Apesar de muitas vezes subestimadas, alguns tipos de caminhada podem trazer benefícios para o corpo e mente, em especial, as que têm um ritmo acelerado, conforme indicam pesquisas recentes.
Uma caminhada com ritmo acelerado pode diminuir o risco de anormalidades no ritmo do coração, como taquicardia e bradicardia, segundo uma pesquisa publicada na revista Heartem abril deste ano. Os resultados foram mais fortes para mulheres abaixo de 60 anos sem obesidade e condições pré-existentes de longo prazo.
O estudo analisou o impacto de diferentes ritmos de caminhadas em quase 421 mil participantes cujos dados estavam disponíveis na base UK Biobank a partir de questionários.
Andar em ritmo rápido reduz os riscos de anormalidades em relação aos batimentos cardíacos. Imagem: Shutterstock/Maridav
Anormalidades na frequência do batimento cardíacos podem ser consideradas comuns, observam os autores do estudo. Apenas a fibrilação atrial, em que os batimentos ficam acelerados e irregulares, dobrou sua prevalência nas últimas décadas e chegou a 60 milhões de casos no mundo em 2019.
O estudo considerou como um ritmo acelerado de caminhada a partir de 6,4 km por hora, o que trouxe uma redução de 27% do risco de desenvolver anormalidades cardíacas. A média das idades dos participantes era de 55 anos e mais da metade (55%) deles eram mulheres.
Outra pesquisa publicada na revista European Journal of Preventive Cardiology em agosto de 2023 indicou que dar mil passos por dia está relacionado com uma queda de 15% de todas as causas de mortalidade. Já um incremento de 500 passos por dia pode reduzir causas de mortalidade em 7%.
Caminhar reduz a chance de desenvolver depressão. Imagem: fongbeerredhot / Shutterstock.com
A caminhada também tem mostrado seus benefícios para a saúde mental. Um deles concluiu que realizar mesmo pequenas doses de exercício físico, o que inclui caminhadas com um ritmo acelerado, reduz de forma significativa o risco de desenvolver depressão.
Publicado na Jama Network em abril de 2022, a pesquisa fez uma revisão de 15 estudos que, juntos, somaram mais de 191 mil participantes. Os pesquisadores encontraram que 2,5 horas por semana de uma caminhada rápida reduz em 25% a chance de desenvolver depressão.
A doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que se caracteriza pela deterioração da memória, do pensamento e do comportamento. Essa é a forma mais comum de demência em pessoas idosas, sendo que seu principal fator de risco é justamente a idade.
Entretanto, como diversas outras doenças, ter um diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento comece mais cedo, melhorando a qualidade de vida do indivíduo. Existem algumas alterações relacionadas à fala que são pistas que podem ajudar os médicos a ficarem atentos, e investigarem as suas causas. Ter alguma dessas alterações não são uma certeza de que a pessoa vai ter necessariamente o Alzheimer, mas são indícios que ajudam no diagnóstico.
Veja abaixo a matéria baseada no texto publicado originalmente no site The Conversation, por Sarah Curtis, candidata a doutorado em uso de linguagem em Síndrome de Down e Alzheimer na Nottingham Trent University.
Nela, estão os cinco sintomas precoces de Alzheimer que podem estar relacionados à fala, porém, vale lembrar que é sempre bom procurar um profissional da saúde especializado, já que cada caso é um caso.
Existem algumas alterações relacionadas à fala que são pistas que podem ajudar os médicos a ficarem atentos, e investigarem as suas causas. (Imagem: Ground Picture/Shutterstock)
Quantas pessoas convivem com Alzheimer no mundo e no Brasil?
A demência é um termo geral usado para descrever um conjunto de sintomas que afetam a memória, o raciocínio e outras habilidades cognitivas. O Alzheimer é o tipo mais comum de demência, responsável por cerca de 60% a 70% dos casos, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).
De acordo com a organização, dez milhões de pessoas são diagnosticadas com demência em todo mundo a cada ano – ou seja, estima-se que 600 a 700 mil novos casos de Alzheimer sejam relatados anualmente.
No Brasil, no fim de 2023, o Alzheimer afetava 1,2 milhão de pessoas, segundo dados publicados na Agência Gov.
Enquanto isso, a Alzheimer’s Society aponta que aproximadamente um milhão de pessoas no Reino Unido estão vivendo atualmente com a doença, e estudos preveem que esse número vai subir para 1,6 milhão até 2050.
Também conhecido como Mal de Alzheimer, a condição leva ao declínio da memória e das habilidades de raciocínio, sendo uma doença física que faz com que o cérebro pare de funcionar corretamente, piorando com o tempo.
A idade ainda é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença, uma vez que a chance dobra a cada cinco anos depois dos 65 anos. Contudo, uma em cada 20 pessoas diagnosticadas com Alzheimer tem menos de 65 anos, sendo chamado de Alzheimer mais jovem, ou de início precoce.
Esquecer as palavras de vez em quando é considerado normal, porém, problemas persistentes e cada vez piores para lembrar, entre outros sintomas, podem ser um sinal precoce de Alzheimer. Fazer a identificação correta na fase inicial é muito importante, principalmente para pessoas com maior risco de sofrer com a doença, como os que têm Síndrome de Down, por exemplo.
