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Quais são os tipos de depressão? Entenda as diferenças e sintomas

Os estudos divulgados pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) classificam os transtornos depressivos como um conjunto de condições cuja característica central é a presença de humor deprimido, vazio ou irritável.

A pessoa é afetada significativamente por fadiga constante, dores no corpo, dificuldade de concentração e perda de memória ou esquecimento frequente. O que diferencia os diversos tipos de depressão são: a duração, momento do aparecimento e causa presumida.

Veja a seguir os principais tipos de transtornos depressivos classificados neste estudo.

Quais os tipos de depressão?

Transtorno disruptivo da desregulação do humor (TDDH)

O transtorno disruptivo da desregulação do humor é um transtorno mental infantil caracterizado por explosões de raiva intensa verbais ou comportamentais, humor irritável ou zangado persistente entre as explosões, presente na maior parte do dia. Afeta crianças entre 6 e 12 anos, com início dos sintomas antes dos 10.

As crises devem ocorrer por pelo menos 12 meses e em diferentes ambientes, como casa e escola. Estima-se que o transtorno esteja presente entre 2% a 5% em crianças e adolescentes, com taxas elevadas em meninos em idade escolar.

O TDDH é uma forma atípica de expressão depressiva em crianças e aumenta o risco do desenvolvimento de depressão maior e transtornos de ansiedade na adolescência e na vida adulta. O diagnóstico busca evitar a confusão com transtorno bipolar na infância.

Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor tem taxa elevada em meninos em fase escolar (Reprodução: Freepik/Freepik).

Transtorno depressivo maior (TDM)

O transtorno depressivo maior é uma doença mental grave caracterizada por humor deprimido e/ou perda de prazer, persistindo por pelo menos duas semanas. Inclui sintomas como alterações no sono, apetite, energia, dificuldade para pensar, se concentrar ou tomar decisões, além de dificuldades para cuidar de si e do externo e também de sentimentos de inutilidade ou pensamentos suicidas. Essas condições não podem ser atribuídas a substâncias, outras doenças ou transtorno bipolar.

Os sintomas devem causar prejuízo funcional, quando o transtorno mental impede a pessoa de viver sua vida normalmente, impactando negativamente em áreas importantes como: profissional, acadêmico e pessoal. Algumas pessoas se queixam de dores corporais em vez de relatar sentimentos de tristeza.

Experiências adversas na infância, particularmente quando existem múltiplas experiências de tipos diversos, constituem um conjunto de fatores de risco potenciais para transtorno depressivo maior. Eventos estressantes na vida são bem reconhecidos como precipitantes de episódios depressivos maiores.

Transtorno depressivo persistente (distimia)

O transtorno depressivo persistente (TDP), também chamado de distimia, é uma forma crônica de depressão que dura pelo menos dois anos em adultos (ou um em crianças e adolescentes), durante esse período, a pessoa não fica sem os sintomas por mais de dois meses.

Seus sinais se equivalem aos de depressão maior como fadiga, baixa autoestima, alterações no sono, apetite e sentimentos de desesperança.

O início costuma ser precoce, antes dos 21 anos, e pode incluir episódios de depressão maior ao longo do tempo. Está associado a maior risco de transtornos de ansiedade, uso de substâncias e transtornos de personalidade, especialmente borderline. Mesmo leve, seu impacto no funcionamento diário pode ser tão ou mais prejudicial que a depressão maior.

A diferença entre o transtorno depressivo persistente e a depressão maior é a duração e a intensidade. O transtorno depressivo persistente dura pelo menos 2 anos em adultos, com sintomas mais brandos, enquanto a depressão maior é marcada por episódios intensos com intervalos de pelo menos 2 meses. E ambos não podem ser associadas a nenhum transtorno, substâncias ou outras doenças.

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Transtorno Depressivo Persistente duram pelo menos 2 anos em adultos (Reprodução: Freepik/Freepik)

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Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM)

O transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) vai muito além da TPM comum, sendo uma condição que provoca sintomas intensos de humor, ansiedade e físicos na semana anterior à menstruação. Caracterizado por irritabilidade acentuada, tristeza profunda ou ansiedade extrema, o TDPM causa sofrimento significativo e interfere na vida diária.

