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Um ‘Sol artificial’ nascerá nos EUA – e com apoio das big techs

A startup Commonwealth Fusion Systems (CFS), empresa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), arrecadou mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) para construir a primeira usina de energia de fusão em escala de rede do mundo nos Estados Unidos.

O investimento foi liderado por um desenvolvedor de hiperescala não identificado, segundo o Axios Pro. Grandes empresas de tecnologia, incluindo Google e Microsoft, já investiram no negócio. A Microsoft, aliás, é a provedora de serviços de nuvem da CFS.

O plano da nova usina de fusão, chamada ARC, foi revelado no fim do ano passado, com a promessa de início de operação no início da década de 2030.

Parênteses: o que é fusão nuclear?

A fusão nuclear busca reproduzir o processo que acontece no núcleo do Sol, onde átomos de hidrogênio se fundem para gerar energia – daí o termo ‘Sol artificial’. Essa tecnologia é vista como uma alternativa limpa à fissão nuclear, pois utiliza menos recursos e não gera resíduos radioativos de longa duração.

CFS está atualmente concluindo o desenvolvimento de sua máquina de demonstração de fusão, a SPARC (Imagem: CFS/Divulgação)

Como será a usina?

A ARC será capaz de gerar cerca de 400 megawatts de eletricidade limpa e livre de carbono — energia suficiente para abastecer grandes instalações industriais ou cerca de 150.000 residências.

A usina será construída no Parque Industrial James River, nos arredores de Richmond, por meio de uma colaboração não financeira com a Dominion Energy Virginia, que fornecerá desenvolvimento e expertise técnica, além de direitos de arrendamento para o local. A CFS financiará, construirá, possuirá e operará a usina de forma independente.

Vale lembrar que a Virgínia é o estado com o maior número de data centers do país. Em 2023, mais de 25% de toda a energia gerada por lá foi destinada aos centros de serviços em nuvem — e a previsão é que esse número suba para 46% até 2030.

A fusão pode gerar energia a partir de combustíveis abundantes, como isótopos de hidrogênio e lítio, que podem ser obtidos da água do mar, sem deixar emissões ou resíduos tóxicos. No entanto, aproveitar a fusão de forma a produzir mais energia do que consome tem se mostrado difícil devido às altas temperaturas necessárias para criar e manter a reação de fusão.

A CFS está atualmente concluindo o desenvolvimento de sua máquina de demonstração de fusão, a SPARC, em sua sede em Devens, Massachusetts. A previsão é que a SPARC produza seu primeiro plasma em 2026 e, em seguida, energia de fusão líquida, demonstrando pela primeira vez um projeto comercialmente relevante que produzirá mais energia do que consome.

Fusão pode gerar energia limpa a partir de combustíveis abundantes, como isótopos de hidrogênio e lítio (Imagem: CFS/Divulgação)

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Mercado incerto

Apesar do otimismo com a CFS, investimentos em fusão ainda são considerados arriscados — ainda mais em um cenário econômico incerto, com tensões geopolíticas. 

Este mês, o valor da First Light Fusion, do Reino Unido, caiu 60%, após abandonar os planos para uma usina de energia protótipo devido a dificuldades de financiamento, segundo o site Data Center Dynamics.

No Canadá, o CEO da General Fusion disse que foi forçado a demitir um quarto dos funcionários porque os investimentos secaram. “O cenário de financiamento atual é mais desafiador do que nunca, à medida que investidores e governos navegam em um clima político e de mercado incerto e em rápida mudança”, disse o CEO Greg Twinney.

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Dois data centers no Brasil estão perto de começar a funcionar

O Brasil está se posicionando globalmente como um país favorável à instalação de data centers por aqui. E isso está mais perto de virar realidade: o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) emite nesta semana parecer favorável à conexão de dois data centers no Complexo de Pecém, no Ceará, ao sistema elétrico local.

De acordo com a CNN Brasil, estes serão os primeiros empreendimentos deste tipo conectados à Rede Básica no Nordeste. Quando isso for concretizado, é esperado um aumento gigantesco na demanda de energia elétrica para atender as máquinas.

A posição favorável do Brasil em relação aos data centers visa colocar o país na corrida global por essas estruturas e, consequentemente, pela inteligência artificial.

Brasil quer atrair investimentos em data centers (Imagem: Nomad_Soul/Shutterstock)

Data centers mais perto de serem conectados à rede elétrica no Ceará

Com o parecer favorável por parte do ONS, os dois data centers em Pecém serão os primeiros a serem conectados à rede de energia no Nordeste.

O Operador visa garantir o fornecimento de energia de forma segura e eficiente para a região. Nesse sentido, as instalações serão um desafio: a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê um aumento gigantesco na demanda de energia para atender o consumo. Mesmo assim, a agência considera o feito uma nova “era da eletricidade”.

