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Síndrome metabólica aumenta o risco de demência precoce, aponta estudo

Cuidar da saúde metabólica pode ser uma das chaves para reduzir o risco de demência de início precoce – aquela que ocorre antes dos 65 anos –, revela um novo estudo publicado na revista Neurology.

A pesquisa, que analisou dados de quase 2 milhões de pessoas na Coreia do Sul, descobriu que indivíduos diagnosticados com síndrome metabólica têm 24% mais chances de desenvolver demência prematura.

A síndrome metabólica é definida pela presença de ao menos três das seguintes condições: obesidade abdominal, hipertensão, altos níveis de açúcar no sangue, triglicerídeos elevados e níveis baixos de colesterol HDL (o “colesterol bom”).

Cada um desses fatores já representa, individualmente, um risco aumentado de problemas cognitivos. Quando combinados, seus efeitos negativos se intensificam.

O impacto da saúde vascular e metabólica no cérebro

De acordo com os especialistas, a ligação entre a saúde metabólica e a saúde cerebral é profunda.

Condições como hipertensão, diabetes e obesidade podem provocar inflamação crônica e comprometimento do fluxo sanguíneo, dois fatores que aceleram o envelhecimento do cérebro e prejudicam suas funções cognitivas.

Além disso, alterações no metabolismo energético cerebral – comuns em pessoas com síndrome metabólica – também contribuem para o declínio cognitivo.

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O neurologista Dr. Minwoo Lee, principal autor do estudo, reforça que cuidar da saúde metabólica é fundamental para proteger o cérebro a longo prazo. Embora o estudo seja observacional e não prove relação de causa e efeito, ele reforça a importância de ações preventivas.

Combater obesidade, diabetes e hipertensão pode ser decisivo na prevenção da demência de início precoce – Imagem: Shutterstock/pathdoc

Estilo de vida saudável é essencial

Atualmente, cerca de um terço dos adultos americanos apresenta síndrome metabólica, segundo o Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos EUA. Diante desses números, o alerta dos médicos é claro: há muito que pode ser feito para reduzir os riscos.

Especialistas recomendam:

  • Dieta balanceada, como a dieta mediterrânea;
  • Prática regular de atividade física, combinando exercícios aeróbicos, de força e flexibilidade;
  • Sono de qualidade e gestão do estresse;
  • Exames de rotina para monitorar saúde cardiovascular e metabólica.

Mudanças no estilo de vida são o primeiro passo, mas em muitos casos, medicamentos para controlar pressão arterial, açúcar no sangue e colesterol também podem ser necessários.

Mais esperança na luta contra a demência precoce

Embora fatores genéticos também desempenhem um papel no risco de demência, o estudo destaca que há ações práticas que podem retardar ou prevenir o surgimento da doença. Para o Dr. Richard Isaacson, neurologista preventivo, o importante é entender que escolhas feitas ainda na juventude podem ter impacto duradouro na saúde cerebral.

“Algumas pessoas acreditam que a demência precoce é inevitável, mas discordo”, afirma Isaacson. “Fatores de estilo de vida, como alimentação, exercícios e sono, não são triviais. Eles podem fazer uma grande diferença.”

Assim, a mensagem do estudo é clara: controlar a saúde metabólica é um investimento valioso para proteger o cérebro e garantir mais qualidade de vida no futuro.

Cérebro se desfazendo devido à demência
Pesquisa sugere que escolhas alimentares e exercícios físicos podem reduzir o impacto da síndrome metabólica no cérebro (Reprodução: Naeblys/Shutterstock)

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Perda auditiva pode causar demência, revela estudo brasileiro

A adoção de cuidados para com a saúde auditiva é uma forma de retardar o declínio cognitivo e prevenir o surgimento da demência. É isso o que revelou um estudo realizado com 805 brasileiros na faixa dos 50 anos de idade.

Segundo os pesquisadores envolvidos no trabalho, a descoberta pode ajudar a reduzir o número de casos de Alzheimer no futuro, por exemplo.

As conclusões foram descritas no Journal of Alzheimer’s Disease.

