cha-verde-5-1024x576

Chá verde emagrece mesmo? Veja o que diz a ciência

Quem busca emagrecer muitas vezes procura soluções rápidas para acelerar esse processo. Entre os métodos mais populares está o chá verde, uma bebida bastante conhecida por quem quer perder peso.

Mas será que o chá verde realmente ajuda no emagrecimento? E como essa bebida age no organismo? Neste artigo, explicamos como o chá verde funciona e se ele pode ser um aliado eficaz na perda de peso.

Tomar chá verde realmente emagrece?

Chá verde refrescante em xícara sobre mesa de madeira, visão superior. / Crédito: New Africa (Shutterstock)

O chá verde contém substâncias como catequinas e cafeína, que podem elevar ligeiramente o gasto calórico (em média, cerca de 4%) e aumentar a queima de gordura por algumas horas. Esse efeito termogênico, porém, é modesto e bastante variável, pois depende de fatores como:

  • A quantidade de chá ingerida;
  • A sensibilidade individual à cafeína;
  • A prática regular de exercícios físicos;
  • A qualidade da alimentação.

Em alguns casos, o consumo de 3 a 7 xícaras de chá verde por dia, aliado a uma dieta hipocalórica e atividades físicas, pode contribuir para a redução de peso. No entanto, se o restante do estilo de vida não favorece um déficit calórico, o impacto do chá verde na balança tende a ser muito pequeno ou inexistente.

Vale lembrar que o chá verde é considerado um termogênico natural. Ou seja, um produto que aumenta levemente a taxa metabólica do corpo, promovendo a queima de calorias e acelerando o metabolismo. Ainda assim, ele não faz milagres: deve ser visto como um complemento, e não como o principal recurso para emagrecer.

Composição do chá verde

Chá verde japonês. / Crédito: nascenthealthclinics (reprodução)

Derivado das folhas da Camellia sinensis, o chá verde passa por mínima oxidação durante o processamento, preservando:

  • Catequinas (especialmente EGCG): potentes antioxidantes e possíveis agentes termogênicos.
  • Cafeína: estimulante do sistema nervoso central, responsável por parte do aumento de gasto energético.
  • Flavonoides, taninos e vitaminas (B2, C, K): que contribuem para ação anti-inflamatória e vasodilatadora.
  • Traços de minerais como manganês, potássio e magnésio.

Em comparação, chás branco, amarelo, oolong (vermelho) e preto vêm da mesma planta, mas se diferenciam pelo grau de fermentação: quanto maior o tempo de oxidação, menor o teor de catequinas e maior o de cafeína.

Como o chá verde age no corpo

Chá verde refrescante em xícaras com folhas sobre mesa de madeira, close-up. / Crédito: New Africa (Shutterstock)

O chá verde pode ajudar o organismo de várias maneiras:

  • Aumenta a queima de calorias: a combinação de cafeína e catequinas (substâncias naturais do chá verde) estimula a liberação de noradrenalina, um hormônio que faz o corpo gastar mais energia mesmo em repouso.
  • Ajuda a queimar gordura por mais tempo: a EGCG, um dos principais compostos do chá, bloqueia uma enzima que “desliga” os hormônios que quebram a gordura. Com isso, esses hormônios continuam agindo por mais tempo.
  • Melhora a resposta à insulina: o chá verde pode ajudar o corpo a controlar melhor os níveis de açúcar no sangue, evitando picos que favorecem o acúmulo de gordura.
  • Tem ação antioxidante: ajuda a combater os radicais livres produzidos durante o exercício ou o metabolismo, o que contribui para a recuperação muscular e proteção do coração.

Apesar desses efeitos, é importante lembrar: o chá verde não substitui uma boa alimentação nem a prática de exercícios físicos. Seus benefícios são modestos e funcionam melhor como complemento de um estilo de vida saudável.

Leia mais:

Quais os benefícios do chá verde além do peso?

Chá verde japonês. / Crédito: Penn State (World History Encyclopedia)

O chá verde não serve apenas para ajudar no emagrecimento, ele também pode trazer outros benefícios importantes para a saúde:

  • Coração mais saudável: estudos mostram que tomar de 2 a 4 xícaras por dia pode estar ligado a um menor risco de pressão alta e problemas com colesterol.
  • Mais foco e concentração: a cafeína, combinada com um composto chamado L-teanina, pode ajudar a melhorar a atenção e o estado de alerta – sem causar aquele pico de agitação típico do café.
  • Possível proteção contra o câncer: as catequinas presentes no chá verde podem dificultar o crescimento de células cancerígenas. Embora as pesquisas ainda estejam em andamento, os resultados são animadores.
  • Ação anti-inflamatória e proteção do fígado: em doses moderadas, o chá verde ajuda a combater inflamações e pode proteger o fígado. Mas atenção: em quantidades exageradas, ele pode justamente prejudicar esse órgão.