Lembrando: os data centers são centros de processamentos de dados, locais que abrigam máquinas, servidores, redes e sistemas de armazenamentos de empresas, organizações e até do governo. Basicamente, elas são responsáveis pelo mundo online e também pela energia que possibilita o desenvolvimento e o funcionamento da inteligência artificial.

Daí vem a importância dessas instalações atualmente: as companhis envolvidas com IA querem ter seus próprios data centers, para garantir o abastecimento renovável.

Instalações deverão aumentar (muito) o consumo de energia elétrica nas regiões (Imagem: quantic69/iStock)

Brasil quer atrair data centers

Nesse sentido, o Brasil quer atrair a instalação de data centers para solo nacional – e o governo já elabora um plano nacional para fazer isso acontecer. Inclusive, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, levou o assunto para investidores no Fórum Econômico Mundial.

Segundo a CNN, é uma tentativa do Brasil de se posicionar como local ideal para esses projetos e trazer investimentos para as regiões. O TikTok, por exemplo, é uma das empresas que terá uma instalação por aqui, também no Ceará. O Olhar Digital deu detalhes aqui.

O Ceará tem alguns trunfos para fazer isso acontecer:

  • O Brasil tem fontes de energia limpa confiáveis, como eólica e solar, que poderiam ser usadas para alimentar os data centers. Por isso o Ceará despontou como local ideal;
  • E não é apenas pela confiabilidade dessas fontes. O uso de energia renovável é ideal para companhias que se comprometem a combater as mudanças climáticas;
  • Além disso, o estado conta com infraestrutura de cabos submarinos que conectam o território brasileiro a outros continentes. Isso garante não só a conexão internacional, mas também velocidade e estabilidade na transmissão de dados.

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Os dois data centers que serão ligados à rede elétrica cearense serão instalados no Complexo do Pecém. A conexão deve acontecer a partir de janeiro de 2027.

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Novo data center do TikTok no Ceará tem detalhe preocupante

O governo brasileiro colhe os primeiros resultados de ter intensificado a corrida por investimentos de big techs. Um dos maiores exemplos é a decisão do TikTok de instalar um data center em Caucaia, município no Ceará. Mas um detalhe desta história preocupa, conforme apontado pelo Intercept Brasil.

Qual detalhe? Os possíveis impactos ambientais, especialmente diante do histórico de seca na região. O empreendimento, orçado em cerca de R$ 55 bilhões, será realizado pela Casa dos Ventos, empresa especializada em energia eólica. E já possui licença prévia para construção.

Apesar do histórico de seca, cidade no Ceará vai ter data center do TikTok por sua localização privilegiada

Caucaia foi escolhida estrategicamente por seu posicionamento geográfico privilegiado, segundo a reportagem.

A cidade fica perto de cabos submarinos que conectam o Brasil ao restante do mundo, o que facilita o trânsito de dados. Além disso, tem Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que oferece benefícios fiscais e menos burocracia para instalação de empresas.

Caucaia foi escolhida para receber data center de big tech por ficar perto de cabos submarinos e ter Zona de Processamento de Exportação (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

A escolha do TikTok – que superou competidores como Google, Amazon, Facebook e Apple para receber o data center – foi consolidada em dezembro de 2024. Na época, representantes da empresa foram recebidos pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin (Lula estava ausente).

  • A ausência de algum representante do Ministério do Meio Ambiente nas reuniões decisivas chamou atenção;
  • Também não há indícios de que órgãos ambientais ou reguladores tenham sido consultados antes da concessão da licença prévia.

A preocupação de especialistas é o uso intensivo de água por data centers. Essas instalações dependem de milhões de litros de água para manter resfriamento de equipamentos. E operam 24 horas por dia, sete dias por semana. Essa demanda colide com a realidade climática de Caucaia.

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Data centers dependem de milhões de litros de água para manter resfriamento de equipamentos (Imagem: Caureem/Shutterstock)

A cidade cearense enfrentou situações de emergência por estiagem e seca em 16 dos últimos 21 anos, segundo dados do Atlas Digital de Desastres no Brasil e do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres. Em 2019, cerca de dez mil pessoas foram afetadas diretamente pela falta d’água.

O que mais preocupa: a instalação de um data center desse porte pode agravar ainda mais o acesso da população à água potável e pressionar os recursos hídricos locais.

Além de Caucaia, a reportagem aponta que outros três data centers estão em processo de autorização em regiões com histórico semelhante de estiagem. Entre eles, estão: Campo Redondo (RN) e Igaporã (BA).

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Outro lado

Procurado pelo Intercept Brasil, o TikTok não se manifestou sobre o caso.

Já a Casa dos Ventos afirmou estar “empenhada em transformar o Porto do Pecém num complexo de inovação em tecnologia e transição energética”, com “o maior projeto de datacenter e hidrogênio verde do país”.

Além disso, a empresa disse que está “analisando oportunidades de parceria com companhias que possam ser complementares na viabilização dos empreendimentos”.

