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O que é a imunidade de rebanho? Confira fatos e fakes

A pandemia de covid-19 foi declarada em março de 2020 e teve seu fim reconhecido pela Organização Mundial da Saúde em 2023, mas seus efeitos ainda reverberam na sociedade. Mudanças nos hábitos cotidianos, o trabalho remoto e novas formas de consumo de mídia e de lazer permanecem presentes mesmo após a quarentena.

Além disso, questões que marcaram aquele período da crise sanitária frequentemente retornam ao debate público. Um desses temas é a imunidade de rebanho, que ocasionalmente ressurge em meio à curiosidade, a interpretações equivocadas e a discussões acaloradas.

Mas afinal, o que é, de fato, a imunidade de rebanho? A seguir, explicaremos um pouco mais sobre esse conceito, bem como os mitos e verdades que o cercam.

O que é a imunidade de rebanho?

Criança com máscara no ombro do pai durante o protesto “Marcha do Silêncio”, em Seattle, Washington, junho de 2020. / Crédito: VDB Photos (Shutterstock)

O termo imunidade de rebanho se refere a uma forma de proteção indireta que se aplica apenas a doenças contagiosas. Ela também é conhecida como “imunidade de grupo”, “efeito de rebanho”, “imunidade de comunidade”, “imunidade de população” ou “imunidade em massa”.

Esse conceito da epidemiologia ocorre quando uma grande parte da população está protegida contra uma doença transmissível. Com isso, a circulação do agente causador diminui. Assim, mesmo quem não está imunizado recebe proteção.

A imunidade de rebanho pode ser alcançada de duas maneiras: por meio da vacinação ou após uma infecção natural. Bom, agora que adentramos essa parte, confira a seguir o que é verdade ou mito sobre esse assunto.

Imunidade de rebanho: fatos e fakes

Confira a seguir o que é verdade e o que é mentira sobre a imunidade de rebanho.

“Imunidade de rebanho pode ser alcançada apenas com a infecção natural”

Homem afro-americano doente com febre, mede a temperatura e toca a testa deitado na cama. / Crédito: Prostock-studio (Shutterstock/reprodução)

Falso. Embora tenhamos afirmado acima que uma das formas de alcançar a imunidade de rebanho seja por meio da infecção natural, é incorreto afirmar que essa seria a forma ideal para atingir a proteção coletiva contra doenças transmissíveis.

Essa ideia ganhou força durante a crise da covid-19 e ajudou a popularizar o conceito. Muitos defensores eram contra o isolamento social e sugeriam expor pessoas com menor risco de complicações, acreditando que, ao adquirirem imunidade, ajudariam a reduzir a transmissão.

No entanto, essa proposta é perigosa. Ignora os riscos para grupos vulneráveis, a sobrecarga dos sistemas de saúde e o fato de que a imunidade natural nem sempre é duradoura ou eficaz.

Sobre ser duradoura ou eficaz, a imunidade de rebanho por infecção natural só funciona se o corpo permanecer protegido por muito tempo após a doença. Caso contrário, as pessoas podem se reinfectar e a doença continua se espalhando.

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“A imunidade de rebanho depende da vacinação”

Enfermeira aplica vacina contra em adolescente durante campanha de vacinação. / Crédito: MilanMarkovic78 (Shutterstock/reprodução)

Verdade. A forma mais segura e eficaz de alcançar a imunidade de rebanho é por meio da vacinação. 

Quando grande parte da população está vacinada, o vírus encontra menos pessoas suscetíveis para infectar, o que reduz sua circulação. Isso protege inclusive quem não pode ser vacinado.

“A imunidade de rebanho dispensa quarentena”

Imagem mostra a mão de um médico impedindo a passagem de uma pessoa, com faixas de passagem proibida atrás dele
Imagem: Natasa Adzic/Shutterstock

Falso. Atingir a imunidade de rebanho não significa que as medidas de proteção, como a quarentena, possam ser ignoradas. Durante uma pandemia, enquanto a maioria da população ainda não está imunizada, o vírus continua se espalhando com facilidade.

Se todos circularem livremente antes de a imunidade coletiva ser atingida, o número de casos graves pode aumentar rapidamente. E esse cenário nós já conhecemos: sobrecarga do sistema de saúde e risco para pessoas vulneráveis, que acabam tendo contato com pessoas contaminadas que apresentam menor risco.