A idade ainda é o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença, uma vez que a chance dobra a cada cinco anos depois dos 65 anos. (Imagem: Shutterstock/LightField Studios)
5 sintomas precoces de Alzheimer relacionados à fala
1 – Pausas, hesitações e imprecisões
A dificuldade em lembrar palavras específicas é um dos sinais mais reconhecíveis do adoecimento, podendo levar a pausas e hesitações frequentes e/ou longas. Uma pessoa com Alzheimer que demora a lembrar de uma palavra pode recorrer a uma descrição vaga, como chamá-la de “coisa” ou falar em torno da palavra esquecida. Por exemplo: uma pessoa com dificuldade para se lembrar da palavra gato pode dizer algo como “são animais de estimação… que miam e arranham… a vizinha tem um.”
2 – Falar sobre uma tarefa em vez de executá-la
Pessoas com Alzheimer podem ter dificuldade em concluir tarefas e, com isso, em vez de fazê-las, podem falar a respeito dos seus sentimentos em relação a essas atividades, além de expressar dúvidas ou mencionar habilidades do passado. Pode ser que elas digam algo como “Não tenho certeza se consigo fazer isso”, ou “Eu costumava ser bom nisso”, em vez de falar diretamente a respeito da tarefa.
3 – Usar palavras com o significado incorreto
Quem está com a doença em desenvolvimento pode tentar substituir uma palavra que não está conseguindo dizer, por algo relacionado a ela. Pensando no mesmo exemplo citado acima, em vez de “gato”, a pessoa pode usar um animal da mesma categoria, como “cachorro”.
Entretanto, nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, essas mudanças têm mais chance de estarem relacionadas a uma categoria mais ampla ou geral, como dizer “animal” em vez de “cachorro”.
4 – Dificuldade em encontrar as palavras certas
A doença também causa dificuldade para pensar em palavras, objetos ou coisas que pertencem a um grupo. Por isso, às vezes, isso é usado como um teste cognitivo para o diagnóstico.
Por exemplo, quem tem Alzheimer pode ter dificuldade para nomear coisas em uma categoria específica, como alimentos diferentes, partes distintas do corpo ou palavras que começam com a mesma letra. Isso vai ficando mais difícil conforme a doença progride, fazendo com que essas tarefas sejam cada vez mais desafiadoras.
5 – Menor variedade de palavras
Outro indicador mais sutil da Doença de Alzheimer é a tendência em usar uma linguagem mais simples, apostando em palavras comuns. Pessoas que possuem Alzheimer frequentemente repetem os mesmos verbos, substantivos e adjetivos, em vez de usarem um vocabulário mais amplo. Elas também podem usar “o”, “e” ou “mas” mais frequentemente para conectar as frases.
Uma forma de identificar o Alzheimer precocemente é perceber mudanças no uso da linguagem, já que novos problemas de fala são um dos primeiros sinais de declínio mental, podendo indicar o começo da doença. (Imagem: Kampus/Pexels)
Segurar um espirro pode parecer algo banal, um gesto automático, muitas vezes feito por educação ou para evitar chamar atenção em público. No entanto, o que parece inofensivo pode trazer riscos reais à saúde.
Neste artigo, vamos explicar o que acontece no corpo durante um espirro, por que é perigoso tentar reprimi-lo e quais são as consequências médicas mais graves que essa atitude pode provocar.
Como funciona o espirro no corpo
O espirro, também chamado de esternutação, é um reflexo involuntário e poderoso que serve como defesa natural do organismo. Ele ocorre quando algo irrita as vias nasais: poeira, pólen, fumaça, perfumes fortes, pelos de animais ou mesmo uma infecção viral, como o resfriado.
Essa irritação ativa terminações nervosas na mucosa nasal, que enviam um sinal ao cérebro. O sistema nervoso central então aciona uma sequência de reações rápidas que culminam na expulsão do ar pelos pulmões, passando pelo nariz e pela boca, numa velocidade que pode ultrapassar 160 km/h.
Jovem mulher espirrando devido a alergia. Sensação de mal-estar com nariz escorrendo. / Crédito: Mix and Match Studio (Shutterstock/reprodução)
Músculos do peito, abdômen e diafragma se contraem violentamente para forçar a saída do ar. Ao mesmo tempo, a glote se fecha por um instante, aumentando ainda mais a pressão interna antes de liberar o ar de uma vez. É esse mecanismo que garante a expulsão de partículas indesejadas, protegendo o sistema respiratório.
Por que é perigoso segurar um espirro?
Quando uma pessoa tenta segurar um espirro, normalmente tampando o nariz e a boca, ela impede que o corpo libere a pressão de forma natural. Com isso, o organismo redireciona essa pressão para dentro. Esse desvio pode provocar um aumento brusco da pressão no crânio, no tórax e no abdômen, fazendo o ar circular por regiões que não foram feitas para suportar tanta força.
Mulher com lenço assoando o nariz escorrendo ao ar livre. Sintoma de resfriado. / Crédito: New Africa (Shutterstock/reprodução)
Esse ar pode ir para os ouvidos, aumentando o risco de romper o tímpano. A pressão também pode atingir os seios da face, a garganta ou vasos sanguíneos da cabeça, o que pode causar rompimentos, sangramentos ou dores intensas.