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Meta fecha (mais um) acordo de energia solar para abastecer data centers

A Meta anunciou novo acordo de energia solar nesta quinta-feira (21), garantindo 650 MW de capacidade em projetos desenvolvidos pela fornecedora de energia AES nos estados do Texas e Kansas, ambos nos Estados Unidos.

Segundo o TechCrunch, serão 400 MW instalados no Texas e 250 megawatts no Kansas, destinados a alimentar os data centers da empresa, que vêm se expandindo rapidamente para suportar suas crescentes operações com inteligência artificial (IA).

Meta tem energia solar como um dos focos em 2025

  • Com este, já são quatro os acordos solares fechados pela Meta em 2025, todos no Texas;
  • Os contratos anteriores incluem projetos de 595 MW, 505 MW e dois de 200 MW cada;
  • A escolha do Texas não é por acaso: o Estado liderou a instalação de nova capacidade solar nos EUA em 2023 e 2024, favorecido por clima ensolarado, licenciamento rápido e conexões eficientes à rede elétrica.
Projetos no Texas e Kansas reforçam aposta da Meta em energia limpa e rápida expansão da infraestrutura digital (Imagem: DANIEL CONSTANTE/Shutterstock)

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Energia pode ser gerada rapidamente

A energia solar tem se destacado por seus custos reduzidos e tempo de implantação acelerado. Segundo a AES, é possível começar a gerar energia antes mesmo da conclusão total dos parques solares, o que torna a sua adoção ainda mais interessante para as big techs.

“A geração rápida e o baixo custo da eletricidade são fatores-chave que atraem empresas de hiper escala, como a Meta”, afirmou Andrés Gluski, CEO da AES.

Somando todos os seus projetos, a Meta já acumula mais de 12 GW de energia renovável em seu portfólio global.

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Meta acelera investimentos em energia solar para alimentar data centers e sustentar crescimento da IA (Imagem: rameez126/Shutterstock)

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IA pode consumir metade da energia dos data centers até o fim de 2025

O consumo de energia por sistemas de inteligência artificial (IA) pode representar quase 49% da eletricidade usada por data centers até o final de 2025, segundo projeções do analista Alex de Vries-Gao, publicadas na revista Joule.

A estimativa é baseada no uso de chips de alto desempenho da Nvidia, AMD e Broadcom, utilizados no treinamento e operação de modelos de IA.

Atualmente, data centers consomem cerca de 415 TWh por ano, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), e a IA já pode ser responsável por até 20% desse total.

A projeção de De Vries-Gao sugere que esse percentual dobrará em pouco mais de um ano, chegando a um consumo estimado de 23 gigawatts (GW) — equivalente ao dobro do consumo energético total da Holanda.

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Estudo prevê que sistemas de IA representarão até 49% do consumo energético dos centros de dados (Imagem: quantic69/iStock)

Metas climáticas em risco

  • O crescimento acelerado da IA tem levantado preocupações sobre sua sustentabilidade ambiental, considerando especialmente os altos custos energéticos de servidores e sistemas de resfriamento.
  • Empresas como Microsoft e Google já reconheceram que seus projetos de IA dificultam o cumprimento de metas climáticas.
  • Ainda que inovações, como modelos de IA mais eficientes (ex: o DeepSeek R1 na China), possam reduzir custos energéticos, especialistas alertam que isso pode aumentar a adoção da tecnologia, e consequentemente, a demanda por energia.
  • Iniciativas como a “IA soberana”, em que países desenvolvem suas próprias soluções, também impulsionam esse crescimento.
  • A startup americana Crusoe Energy, por exemplo, garantiu 4,5 GW de energia a gás para alimentar data centers voltados à IA — com a OpenAI como potencial cliente por meio da joint venture Stargate. O primeiro centro fora dos EUA será nos Emirados Árabes Unidos.

Empresas não revelam quanta energia gastam

Apesar da crescente preocupação, a falta de transparência ainda é um obstáculo. A nova Lei de IA da União Europeia exigirá que empresas divulguem o consumo energético no treinamento de modelos, mas ainda não obriga a informar o uso contínuo no dia a dia.

Para o professor Adam Sobey, do Instituto Alan Turing, é urgente tornar esses dados públicos: “Com mais transparência, poderíamos entender melhor se os ganhos de eficiência em setores como transporte e energia compensam realmente o alto custo energético da IA”, afirmou.

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Alta demanda por chips e data centers pode comprometer compromissos climáticos – Imagem: Morozov Alexey/Shutterstock

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Roblox vai construir seu 1º data center na América do Sul em São Paulo

A plataforma de jogos Roblox anunciou, na sexta-feira (02), que vai construir um data center em São Paulo (SP). Vai ser o primeiro data center da empresa na América do Sul. O anúncio ocorreu durante a Gamescom Latam. E a inauguração está prevista para 2026.