Além do impacto emocional, a mulher pode sentir mudanças no comportamento (como isolamento social e dificuldade de concentração) e sintomas físicos (como inchaço e dores). Esses sinais atrapalham o dia a dia da mulher, sendo na escola, trabalho ou nas relações pessoais. 

Enquanto a TPM é um conjunto de sintomas que incomodam, mas manejáveis, o TDPM apresenta sintomas muito mais intensos e debilitantes, principalmente emocionais (irritabilidade, tristeza e ansiedade extremas), que chegam a prejudicar significativamente a vida social, profissional e pessoal da mulher.

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O transtorno disfórico pré-menstrual prejudica a vida social, profissional e pessoal da mulher (Reprodução: Freepik/Freepik)

Transtorno depressivo induzido por substância ou medicamento

Um transtorno depressivo induzido por substância ou medicamento ocorre quando sintomas de depressão surgem diretamente devido ao uso ou à abstinência de uma substância (drogas, álcool, remédios).

O diagnóstico exige que a depressão comece durante ou logo após o contato com a substância e não seja explicada por outro quadro depressivo. É crucial identificar a substância causadora, pois muitos medicamentos comuns podem desencadear esses sintomas, impactando a saúde mental do indivíduo.

Transtorno depressivo devido a outra condição médica

O transtorno depressivo devido a outra condição médica é uma depressão cujos sintomas (humor deprimido e perda de interesse, por exemplo) são causados diretamente por uma doença física, como hipotireoidismo ou Parkinson, e não por fatores psicológicos. É crucial que a depressão não seja explicada por outro transtorno.

Sintomas comuns da depressão, como alterações de apetite ou sono, fadiga, dificuldade de concentração, baixa autoestima e, em casos graves, pensamentos suicidas surgem como uma consequência fisiológica direta da condição médica.

Outro transtorno depressivo especificado

O outro transtorno depressivo especificado é um diagnóstico usado quando a pessoa apresenta sintomas de depressão que são clinicamente significativos e causam prejuízos, mas não se encaixam completamente em nenhum dos transtornos depressivos tradicionais (como depressão maior ou distimia).

São classificados em depressão breve recorrente (2 a 13 dias por mês, por 12 meses), episódio depressivo de curta duração (4 a 13 dias) e episódio depressivo com sintomas insuficientes (apenas 1 sintoma além do humor deprimido por ao menos 2 semanas). Não há histórico de transtorno bipolar, psicótico ou transtorno depressivo maior completo.

Transtorno depressivo não especificado

O transtorno depressivo não especificado é um diagnóstico dado quando há sintomas depressivos evidentes, como tristeza persistente, perda de interesse, alterações no sono ou apetite, mas esses sintomas não preenchem todos os critérios necessários para os transtornos depressivos formais (como depressão maior, distimia etc.).

Esse diagnóstico reconhece que a pessoa precisa de atenção clínica, mesmo sem se encaixar em uma categoria exata.

Em caso de suspeita de um transtorno, procure um psicólogo e, posteriormente, um psiquiatra. As informações desse artigo não podem ser utilizadas para diagnosticar qualquer problema de saúde. Depressão é uma doença muito séria e precisa ser tratada e acompanhada por profissionais adequados.

Essa matéria é meramente informativa e não pode ser utilizada como fonte de diagnóstico para qualquer distúrbio psicológico. Todas informações utilizadas foram retiradas da 5ª edição do DSM.

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Probióticos podem turbinar seu humor — e a ciência explica como!

Você já ouviu dizer que o intestino é o “segundo cérebro”? Pois é, agora a ciência foi além: um simples copo de iogurte pode ser o empurrãozinho que faltava para afastar o mau humor, o estresse e até a ansiedade. Um novo estudo revela que os probióticos não são só aliados da digestão — eles também mexem com suas emoções.

É o que destaca a revista MedicalXpress: pesquisadores da Universidade de Oxford e da Universidade de Leiden testaram probióticos em jovens saudáveis por um mês e perceberam algo surpreendente. Os voluntários começaram a se sentir menos ansiosos e estressados depois de duas semanas. Nada de testes complicados — o que funcionou mesmo foi acompanhar o humor diário com perguntas simples.

