrigeração revolucionou a maneira como os alimentos são armazenados, tornando possível prolongar sua vida útil e garantir sua segurança para o consumo humano.

Leite de vaca em copos de vidro (Imagem: New Africa/Shutterstock)

As primeiras geladeiras domésticas começaram a se popularizar entre as classes mais altas na década de 1940, sendo gradativamente adotadas em larga escala. O frio desacelera a multiplicação de bactérias, retardando a deterioração de produtos como o leite, mas não impede sua contaminação por completo.

No caso dos sapos, a espécie Rana temporaria, encontrada na Eurásia, era a mais utilizada na conservação do leite. Estudos conduzidos pela Universidade de Moscou identificaram 97 substâncias antibióticas na pele desse anfíbio, algumas eficazes contra bactérias como Salmonella e Staphylococcus.

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Rana temporaria é uma das espécies utilizadas para conservar o leite para consumo humano (Reprodução: Joel Sartore/Photo Ark)

Esse mecanismo de defesa natural permite que o sapo sobreviva em ambientes úmidos e potencialmente contaminados.

O método consistia em colocar um desses sapos dentro do recipiente de leite, permitindo que suas secreções antibacterianas se misturassem ao líquido e retardassem o processo de fermentação. Essa prática era comum em regiões rurais, onde o acesso a técnicas modernas de conservação era limitado.

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Apesar de eficaz, o uso de sapos para conservar leite, obviamente, não é recomendado atualmente. Isso porque algumas espécies podem conter toxinas perigosas para os seres humanos, além do risco de transmissão de doenças zoonóticas.

A extração e o uso dos peptídeos antibióticos de forma segura ainda são desafios para a ciência, embora seu potencial para a indústria farmacêutica seja promissor.

Porém, os avanços na tecnologia de refrigeração eliminaram a necessidade de utilizar métodos arcaicos como esse. Afinal, hoje em dia, a conservação do leite, e de alimentos em geral, se baseia em processos como a pasteurização e o resfriamento adequado, impedindo a proliferação de bactérias prejudiciais à saúde humana.

Ainda assim, a descoberta das propriedades antibióticas na pele dos sapos desperta interesse na pesquisa biomédica. Cientistas buscam maneiras de sintetizar esses compostos em laboratório para o desenvolvimento de novos antibióticos, evidenciando, dessa forma, como o conhecimento tradicional pode se unir à ciência, inspirando novas descobertas e inovações.

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