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“Porta do Inferno”: fogo que queima há mais de 50 anos em cratera perde força

Localizada no norte do Turcomenistão, na Ásia Central, a Cratera de Darvaza tem 69 metros de largura e 30 metros de profundidade. Ela é conhecida como “Porta do Inferno” e se tornou um importante destino turístico.

O local recebeu este nome pelo fato de queimar de forma contínua há mais de 50 anos. As chamas são alimentadas pelos ricos depósitos de gás natural da área. No entanto, o governo do país anunciou que a intensidade do fogo diminuiu significativamente.

Local recebe milhares de turistas todos os anos (Imagem: Matyas Rehak/Shutterstock)

País tenta diminuir as emissões de metano

  • De acordo com as autoridades do Turcomenistão, as chamas foram reduzidas em três vezes.
  • Elas ainda afirmam que hoje resta apenas uma fraca fonte de combustão.
  • Isso foi possível após numerosos poços serem perfurados na região.
  • O objetivo era capturar o metano e reduzir o incêndio como parte de um projeto para diminuir os impactos provocados pelas mudanças climáticas.
  • O país da Ásia Central é um dos países mais fechados do mundo e possui a quarta maior reserva de gás do mundo.
  • Ele também é o maior emissor mundial de metano por meio de vazamentos de gás, de acordo com a Agência Internacional de Energia.
  • As informações são do Science Alert.

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Fogo é alimentado pelo vazamento de gás natural (Imagem: Lockenes/Shutterstock)

História da formação da “Porta do Inferno” é motivo de discussão

O que levou à formação da cratera é motivo de dúvidas até hoje. Segundo a teoria mais difundida, em 1971, geólogos soviéticos estavam perfurando o deserto de Karakum com o objetivo de encontrar petróleo, quando se depararam com uma reserva de gás natural que fez com que a terra desmoronasse, formando três grandes sumidouros.

Para evitar que o metano fosse liberado na atmosfera, eles atearam fogo em um destes sumidouros, pensando que ele iria queimar totalmente em questão de semanas. As chamas, no entanto, seguem até hoje.

Visão do interior da cratera (Imagem: Maurizio Bersanelli/Shutterstock)

Outra história aponta que a enorme cratera teria se formado na década de 1960 e começado a queimar cerca de 20 anos mais tarde. Há, inclusive, controvérsias sobre se ela foi incendiada acidentalmente, como pela queda de um raio, ou se foi algo intencional.

Por fim, há quem defenda que o local foi originado após o uso da técnica de “flaring“, comum na extração de gás natural, em que os excedentes são queimados intencionalmente por economia e segurança.

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Cratera em Marte é “janela” para a história do Planeta Vermelho

Novas observações da missão Mars Express da Agência Espacial Europeia (ESA) revelaram imagens da peculiar cratera marciana Deuteronilus Cavus. Essa estrutura geológica se formou entre 4,1 e 3,7 bilhões de anos atrás e sua complexidade é um reflexo dos processos que formaram o Planeta Vermelho.

A cratera tem 120 quilômetros de diâmetro e é preenchida por uma mistura de formações rochosas, canais, planícies e mesas — blocos de pedra que resistiram a erosão. Segundo evidências ao redor do local, a depressão se originou por ação vulcânica.

No decorrer do tempo, essa estrutura passou por uma ampliação de seu tamanho devido à ação da água líquida e do gelo. Se comparada às medidas da época de seu surgimento, ela quase dobrou. As evidências para a presença de fluxos de águas estão na borda, onde há sinais de erosão deixados pela passagem do líquido.

Na região da cratera há evidências da presença de canais de água no passado. (Imagem: ESA/DLR/FU Berlin)

A transição entre a beira e o fundo de Deuteronilus Cavus apresenta formações lisas. “Os fluxos arredondados e de topo suave vistos estendendo-se da base da parede da cratera são ‘aventais de detritos’: remanescentes de geleiras cobertas de rocha que provavelmente se formaram quando o clima marciano permitiu que o gelo se acumulasse nas latitudes médias de Marte”, escreveu a agência em um comunicado.

Marcas escuras em Marte

Para além da borda, as rochas são rugosas, o terreno é liso e tem cristas sutis. Essas marcas são evidências de atividade vulcânica e podem indicar o caminho por onde a lava fluiu e depois resfriou, segundo o site IFLScience.

A maior evidência de vulcanismo é a presença de marcas escuras na maior parte do fundo de Deuteronilus Cavus. A análise espectral feita pela equipe da ESA revelou que elas são compostas por cinzas vulcânicas e argila. Esta ultima sugere a existência de um acúmulo de água no local em um passado distante.

Manchas escuras são uma mistura de cinzas com argila em cratera de Marte
Manchas escuras são uma mistura de cinzas com argila. (Imagem: ESA/DLR/FU Berlin)

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A riqueza geológica da cratera poderá servir como um laboratório natural para cientistas que desejam estudar os processos que moldaram o Planeta Vermelho. “A depressão rica em características, Deuteronilus Cavus, nos permite explorar uma série de processos geológicos ao longo da complexa história de Marte”, concluiu a ESA.