Importância da dieta adequada e estilo de vida

(Imagem: bernardbodo/iStock)

O chá verde pode ajudar no emagrecimento, mas não faz efeito sozinho. Para funcionar, deve fazer parte de um estilo de vida saudável, que inclui alimentação equilibrada, prática de exercícios, sono de qualidade, controle do estresse e um leve déficit calórico (de 300 a 500 kcal por dia). Esses hábitos em conjunto são fundamentais para uma perda de peso gradual e sustentável.

Riscos e contraindicações do chá verde

Ilustração de chá verde. / Crédito: Stock vector (VectorPortal)

Apesar dos benefícios, o chá verde também apresenta riscos quando consumido em excesso ou sem orientação adequada.

  • Excesso de cafeína: doses muito altas (acima de 400 mg por dia) podem causar efeitos colaterais como insônia, taquicardia, tremores e irritabilidade.
  • Interferência na absorção de ferro e cálcio: o chá verde pode dificultar a absorção desses minerais. Por isso, o ideal é consumi-lo longe das refeições principais.
  • Risco para o fígado: doses elevadas de extrato concentrado (a partir de 800 mg de EGCG por dia) já foram associadas à elevação de enzimas hepáticas e, em alguns casos, a lesões hepáticas agudas.
  • Atenção especial em casos específicos: pessoas grávidas, em fase de amamentação, com hipertensão ou arritmias devem consultar um profissional de saúde antes de consumir o chá.
  • Interações com medicamentos: o chá verde pode interferir nos efeitos de remédios como anticoagulantes, ansiolíticos e beta-bloqueadores.

O post Chá verde emagrece mesmo? Veja o que diz a ciência apareceu primeiro em Olhar Digital.

imunidade-de-rebanho-2-1024x576

O que é a imunidade de rebanho? Confira fatos e fakes

A pandemia de covid-19 foi declarada em março de 2020 e teve seu fim reconhecido pela Organização Mundial da Saúde em 2023, mas seus efeitos ainda reverberam na sociedade. Mudanças nos hábitos cotidianos, o trabalho remoto e novas formas de consumo de mídia e de lazer permanecem presentes mesmo após a quarentena.

Além disso, questões que marcaram aquele período da crise sanitária frequentemente retornam ao debate público. Um desses temas é a imunidade de rebanho, que ocasionalmente ressurge em meio à curiosidade, a interpretações equivocadas e a discussões acaloradas.

Mas afinal, o que é, de fato, a imunidade de rebanho? A seguir, explicaremos um pouco mais sobre esse conceito, bem como os mitos e verdades que o cercam.

O que é a imunidade de rebanho?

Criança com máscara no ombro do pai durante o protesto “Marcha do Silêncio”, em Seattle, Washington, junho de 2020. / Crédito: VDB Photos (Shutterstock)

O termo imunidade de rebanho se refere a uma forma de proteção indireta que se aplica apenas a doenças contagiosas. Ela também é conhecida como “imunidade de grupo”, “efeito de rebanho”, “imunidade de comunidade”, “imunidade de população” ou “imunidade em massa”.

Esse conceito da epidemiologia ocorre quando uma grande parte da população está protegida contra uma doença transmissível. Com isso, a circulação do agente causador diminui. Assim, mesmo quem não está imunizado recebe proteção.

A imunidade de rebanho pode ser alcançada de duas maneiras: por meio da vacinação ou após uma infecção natural. Bom, agora que adentramos essa parte, confira a seguir o que é verdade ou mito sobre esse assunto.

Imunidade de rebanho: fatos e fakes

Confira a seguir o que é verdade e o que é mentira sobre a imunidade de rebanho.

“Imunidade de rebanho pode ser alcançada apenas com a infecção natural”

Homem afro-americano doente com febre, mede a temperatura e toca a testa deitado na cama. / Crédito: Prostock-studio (Shutterstock/reprodução)

Falso. Embora tenhamos afirmado acima que uma das formas de alcançar a imunidade de rebanho seja por meio da infecção natural, é incorreto afirmar que essa seria a forma ideal para atingir a proteção coletiva contra doenças transmissíveis.