Além de melhorar o astral, os probióticos também ajudaram na leitura das emoções alheias. Quem fez o experimento ficou mais afiado para reconhecer expressões faciais. E tem mais: quem é mais cauteloso, com perfil de evitar riscos, parece se beneficiar ainda mais dessas bactérias do bem.

Probióticos mostram efeito rápido no humor e abrem caminho para novas abordagens

Os efeitos positivos começaram a surgir após duas semanas de uso diário — um tempo semelhante ao dos antidepressivos, mas com uma diferença importante: os probióticos reduziram apenas os sentimentos negativos, sem interferir nos positivos.

Além da saúde mental: probióticos ajudam a fortalecer o sistema imunológico e equilibrar a microbiota intestinal (Imagem: Tatjana Baibakova/Shutterstock)

Relatos simples do dia a dia foram mais eficientes do que os tradicionais testes psicológicos para captar as mudanças de humor. Isso mostra como ferramentas diretas podem revelar transformações sutis que passariam despercebidas em métodos mais complexos.

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Apesar do potencial promissor, os pesquisadores reforçam: probióticos não devem ser usados como substitutos de antidepressivos. Eles podem, no máximo, funcionar como aliados — e sempre com orientação profissional.

Uma ajuda que também vem do prato — mas com cautela

Probióticos não estão apenas em copos de iogurte natural. Eles também podem ser encontrados em alimentos como kefir e missô. Incorporar esses itens à rotina pode ser um primeiro passo para quem busca benefícios leves no humor e na saúde digestiva.

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Kefir, chucrute e outros fermentados ganham destaque por seus efeitos positivos na saúde intestinal e mental (Imagem: Tatjana Baibakova/Shutterstock)

Ainda assim, nem todo produto com o selo “probiótico” traz os mesmos efeitos. A composição das bactérias, a quantidade ingerida e a duração do uso são fatores decisivos. Nem sempre o que está na prateleira do mercado tem a concentração ideal para influenciar o cérebro.

Por isso, os cientistas são claros: apesar de animadores, os resultados ainda não justificam o uso indiscriminado. A promessa é real, mas os probióticos devem ser vistos como um complemento — e não como substituto para tratamentos médicos tradicionais.

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Aplicativo pode tratar depressão? Cientistas testam

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Cerca de 300 milhões de pessoas sofrem hoje com esse transtorno, segundo estimativas do órgão.

Trata-se, portanto, de uma doença comum, perigosa e silenciosa. Algo que interfere na vida diária, tirando dos pacientes a capacidade de trabalhar, de dormir, de estudar, de comer e, em alguns casos, de aproveitar a vida ou até mesmo viver.

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Os casos aumentaram bastante desde a pandemia. E os especialistas acreditam que ainda haja uma grande subnotificação. São pessoas que ou não sabem, ou não procuram ajuda médica. E que, portanto, não recebem o tratamento adequado.

Falando em tratamento, um estudo da Universidade Médica da Carolina do Sul, nos EUA, acaba de mostrar que um aplicativo de celular pode ser um aliado importante no combate a esse transtorno.

Sim, existem casos em que remédios e outros tipos mais tradicionais de terapia são essenciais. Em outros, porém, esse app desenvolvido pela professora Jennifer Dahne alcançou resultados excepcionais.

Independentemente do app, a orientação sempre será: busque a ajuda de um especialista – Imagem: mrmohock / Shutterstock.com

Um app ou um médico?

  • Antes de mais nada, é importante destacar que nada pode substituir a ação médica ou de um psicólogo.
  • O aplicativo entraria como algo complementar ou emergencial.
  • Batizada de Moodivate, a ferramenta utiliza um conceito já existente na terapia: o da ativação comportamental.
  • A ideia é levar o paciente a fazer atividades e aumentar as experiências positivas na sua rotina.
  • O nome Moodivate é uma mistura das palavras “Mood”, que é humor em Inglês, e “Motivate”, que vem do verbo motivar.
  • A doutora realizou a pesquisa em 649 pacientes de atenção primária, ou seja, pessoas que procuraram o sistema de saúde sem risco de morte.
  • Aqueles que usaram o aplicativo Moodivate tiveram 3 vezes mais probabilidade de apresentar uma melhora clinicamente significativa na depressão.
  • Segundo a pesquisadora, o resultado é ainda mais impressionante se levarmos em conta que muitos desses pacientes estavam tomando remédios há mais de 4 anos.
  • Ou seja, essa abordagem do app se mostrou até mais efetiva (basta saber agora se sozinha ou em parceria com os medicamentos).
Um aspecto interessante é que o próprio paciente pode gerenciar o app, sem a necessidade de um terapeuta – Imagem: Reprodução/App Store