Quais as consequências mais perigosas?
Reprimir um espirro pode gerar uma série de complicações médicas, como:
Ruptura do tímpano: a pressão pode danificar o ouvido médio, provocando dor, zumbido e até perda auditiva temporária.
Ruptura da garganta: há relatos médicos raros, mas reais, de lesões graves causadas por espirros contidos. Um caso famoso no Reino Unido envolveu um homem que precisou ser internado após romper parte da faringe ao tentar segurar um espirro.
Hemorragias oculares: o aumento súbito da pressão pode causar rompimento de vasos nos olhos, gerando manchas vermelhas ou, em casos extremos, afetando a visão.
Acidente Vascular Cerebral (AVC): em pessoas com fragilidade vascular, a pressão interna pode romper vasos cerebrais, provocando um AVC hemorrágico.
Pneumotórax: um espirro contido pode gerar acúmulo de ar entre o pulmão e a parede torácica, causando colapso pulmonar.
Jovem espirrando e com nariz escorrendo, sentado em um banco ao ar livre, em frente a um prédio comercial. / Crédito: voronaman (Shutterstock/reprodução)
É impossível espirrar de olhos abertos?
Verdade. O reflexo de fechar os olhos durante um espirro é automático e serve como proteção contra partículas expelidas e contra a pressão que pode afetar os olhos.
Segurar o espirro só causa um desconforto leve?
Mito. Como vimos, a prática pode gerar desde dor de ouvido até quadros clínicos graves.
Espirrar espalha doenças?
Verdade. Um único espirro pode liberar até 40 mil gotículas no ar, que podem conter vírus e bactérias. Por isso, é essencial cobrir o nariz e a boca com um lenço ou com o braço (nunca com as mãos) ao espirrar.
É possível espirrar dormindo?
Mito. Durante o sono profundo, os músculos responsáveis por espirrar estão relaxados e o reflexo é suprimido. Se houver forte irritação nasal, a pessoa acorda antes de espirrar.
A sensação de estar caindo durante o sono é algo que muitas pessoas já experimentaram ao menos uma vez na vida. Essa experiência súbita e desconfortável, geralmente acompanhada de um espasmo muscular ou um sobressalto, ocorre logo no início do sono e pode até despertar a pessoa de forma abrupta.
Embora pareça assustadora, trata-se de um fenômeno comum e geralmente inofensivo chamado sobressalto hipnagógico, espasmo do sono ou até mioclonia do sono.
Neste artigo, vamos explorar o que causa essa sensação, quais são os fatores que a intensificam e como ela pode ser evitada
O que é o sobressalto hipnagógico (sobressalto do sono)?
O sobressalto hipnagógico é um tipo de contração muscular involuntária que acontece durante a transição entre a vigília e o sono. Nessa fase, chamada de fase hipnagógica, o corpo começa a relaxar enquanto a mente ainda está parcialmente desperta.
Esse desalinhamento entre cérebro e corpo pode gerar interpretações equivocadas, como a ilusão de que estamos caindo de um lugar alto.
Essa resposta pode vir acompanhada de movimentos bruscos, aceleração dos batimentos cardíacos, respiração rápida e, em alguns casos, uma breve sensação de pânico. Embora possa ser desconcertante, é considerada uma reação fisiológica normal.
Por que sentimos que estamos caindo durante o sono?
Existem várias teorias científicas que explicam a origem dessa sensação:
Descompasso entre corpo e mente
À medida que o corpo relaxa, o cérebro pode interpretar esse relaxamento muscular como uma queda real. Como resposta, ele envia sinais de alerta para os músculos, produzindo um espasmo que nos desperta.
Ilustração moderna representando o espasmo hípnico (hypnic jerk). / Crédito: Pro Symbols (Shutterstock/reprodução)
Mecanismo evolutivo
Outra teoria sugere que essa reação é um reflexo herdado de nossos antepassados primatas. Para quem dormia em árvores, um alerta súbito de queda poderia ser essencial para a sobrevivência.
Flutuações neuroquímicas
Durante a transição para o sono, há alterações nos níveis de neurotransmissores como a serotonina e o GABA, que regulam o relaxamento muscular e os estados de consciência. Mudanças rápidas nesses níveis podem contribuir para o sobressalto.
Estresse e ansiedade: períodos de tensão aumentam a atividade do sistema nervoso, dificultando o relaxamento completo do corpo. Isso pode intensificar o reflexo de queda.
Privação de sono: dormir menos ou com horários irregulares interfere na qualidade do sono, favorecendo esse tipo de espasmo.
Estímulos externos: ambientes com ruídos, luz excessiva ou temperatura desconfortável também dificultam a transição suave para o sono profundo.
Consumo de estimulantes: cafeína, nicotina e alguns medicamentos que afetam o sistema nervoso central podem aumentar a incidência desses episódios.
Exercícios físicos intensos à noite: atividades físicas próximas ao horário de dormir mantêm o corpo em estado de alerta, dificultando o relaxamento muscular necessário para o sono.
O sobressalto hipnagógico é perigoso?