O objetivo do investimento é melhorar a qualidade do serviço para brasileiros. E permitir o uso de ferramentas mais avançadas de inteligência artificial (IA) na plataforma. No entanto, a empresa não revelou quanto vai investir no projeto.

Data center em SP deve melhorar qualidade do Roblox no Brasil

Não é de hoje que usuários brasileiros pedem por um servidor nacional de Roblox. Com um data center na capital paulista, a conexão deve ficar mais rápida e estável, com menos interrupções, na plataforma.

  • Atualmente, a Roblox possui mais de 20 servidores distribuídos pelos Estados Unidos, Europa, Ásia e Oceania.
Brasil é o segundo país com mais usuários no Roblox (Imagem: Cassiano Correia/Shutterstock)

Além de melhorar a experiência dos jogadores, o novo data center deve impulsionar o uso de IA. Hoje, a tecnologia é usada para traduzir mensagens de chat, ajudar na criação de scripts de programação e modificar objetos 3D.

Para quem não sabe: o Roblox é uma plataforma online de jogos criados pelos próprios usuários. São cerca de seis milhões de experiências disponíveis.

O Brasil é o segundo país com mais usuários na plataforma (fica atrás apenas dos Estados Unidos). Entre o início de 2021 e o início de 2025, o número de brasileiros no Roblox cresceu 183%.

Em 2024, a empresa repassou US$ 923 milhões (R$ 5,2 bilhões) para a comunidade de criadores, segundo o jornal Folha de S. Paulo.

Mudança no Roblox deve deixar os preços mais acessíveis no Brasil

Roblox terá nova função para ajudar criadores dentro do jogo: o Preço Regional. A funcionalidade irá ajustar o preço dos itens e passes nas experiências conforme a economia do país dos jogadores.

Testes iniciais demonstraram que a porcentagem de usuários que compraram itens aumentou em 26% nas experiências no Brasil.

Pessoa criando um jogo no Roblox
No Roblox, os criadores têm liberdade para criar experiências únicas dentro da ferramenta de desenvolvimento do jogo. (Imagem: Divulgação/Roblox)

As transações dentro do jogo são feitas por meio do Robux, uma moeda virtual com a qual os usuários podem comprar itens e passes.

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Boa parte do uso desse dinheiro ocorre dentro das experiências – os mundos que os criadores desenvolvem e que os jogadores podem acessar para se divertir em jogos, eventos e outras práticas lúdicas.

Com a nova função, os preços em Robux dentro das experiências passarão a refletir melhor a economia local dos jogadores, ao invés de se manterem fixos independentemente do país dos usuários.

Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.

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Data centers: Brasil pode ser a bola da vez na tecnologia

O Brasil não quer ficar de fora da revolução tecnológica impulsionada pela inteligência artificial. Isso significa atrair investimentos estrangeiros, especialmente para garantir a construção de data centers no país.

Pensando nisso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, irá viajar ao Vale do Silício, nos Estados Unidos, nesta semana. Segundo a Reuters, ele planeja oferecer incentivos fiscais para atrair investidores em potencial.

Brasil pode se aproveitar de seu potencial energético

  • A ideia de Haddad é apresentar o Brasil como um centro de infraestrutura sustentável, aproveitando a abundante oferta de energia renovável do país.
  • Este é justamente um dos gargalos do setor, que dependente de uma grande quantidade de energia para treinar modelos de IA, por exemplo.
  • O grande trunfo brasileiro neste sentido é ser uma das potências globais de energia verde.
  • Isso pode interessar, e muito, empresas que querem investir no setor, mas que têm preocupações ambientais.
  • Esta também pode ser uma forma do Brasil se aproveitar da guerra comercial entre China e Estados Unidos, se apresentando como um destino interessantes para investimentos estrangeiros.
Ministro irá viajar para os EUA (Imagem: José Cruz/Agência Brasil)

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Isenção de impostos pode atrair trilhões em investimentos

Em evento realizado nos últimos dias, Haddad confirmou a viagem e disse que o Brasil poderia alavancar seu potencial de energia limpa para atrair investimentos e construir data centers. Ele ainda destacou que a nova política ajudaria a aumentar a entrada de capital no país.

O Ministério das Finanças estima que a estratégia pode garantir cerca de R$ 2 trilhões em investimentos relacionados ao setor de IA e outras tecnologias na próxima década. A ideia é isentar empresas da cobrança dos principais impostos federais: PIS, Cofins, IPI e taxas de importação.

Corredor de um data center
Brasil quer atrair investidores para criar data centers no país (Imagem: Alexander Limbach/Shutterstock)

Ainda de acordo com a reportagem da Reuters, um novo data center que está sendo planejado pela chinesa ByteDance, controladora do TikTok, também pode ser beneficiada pelo plano. No entanto, será necessário que estes projetos atendam a alguns critérios.