Como funciona o app

O aplicativo funciona da seguinte maneira: ele orienta os pacientes na definição de metas e no planejamento de atividades do dia a dia. O Moodivate pode ainda enviar lembretes para a conclusão de atividades e conceder medalhas digitais conforme os usuários atinjam marcos para aumentar a motivação.

Um aspecto importante é que o app é gratuito e está disponível para Android e iOS nos Estados Unidos. E ele funciona sem a necessidade de acompanhamento de um terapeuta ou psicólogo.

Os pesquisadores afirmam que isso é importante na atenção primária, pois várias pessoas saíam das consultas básicas sem buscar um atendimento mais especializado, de um psicólogo ou psiquiatra. Ou por falta de dinheiro, ou por falta de tempo, ou interesse.

Com o resultado positivo do estudo, a doutora Dahne busca agora parcerias com instituições de saúde, seguradoras e programas de bem-estar corporativo que permitam que o aplicativo seja disponibilizado a mais pessoas.

O Moodivate não está disponível no Brasil. Você pode ler a pesquisa na íntegra no JAMA Internal Medicine.

As informações são do Medical Xpress.

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Saudade pode tratar a depressão? Entenda essa relação estabelecida pela ciência

A saudade é capaz de despertar diversas emoções, e estar associadas e muitas lembranças. Para alguns, ela faz referência à ausência e distância, nos fazendo sentir falta de pessoas, lugares, objetos e animais, por exemplo. Para outros, esse sentimento remete à nostalgia e boas lembranças, causando uma sensação que transita entre a alegria e a tristeza.

Um estudo publicado por um neurocientista brasileiro, juntamente com pesquisadores do King’s College London, do Reino Unido, mostrou uma possibilidade inédita de que esse sentimento tem um potencial de agir como um recurso para amenizar sintomas em pacientes com depressão.

Saiba mais sobre o estudo e seus resultados abaixo.

O sentimento de saudade no sentido de nostalgia pode ajudar no tratamento dos sintomas de depressão. (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)

A saudade pode tratar depressão? Veja o que diz a ciência

De acordo com o dicionário Michaelis, a definição de saudade é: “sentimento nostálgico e melancólico associado à recordação de pessoa ou coisa ausente, distante ou extinta, ou à ausência de coisas, prazeres e emoções experimentadas e já passadas, consideradas bens positivos e desejáveis“.

Com isso em mente, é mais fácil entender a pesquisa publicada no periódico Frontiers in Psychology. O estudo é fruto de uma parceria entre os pesquisadores do King’s College de Londres, no Reino Unido, e o brasileiro Jorge Moll Neto, neurocientista e idealizador do IDOR Ciência Pioneira, uma iniciativa independente de investimento em pesquisas de ponta.

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Ver a saudade sob essa perspectiva é essencial, uma vez que a ideia de usar esse sentimento como aliado para o tratamento de sintomas da depressão pode parecer inusitada, principalmente por sua associação à carga emocional melancólica.

Entretanto, a saudade tem uma natureza ambígua, podendo também ser descrita como uma forma de sentir falta e amor por algo do passado. Acessar músicas, livros e filmes antigos, por exemplo, pode trazer à tona a nostalgia e a admiração, além de muitas vezes lembrar de tempos felizes.

O pesquisador Jorge Moll Neto explica: “A saudade pode ser analisada como um sentimento que traz senso de valorização sobre eventos e pessoas e que ajuda o paciente a se reconectar com memórias significativas para sua vida. Embora não seja descrita como puramente positiva, a saudade, quando observada nessa outra perspectiva, pode ter efeitos positivos importantes de estabilização emocional e reforço do significado da vida”.