Problemas de audição são um fator de risco para demência

  • A perda auditiva geralmente tem início na meia-idade e é um fator de risco reconhecido para demências.
  • Isso ocorre em função da audição ser uma importante via de entrada de informação para o cérebro.
  • Quando este processo é interrompido, áreas importantes deixam de ser estimuladas, podendo acelerar o declínio cognitivo.
  • Além disso, os problemas de audição podem levar ao isolamento social.
  • Fatores ligados ao trabalho são um dos principais responsáveis pela perda auditiva, em função da exposição a ambientes com muito barulho.
  • Por outro lado, o uso de fones de ouvido com volume muito alto também prejudica a audição.
  • As informações são da Agência FAPESP.
Uso excessivo de fones de ouvido é um fator de risco (Imagem: KiyechkaSo/Shutterstock)

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Estudo confirmou relação entre os problemas

Durante o estudo, os participantes realizaram testes de audiometria, uma medida objetiva da qualidade da audição, três vezes ao longo dos oito anos de investigação. No mesmo período foram realizados testes de memória, linguagem e função executiva, que aferiram a associação entre perda auditiva e declínio cognitivo acentuado.

Dos 805 participantes, 62 (7,7%) apresentaram perda auditiva. Eles tiveram um declínio cognitivo global mais rápido que o esperado para a idade. Além disso, os testes específicos do domínio cognitivo mostraram declínios semelhantes, mas menos precisos, na memória, fluência verbal e função executiva.

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A perda auditiva é o um fator de risco modificável para as demências. Imagem: Pixsooz / Shutterstock

A perda auditiva é o que chamamos de fator de risco modificável para as demências, entre elas Alzheimer, exatamente por ser passível de identificação e correção. Em 2050, a previsão é que mais de 70% das pessoas com demências vivam em países de baixa e média renda, como o Brasil. Por isso, é importante ter estudos que identifiquem a nossa realidade e os fatores passíveis de prevenção. Além do peso individual, há também uma carga coletiva. Não tem como o Brasil e outros países de baixa e média renda envelhecerem com demência.

Claudia Suemoto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e autora do estudo

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Vasos oculares revelam sinais de demência precoce, indica estudo

Um novo estudo da Universidade de Otago, em colaboração com a Universidade da Virgínia, encontrou uma possível ligação entre alterações na retina e o risco de desenvolver demência.

A pesquisa, parte do Estudo Multidisciplinar de Saúde e Desenvolvimento de Dunedin — o mais longo da Nova Zelândia e um dos mais detalhados do mundo — revelou que certos padrões nos vasos sanguíneos da retina podem indicar risco precoce da doença.

Diagnosticar doenças cognitivas em estágios precoces é importante para conseguir tratamentos mais eficazes. O estudo foi publicado no Journal of Alzheimer’s Disease.

Descobertas do estudo

  • Os pesquisadores observaram que arteríolas mais estreitas, vênulas mais largas e camadas mais finas das fibras nervosas da retina estavam associadas a maior risco de demência, incluindo o Alzheimer.
  • A coautora Dra. Ashleigh Barrett-Young afirma que essas descobertas ajudam a montar um “quebra-cabeça” para a detecção precoce da doença, já que a retina está diretamente ligada ao cérebro.
  • “Fiquei surpresa ao ver que as vênulas estavam associadas a tantos domínios diferentes da doença de Alzheimer”, disse a médica.
Exames simples nos olhos podem revelar riscos neurológicos ainda invisíveis nos testes atuais (Imagem: Atthapon Raksthaput/Shutterstock)

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Sem motivo para alarde

Apesar do avanço, os cientistas alertam que os resultados ainda são preliminares e não devem causar pânico.

O objetivo é que, futuramente, exames oculares possam ser usados como ferramentas acessíveis para identificar sinais precoces de demência, complementando os testes atuais, que são caros ou pouco sensíveis nos estágios iniciais.

Contudo, as descobertas ainda são prematuras demais para serem aplicadas no mundo real.

“Espero que um dia possamos usar inteligência artificial em tomografias oculares para indicar a saúde cerebral de forma mais eficaz”, disse Barrett-Young. Até lá, as pesquisas continuam em busca de soluções mais acessíveis e precisas para diagnóstico precoce.

Alterações nos vasos oculares que podem sinalizar Alzheimer antes dos sintomas aparecerem (Imagem: Bhatakta Manav/Shutterstock)

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Este sinal no fundo dos olhos pode indicar demência

Uma pesquisa da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, sugere que os vasos sanguíneos no fundo do olho podem indicar sinais de demência precoce. Os cientistas observaram que a retina está diretamente conectada ao cérebro.

Há três anos, a mesma equipe realizou um estudo sobre a relação entre o afinamento da retina de uma pessoa na meia-idade e o desempenho cognitivo na infância e na vida adulta. A retina é um tecido fino e sensível à luz que reveste a parte de trás do olho, no interior do globo ocular.