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Pedaços da Lua podem se soltar e atingir a Terra, diz estudo

A superfície da Lua é marcada por crateras de impacto, algumas com mais de mil quilômetros de diâmetro, formadas principalmente há cerca de 4 bilhões de anos durante o chamado Bombardeio Intenso Tardio.

Diferentemente da Terra, a Lua não possui atmosfera nem atividade geológica significativa, o que preserva essas estruturas por bilhões de anos.

Essas crateras guardam informações valiosas sobre a formação do Sistema Solar, e quando ocorre um impacto na Lua, parte do material ejetado escapa da gravidade lunar e pode alcançar a Terra.

Um novo estudo, liderado por José Daniel Castro-Cisneros, usou simulações computacionais avançadas para investigar como isso acontece. A pesquisa, publicada no servidor arXiv, estimou a quantidade de material transferido e suas trajetórias ao longo de 100 mil anos.

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Rochas ejetadas da Lua durante grandes impactos podem influenciar a Terra (Imagem: arte.inteligente1/Shutterstock)

O que os pesquisadores descobriram

  • Os pesquisadores usaram pacote de simulação REBOUND para rastrear partículas lunares por longos períodos.
  • No simulador, a Terra foi modelada em conjunto com a Lua, usando uma distribuição de velocidade mais realista.
  • Foi revelado que cerca de 22,6% do material ejetado atinge a Terra ao longo de 100 mil anos, e metade das colisões ocorre nos primeiros 10 mil anos após o impacto na Lua.
  • O material chega à Terra com velocidade entre 11,0 e 13,1 km/s, e a maior chance de impacto ocorre com detritos lançados do lado posterior da Lua.
  • Os impactos ocorrem de forma equilibrada entre dia e noite, com pico por volta das 6h da manhã.

Quais serão os próximos passos

A pesquisa não só confirma que a Terra coleta uma fração significativa do material lunar ejetado, como também ajuda a traçar padrões de impacto e suas possíveis implicações para a história geológica e biológica da Terra.

O estudo ainda reforça a hipótese de que corpos próximos, como o asteroide Kamo’oalewa, possam ter origem lunar. O próximo passo dos pesquisadores será incorporar condições orbitais antigas e impactos oblíquos para obter estimativas ainda mais precisas.

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Impactos na Lua ajudam a reconstituir a história geológica compartilhada com a Terra (Imagem: Grey Zone / Shutterstock)

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Domo de Araguainha: a maior cratera de impacto da América do Sul

Uma imensa cicatriz na superfície terrestre, com 40 quilômetros de diâmetro e área aproximada de 1,3 mil km²superior ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro — marca o local onde, há cerca de 250 milhões de anos, um asteroide colidiu com nosso planeta.

Este é o Domo de Araguainha, reconhecido como a maior cratera de impacto de meteoro na América do Sul e um dos 100 principais sítios geológicos do mundo, segundo a International Union of Geological Sciences (IUGS), entidade vinculada à UNESCO.

O Domo está situado na divisa entre os estados de Goiás e Mato Grosso. Aproximadamente 60% da estrutura encontra-se em território mato-grossense, abrangendo os municípios de Ponte Branca, Araguainha e Alto Araguaia.

Cratera está localizada entre os estados de Goiás e Mato Grosso (Imagem: Idariocafe/Shutterstock)

O restante estende-se pelos municípios goianos de Doverlândia, Mineiros e Santa Rita do Araguaia. Atualmente, existe projeto para transformar esta formação geológica em parque geológico nacional.

História da descoberta da cratera

  • Os primeiros indícios de que esta formação resultou do impacto de um asteroide surgiram em 1973, quando os pesquisadores da NASA, Robert Dietz e Bevan French, publicaram nota, em periódico científico, sobre suas características;
  • Contudo, a confirmação definitiva veio apenas em 1978, por meio dos estudos conduzidos pelo professor Álvaro Crósta, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que, há mais de quatro décadas, dedica-se à pesquisa deste fenômeno;
  • Em entrevista ao g1, Crósta explicou que a região onde ocorreu o impacto era, naquela época, um extenso mar de águas rasas;
  • A colisão provocou terremotos e tsunamis que se propagaram por, aproximadamente, 500 quilômetros, afetando toda a vida existente nesse raio.

“Não conhecemos todas as características do objeto, pois não restou material para análise, mas sabemos que era uma esfera com, aproximadamente, quatro quilômetros de diâmetro, viajando a velocidade entre 14 e 16 quilômetros por segundo ao atingir a Terra”, explicou o pesquisador.

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Características geológicas únicas

O que torna o Domo de Araguainha particularmente relevante para a ciência é a presença de minerais transformados por fenômeno exclusivo, conhecido como “metamorfismo de choque“, resultado da aplicação simultânea de altíssima pressão e temperatura sobre as rochas.