Essa ideia ganhou força durante a crise da covid-19 e ajudou a popularizar o conceito. Muitos defensores eram contra o isolamento social e sugeriam expor pessoas com menor risco de complicações, acreditando que, ao adquirirem imunidade, ajudariam a reduzir a transmissão.

No entanto, essa proposta é perigosa. Ignora os riscos para grupos vulneráveis, a sobrecarga dos sistemas de saúde e o fato de que a imunidade natural nem sempre é duradoura ou eficaz.

Sobre ser duradoura ou eficaz, a imunidade de rebanho por infecção natural só funciona se o corpo permanecer protegido por muito tempo após a doença. Caso contrário, as pessoas podem se reinfectar e a doença continua se espalhando.

Leia mais

“A imunidade de rebanho depende da vacinação”

Enfermeira aplica vacina contra em adolescente durante campanha de vacinação. / Crédito: MilanMarkovic78 (Shutterstock/reprodução)

Verdade. A forma mais segura e eficaz de alcançar a imunidade de rebanho é por meio da vacinação. 

Quando grande parte da população está vacinada, o vírus encontra menos pessoas suscetíveis para infectar, o que reduz sua circulação. Isso protege inclusive quem não pode ser vacinado.

“A imunidade de rebanho dispensa quarentena”

Imagem mostra a mão de um médico impedindo a passagem de uma pessoa, com faixas de passagem proibida atrás dele
Imagem: Natasa Adzic/Shutterstock

Falso. Atingir a imunidade de rebanho não significa que as medidas de proteção, como a quarentena, possam ser ignoradas. Durante uma pandemia, enquanto a maioria da população ainda não está imunizada, o vírus continua se espalhando com facilidade.

Se todos circularem livremente antes de a imunidade coletiva ser atingida, o número de casos graves pode aumentar rapidamente. E esse cenário nós já conhecemos: sobrecarga do sistema de saúde e risco para pessoas vulneráveis, que acabam tendo contato com pessoas contaminadas que apresentam menor risco.

O post O que é a imunidade de rebanho? Confira fatos e fakes apareceu primeiro em Olhar Digital.

Uma-mo-de-um-jovem-de-27-anos-com-polidactilia-1024x576

O que é polidactilia? Entenda por que algumas pessoas têm dedos a mais

Geralmente, as pessoas têm cinco dedos em cada mão e em cada , certo? Porém, não é tão raro o caso de pessoas que nasçam com dedos extras. Contudo, você já se perguntou por que isso acontece? 

Caso tenha ficado curioso, continue lendo, pois a seguir explicaremos um pouco mais sobre essa condição, chamada polidactilia.

Mão de um jovem de 27 anos com polidactilia. / Crédito: ikkyu2 (CC BY-SA 3.0 / Wikimedia Commons)

O que é polidactilia?

Origem do termo

Como dito acima, polidactilia é o termo que se refere a essa condição que resulta em dedos extras nas mãos ou nos pés. O prefixo “poli” significa “muitos” e “dactilia” vem de “dáctilos”, que quer dizer “dedos” em grego. Ou seja, polidactilia significa literalmente “muitos dedos”! Contudo, essa condição também é conhecida como hiperdactilia, polidatilia ou dedo extranumérico.

Formação

A polidactilia é uma má-formação congênita, ou seja, algo que está presente desde o nascimento. Os dedos extras se formam durante o desenvolvimento do embrião, ainda no útero. Essa condição pode afetar apenas uma mão ou um pé, ou ambos. Além disso, pode ocorrer isoladamente ou como parte de síndromes genéticas.

A forma como esses dedos extras aparecem varia. Nos casos mais comuns, o dedo extra é um pequeno pedaço de tecido mole e sem função. Porém, há casos em que o dedo extra apresenta ossos, músculos e articulações bem formados. É raro que um dedo com polidactilia seja completamente funcional.

Ilustração de mãos direita com pré-axial e polidactilia pós-axial. / Crédito: genome.gov (Domínio público / Wikimedia Commons)

Em geral, a polidactilia pode ocorrer de três formas:

  • Pré-axial: o dedo extra aparece do lado do polegar ou do hálux (dedão do pé);
  • Pós-axial: o dedo extra surge do lado do dedo mínimo; é o tipo mais comum;
  • Central: o dedo a mais aparece entre os dedos normais, o que é bem mais raro.

Por que algumas pessoas têm dedos a mais?

Mas, afinal, por que isso acontece? Os dedos extras na polidactilia são causados por mutações genéticas que afetam o desenvolvimento embrionário dos membros.

