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5 sinais na fala que podem indicar Alzheimer

A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que se caracteriza pela deterioração da memória, do pensamento e do comportamento. Essa é a forma mais comum de demência em pessoas idosas, sendo que seu principal fator de risco é justamente a idade.

Entretanto, como diversas outras doenças, ter um diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento comece mais cedo, melhorando a qualidade de vida do indivíduo. Existem algumas alterações relacionadas à fala que são pistas que podem ajudar os médicos a ficarem atentos, e investigarem as suas causas. Ter alguma dessas alterações não são uma certeza de que a pessoa vai ter necessariamente o Alzheimer, mas são indícios que ajudam no diagnóstico.

Veja abaixo a matéria baseada no texto publicado originalmente no site The Conversation, por Sarah Curtis, candidata a doutorado em uso de linguagem em Síndrome de Down e Alzheimer na Nottingham Trent University.

Nela, estão os cinco sintomas precoces de Alzheimer que podem estar relacionados à fala, porém, vale lembrar que é sempre bom procurar um profissional da saúde especializado, já que cada caso é um caso.

Existem algumas alterações relacionadas à fala que são pistas que podem ajudar os médicos a ficarem atentos, e investigarem as suas causas. (Imagem: Ground Picture/Shutterstock)

Quantas pessoas convivem com Alzheimer no mundo e no Brasil?

A demência é um termo geral usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a memória, o raciocínio e outras habilidades cognitivas. O Alzheimer é o tipo mais comum de demência, responsável por cerca de 60% a 70% dos casos, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).

De acordo com a organização, dez milhões de pessoas são diagnosticadas com demência em todo mundo a cada ano – ou seja, estima-se que 600 a 700 mil novos casos de Alzheimer sejam relatados anualmente.

No Brasil, no fim de 2023, o Alzheimer afetava 1,2 milhão de pessoas, segundo dados publicados na Agência Gov.

Enquanto isso, a Alzheimer’s Society aponta que aproximadamente um milhão de pessoas no Reino Unido estão vivendo atualmente com a doença, e estudos preveem que esse número vai subir para 1,6 milhão até 2050.

Também conhecido como Mal de Alzheimer, a condição leva ao declínio da memória e das habilidades de raciocínio, sendo uma doença física que faz com que o cérebro pare de funcionar corretamente, piorando com o tempo.

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A idade ainda é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença, uma vez que a chance dobra a cada cinco anos depois dos 65 anos. Contudo, uma em cada 20 pessoas diagnosticadas com Alzheimer tem menos de 65 anos, sendo chamado de Alzheimer mais jovem, ou de início precoce.

Esquecer as palavras de vez em quando é considerado normal, porém, problemas persistentes e cada vez piores para lembrar, entre outros sintomas, podem ser um sinal precoce de Alzheimer. Fazer a identificação correta na fase inicial é muito importante, principalmente para pessoas com maior risco de sofrer com a doença, como os que têm Síndrome de Down, por exemplo.

A idade ainda é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença, uma vez que a chance dobra a cada cinco anos depois dos 65 anos. (Imagem: Shutterstock/LightField Studios)

Uma forma de fazer isso é perceber mudanças no uso da linguagem, já que novos problemas de fala são um dos primeiros sinais de declínio mental, podendo indicar o começo da doença. Veja quais são os cinco sintomas precoces de Alzheimer relacionados à fala para serem observados.

5 sintomas precoces de Alzheimer relacionados à fala

1 – Pausas, hesitações e imprecisões

A dificuldade em lembrar palavras específicas é um dos sinais mais reconhecíveis do adoecimento, podendo levar a pausas e hesitações frequentes e/ou longas. Uma pessoa com Alzheimer que demora a lembrar de uma palavra pode recorrer a uma descrição vaga, como chamá-la de “coisa” ou falar em torno da palavra esquecida. Por exemplo: uma pessoa com dificuldade para se lembrar da palavra gato pode dizer algo como “são animais de estimação… que miam e arranham… a vizinha tem um.”

2 – Falar sobre uma tarefa em vez de executá-la

Pessoas com Alzheimer podem ter dificuldade em concluir tarefas e, com isso, em vez de fazê-las, podem falar a respeito dos seus sentimentos em relação a essas atividades, além de expressar dúvidas ou mencionar habilidades do passado. Pode ser que elas digam algo como “Não tenho certeza se consigo fazer isso”, ou “Eu costumava ser bom nisso”, em vez de falar diretamente a respeito da tarefa.

3 – Usar palavras com o significado incorreto

Quem está com a doença em desenvolvimento pode tentar substituir uma palavra que não está conseguindo dizer, por algo relacionado a ela. Pensando no mesmo exemplo citado acima, em vez de “gato”, a pessoa pode usar um animal da mesma categoria, como “cachorro”.