Mulher exausta deitada na cama usando o celular, sem conseguir dormir. / Crédito: DimaBerlin (Shutterstock/reprodução)
Na maioria dos casos, não é motivo de preocupação. Trata-se de uma resposta fisiológica normal do organismo. No entanto, se os episódios forem muito frequentes, acompanhados de outros sintomas (como insônia, suor noturno intenso ou dor), ou se impactarem significativamente a qualidade do sono, vale buscar avaliação médica.
Além disso, é importante diferenciar o sobressalto hipnagógico de outras condições mais graves, como:
Síndrome das pernas inquietas
Apneia do sono
Epilepsia noturna
Transtornos de movimento durante o sono
Como reduzir a sensação de estar caindo durante o sono
Mulher jovem sorridente e tranquila, deitada na cama com as mãos sob a cabeça / Crédito: ViDI Studio (Shutterstock/reprodução)
Para reduzir a sensação de estar caindo durante o sono, algumas práticas podem ajudar. Melhorar a higiene do sono é essencial: estabeleça um horário regular para dormir e acordar, crie um ambiente escuro, silencioso e com temperatura agradável, e evite o uso de telas e a exposição à luz azul antes de dormir. Apostar em técnicas de relaxamento também faz diferença, como a prática de meditação, mindfulness, exercícios de respiração profunda e relaxamento muscular progressivo.
Além disso, é importante reduzir o estresse ao longo do dia com a prática regular de atividades físicas, mantendo uma rotina equilibrada e, se necessário, buscando apoio por meio de terapia ou aconselhamento psicológico.
A traqueotomia é um procedimento médico essencial quando o paciente não consegue respirar normalmente. Ela consiste na abertura da traqueia para criar uma via aérea alternativa, permitindo a passagem do ar até os pulmões. É indicada em casos como obstruções nas vias respiratórias, insuficiência respiratória grave ou quando outros métodos de ventilação não funcionam adequadamente.
Embora seja um procedimento comum em ambientes hospitalares, sua aplicação pode ser decisiva em situações de risco iminente, em que a rápida intervenção é necessária para evitar danos irreparáveis.
Com o avanço da medicina e tecnologias, a traqueotomia tem se tornado cada vez mais segura e eficaz, proporcionando não apenas a sobrevivência do paciente, mas também contribuindo para a sua recuperação a longo prazo. Vamos entender como a traqueotomia é realizada, em que circunstâncias ela é indicada e como pode ser fundamental para salvar vidas.
O que é a traqueotomia?
A traqueotomia é um procedimento cirúrgico em que é realizada uma abertura na traqueia, logo abaixo da laringe, para permitir a passagem do ar diretamente para os pulmões. Essa abertura, chamada de estoma, é normalmente feita utilizando bisturis ou outros instrumentos cirúrgicos de precisão, com o objetivo de garantir a ventilação adequada do paciente quando a respiração está comprometida.
A principal indicação para a traqueotomia é a obstrução das vias aéreas superiores. Isso pode ocorrer devido a diversos fatores, como lesões no pescoço, presença de tumores, doenças respiratórias graves ou até mesmo em pacientes que precisam de ventilação assistida por longos períodos, como aqueles com doenças pulmonares crônicas ou aqueles submetidos a cirurgias complexas.
Imagem: UI Health/Reprodução
Ao criar uma via alternativa de respiração, a traqueotomia permite que o ar flua diretamente para os pulmões, sem a necessidade de passar pela garganta ou vias aéreas superiores, que podem estar bloqueadas ou comprometidas.
Embora pareçam sinônimos, traqueotomia e traqueostomia são coisas diferentes. Tecnicamente, “traqueotomia” é o nome do procedimento cirúrgico, enquanto “traqueostomia” se refere à abertura resultante na traqueia.
Quando a traqueotomia é indicada?
A traqueotomia pode ser necessária em várias situações emergenciais, mas também pode ser realizada de forma planejada para pacientes com necessidades respiratórias crônicas. Abaixo, listamos algumas das condições mais comuns que levam à indicação do procedimento.
Obstrução das vias aéreas superiores
Este é um dos principais motivos para a realização da traqueotomia. A obstrução pode ser causada por inchaços decorrentes de infecções, como laringite, ou por corpos estranhos que bloqueiam a passagem do ar. Em situações mais graves, como traumas no pescoço ou cabeça, pode ser necessário abrir a traqueia para restaurar a passagem do ar.
Doenças respiratórias crônicas
Pacientes com doenças como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) ou fibrose cística podem ter dificuldades respiratórias graves. Quando os tratamentos convencionais não são suficientes para garantir a ventilação, a traqueotomia pode ser realizada para facilitar a respiração e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Raio-x de câncer de pulmão (Imagem: utah778/iStock)
Ventilação mecânica prolongada
Pacientes que necessitam de ventilação assistida por longos períodos, como aqueles em estado crítico após uma cirurgia complexa ou vítimas de acidentes, podem se beneficiar da traqueotomia. A ventilação mecânica por intubação orotraqueal pode ser desconfortável e gerar lesões nas vias aéreas superiores, sendo a traqueotomia uma opção mais segura e eficaz para a ventilação prolongada.