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Estudo pode viabilizar o primeiro tratamento da COVID longa

Pesquisadores da WEHI, um instituto médico da Austrália, desenvolveram um composto antiviral que demonstrou prevenir sintomas da COVID longa em camundongos, oferecendo uma possível esperança para o tratamento dessa condição debilitante.

Publicado na Nature Communications, o estudo é o primeiro a mostrar que o tratamento evitou disfunção cerebral e pulmonar de longo prazo, principais sintomas da COVID longa.

A pesquisa abre caminho para futuros ensaios clínicos e, potencialmente, um tratamento oral para a doença.

COVID longa ainda carece de tratamentos

  • A COVID longa, ou sequela pós-aguda da COVID-19 (PASC), é uma condição crônica caracterizada por sintomas persistentes como dificuldades respiratórias, fadiga e confusão mental.
  • Embora afete milhões de pessoas, sua causa ainda é pouco compreendida, e não há tratamento aprovado.
  • O Dr. Marcel Doerflinger, chefe do laboratório WEHI, destacou que os resultados podem ser um marco na busca por terapias eficazes.
Tratamento oral para a COVID longa, que ainda não existe, pode estar perto de ser criado graças ao novo estudo – Imagem: Dmitry Demidovich/Shutterstock

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A pesquisa

Os pesquisadores identificaram uma proteína chamada PLpro, essencial para o coronavírus, como alvo promissor.

Após examinar mais de 400 mil compostos, a equipe desenvolveu um novo medicamento que pode superar barreiras dos tratamentos existentes. O Prof. David Komander, co-líder da equipe, comemorou a rapidez da descoberta, realizada em menos de cinco anos.

Além de prevenir a COVID longa, o novo composto mostrou eficácia superior a antivirais atuais, como o Paxlovid, que apresenta limitações, como interações com outros medicamentos.

A pesquisa continua em colaboração com outros centros para otimizar o composto e avaliar seu potencial em tratamentos mais amplos para a COVID-19.

Ilustração do vírus da Covid-19
Causa para a COVID longa ainda não é completamente compreendida por especialistas (Imagem: Xeniia X/Shutterstock)

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Pesquisa brasileira mostra caminho para aprimorar vacinas contra a Covid

Um estudo publicado na revista Pathogens, realizado por pesquisadores do Instituto Pasteur de São Paulo (IPSP), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Butantan, faz um balanço dos avanços na vacinação contra a Covid-19 e discute estratégias para melhorar a eficácia das vacinas diante das novas variantes do vírus, como mostra o Jornal da USP.

A pesquisa, liderada por Fábio Mambelli e coordenada por Sergio Costa Oliveira, professor da USP, destaca que, apesar de as vacinas atuais reduzirem casos graves, a constante evolução do vírus exige soluções inovadoras.

Descobertas do estudo

  • O estudo aponta que a dependência da proteína Spike, alvo principal das vacinas atuais, pode limitar sua eficácia a longo prazo, já que variantes como a Ômicron têm mutações que ajudam a escapar da imunidade induzida.
  • O declínio na resposta imunológica ao longo do tempo também reforça a necessidade de doses de reforço.
  • Além disso, a eficácia das vacinas varia conforme a plataforma usada, e grupos como idosos e imunossuprimidos apresentam resposta vacinal comprometida.
Novas variantes do vírus da covid-19 demandam que a pesquisa sobre a vacina também passe por avanços – Imagem: Shutterstock/WESTOCK PRODUCTIONS

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Uma abordagem promissora discutida é o uso da vacina BCG, modificada para incluir antígenos do SARS-CoV-2, como a proteína Spike e Nucleocapsídeo. Essa estratégia pode oferecer uma proteção mais duradoura, já que a proteína Nucleocapsídeo é mais estável e menos suscetível a mutações.

Além disso, vacinas intranasais, que estimulam a imunidade nas vias respiratórias, também são vistas como uma alternativa eficaz para reduzir a transmissão e melhorar a resposta imunológica contra novas variantes.

O estudo conclui que, embora as vacinas atuais tenham sido fundamentais no controle da pandemia, é essencial continuar a inovação para garantir proteção duradoura contra a Covid-19.

As vacinas atuais são eficazes para controlar os danos do vírus, mas a necessidade de seguir buscando inovações com vacinas melhores ainda existe – Imagem: CrispyPork/Shutterstock

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Estamos mais preparados atualmente para enfrentar uma pandemia?