O principal deles diz respeito a sustentabilidade, incluindo o uso de energia 100% renovável nas operações. Também será exigido que uma parcela significativa da capacidade de produção seja destinada para uso doméstico.

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Dona do TikTok planeja data center no Brasil, segundo agência de notícias

Segundo informações divulgadas pela Reuters, a ByteDance, dona do TikTok, está planejando investir em um data center no Brasil. O projeto aproveitaria a vasta quantidade de energia eólica na costa nordeste brasileira.

Para tanto, a empresa chinesa estaria negociando parceria com a geradora de energia renovável Casa dos Ventos visando a construção de instalação no complexo portuário do Pecém, localizado no Ceará.

A proposta da ByteDance vem em momento no qual o Brasil quer se consolidar como centro global de data centers. Isso pode ser visto no plano da Scala Data Center, que consiste em construir verdadeira “cidade data center” no sul do País.

Empresa chinesa pode transformar Brasil em seu pilar de suas operações no Hemisfério Ocidental (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Características do possível data center brasileiro do TikTok

  • Segundo a agência de notícias, as negociações iniciais visam um data center de 300 MW, podendo ser expandido para 900 MW em uma eventual segunda fase;
  • Contudo, a demanda total do projeto poderá chegar a quase 1 GW;
  • Caso isso se concretize, o Brasil será um pilar das operações da ByteDance no Hemisfério Ocidental;
  • E não é só o País que está na mira da chinesa: em fevereiro, ela anunciou que deve investir US$ 8,8 bilhões (R$ 50,01 bilhões, na conversão direta) em data centers na Tailândia durante cinco anos.

Pecém é um ponto estratégico para data centers, pois é onde existem estações de aterrissagem de cabos submarinos próximas e possui concentração de energia renovável.

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Casa dos Ventos

A Casa dos Ventos tem parceria, desde 2022, com a TotalEnergies. A geradora de energia renovável já solicitou conexão à rede para criação de projeto de data center justamente em Pecém.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a princípio, não aceitou o pedido por preocupações com a estabilidade da rede, pois as instalações da região demandam muita energia.

Dessa forma, o Ministério de Minas e Energia (MME) estaria avaliando aumentar a capacidade de rede para projetos de data center em Pecém e em outras áreas.

O que dizem os citados

Nem MME, nem TikTok responderam aos pedidos de contato da Reuters. A agência de notícias não conseguiu contato com a ByteDance. Contudo, a Casa dos Ventos enviou um comunicado oficial, se esquivando de sua suposta relação com a ByteDance, afirmando apenas que está “comprometida em transformar o porto do Pecém em um polo de inovação tecnológica e transição energética“.

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Projeto da controladora do TikTok pode consolidar o Brasil como polo de data centers (Imagem: Nomad_Soul/Shutterstock)

“A empresa está desenvolvendo o maior data center e projeto de hidrogênio verde do país, que será alimentado por energia renovável de seu portfólio. No desenvolvimento de ambos os projetos, está avaliando oportunidades de parceria com empresas que possam apoiar sua implementação”, concluiu.

O Olhar Digital entrou em contato com a Pasta, com a rede social, com sua controladora e com a Casa dos Ventos e aguarda retorno.

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Conheça a “cidade data center” em construção no Brasil

O portal Repórter Brasil trouxe informações sobre o desejo de uma empresa de tecnologia de construir verdadeira “cidade data center” em Eldorado do Sul (RS), um ano após a enchente que devastou o Estado.

Com o forte crescimento da inteligência artificial (IA) nos últimos anos, a demanda por data centers específicos vem aumentado no mundo todo. Sendo assim, as empresas que operam no setor estão construindo grandes complexos voltados para a tecnologia.

Um exemplo é a xAI, que construiu um supercomputador em Abilene, Texas (EUA) no ano passado, mas que enfrentou resistência local por conta do consumo de recursos locais, que poderiam prejudicar a população que vive nos arredores.

No Brasil, a Scala Data Centers está se preparando para construir um complexo de data centers no município gaúcho, que promete ser o maior complexo de infraestrutura digital da América Latina. Eldorado do Sul foi uma das cidades rio-grandenses-do-sul devastadas pelas chuvas que deixaram o Rio Grande do Sul debaixo d’água e que tenta se reerguer.

Em outubro passado, o governo estadual fechou parceria com a empresa para a realização do projeto. À época, o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo (PP), disse que o contrato “é oportunidade de transformar o Rio Grande do Sul no novo Vale do Silício no Brasil“.