“Acredita-se que muitos dos processos da doença de Alzheimer são refletidos na retina, tornando-a um bom alvo como biomarcador para identificar pessoas em risco de desenvolver demência”, disse a psicóloga Ashleigh Barrett-Young da Universidade de Otago.

Estudo pode ajudar a aprimorar diagnóstico da doença no início de seu curso (Imagem: Makhbubakhon Ismatova/iStock)

Como foi feita a nova pesquisa?

  • Os cientistas usaram parte das informações da pesquisa de 2022, que rastreou 45 anos de dados de saúde de neozelandeses nascidos em 1972 e 1973;
  • Desta vez, eles focaram em fotografias da retina, exames de vista e uma série de testes que avaliam o risco de Alzheimer e demências relacionadas na meia-idade de 938 participantes com 45 anos de idade;
  • A partir daí, eles identificaram associações entre declínio cognitivo e espessura da camada da retina (assim como o fizeram no estudo inicial);
  • Além disso, consideraram a saúde microvascular da retina, medida pelo diâmetro de pequenas artérias e veias no tecido;
  • São essas artérias e veias que “refletem a integridade do sistema cardiovascular geral do corpo (incluindo a cerebrovascular), que está implicado na patologia da doença de Alzheimer e demências relacionadas e, em particular, nas demências vasculares”, escrevem.

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As descobertas

Eles descobriram que o risco de demência era mais alto entre pessoas com arteríolas mais estreitas (pequenos vasos que transportam sangue para longe do coração) e vênulas mais largas (veias em miniatura que recebem sangue dos capilares).

Novos estudos são necessários para considerar diferenças populacionais (Imagem: Sakorn Sukkasemsakorn/iStock)

No entanto, novos estudos são necessários para comprovar a relação entre a saúde da retina e demência considerando diferentes quadros populacionais. Além disso, as medidas usadas na pesquisa ainda não podem ser usadas como um diagnóstico da doença.

“Os tratamentos para Alzheimer e algumas outras formas de demência podem ser mais eficazes se iniciados no início do curso da doença”, afirmou Barrett-Young. “Espero que um dia possamos usar métodos de IA em exames oculares para dar uma indicação da saúde do seu cérebro, mas ainda não chegamos lá.”

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Vacina contra herpes reduz risco de demência, diz estudo

Os casos de demência têm aumentado no mundo todo nos últimos anos. Esta elevação no número de diagnósticos da doença tem diversas explicações.

Entre elas está o envelhecimento da população e o estilo de vida das sociedades modernas.

No entanto, a ciência pode ter encontrado um aliado para frear o avanço desta condição neurodegenerativa. Pesquisadores da Stanford Medicine, nos Estados Unidos, descobriram que a vacina contra a herpes zoster reduz o risco de demência em 20%.

Herpes zoster e a ligação com a demência

  • A herpes zoster é uma doença que aparece na pele, causada pelo Vírus Varicela-Zoster (VVZ), o mesmo que provoca a catapora.
  • O vírus pode ficar adormecido no organismo da pessoa por anos.
  • A reativação dele costuma ocorrer na idade adulta ou em pessoas com comprometimento imunológico, como os portadores de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), câncer, Aids, transplantados e outras.
  • Por isso, o risco de herpes zoster é maior em idosos, onde a doença pode ser mais grave, com maior probabilidade de complicações como dor persistente nos nervos e infecções oculares dolorosas.
  • Dessa forma, a vacina é recomendada para adultos com 50 anos ou mais.
  • Não se sabe exatamente o que reativa o vírus.

Casos de herpes zoster podem ter ligação com a demência (Imagem: aslysun/Shutterstock)

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Cientistas não sabem o que provocou este efeito protetor

Outros estudos já haviam apontado evidências de que os herpesvírus, dos quais a herpes zoster faz parte, desempenham um papel no desenvolvimento da doença. Mas, desta vez, os cientistas analisaram os efeitos da aplicação da vacina nos pacientes.

Os pesquisadores obtiveram dados detalhados de 282.541 adultos que residiam no País de Gales e não tinham diagnóstico de demência quando um programa de vacinação contra a herpes zoster começou no país. Os participantes foram acompanhados por sete anos.

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Quem recebeu a vacina teve menos chances de desenvolver a doença neurodegenerativa (Imagem: RF._.studio/Pexels)

Em 2020, um em cada oito pacientes, então com 86 e 87 anos, havia sido diagnosticado com demência. No entanto, quem recebeu o imunizante teve 20% menos chances de receber o diagnóstico da doença neurodegenerativa.