Em pacientes com cânceres na região da cabeça, pescoço ou garganta, pode haver comprometimento das vias aéreas. Nesse caso, a traqueotomia é realizada para garantir que o paciente tenha uma via aérea livre, permitindo a respiração durante o tratamento oncológico.
Paralisia das vias respiratórias
Em algumas condições neurológicas, como lesões medulares ou doenças autoimunes, as vias respiratórias podem se paralisar. A traqueotomia pode ser uma medida essencial para assegurar que o paciente consiga respirar com eficiência.
Como a traqueotomia é realizada
A realização de uma traqueotomia é um procedimento cirúrgico, geralmente realizado em ambiente hospitalar. Existem duas formas principais de realizar a traqueotomia: a traqueotomia cirúrgica e a traqueotomia percutânea.
Imagem:
PongMoji/depositphotos
Traqueotomia cirúrgica
Esse método envolve uma incisão feita no pescoço, onde o cirurgião localiza a traqueia e cria uma abertura. A incisão é então expandida para permitir a colocação de um tubo de traqueotomia, que será responsável pela ventilação. Após o procedimento, o paciente permanece em observação para garantir que o estoma cicatrize adequadamente.
Traqueotomia percutânea
Na traqueotomia percutânea, o procedimento é realizado de forma menos invasiva, utilizando agulhas e guias para acessar a traqueia por meio de pequenas incisões. Esse tipo de traqueotomia é geralmente indicado em pacientes com condições menos graves e pode ser realizado com sedação, sem a necessidade de anestesia geral.
Traqueotomia e a evolução na medicina
Com o avanço das técnicas e tecnologias, a traqueotomia tem se tornado cada vez mais segura e eficaz. A introdução de métodos minimamente invasivos, como a traqueotomia percutânea, tem reduzido significativamente o tempo de recuperação e as complicações associadas ao procedimento.
Além disso, a criação de dispositivos modernos, como tubos de traqueotomia mais confortáveis e com melhor vedação, tem permitido que pacientes se recuperem mais rapidamente e retornem a uma vida normal. A combinação desses avanços tem aumentado as chances de sobrevivência em situações críticas, proporcionando aos médicos uma ferramenta importante para salvar vidas.
O impacto da traqueotomia na qualidade de vida
Embora a traqueotomia seja um procedimento que envolve riscos, seu impacto na qualidade de vida do paciente pode ser transformador. Em muitos casos, ela proporciona uma via aérea segura, permitindo que os pacientes se recuperem e voltem a respirar com facilidade. Para aqueles que dependem de ventilação mecânica, a traqueotomia pode oferecer maior conforto e reduzir os danos às vias aéreas superiores, permitindo uma ventilação mais eficaz e confortável.
Além disso, a traqueotomia permite que os pacientes mantenham uma nutrição adequada, pois a passagem de ar pela boca e garganta pode dificultar a alimentação. Com a traqueotomia, o paciente pode ser alimentado adequadamente sem o risco de aspiração.
Você já sentiu uma vontade súbita de fazer xixi ao ouvir o som de água corrente, como uma torneira aberta ou a chuva caindo? Esse fenômeno é mais comum do que parece e tem explicações científicas que envolvem psicologia, fisiologia e condicionamento clássico.
Neste artigo, vamos explorar os motivos por trás dessa reação e como o nosso cérebro e corpo respondem a esses estímulos.
Por que o barulho de água dá vontade de urinar?
O Efeito Pavlov: condicionamento clássico
Durante seus estudos, o fisiologista russo Ivan Pavlov percebeu que os cães salivavam não apenas ao ver comida, mas também ao ouvir um som que antecedia a alimentação. Esse fenômeno comprovou como o cérebro pode criar associações entre estímulos neutros e respostas automáticas.
Crédito: Nelson Antoine (Shutterstock/Reprodução)
Da mesma forma, muitas pessoas sentem vontade de urinar ao ouvir o som da água corrente, como o de uma torneira aberta ou de um chuveiro. Isso acontece porque, ao longo do tempo, o cérebro associa esses sons a momentos em que estamos no banheiro.
Assim, mesmo que a bexiga não esteja cheia, o simples barulho da água pode ser suficiente para desencadear essa sensação de urgência.
Ação do sistema nervoso parassimpático
Além do condicionamento psicológico, existe também uma explicação fisiológica para a vontade de urinar ao ouvir água corrente: a ação do sistema nervoso parassimpático. Esse sistema é responsável por controlar funções relacionadas ao “repouso e digestão”, incluindo o relaxamento da bexiga.
Ilustração 3D do sistema nervoso do cérebro humano, destacando os nervos parassimpáticos e simpáticos. / Crédito: Life Science (Shutterstock/Reprodução)
Quando ouvimos o som da água, o sistema parassimpático pode “ativar”, enviando um sinal ao corpo de que aquele é um momento seguro para urinar. Isso ajuda a entender por que algumas pessoas sentem um alívio quase imediato ao ouvir água correndo, especialmente quando estão com dificuldade para urinar.
Outro aspecto importante é o efeito da sugestão. Se você já ouviu que “água dá vontade de fazer xixi”, seu cérebro pode acabar reforçando essa ideia, tornando a associação ainda mais forte.