Acordo foi selado no fim de 2024 (Imagem: Maurício Tonetto/Secom)

Scala AI City: a primeira “cidade data center” do Brasil

O empreendimento é chamado de Scala AI City. Confira mais informações do projeto, segundo dados do governo do Estado do Rio Grande do Sul:

  • O investimento inicial é de cerca de R$ 3 bilhões, com espaço total de mais de 7 milhões de metros quadrados;
  • Contudo, as empresas que utilizarão as instalações injetarão mais R$ 4 bilhões, podendo passar dos R$ 600 bilhões no projeto total;
  • A título de comparação, o maior investimento do Estado realizado até hoje é de R$ 24 bilhões — a ampliação da CMPC, fábrica de celulose chilena, em 2024;
  • Mais de três mil empregos diretos e indiretos deverão ser gerados;
  • Quanto à capacidade inicial de TI do data center, serão 54 MW, podendo chegar a 4,75 GW;
  • O governo estadual afirma que a região escolhida tem segurança comprovada contra desastres naturais, grande oferta de energia elétrica e capacidade imobiliária;
  • O data center será ligado a outro do mesmo tipo, que se encontra em Porto Alegre (RS). Futuramente, ele será conectado ao cabo submarino Malbec, que liga São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires.

A primeira etapa do empreendimento deverá entrar em operação em até dois anos e, inicialmente, será híbrido, ou seja, servirá para cloud e IA.

Questões ambientais

Porém, há preocupações com relação ao meio ambiente. Uma lei municipal aprovada exclusivamente para o projeto aponta que o licenciamento da obra “se dará de forma simplificada e autodeclaratória“. Nesse sentido, vale lembrar que, nem ao nível estadual, nem ao nível local, há uma regulação para licenciamento ambiental de data centers, lembra o Repórter Brasil.

Isso porque os data centers demandam muita energia e água para alimentar seu hardware e resfriamento, sem contar o lixo eletrônico gerado. Os 4,75 GW anunciados pela Scala servirá para funcionamento dos servidores e para o resfriamento deles, explica, ao Repórter Brasil, o professor Ricardo Soares, coordenador do mestrado em ciência do meio ambiente da Universidade de Veiga de Almeida e servidor do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro.

“Os 4,75 GW dizem respeito à demanda de energia elétrica que o complexo de data centers deverá consumir em seu pico operacional, e não à sua ‘capacidade de processamento de dados’ propriamente dita”, continua.

Uma comparação do portal mostra que a “cidade data center” brasileira terá consumo maior do que a quantidade de energia gerada de duas usinas: a Jirau, que abastece 40 milhões de pessoas e se encontra em Rondônia, e a de Santo Antônio, que abastece 39 milhões de usuários: respectivamente, as usinas geram 3,8 GW e 3,6 GW, segundo dados do EPE – Plano Nacional de Energia 2030.

Mas este não é o primeiro caso de data centers questionados pela comunidade local, tampouco o mega computador da xAI. Nesta reportagem do Olhar Digital, você confere mais exemplos.

No Brasil, há outro caso bem famoso de construção tecnológica que causou polêmica. Trata-se da usina de dessalinização que o governo do Ceará deseja construir na Praia do Futuro, em Fortaleza (CE), mas que enfrentava resistência das empresas de internet, cujo receio era o de que as obras pudessem afetar cabos submarinos que passam na região.

Em nota encaminhada ao site, a Scala garante que a operação do data center “não teria qualquer efeito no abastecimento elétrico da cidade ou de municípios vizinhos”, além de que a “energia utilizada será 100% renovável e certificada, com fornecimento garantido por parcerias estratégicas”, mas não cita de onde será obtida a energia demandada.

O governo estadual, por sua vez, afirma que, “com o auxílio do clima mais ameno do sul do Brasil, os data centers serão mais eficientes“, com eficiência energética e de água zerados, “ou seja, não utilizarão troca de água em seus sistemas de refrigeração”.

Já o hidrólogo Iporã Brito Possantti ressalta a necessidade de estudo sobre quais os possíveis impactos ao meio ambiente que esse tipo de projeto pode causar.

“Esse tipo de impacto precisa ser previsto no licenciamento. É importante que não haja isenção desses estudos para qualquer empreendimento, porque, depois, quem vai precisar pagar para corrigir e mitigar os impactos é a sociedade, os governos. É uma questão de economia e de justiça“, afirma.

Possantti criou, com colegas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) um site abastecido com dados e mapas relacionados às enchentes de 2024, que assolaram o Rio Grande do Sul, para auxiliar os gestores públicos no enfrentamento do problema.

“Não podemos simplesmente achar que uma inovação tecnológica, que é bem-vinda e necessária, está desprovida de impacto”, pontua ao Repórter Brasil o professor Ricardo Soares.

Mas a dona do empreendimento frisa que o Scala AI City será dotado dos “mais altos padrões de sustentabilidade, inovação e governança” durante sua construção e prossegue, dizendo que “cumpre rigorosamente todos os requisitos legais em todos os seus empreendimentos“. A companhia enfatiza ainda que o licenciamento seguirá a mesma conduta.