“Até o momento, não identificamos minerais formados pelo choque, apenas minerais que foram transformados. Encontramos em rochas que estavam em maior profundidade durante o impacto elementos, como o zircão, que apresentam considerável deformação“, detalhou Crósta.

Esta cratera integra o grupo das cinco maiores estruturas de impacto em toda a América do Sul, sendo que oito destas formações estão localizadas em território brasileiro.

Datação e impacto ambiental

Estudos baseados em análise de isótopos — átomos de um mesmo elemento químico com mesmo número de prótons, fundamentais para determinar a idade de artefatos — indicam que o impacto ocorreu há, aproximadamente, 254 milhões de anos, durante a primeira fase da era Mesozoica, período anterior às fases Jurássica e Cretácea, conhecidas como “idade dos dinossauros“.

Na verdade, quando o impacto ocorreu, os dinossauros ainda não existiam, surgindo milhões de anos depois, ainda durante o mesmo período geológico.

Quanto aos efeitos do impacto na biosfera, Crósta afirma que houve destruição significativa da vida em escala regional, afetando, principalmente, répteis e anfíbios. Entretanto, devido às dimensões do asteroide, o evento não causou extinção em escala planetária.

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Foram encontradas, em rochas, que estavam em maior profundidade durante o impacto, elementos, como o zircão, que apresentam considerável deformação (Imagem: Reprodução)

Não acredito que tenha provocado destruição em toda a Terra. Certamente, houve destruição de vida numa escala regional, até mesmo continental, mas ele não teria o tamanho e as características suficientes para produzir uma extinção em massa no planeta”, esclareceu o especialista.

Atualmente, o Domo de Araguainha recebe visitas regulares de estudantes, pesquisadores e entusiastas interessados em conhecer este extraordinário sítio geológico, testemunha de um dos eventos cósmicos mais significativos já registrados no continente sul-americano.

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Cratera de impacto mais antiga do mundo é descoberta na Austrália

Um artigo publicado nesta quinta-feira (6) na revista Nature Communications revela a descoberta da cratera de impacto mais antiga já encontrada na Terra. Localizada na região de Pilbara, no noroeste da Austrália, a cavidade tem cerca de 3,5 bilhões de anos, um período em que colisões de meteoritos eram frequentes no planeta.

A descoberta foi feita por cientistas da Universidade de Curtin e do Serviço Geológico da Austrália Ocidental. Embora a cratera não tenha uma forma clássica visível, sua presença foi confirmada por características geológicas chamadas “cones de estilhaço”. Essas formações só surgem quando rochas são expostas a pressões extremas, como as causadas por impactos de meteoritos ou explosões nucleares subterrâneas.

Segundo o estudo, a cratera tem pelo menos 100 km de largura, o que indica que o meteorito que a formou viajava a mais de 36 mil km/h no momento da colisão. O impacto teria sido tão poderoso que causou destruição em nível global, alterando significativamente a superfície da Terra.

Formações chamadas “cones de estilhaço”, que só se formam sob intensa pressão de impactos de meteoritos, são visíveis em seções de rocha no noroeste da Austrália. Crédito: Chris Kirkland

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Cratera recordista anterior também fica na Austrália

Esse achado redefine o recorde anterior, já que a cratera mais antiga conhecida até então, a de Yarrabubba, também na Austrália, tinha “apenas” 2,2 bilhões de anos.

Nos primeiros bilhões de anos da Terra, o planeta foi bombardeado por grandes rochas espaciais. Uma dessas colisões, há cerca de 4,5 bilhões de anos, envolveu um corpo do tamanho de Marte e deu origem à Lua. No entanto, poucas crateras dessa época foram preservadas, pois a atividade geológica da Terra, incluindo o movimento das placas tectônicas e a erosão, apagou muitos vestígios.

A Lua, por sua vez, ainda guarda marcas desse passado violento, pois sua superfície é menos ativa. “Sabemos que impactos gigantes foram comuns no início do Sistema Solar ao observarmos a Lua”, explicou Tim Johnson, coautor do estudo, em um comunicado. “Até agora, a falta de crateras antigas conhecidas na Terra fazia com que esses eventos fossem pouco considerados pelos geólogos”.

A pesquisa sugere que impactos dessa magnitude podem ter influenciado a evolução do planeta. Segundo o professor Chris Kirkland, também autor do estudo, a energia liberada pela colisão pode ter ajudado a moldar a crosta terrestre primitiva, forçando o magma a subir do manto para a superfície. Esse processo pode ter sido crucial para a formação dos crátons, grandes blocos estáveis de rocha que deram origem aos continentes.

A descoberta reforça a importância de buscar vestígios de crateras antigas, pois elas podem revelar mais detalhes sobre o passado turbulento da Terra. Os pesquisadores acreditam que muitas outras crateras desse período podem estar escondidas e que futuras investigações ajudarão a preencher lacunas na história do nosso planeta.

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