Quando o som da água chama sua atenção, você passa a prestar mais atenção ao próprio corpo e percebe sinais que antes estavam no plano subconsciente. Esse fenômeno é comum em situações de ansiedade ou quando se está tentando urinar sob pressão, como durante exames médicos.
Close-up de uma mulher com as mãos na região abdominal, segurando a urina./ Crédito: Vladimir Gjorgiev (Shutterstock/Reprodução)
Usos terapêuticos desse reflexo
Esse fenômeno não é apenas curioso, ele também possui aplicações terapêuticas e práticas. No treinamento de desfralde, por exemplo, muitos pais utilizam o som da água para estimular crianças a urinar no penico, aproveitando a associação já presente no cérebro.
Em ambientes hospitalares, o mesmo princípio é usado no tratamento de retenção urinária: pacientes com dificuldade para urinar podem ser auxiliados com o som de água corrente para facilitar o processo.
Além disso, técnicas de relaxamento muitas vezes incluem ruídos de chuva ou riachos justamente por induzirem um estado de calma que pode contribuir para a liberação da urina.
Você talvez nunca tenha ouvido falar dele, mas seu cérebro certamente já sentiu falta. Essencial para a memória, o raciocínio e até o bom humor, a colina é um nutriente vital que participa de funções-chave no corpo — do desenvolvimento do feto ao combate à depressão. O problema? Estudos mostram que quase ninguém consome a quantidade ideal.
Apesar de presente em alimentos como ovos, frango e soja, o nutriente vive à sombra de outras estrelas, como o ômega 3. E isso tem um custo. Pesquisas revelam que cerca de 90% da população consome menos colina do que deveria — o que pode afetar não só a memória, mas também a saúde do fígado, dos músculos e até dos ossos, como destaca matéria da BBC.
A ciência já sabe que bebês nascem com três vezes mais colina no corpo do que suas mães. E não é coincidência: no útero, esse nutriente ajuda a formar as conexões cerebrais que vão definir o desenvolvimento cognitivo por anos. Em adultos, ele continua essencial — mas, sem uma dieta bem planejada (ou um bom suplemento), fica quase impossível atingir a dose ideal.
Nutriente pode ser a chave para turbinar a mente, proteger o fígado e afastar distúrbios neurológicos
A colina é essencial para a produção de acetilcolina, substância que atua na comunicação entre os neurônios e comanda funções como memória, aprendizado e movimentos. Por isso, é considerada um combustível para o cérebro.
A colina é essencial para o cérebro: ela ajuda na formação de neurotransmissores e na proteção dos neurônios (Imagem: Lightspring/Shutterstock)
No fígado, ela age como um agente de limpeza. Facilita o transporte de gordura para fora do órgão e previne o acúmulo que pode causar inflamação e doenças hepáticas. Além disso, é peça-chave na estrutura das células.
Nos últimos anos, os pesquisadores passaram a investigar seu papel no equilíbrio emocional. Bons níveis do nutriente têm sido associados à estabilidade do humor e à redução do risco de transtornos como ansiedade e depressão.
Pouco falada, muito necessária – e mais fácil de obter do que parece
Apesar de subestimada, a colina é fácil de encontrar no cardápio de quem consome ovos, carne ou derivados de soja. Um único ovo fornece cerca de 150 mg do nutriente — mais de um terço da necessidade diária de um adulto. Mas quem segue dietas veganas precisa prestar atenção: sem alimentos de origem animal, atingir a meta pode ser mais difícil.
Ricos em colina, ovos ajudam na saúde cerebral e na formação da memória (Imagem: Danijela Maksimovic/Shutterstock)
Fontes vegetais existem, como grão-de-bico, tofu, pasta de amendoim e couve-flor. Só que as quantidades são bem menores. Para garantir o aporte ideal, especialmente em fases como gestação ou lactação, a suplementação pode ser uma aliada importante — uma recomendação cada vez mais comum entre especialistas.
Com benefícios que vão do desenvolvimento cerebral à saúde do fígado e da mente, a colina está deixando de ser um nutriente esquecido. E ganhando o lugar que merece como peça-chave da nossa saúde. Talvez esteja na hora de colocá-la no prato com mais consciência.
Você está sentado, tranquilo, até que vê alguém se coçando e, de repente, começa a sentir coceira também. Essa reação é mais comum do que parece e tem explicações científicas ligadas ao cérebro, à empatia e até a instintos primitivos de proteção. Mas por que isso acontece?
Neste artigo vamos explicar esse fenômeno. Acompanhe!
O que é a coceira contagiosa?
O fenômeno é chamado de coceira contagiosa e acontece quando sentimos vontade de nos coçar ao ver outra pessoa se coçando, mesmo que não haja nenhum motivo físico para isso. O curioso é que essa reação pode ocorrer presencialmente, ao ver vídeos, ao ler ou até ao ouvir falar de coceira. Aliás, talvez você esteja se coçando agora…
Homem jovem coçando a mão/ Crédito: AYO Production (Shutterstock/reprodução)
Neurônios-espelho: o cérebro que imita
Uma das principais explicações para esse fenômeno está nos neurônios-espelho: células cerebrais ativadas tanto quando realizamos uma ação quanto quando vemos outra pessoa realizando essa mesma ação. Esses neurônios são fundamentais para nossa capacidade de imitar comportamentos e sentir empatia.