De acordo com a psicologia, a saudade é um sentimento complexo, que pode estar ligado às emoções de pertencimento, família e senso de significado. Mesmo que tenha uma grande complexidade, esse tema é pouco explorado nesse campo, o que fez com que os pesquisadores decidissem investigá-la mais a fundo, unindo a lacuna de pesquisas com observações clínicas.

Isso motivou a investigação de uma possibilidade inédita de tratamento da depressão, uma doença que afeta mais de 11 milhões de brasileiros (segundo dados da OMS).

Usando como base os debates entre os pesquisadores e estudos anteriores que apontaram a nostalgia como uma ajuda para encontrar um sentido para a vida, os cientistas desenvolveram a hipótese de que a saudade poderia funcionar como um recurso emocional útil na psicoterapia.

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(Imagem: Yournameonstones/Shutterstock)

Como foi a pesquisa

No estudo, a equipe de pesquisadores observou 39 indivíduos com sentimentos intensos e recorrentes de autocrítica e autoculpabilização, que são sintomas comuns em quadros de depressão, e costumam estar acompanhados por baixa autoestima e sensação de desesperança. Contudo, a pesquisa considerou participantes que não possuíam um diagnóstico clínico formal.

Os voluntários foram escolhidos a partir de uma longa lista de candidatos, que vieram de anúncios online, listas de e-mails e redes sociais. Então, os participantes foram convidados a fazer um vídeo de 10 minutos usando fotos, vídeos e músicas.

Na primeira parte da dinâmica, eles precisavam trazer sentimentos de autocrítica e tristeza, enquanto na segunda deveriam explorar a saudade com memórias afetivas e significativas do passado.

Então, os voluntários receberam a instrução de assistir ao vídeo diariamente durante uma semana, enquanto refletiam sobre seus sentimentos. Depois, os pesquisadores aplicaram formulários e fizeram acompanhamento online, com o objetivo de avaliar, através de pontuações, a frequência dos pensamentos autocríticos e a presença de possíveis sintomas depressivos.

Os especialistas então puderam perceber uma redução significativa desses pensamentos depois de uma semana do início do experimento. Com isso, o resultado mostrou que o incentivo a uma “transformação” emocional para a saudade pode trazer efeitos positivos na saúde mental.

Os pesquisadores levantaram a hipótese de que a saudade pode ser usada como um recurso emocional na psicoterapia. (Imagem: Pixel-Shot/Shutterstock)

Para os cientistas, uma vez que essa emoção era apresentada no final do vídeo, ela era capaz de ajudar a mudar o tom emocional do material, incentivando uma reflexão mais leve e menos negativa dos participantes. Assim, os pesquisadores levantaram a hipótese de que a saudade pode ser usada como um recurso emocional na psicoterapia, durante suas discussões.

Segundo Moll, o estudo feito foi uma das primeiras tentativas de usar a saudade como intervenção terapêutica estruturada, e teve alta adesão e segurança, sem relatos de eventos adversos.

Além disso, os resultados reforçam a importância de estudos maiores, como ensaios clínicos randomizados com pacientes diagnosticados com depressão. “Isso mostra que a saudade pode ser mais explorada por seu potencial terapêutico, como recurso culturalmente próximo das pessoas”, conclui o neurocientista.

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Ingrediente que você come todo dia pode estar ligado com a depressão

Pesquisadores da Universidade Médica de Nanjing, na China, descobriram que um dos alimentos mais consumidos no mundo pode estar ligado aos casos de depressão. A conclusão pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos contra a doença.

Segundo um novo estudo, uma dieta rica em sal induziu sintomas depressivos em camundongos, impulsionando a produção de uma proteína chamada IL-17A. Ela também já foi identificada em estudos clínicos realizados em humanos.

Experimentos realizados em roedores

Durante o trabalho, os animais receberam uma dieta normal ou outra rica em sal. Após um período de cinco semanas, os camundongos do segundo grupo mostraram menos interesse em explorar e mais inatividade em vários cenários, sugerindo sintomas semelhantes aos da depressão.

Descobertas podem ajudar a criar novos tratamentos contra a doença (Imagem: Aonprom Photo/Shuttersotkc)

Os pesquisadores identificaram um tipo de célula imune chamada células T gama-delta como uma importante fonte de IL-17A em camundongos que receberam altas doses de sal. Já a ausência delas aliviou significativamente os sintomas depressivos induzidos pela alimentação, sugerindo um outro método de tratamento possível.