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou a COVID-19 uma pandemia, que afetou mais de 770 milhões de pessoas e causou milhões de mortes globalmente.

Apesar dos avanços, ainda existe o risco de novas pandemias, e a questão é: estamos melhor preparados? Em alguns aspectos, sim, mas em outros, não, como explica um artigo publicado originalmente no site The Conversation.

Setores público e privado aprenderam a colaborar como nunca antes

  • A pandemia da COVID-19 gerou avanços notáveis, como uma colaboração sem precedentes entre setores público e privado, resultando no rápido desenvolvimento das vacinas mRNA.
  • Aprendemos a trabalhar em conjunto, compartilhando recursos e acelerando a pesquisa científica.
  • Além disso, a abordagem One Health, que integra saúde humana, animal e ambiental, ganhou importância.

No entanto, algumas áreas não avançaram o suficiente.

Aprendemos e evoluímos no combate a COVID-19, mas alguns problemas da época voltariam a aparecer em uma nova pandemia (Reprodução: william87/iStock)

Sistema de saúde frágeis sofreram ainda mais

A fragilidade dos sistemas de saúde pública em alguns países, especialmente nas áreas de atenção primária e geriatria, permanece preocupante. As instituições de saúde, como asilos, também necessitam de maior apoio.

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A falta de investimento contínuo em pesquisa e a dificuldade em superar obstáculos burocráticos também são desafios persistentes.

A pandemia exacerbada por desinformação e polarização política deixou lições importantes, como a necessidade de melhorar a comunicação científica e lidar com a desigualdade social, que amplificou os impactos da crise.

Embora tenhamos aprendido muito, o mundo ainda não está totalmente preparado para futuras crises sanitárias, sendo essencial um maior investimento em ciência e colaboração global.

Multidão de pessoas com máscaras no início da pandemia do COVID-19
Preparo do planeta para enfrentar uma nova pandemia não seria tão superior ao que vimos em 2020 – Imagem: Tzido / iStock

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Estudo revela novo caminho para tratar a COVID longa

Cientistas da Universidade da Virgínia descobriram que a COVID-19 pode prejudicar a capacidade das células imunológicas de reparar os pulmões, o que pode ajudar a explicar os efeitos persistentes da COVID longa.

A pesquisa, publicada na revista Science, foi liderada por Jie Sun e revelou que infecções virais graves, como a COVID-19 e a gripe, danificam os peroxissomos, organelas essenciais dentro dos macrófagos — células imunológicas responsáveis pelo reparo pulmonar após danos nos tecidos.

Quando esses peroxissomos são danificados, sua função é comprometida, o que resulta em inflamação contínua e cicatrizes nos pulmões.

Descobertas do estudo

  • Os pesquisadores descobriram que essa disfunção nos peroxissomos é uma das causas da dificuldade de recuperação pulmonar observada em pacientes com COVID longa.
  • O estudo também sugeriu uma abordagem promissora para tratar esses efeitos persistentes: o uso do fenilbutirato de sódio, um medicamento já aprovado pelo FDA para tratar pacientes com altos níveis de amônia no sangue.
  • Esse medicamento foi capaz de restaurar a função dos peroxissomos em testes iniciais, melhorando a capacidade do sistema imunológico de reparar os pulmões.
Medicamento já aprovado pela FDA foi capaz de ajudar o sistema imunológico a reparar a inflamação dos pulmões (Imagem: JOURNEY STUDIO7/Shutterstock)

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Embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar a eficácia desse tratamento na COVID longa, os cientistas acreditam que suas descobertas podem abrir novas possibilidades terapêuticas.

Além disso, o estudo sugere que o tratamento dos peroxissomos também pode ser útil no tratamento de outras doenças respiratórias, tanto agudas quanto crônicas, como a gripe ou a doença pulmonar intersticial (DPI).

A pesquisa é um passo importante para entender melhor a COVID longa e outras condições pulmonares, oferecendo esperança de novas terapias centradas no peroxissomo para ajudar os pacientes a se recuperarem e melhorarem sua qualidade de vida.

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A  Covid longa ocorre quando os sintomas da doença persistem, ou aparecem pela primeira vez meses após a contaminação, causando danos ao pulmão – Imagem: Josie Elias/Shutterstock

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