A equipe admite que não sabe ao certo o que motivou uma maior proteção contra a demência em pessoas vacinadas contra a herpes zoster. A ideia é realizar novos estudos para decifrar este mistério. O estudo foi publicado na revista Nature.

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Qual a relação entre demência e apneia do sono? Veja o que diz a ciência

A apneia do sono é uma condição grave que vai muito além de roncos ou noites mal dormidas, podendo causar diversos prejuízos ao corpo, especialmente ao cérebro. Um dos maiores perigos é o aumento do risco de demência associado a apneia.

Pesquisas recentes indicam que as repetidas pausas na respiração durante o sono podem reduzir o fornecimento de oxigênio ao cérebro, afetando funções cognitivas a longo prazo.

Entenda a relação entre demência e apneia do sono

Um estudo realizado na Universidade de Michigan e publicado no periódico SLEEP Advances, revelou que a apneia obstrutiva do sono aumenta o risco de demência nas pessoas. No entanto, mulheres mais velhas têm maior probabilidade de terem a doença.

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Para realizar a pesquisa, foram reunidos dados de cerca de 18.500 adultos com mais de 50 anos que nunca haviam sido diagnosticados com demência. Essas informações foram coletados durante um período de 10 anos por meio do Health and Retirement Study (HRS).

Inicialmente, os pesquisadores identificaram a apneia nos participantes, realizando diagnósticos autorrelatados ou triagens baseadas em questionários específicos. A partir daí, descobriram a relação da doença com a perda cognitiva, que desencadeia a demência.

Além disso, os pesquisadores observaram que, embora os homens também corram esse risco, às mulheres apresentaram maiores chances de desenvolver o transtorno neurocognitivo.

Ronco, sono agitado e falta de disposição são alguns dos sintomas de apneia do sono/Shutterstock_New Africa

Apneia do sono e os danos cognitivos

A apneia do sono, frequentemente observada em pacientes diagnosticados com demência, também pode estar associada à Alzheimer. Segundo a Dra. Jerusa Smid, médica neurologista e coordenadora do Departamento Científico de Cognição da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) ao portal Drauzio, alguns estudos indicam que o sono desempenha um papel crucial na remoção de proteínas patogênicas do cérebro, um processo que pode impactar diretamente a saúde cognitiva.

Sendo assim, quando há privação de sono e a remoção dessas proteínas não acontecem, portanto, esse acúmulo no cérebro aumenta o risco de declínio cognitivo e doenças relacionadas. No caso do Alzheimer, a beta-amiloide é a proteína depositada no cérebro dos pacientes.

Por que é importante entender a relação de apneia e demência?

Doenças como a demência e o Alzheimer representam desafios significativos para a medicina moderna devido à dificuldade de encontrar curas definitivas ou tratamentos completamente eficazes. Diante disso, cientistas ao redor do mundo dedicam-se a investigar possíveis causas dessas condições, buscando compreender os fatores que contribuem para seu desenvolvimento.

Esses esforços são essenciais não apenas para aprimorar os métodos de diagnóstico e tratamento, mas também para criar estratégias de prevenção, com o objetivo de reduzir a incidência de novos casos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias.

Conforme abordado neste artigo, pesquisas indicam que a apneia do sono está entre os fatores contribuintes para o desenvolvimento de doenças cognitivas. Diferentemente de condições como demência e Alzheimer, a apneia do sono dispõe de tratamentos mais eficazes e oferece um controle mais significativo. Confira a seguir as opções de tratamento e como o diagnóstico é realizado.

Como é realizado o diagnóstico e tratamento de apneia?

Vista lateral próxima de um paciente do sexo masculino dormindo em uma cama de hospital com máscara de oxigênio no quarto branco. Jovem se recuperando após a doença ou recebendo terapia de apneia obstrutiva do sono na enfermaria do hospital.
Paciente recebendo terapia de apneia obstrutiva do sono na enfermaria de um hospital/Shutterstock_Studio Romantic

Pacientes que apresentam sintomas noturnos como o ronco associado à fragmentação do sono, caracterizada por diversos despertares, sonolência, cansaço e fadiga devem procurar ajuda de um profissional. Afinal, esses são os maiores sinais de apneia.

A partir da consulta ao especialista, o diagnóstico pode ser realizado por meio de um exame chamado polissonografia, que monitora diversos parâmetros enquanto a pessoa dorme. No entanto, essa análise envolve uma combinação de avaliação clínica, como histórico médico e avaliação das vias aéreas superiores, como garganta, nariz e mandíbula, para identificar possíveis obstruções.