As conclusões, descritas em estudo publicado no The Journal of Immunology, apontam que o consumo de sal tem relação com a doença. O próximo passo é validar estas descobertas em pesquisas realizadas com humanos.

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Consumo excessivo de sal pode causar depressão (Imagem 8photo/Freepik)

Estudo confirma que o sal pode ser um vilão para a nossa saúde

  • De acordo com a equipe responsável pelo trabalho, intervenções relacionadas com a dieta podem servir como prevenção para doenças mentais.
  • Os cientistas ainda esperam que as descobertas incentivem discussões sobre as diretrizes de consumo de sal.
  • O alimento e amplamente utilizado em fast foods, geralmente contendo 100 vezes mais sal do que uma refeição caseira.
  • Este consumo excessivo ainda pode causar doenças cardiovasculares, autoimunes e neurodivergentes.

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Veneno de sapo pode tratar ansiedade e depressão, diz estudo

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, fizeram uma descoberta que pode abrir novos caminhos no desenvolvimento de tratamentos contra a depressão e a ansiedade. E isso graças a um veneno produzido por um sapo.

Estamos falando do Bufo alvarius, também conhecido como sapo do deserto de Sonora ou sapo do rio Colorado. Este animal é capaz de produzir a substância alucinógena 5-MeO-DMT (5-metoxi-N, N-dimetiltriptamina ou O-metil-bufotenina).

Efeitos positivos foram associados a experimentação de efeitos psicodélicos

Durante o trabalho, publicado na revista The American Journal of Drug and Alcohol Abuse, um grupo de 362 adultos recebeu a substância. Aproximadamente 80% deles relataram melhorias na ansiedade e na depressão.

Segundo os cientistas, estes efeitos foram associados a experimentação de efeitos psicodélicos mais intensos durante a experiência com 5-MeO-DMT. Além disso, foram relacionadas a uma maior certeza de que a experiência favorecia o bem-estar a longo prazo e a satisfação com a vida.

Substância está presente no veneno do sapo Bufo alvarius (Imagem: Mikhail Blajenov/Shutterstock)

Em outras palavras, o estudo demonstrou que os psicodélicos administrados junto com a psicoterapia ajudam pessoas com depressão e ansiedade. Apesar dos resultados promissores, a equipe afirma que ainda é necessário realizar novos estudos para entender quais os efeitos de longo prazo da substância.

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Efeitos estão ligados a uma substância que pode combater a depressão (Imagem: fizkes/Shutterstock)

Efeitos semelhantes já haviam sido descritos anteriormente

  • Esta não é a primeira vez que pesquisadores descrevem os efeitos terapêuticos e as possíveis aplicações medicinais dessa substância.
  • Um estudo publicado na revista Nature já havia apontado que o 5-MeO-DMT poderia contribuir substancialmente para os efeitos antidepressivos sustentados dos psicodélicos.
  • Neste trabalho, os cientistas defenderam que a substância pode ajudar a ativar a serotonina.
  • Este é um neurotransmissor relacionado às emoções e ao humor, cuja baixa concentração no nosso organismo pode causar depressão.

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Afastamentos por saúde mental dobraram nos últimos 10 anos

O número de afastamentos do trabalho por saúde mental dobrou na última década, segundo dados concedidos pelo Ministério da Previdência Social ao g1. Só em 2024, foram registradas 472.328 licenças médicas relacionadas a transtornos mentais – recorde histórico que resultou em um aumento de 68% em relação ao ano de 2023.

Entenda:

  • Em 2024, foram registrados 472.328 afastamentos do trabalho por saúde mental;
  • Comparado a 2023, o aumento de casos foi de 68%;
  • Em 2014, o número de afastamentos por transtornos mentais foi de 221.721 – ou seja, os casos mais que duplicaram em 2024;
  • Ansiedade e depressão foram os transtornos que mais causaram afastamentos no ano passado;
  • Mulheres lideraram com 301.348 licenças médicas, e os homens somaram 170.980;
  • São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os estados com maior número de afastamentos por saúde mental.
Número de afastamentos por saúde mental mais que duplicou na última década. (Imagem: pathdoc/Shutterstock)

Com 221.721 afastamentos registrados em 2014, o número de casos no ano passado mais que duplicou. Além disso, em 2024, as mulheres lideraram com 301.348 licenças médicas, enquanto os homens somaram 170.980 afastamentos. A idade média foi de 41 anos para os dois perfis.