Quando vemos alguém se coçando, essas áreas do cérebro são ativadas como se estivéssemos sentindo aquela coceira na pele. É como se o cérebro “simulasse” a experiência observada, levando o corpo a reagir automaticamente.
Mulher coçando o braço em fundo cinza / Crédito: Dragana Gordic (Shutterstock/reprodução)
Uma resposta evolutiva de proteção
Outra teoria fascinante vem da evolução humana. Em comunidades primitivas, notar que alguém estava se coçando podia ser um alerta para a presença de parasitas, como piolhos ou carrapatos. A coceira contagiosa teria, assim, uma função de autoproteção, instigando os demais membros do grupo a se coçar também, evitando infestações.
Esse reflexo coletivo teria aumentado as chances de sobrevivência, tornando-se parte do nosso comportamento automático ao longo do tempo.
Homem coçando a mão / Crédito: vchal (Shutterstock/reprodução)
O cérebro sente com os olhos
Pesquisas em neurociência mostram que o cérebro pode ativar áreas sensoriais mesmo quando estamos apenas observando comportamentos físicos, como ver alguém se machucar, bocejar ou se coçar. É o mesmo princípio por trás da empatia tátil: o cérebro reage como se aquela sensação estivesse acontecendo conosco.
Isso explica por que a coceira, embora seja uma experiência física, pode ser desencadeada por estímulos puramente visuais ou simbólicos.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença grave, que causa lesões no cérebro e pode levar a sequelas e morte. No Brasil, essa é uma das principais causas de óbito, juntamente com outras doenças cardiovasculares igualmente sérias.
De acordo com o Portal da Transparência do Centro de Registro Civil (CRC), a mortalidade por AVC cresceu, ultrapassando o infarto, chegando a 112.052 em 2023. Além disso, existem três tipos principais: AVC isquêmico (o mais comum, representando 85% dos casos), AVC hemorrágico e AVC transitório (ou AIT).
Sabendo de todos esses dados e da gravidade do problema, é de extrema importância que as pessoas busquem cada vez mais por hábitos saudáveis, que possam ajudar a minimizar os riscos de um AVC acontecer. Além de estar sempre em dia com os exames médicos, existem algumas práticas que podemos fazer no dia a dia para ajudar a reduzir o perigo.
Em um artigo publicado no The Conversation, podemos ver algumas dicas de hábitos que podem ajudar a diminuir os riscos de ter um AVC. Veja abaixo!
Hábitos que podem diminuir as chances de um AVC
1 – Parar de fumar
(Imagem: @Freepik/Freepik)
Quem é fumante tem mais do que o dobro de probabilidade de sofrer um AVC do que quem não fuma. Isso porque o fumo danifica as paredes dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e a frequência cardíaca, além de reduzir os níveis de oxigênio.
O ato de fumar também faz com que o sangue se torne pegajoso, o que eleva ainda mais o risco de coágulos que podem bloquear os vasos sanguíneos, causando um derrame.
2 – Controlar a pressão arterial
(Imagem: @Freepik/Freepik)
A pressão alta também danifica as paredes dos vasos sanguíneos, fazendo-os mais fracos e propensos a rupturas ou bloqueios. Além disso, pode ocasionar a formação de coágulos que podem se deslocar para o cérebro, bloqueando o fluxo de sangue e levando a um acidente vascular cerebral.
Quem tem mais de 18 anos tem que verificar a pressão arterial com regularidade, pois caso apresente sinais de desenvolvimento de pressão alta, é possível fazer as mudanças no estilo de vida visando reduzir o risco de derrame.
3 – Verificar o nível de colesterol
(Imagem: Rawpixel.com/Freepik)
Segundo a UK Stroke Association, a chance de ter um derrame é quase três vezes e meia maior se a pessoa tiver colesterol alto e pressão alta. Sendo assim, também é preciso estar de olho nos níveis do colesterol. Para diminuí-lo, deve-se evitar a gordura saturada, mantendo-a abaixo de 7% das calorias diárias, além de praticar exercícios e controlar o peso.
4 – Ficar atento ao nível de açúcar no sangue
(Imagem: Pch.vector/Freepik)
O açúcar em níveis altos no sangue está associado a um risco maior de AVC, pois danifica os vasos e pode facilitar a viagem de coágulos sanguíneos até o cérebro.
Uma forma de reduzir essa possibilidade, além de diminuir o consumo do açúcar, é fazer exercícios regulares, ter uma dieta balanceada e rica em fibras e beber bastante água, além de manter o peso saudável e controlar o estresse, na medida do possível.
5 – Manter um peso saudável
(Imagem: @Freepik/Freepik)
O excesso de peso é um dos principais fatores de risco para o AVC, aumentando-o em 22%, sendo que um em cada cinco acidentes cerebrais são relacionados ao peso corporal elevado. Já a obesidade aumenta mais ainda esse risco, chegando a 64%.
Além disso, o excesso de peso eleva as chances de pressão alta, de doenças cardíacas, de colesterol alto e de diabetes tipo 2, todos fatores que contribuem para que um derrame aconteça.