Conforme indicado pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, o objetivo do tratamento é assegurar que a garganta permaneça aberta, evitando episódios de apneia, redução nos níveis de oxigênio no sangue, elevação da pressão arterial e aumento da liberação de adrenalina. Além disso, busca-se melhorar a sonolência excessiva durante o dia e proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

A partir da identificação dos fatores relacionados ao quadro de cada paciente, são indicados tratamentos específicos. Tais como:

Apneia leve e moderada (casos selecionados):

  • Aparelhos intraorais: facilitam o aumento da passagem de ar na região da garganta.
  • Fonoaudiologia: contribui para o fortalecimento dos músculos responsáveis por manter a garganta aberta.

Apneia moderada a acentuada:

  • CPAP (Gerador de Pressão Positiva Contínua na Via Aérea): é considerado o principal tratamento. O dispositivo proporciona o bombeamento de ar, prevenindo o fechamento da garganta e as consequências prejudiciais da apneia.
  • Cirurgias: tratamentos reservados para situações específicas, sendo indicados apenas em casos excepcionais.

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Remédio em testes reduz risco de demência por Alzheimer 

Um medicamento ainda em fase de testes pode reduzir o risco de demência relacionada ao Alzheimer em pessoas na faixa dos 30, 40 ou 50 anos. É o que mostra um estudo liderado pela Knight Family Dominantly Inherited Alzheimer Network-Trials Unit (DIAN-TU), com sede na Washington University School of Medicine.

Os resultados do ensaio clínico sugerem que o tratamento precoce remove placas amiloides do cérebro muitos anos antes do surgimento dos sintomas em pessoas com maior chance de desenvolver a doença, atrasando o início da demência de Alzheimer.

O experimento foi feito em escala global e envolveu 73 pessoas com mutações genéticas raras e herdadas que causam a superprodução de amiloide no cérebro. Esse é um dos principais fatores que levam ao Alzheimer na meia-idade, segundo o artigo.

Randall J. Bateman conduziu ensaios clínicos por 8 anos (Imagem: WashU Medicine)

No subgrupo de 22 participantes que não tinham problemas cognitivos no início do estudo e que receberam o medicamento por mais tempo — uma média de oito anos — o risco de desenvolver sintomas caiu de 100% para cerca de 50%.

“Ainda não sabemos por quanto tempo eles permanecerão sem sintomas – talvez alguns anos ou talvez décadas. Para dar a eles a melhor oportunidade de permanecerem cognitivamente normais, continuamos o tratamento com outro anticorpo antiamiloide na esperança de que eles nunca desenvolvam sintomas”, disse o autor sênior, Randall J. Bateman.

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Contratempos

O estudo faz parte do primeiro teste de prevenção de Alzheimer no mundo, conhecido como Knight Family DIAN-TU-001. A pesquisa foi lançada em 2012 para avaliar medicamentos antiamiloides como terapias preventivas para a doença de Alzheimer.

O teste chegou a ser paralisado por causa de resultados divergentes, já que alguns participantes tiveram problemas cognitivos leves, enquanto outros não tiveram nenhum. O laboratório Roche descontinuou a fabricação do gantenerumab em 2022, e os médicos substituíram a medicação pelo lecanemab.

Rorche descontinuou remédio usado na pesquisa global (Imagem: hapabapa/iStock)

O gantenerumabe e outros antiamiloides foram associados a um efeito colateral conhecido como ARIA. As anormalidades são detectáveis ​​em exames cerebrais e representam pequenas manchas de sangue no cérebro ou inchaço localizado do cérebro.

No entanto, não houve eventos adversos com risco de vida e nenhuma morte. No geral, o perfil de segurança do gantenerumabe na extensão foi semelhante ao do ensaio original e em outros ensaios clínicos de gantenerumabe, disseram os pesquisadores.

Agora, a conclusão dos testes depende de financiamento do National Institutes of Health (NIH). Enquanto isso, a universidade está recrutando voluntários para um novo experimento com o medicamento.

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Estudo brasileiro: como a musculação protege idosos contra demências

Um estudo conduzido pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou que a musculação pode ser uma aliada importante na proteção do cérebro de idosos contra demências, como a doença de Alzheimer.

Publicado na revista GeroScience, o estudo envolveu 44 pessoas com comprometimento cognitivo leve, uma condição intermediária entre o envelhecimento normal e a doença de Alzheimer, que apresenta perda cognitiva maior do que a esperada para a idade.