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Ansiedade e depressão lideram afastamentos por saúde mental

Em 2024, ansiedade e depressão foram os transtornos que mais causaram afastamento do trabalho por saúde mental. Quadros como transtorno bipolar e estresse também aparecem no ranking:

  • Ansiedade: 141.414 casos;
  • Depressão: 113.604 casos;
  • Depressão recorrente: 52.627 casos;
  • Transtorno bipolar: 51.314 casos;
  • Vício em drogas: 21.498 casos;
  • Estresse grave e transtornos de adaptação: 20.873 casos;
  • Esquizofrenia: 14.778 casos;
  • Alcoolismo: 11.470 casos;
  • Vício em cocaína: 6.873 casos.
Mulher tampando o rosto com as mãos em meio a uma população
Ansiedade liderou ranking de afastamentos por transtornos mentais em 2024. (Imagem: Tero Vesalainen/Shutterstock)

De 2014 a 2020, os casos de depressão lideraram o ranking. A partir de 2021, porém, a ansiedade passou a ser o principal transtorno por trás dos afastamentos. Para se ter uma ideia, há dez anos, os afastamentos por ansiedade somavam 32 mil. O aumento em comparação com o ano passado foi de mais de 400%, enquanto os casos de depressão quase dobraram (59.268 em 2014).

Quanto aos estados com mais casos de afastamento por saúde mental, São Paulo lidera com 125.141 registros. Em segundo lugar está Minas Gerais, com 65.420 casos em 2024. O Rio de Janeiro vem logo em seguida, com 31.660 afastamentos. Os estados com maior proporção de afastamentos em relação à população, entretanto, foram Distrito Federal, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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Estudo inédito sobre genética da depressão pode mudar a forma como tratamos a doença

Seu DNA pode guardar segredos sobre sua saúde mental. Pesquisadores brasileiros ajudaram a desvendar quase 700 variações genéticas ligadas à depressão. O maior estudo global já feito sobre a genética da depressão incluiu dados de mais de 5 milhões de pessoas e contou com a participação da Unifesp e da UFRGS, ampliando a diversidade genética analisada.

A pesquisa, liderada por cientistas da Universidade de Edimburgo e do King’s College London, analisou informações genéticas de indivíduos de 29 países. No Brasil, os pesquisadores ajudaram a incluir dados de populações miscigenadas, permitindo a descoberta de quase 300 novas variações genéticas antes desconhecidas.

Além disso, os cientistas identificaram que medicamentos como Pregabalina e Modafinil, já utilizados para outras condições, podem influenciar os genes relacionados à depressão. Os achados reforçam a importância de estudos genéticos mais diversos para desenvolver diagnósticos precisos e tratamentos personalizados para diferentes populações.

Novos caminhos para entender a depressão

Os cientistas destacam que cada variação genética isolada tem um impacto pequeno, mas, quando combinadas, podem aumentar significativamente o risco de desenvolver depressão. Esse efeito acumulativo pode explicar por que algumas pessoas são mais vulneráveis à doença, mesmo em condições ambientais semelhantes.

Ambiente, estilo de vida e fatores sociais também desempenham um papel essencial na manifestação da depressão, segundo pesquisa (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)

Outro ponto relevante da descoberta é o impacto que essas variações podem ter no desenvolvimento de novos tratamentos. Com a identificação desses fatores de risco para a depressão, os pesquisadores esperam criar abordagens terapêuticas mais personalizadas. Atualmente, muitos antidepressivos são desenvolvidos sem levar em conta a genética individual dos pacientes.

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Além disso, o estudo ressalta a importância da inclusão de diferentes populações em pesquisas genéticas. Até agora, grande parte dos estudos focava apenas em indivíduos de ascendência europeia, o que limitava a compreensão da genética da depressão em outras etnias.