Sobre a capacidade energética, a Scala aponta que os 4,75 GW de processamento de dados a ser alcançado quando a “cidade data center” estiver funcionando a pleno vapor a transformará “em um dos maiores polos de processamento de dados do mundo“.

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Dona do empreendimento frisa que o Scala AI City será dotado dos “mais altos padrões de sustentabilidade, inovação e governança” durante sua construção (Imagem: Nomad_Soul/Shutterstock)

Só que a quantidade de gigawatts anunciada é superlativa, já que, hoje, o Brasil tem capacidade total de 777 MW, tendo capacidade real de 54 MW. Ao colunista Renan Setti, do jornal O Globo, o CEO e cofundador da Scala, Marcos Peigo, comentou mais sobre as questões de capacidade da futura Scala AI City:

O sonho é construir uma cidade. O plano eventual é ter até 4.750 MW, com consumo equivalente ao de todo o estado do Rio. No mundo, não há nada parecido; o maior de que tenho notícia é um projeto com cerca de 1.500 MW anunciados… Exigiria um investimento nosso da ordem de US$ 50 bilhões, e seria um trabalho para dez, 20 anos…

Marcos Peigo, CEO e cofundador da Scala, em entrevista ao jornal O Globo

Enquanto isso, a prefeita de Eldorado do Sul, Juliana Carvalho (PSDB), ressalta que vai “olhar para todos os detalhes do empreendimento“, mesmo que a lei municipal deixe o licenciamento ambiental mais simples. “Qualquer intervenção tem algum impacto. O trabalho da prefeitura tem que ser amenizar isso de alguma forma, mas sem prejudicar o investimento e o desenvolvimento do município“, prossegue.

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Por que Eldorado do Sul?

A Scala justifica a escolha da região para construir sua “cidade data center” não só pelas condições citadas no começo desta reportagem, mas, também, por fatores ligados ao “maior desafio para o setor, especialmente com a ascensão da IA“, sem contar que o município tem “robusta estrutura de transmissão, com uma subestação de capacidade de até 5 GW — a esmagadora maioria não utilizada”.

O governo do Estado também ressalta o clima ameno do sul do Brasil, que contribui para a que a Scala AI City seja construída na região, pois, teoricamente, temperaturas mais baixas favorecem o resfriamento dos servidores, que demandariam menos energia elétrica para isso.

O problema é que o cenário de frio e clima ameno da região sul vem mudando ano a ano. Por exemplo: Porto Alegre, em fevereiro, bateu recordes de calor duas vezes e virou a capital brasileira mais quente nesse período. No mês passado, ela chegou a registrar 7,3 °C acima das médias históricas. Detalhe: a capital do Rio Grande do Sul está há apenas 12 quilômetros de Eldorado do Sul.

Soma-se a este fato que o Estado é o segundo colocado no ranking de ocorrências de estiagens e secas no Brasil — à frente, só a Bahia. Neste ano, 307 municípios gaúchos (61% do total) decretaram emergência dada a ausência de chuvas.

O The Guardian rememora que a combinação de data centers e crise hídrica já causou protestos. Isso aconteceu em 2023, no Uruguai, relacionado a um complexo tecnológico do Google no país. Os protestos aconteceram, pois, durante a crise, a população foi obrigada a ser abastecida com água salgada.

Data centers consomem muita água. Isso é um problema porque a escassez de água está se tornando uma das principais razões de conflitos no mundo”, aponta Golestan Radwan, diretora digital do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

A Scala alega usar “tecnologias de resfriamento sem desperdício de água no resfriamento” e que não há “necessidade de reposição, mas apenas uma carga inicial no sistema”. Ao Repórter Brasil, contudo, não indicou a carga prevista para Eldorado do Sul.

Brasil: futuro antro de data centers

Essa matriz energética (limpa) que o Brasil tem graças ao grande peso das hidrelétricas está transformando o País em destino potencial para a instalação de data centers. Mas as mudanças climáticas que mundo enfrenta deixa todo mundo de sobreaviso.

Isso é observável no anuário da Empresa de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério de Minas e Energia, que deixa bem claro: “em 2021, o país atravessou a pior seca dos últimos noventa anos” e “o ano de 2023 foi de clima mais quente e seco“.

A Reuters trouxe, para ilustração, uma pesquisa do Morgan Stanley, indicando que os data centers emitem parcela significativa de gases do efeito estufa. Boa parte dessas emissões vem de geradores de energia movios a óleo diesel, costumeiramente acionados quando há crise hídrica.

Já o Banco Mundial produziu relatório no qual alerta para o aumento do uso de energia por tais infraestruturas com a presença de enchentes. Segundo a EBC, em 2024, o município da futura cidade data center teve toda a área urbana afetada pela enchente, que segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), é consequência da crise climática que o planeta enfrenta.