Após seis meses de treinamento de força duas vezes por semana, os participantes demonstraram melhorias significativas na memória e na anatomia cerebral, além de proteção contra a atrofia do hipocampo e do pré-cúneo, áreas relacionadas à doença de Alzheimer.

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Além dos benefícios para a saúde já conhecidos há muito tempo, a musculação pode ajudar também contra o Alzheimer (Imagem: nortonrsx/iStock)

Descobertas do estudo

  • A pesquisa destacou que a musculação pode atuar como uma alternativa acessível e eficaz em relação a tratamentos mais caros e complexos, como os medicamentos antiamiloides, com custos elevados.
  • O estudo também evidenciou que, além da melhoria no desempenho da memória, a prática de musculação favoreceu a integridade dos neurônios, enquanto o grupo-controle, que não fez o treinamento, apresentou piora nos parâmetros cerebrais.
  • Os pesquisadores afirmam que a musculação pode estimular a produção de proteínas que favorecem o crescimento neuronal e reduzir a inflamação no corpo, o que ajuda a diminuir o risco de demência.
  • Além disso, sugerem que um período de treinamento mais prolongado pode até reverter o diagnóstico de comprometimento cognitivo leve, oferecendo uma possibilidade de prevenção e retardamento da progressão da demência.

A pesquisa abre portas para novas estratégias não farmacológicas que podem ser implementadas para ajudar na proteção do cérebro e na promoção de um envelhecimento mais saudável, especialmente para pessoas com risco elevado de desenvolver doenças neurodegenerativas.

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Estudo pode levar a incentivos maiores para adoção de hábitos saudáveis, visando proteger a saúde do cérebro (Imagem: Ground Picture/Shutterstock)

 

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Microplásticos no cérebro podem levar à demência, sugere estudo

O acúmulo de microplásticos no cérebro pode estar relacionado ao surgimento de demência. É o que sugere um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Ottawa, no Canadá, publicado na revista científica Nature Medicine.

Os cientistas descobriram que os cérebros humanos contêm aproximadamente uma colher de microplásticos e nanoplásticos (MNPs), nível que pode ser de três a cinco vezes maior em pessoas diagnosticadas com demência. 

Além disso, tecidos cerebrais apresentaram concentrações até 30 vezes maiores de MNPs em comparação a outros órgãos, como o fígado ou o rim.

Por ano, são emitidos entre 10 e 40 milhões de toneladas de microplásticos para o ambiente — e esse número pode duplicar até 2040. São elementos que estão presentes nos alimentos que comemos, na água que bebemos e no ar que respiramos.

Vento e água ajudam a dispersar microplásticos pelo ambiente (Imagem: pcess609/iStock)

Partículas menores que 200 nanômetros, predominantemente compostas de polietileno, são as mais preocupantes, segundo os pesquisadores, porque “mostram notável deposição em paredes cerebrovasculares e células imunes”.

“Esse tamanho permite que elas potencialmente cruzem a barreira hematoencefálica, levantando questões sobre seu papel em condições neurológicas”, diz o artigo.

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O que fazer a respeito?

Os pesquisadores ponderam que eliminar completamente a exposição aos microplásticos  não é realista, mas há práticas cotidianas que podem reduzir a sua ingestão — e consequentemente os riscos para a saúde a longo prazo.

  • Trocar a água engarrafada por água filtrada da torneira pode reduzir a ingestão de microplásticos de 90.000 para 4.000 partículas por ano.
Água filtrada reduz chance de exposição a microplásticos (Imagem: Edgar BJ/iStock)

“A água engarrafada sozinha pode expor as pessoas a quase tantas partículas de microplástico anualmente quanto todas as fontes ingeridas e inaladas combinadas”, diz o Dr. Brandon Luu, residente em medicina interna da Universidade de Toronto. “A troca para água da torneira pode reduzir essa exposição em quase 90%, tornando-se uma das maneiras mais simples de reduzir a ingestão de microplásticos.” 

  • Mude a maneira como aquece e armazena os alimentos: priorize vidro ou aço inoxidável.

“Aquecer alimentos em recipientes de plástico — especialmente no micro-ondas — pode liberar quantidades substanciais de microplásticos e nanoplásticos”, explica Luu. “Evitar o armazenamento de alimentos em plástico e usar alternativas de vidro ou aço inoxidável é um passo pequeno, mas significativo, para limitar a exposição”.

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