6 – Seguir uma dieta mediterrânea
(Imagem: Jcomp/Freepik)
Seguir uma dieta balanceada é importante, como acontece com a culinária mediterrânea, que é repleta de frutas, legumes, fibras e óleos insaturados, sendo considerada a mais saudável pelos cientistas.
Essa gastronomia pode ajudar a manter um peso saudável por ser baseada em alimentos que fazem bem ao organismo, principalmente com o suplemento de nozes e azeite de oliva.
7 – Dormir bem
(Imagem: Gpointstudio/Freepik)
É importante manter uma rotina de sono de qualidade diariamente, já que dormir pouco pode ser um causador de pressão alta, um dos fatores de risco modificáveis mais importantes para o derrame.
Entretanto, não pense que quanto mais, melhor: dormir demais também está associado ao aumento dessas chances. O ideal é dormir entre sete a nove horas por dia, além de ser o mais ativo possível para descansar bem à noite.
8 – Manter-se ativo
(Imagem: @Freepik/Freepik)
O Sistema Nacional de Saúde (NHS na sigla em inglês) recomenda que as pessoas evitem ao máximo um comportamento sedentário prolongado, buscando pelo menos 150 minutos de atividade física de intensidade moderada, ou 75 minutos de atividade de intensidade vigorosa, semanalmente.
O exercício precisa ser distribuído uniformemente em quatro ou cinco dias por semana, ou até mesmo todos os dias. As atividades de fortalecimento, geralmente devem ser feitos em mais de dois dias por semana.
Quando pensamos em poluição, geralmente imaginamos grandes objetos descartados incorretamente na natureza, como garrafas plásticas, embalagens ou sacolas.
No entanto, existe uma forma de poluição plástica que nem sempre conseguimos enxergar, mas que está presente em praticamente todos os ambientes do planeta, inclusive nos alimentos que ingerimos.
São os chamados microplásticos: pequenos fragmentos de plástico com menos de cinco milímetros de diâmetro, tão minúsculos que muitas vezes só são visíveis com o uso de microscópios.
Os microplásticos e suas divisões
Os microplásticos podem ser divididos em duas categorias principais. A primeira inclui aqueles fabricados já em formato reduzido, que são amplamente utilizados em produtos do nosso dia a dia, como cosméticos, produtos de higiene pessoal, esfoliantes, tintas e tecidos sintéticos.
Exemplos de microplásticos (Imagem: SIVStockStudio/Shutterstock)
A segunda categoria abrange aqueles que surgem a partir da decomposição gradual de objetos maiores, resultado da ação do sol, do vento e das ondas, que quebram o plástico em pedaços cada vez menores.
Essas partículas se tornaram uma preocupação ambiental devido à sua grande capacidade de persistir no ambiente.
Diferentemente dos materiais orgânicas, que podem ser decompostos em períodos relativamente curtos, os plásticos são extremamente resistentes e levam centenas de anos para se degradar completamente. Enquanto isso não acontece, eles permanecem nos oceanos, rios, solos e até no ar que respiramos.
Consequências da ingestão dos microplásticos
A presença generalizada dos microplásticos tem consequências negativas não só para a fauna e a flora, mas também para os seres humanos.
Microplásticos foram encontradas em todas as localidades analisadas (Imagem: Uladzimir Zuyeu/iStock)
Muitos animais, especialmente aqueles que vivem nos oceanos, confundem essas pequenas partículas com alimento.
Ao ingerirem microplásticos, acabam obstruindo o trato digestivo, prejudicando a absorção de nutrientes e até mesmo causando a morte. Além disso, essas partículas podem acumular substâncias químicas tóxicas, como pesticidas e metais pesados, potencializando ainda mais o risco para os organismos que as consomem.
No caso dos humanos, a ingestão de microplásticos ocorre de forma indireta, mas frequente. Estudos já identificaram a presença dessas partículas em alimentos como peixes, frutos do mar, sal e até mesmo em água potável, tanto engarrafada quanto da torneira.
O efeito dessas partículas sobre a saúde humana ainda não está completamente esclarecido, mas há preocupações legítimas quanto à possibilidade de os microplásticos provocarem inflamações, perturbações hormonais e até mesmo facilitarem a absorção de compostos tóxicos pelos órgãos do corpo humano.
Além dos impactos diretos na saúde, a presença dos microplásticos prejudica gravemente os ecossistemas marinhos e terrestres, podendo levar ao desequilíbrio das cadeias alimentares e à redução da biodiversidade.
Macaco-prego com filhote nas costas em galho de árvore na floresta tropical da Costa Rica. Imagem: Steve Bruckmann / Shutterstock
Espécies essenciais para o equilíbrio ecológico acabam sofrendo, com reflexos negativos na produtividade e sustentabilidade desses ambientes.
Como reduzir os microplásticos
A redução dos microplásticos é possível por meio de mudanças nos hábitos de consumo, especialmente evitando produtos descartáveis, optando por produtos biodegradáveis e participando ativamente de iniciativas de reciclagem e descarte adequado do lixo.
Diversas pesquisas também vêm buscando soluções para remover essas partículas do meio ambiente, através de filtros, barreiras e novas tecnologias. Porém, a verdadeira solução passa por conscientização global e por políticas ambientais mais eficazes, que limitem o uso excessivo de plástico em escala mundial.