Em contrapartida, o terreno no qual o empreendimento será erguido ficou intacto. No início deste mês, várias escavadeiras estavam removendo centenas de pés de eucalipto distribuídos pelos 535 hectares de terra da Scala, segundo o Repórter Brasil. Antes de a empresa adquirir o espaço, esses eucaliptos eram utilizados para fabricar lenha.

O portal também conversou com um dos operadores das escavadeiras, que frisa que “temos que terminar até o fim do mês [abril] para entregar definitivamente para o novo dono”.

Colchão boiando em uma enchente
Estado foi bastante afetado por enchentes em 2024 (Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil)

E o licenciamento ambiental?

Como dito antes, não há um consenso quanto a regras de licenciamento ambiental para data centers ao nível estadual e federal. Contudo, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam) sugeriu a criação do “ramo data center” no ordenamento legal de licenciamento.

“Isso vai regrar e alinhar o enquadramento e deixar clara a competência municipal e estadual em relação ao licenciamento dos empreendimentos”, disse a instituição, em nota enviada ao site. Todavia, não se sabe quando o processo será concluído.

Quanto ao governo federal, foi apresentado o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial 2024-2028, que pede o investimento de R$ 5 bilhões ao eixo “infraestrutura e desenvolvimento de IA“. O governo também editou o marco legal para os data centers, mas ainda não o publicou.

Soares defende que o ramo de data centers não deve se restringir ao Rio Grande do Sul, devendo ser expandido para todo o território nacional. “São muitas lacunas. Não podemos desburocratizar aqui para acelerar o desenvolvimento sem olhar para os impactos“, prossegue.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul diz que “o Estado já levou ao governo federal a pauta que visa criar ambiente regulatório favorável aos data centers e às questões ligadas à inteligência artificial. Caso se efetive, será uma conquista que beneficiaria todo o País“, não citando informações sobre riscos e impactos ambientais.

Em setembro, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), defendeu a celeridade do processo no Brasil. “Se não construirmos imediatamente este ambiente favorável, corremos o risco de ver a transição energética acontecer em outros países, deixando-nos para trás. Agir agora é crucial para garantir que o Brasil não fique no final da fila nesta importante transformação global”, pontuou.

Ainda naquele mês, o PNUMA recomendou que os países padronizassem procedimentos visando medir o impacto da IA. Nessa medição, se inclui a extração de minérios para construção dos projetos e o treinamento da tecnologia, bem como o consumo de água e energia elétrica.

“Atualmente, cada um mede e quantifica [os impactos] da forma que acha melhor e adota as medidas que considera adequadas. Mas é muito difícil avaliar a eficácia dessas medidas, porque não existe um método consensual”, reforça Radwan, da ONU.  “Devemos falar sobre como garantir que a transformação digital seja ambientalmente sustentável“, completa.

O que dizem os citados

O Olhar Digital entrou em contato com as fontes citadas na reportagem e atualizará o espaço tão logo receba as respostas.

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Resfriamento a laser: a tecnologia que pode mudar o jogo para os data centers

Lasers são conhecidos por aquecer materiais com precisão, mas uma nova aplicação dessa tecnologia pode mudar drasticamente o modo como lidamos com o superaquecimento em data centers.

A Sandia Labs, uma empresa de pesquisa em tecnologia de energia e defesa dos EUA, financiada pelo governo federal, com apoio da startup Maxwell Labs e colaboração da Universidade do Novo México, está desenvolvendo uma tecnologia promissora chamada resfriamento fotônico baseado em laser.

O foco está em resolver um dos maiores desafios da computação moderna: o excesso de calor gerado pelos chips em servidores.

Como a tecnologia deve agir

  • Hoje, cerca de 30% a 40% da energia consumida por data centers é destinada apenas ao resfriamento, o que aumenta os custos operacionais e o impacto ambiental.
  • A nova abordagem substitui (ou complementa) os tradicionais sistemas de refrigeração por água, utilizando lasers ajustados para resfriar áreas microscópicas em chips, como regiões de centenas de mícrons.
  • A ideia é criar placas frias fotônicas, feitas com arsenieto de gálio, capazes de redirecionar calor com extrema precisão, sem partes móveis nem líquidos.
Embora os lasers sejam usados ​​com mais frequência para aquecer objetos, eles também podem resfriar certos elementos quando direcionados precisamente a uma área minúscula – Imagem: Maxwell Labs

Leia Mais:

Mais desempenho dos chips

Além de economizar energia, o resfriamento a laser pode melhorar o desempenho dos chips, evitando o “estrangulamento térmico” que os força a reduzir sua velocidade para evitar superaquecimento. Isso pode significar servidores mais rápidos, eficientes e sustentáveis.

Jacob Balma, CEO da Maxwell Labs, acredita que a tecnologia pode mudar completamente os limites de projeto de chips, ampliando o poder de processamento e permitindo soluções para problemas antes inviáveis com a tecnologia atual.

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Lasers podem ser a solução para data centers mais eficientes (Imagem: quantic69/iStock)

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