Entretanto, nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, essas mudanças têm mais chance de estarem relacionadas a uma categoria mais ampla ou geral, como dizer “animal” em vez de “cachorro”.

4 – Dificuldade em encontrar as palavras certas

A doença também causa dificuldade para pensar em palavras, objetos ou coisas que pertencem a um grupo. Por isso, às vezes, isso é usado como um teste cognitivo para o diagnóstico.

Por exemplo, quem tem Alzheimer pode ter dificuldade para nomear coisas em uma categoria específica, como alimentos diferentes, partes distintas do corpo ou palavras que começam com a mesma letra. Isso vai ficando mais difícil conforme a doença progride, fazendo com que essas tarefas sejam cada vez mais desafiadoras.

5 – Menor variedade de palavras

Outro indicador mais sutil da Doença de Alzheimer é a tendência em usar uma linguagem mais simples, apostando em palavras comuns. Pessoas que possuem Alzheimer frequentemente repetem os mesmos verbos, substantivos e adjetivos, em vez de usarem um vocabulário mais amplo. Elas também podem usar “o”, “e” ou “mas” mais frequentemente para conectar as frases.

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Uma forma de identificar o Alzheimer precocemente é perceber mudanças no uso da linguagem, já que novos problemas de fala são um dos primeiros sinais de declínio mental, podendo indicar o começo da doença. (Imagem: Kampus/Pexels)

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Seu celular pode virar um detector portátil de doenças

Imagine apontar o celular para uma pinta suspeita e, em segundos, saber se ela representa algum risco. Cientistas da Georgia State University estão desenvolvendo uma tecnologia que transforma o smartphone em um detector portátil de doenças — tudo com um escaneamento por infravermelho.

A pesquisa, liderada pelo físico Unil Perera e destacada pelo portal Medical Xpress, utiliza a tecnologia ATR-FTIR, um tipo de espectroscopia baseada em luz infravermelha. Essa técnica permite identificar alterações moleculares em tecidos humanos de forma rápida, indolor e sem necessidade de equipamentos complexos. Em poucos segundos, um sensor acoplado ao celular poderia indicar possíveis sinais de doenças como o melanoma, diretamente na tela.

Além disso, os pesquisadores pretendem ampliar o alcance da tecnologia. Já há indícios de que o método pode detectar outras condições clínicas, como linfomas e colite. O plano de Perera é ousado: transformar o celular em um laboratório pessoal, capaz não apenas de diagnosticar precocemente, mas também de monitorar a evolução da doença e a resposta ao tratamento.

Acompanhamento em tempo real pode revolucionar a medicina preventiva

Agora, a equipe se concentra em um novo desafio: acompanhar o avanço de doenças dia após dia. Para isso, Perera trabalha na definição de parâmetros que permitam medir com precisão a progressão de um quadro clínico. Com essa base, seria possível verificar rapidamente se um tratamento está surtindo efeito — ou se precisa de ajustes antes que o problema se agrave.

Smartphones agora acompanham sinais de saúde em tempo real, transformando o celular em aliado no diagnóstico precoce (Imagem: Kampan/Shutterstock)

O diferencial da espectroscopia ATR-FTIR está na sua capacidade de coletar dados moleculares detalhados sem recorrer a exames invasivos. Segundo Perera, a ideia é integrar essa tecnologia a dispositivos comuns do cotidiano, como os próprios smartphones. Dessa forma, qualquer pessoa poderia analisar sinais do corpo sem sair de casa.

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Se a proposta se concretizar, ela poderá transformar completamente a forma como as doenças são diagnosticadas. De resfriados a tipos mais graves de câncer, o futuro do diagnóstico pode caber no bolso.

Tecnologia aproxima ciência e vida cotidiana

O avanço desse tipo de diagnóstico portátil revela como a ciência aplicada está cada vez mais presente no dia a dia. Pesquisas que antes exigiam laboratórios especializados agora apontam soluções acessíveis, baseadas em dispositivos populares como o celular.

Celulares e Medicina.
Tecnologia aproxima ciência do cotidiano ao transformar o celular em ferramenta de diagnóstico portátil (Imagem: TippaPatt/Shutterstock)

Essa inovação só se torna possível graças à colaboração entre diversas áreas do conhecimento. Física, biologia, engenharia e ciência de dados se unem para interpretar com precisão os sinais emitidos pelo corpo humano, tudo sem a necessidade de métodos invasivos.

O resultado vai além da detecção de doenças. A tecnologia também permite acompanhar a evolução dos quadros clínicos e avaliar, em tempo real, a eficácia dos tratamentos. Assim, abre-se caminho para uma nova era da medicina preventiva: mais acessível, personalizada e guiada por dados confiáveis.

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