Um passo além na personalização dos tratamentos

Hoje, os tratamentos para depressão são amplamente baseados na tentativa e erro, já que cada paciente responde de forma diferente aos medicamentos disponíveis. No entanto, com a identificação das alterações genéticas envolvidas no transtorno, será possível desenvolver estratégias mais precisas, aumentando as chances de sucesso terapêutico e reduzindo efeitos colaterais.

Com a identificação das variações genéticas ligadas à depressão, tratamentos mais certeiros poderão substituir a atual abordagem (Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock)

Outro avanço importante trazido pelo estudo é a possibilidade de prever, com mais precisão, quem tem maior predisposição genética para desenvolver depressão ao longo da vida. Esse tipo de informação pode ser usado para intervenções preventivas, permitindo que médicos e pacientes adotem estratégias para minimizar os impactos do transtorno antes mesmo que os sintomas se manifestem.

Por fim, a pesquisa reforça o papel da genética como uma peça-chave na compreensão dos transtornos mentais. Embora a depressão tenha origens multifatoriais, esse estudo fornece uma base genética robusta para futuros avanços na psiquiatria. O desafio agora é traduzir essas descobertas em aplicações clínicas, tornando o diagnóstico mais preciso e os tratamentos mais eficazes.

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Wi-Fi detecta depressão em idosos com IA inovadora

​Uma nova tecnologia baseada em Wi-Fi promete revolucionar a detecção da depressão em idosos. Pesquisadores desenvolveram um sistema que utiliza sensores de movimento, dispensando dispositivos vestíveis. O método é não invasivo e aproveita a infraestrutura de Wi-Fi já existente.

O modelo de inteligência artificial, denominado HOPE, analisa padrões de movimento e sono dos usuários. Com uma taxa de acurácia superior a 87%, identifica precocemente sinais de depressão. Isso permite intervenções antecipadas e monitoramento contínuo da saúde mental dos idosos.

A professora Samira A. Rhaimi, da McGill University e do Mila-Quebec AI Institute, liderou o estudo. Ela destaca que essa abordagem oferece uma alternativa aos métodos tradicionais, que muitas vezes exigem a participação ativa dos pacientes. Assim, o sistema proporciona um monitoramento mais confortável e eficiente para a terceira idade.

Tecnologia permite identificar depressão sem esforço

A depressão atinge até 40% dos idosos em instituições de longa permanência, mas quase metade dos casos não é diagnosticada. O impacto vai além do emocional, afetando a saúde física e aumentando internações. Segundo o MedicalXpress, os métodos tradicionais, como entrevistas médicas e sensores vestíveis, são invasivos e pouco práticos para essa faixa etária.

Wi-Fi analisa padrões de movimento e respiração para detectar sinais de depressão (Imagem: Pavlova Yuliia/Shutterstock)

A nova abordagem usa redes Wi-Fi para identificar padrões de movimento e sono sem necessidade de dispositivos no corpo. O monitoramento acontece de forma contínua e discreta, aproveitando a infraestrutura já existente. Assim, médicos podem acompanhar sinais precoces da condição sem depender da participação ativa dos pacientes.

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Além da praticidade, a tecnologia também aumenta a precisão do diagnóstico. O sistema utiliza inteligência artificial explicável (XAI), uma abordagem que permite entender como a análise é feita. Em vez de apenas indicar um risco, a IA mostra quais fatores foram decisivos na detecção, como mudanças no padrão de sono ou na mobilidade.

O impacto emocional dos chatbots na saúde

Tornar chatbots mais estáveis emocionalmente pode melhorar o suporte a pacientes com transtornos mentais. Esses sistemas lidam com interações delicadas e precisam responder de forma equilibrada. Ajustar sua estabilidade sem reprogramação complexa torna a IA mais confiável nesses cenários.

Chatbots de IA podem influenciar emoções e bem-estar, ajudando ou agravando a saúde mental (Imagem: khunkornStudio/Shutterstock)

A solução é acessível e eficiente. Segundo Spiller, o método reduz custos ao evitar o retrabalho no treinamento dos modelos. Isso garante respostas mais consistentes sem comprometer a agilidade dos sistemas.

Ainda há questões a explorar. Pesquisadores estudam como a IA reage em diálogos longos e se adapta a diferentes contextos. No futuro, a criação de intervenções terapêuticas automatizadas pode ampliar seu papel no cuidado com a saúde mental.

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