Durante a formação do feto no útero, o desenvolvimento das mãos e dos pés é guiado por instruções genéticas. Quando há uma mutação ou alteração nesses genes, pode ocorrer o crescimento de dedos adicionais. Alguns desses genes são GLI3, SHH, HOXA e HOXD. Se houver uma mutação em algum deles, o controle normal da formação dos dedos pode falhar, e o embrião pode desenvolver dedos a mais.

Polidactilia ulnar tipo 1. Dedo extra ligado por pele e nervos. / Crédito: Bobjgalindo (CC BY-SA 4.0 / Wikimedia Commons)

Contudo, nem todas as mutações afetam diretamente o gene. Algumas atingem regiões próximas que controlam quando, onde e quanto um gene será ativado. Um exemplo é a mutação Hemingway, ligada à polidactilia pré-axial. 

Essa mutação ocorre em uma região reguladora localizada antes do gene SHH. Essa região normalmente controla onde o gene será ativado durante o desenvolvimento. Quando sofre mutação, faz com que o gene SHH seja ativado em uma parte errada do membro, o lado anterior, o que leva à formação de dedos extras.

Polidactilia isolada ou parte de uma síndrome?

Radiografia de um pé com polidactilia (pododáctilos). / Crédito: Drgnu23 et al. (CC BY-SA 3.0 / Wikimedia Commons)

Além disso, às vezes a polidactilia não aparece sozinha, mas como parte de uma síndrome com várias anomalias genéticas. Nesses casos, a mutação está em um gene que afeta várias partes do corpo. Exemplos de síndromes com polidactilia são a trissomia 13, a síndrome de Bardet-Biedl, a síndrome de Ellis–van Creveld e a síndrome de Holt–Oram.

Assim, a polidactilia pode ser isolada, ou seja, acontecer sozinha, sem outros sintomas, ou pode estar associada a algumas síndromes genéticas, nas quais outras partes do corpo também são afetadas. Além disso, a polidactilia pode ser hereditária, passada de geração para geração.

Leia também

A polidactilia precisa de tratamento?

Radiografia de uma mão com polidactilia (quirodáctilos). / Crédito: Drgnu23 et al. (CC BY-SA / Wikimedia Commons)

Antes de tudo, a polidactilia isolada não representa risco à saúde. No entanto, o aspecto estético costuma ser importante, por isso o tratamento é geralmente recomendado.

Além disso, quando o dedo extra apresenta estrutura óssea ou causa dificuldades funcionais, ou de mobilidade, a cirurgia para remoção é indicada.

A cirurgia é o tratamento padrão para a polidactilia. O ideal é que seja realizada ainda na infância, para obter melhor resultado e facilitar a adaptação.

O post O que é polidactilia? Entenda por que algumas pessoas têm dedos a mais apareceu primeiro em Olhar Digital.

Chainarong06-Shutterstock

Muita coceira no ouvido? Veja algumas causas prováveis

Muitas pessoas são incomodadas com frequência por uma coceira chata no ouvido, que geralmente surge do nada e depois passa. Também há casos em que se sente a sensação como se houvesse um bichinho se mexendo dentro do canal auditivo, o que costuma ser muito irritante.

Esse incômodo tem causas diversas, que podem ser desde situações mais comuns do dia a dia, até certas condições de saúde que merecem uma atenção maior. Por se tratar de uma área do corpo bastante sensível, qualquer coisa que fique dentro do ouvido já é o bastante para causar um enorme desconforto.

Nem sempre a coceira necessita de atenção médica, principalmente quando ela é passageira. Porém, quando se trata de um desconforto persistente, e se envolver tonturas e zumbidos, vale a pena uma consulta a um médico otorrinolaringologista. Conheça abaixo algumas das causas mais comuns para esse problema.

Leia mais:

5 causas prováveis para coceira no ouvido

Inflamações no canal auditivo

(Imagem: Chainarong06/ Shutterstock)

Quando a coceira no ouvido é crônica, as causas mais comuns costumam ser as inflamações. De forma geral, elas podem ser de dois tipos: relacionadas à dermatite de contato ou à dermatite atópica. O primeiro tipo é uma reação alérgica por agentes externos, como cotonetes, água ou produtos de limpeza, causando vermelhidão, coceira, secreção, descamação e rachaduras, por exemplo.

Enquanto isso, a dermatite atópica nem sempre possui um fator desencadeante identificável, e costuma estar associada à presença de alergias e outros problemas de saúde com origem genética.

Psoríase

imagem mostra um close up da pele de uma pessoa com lesões causadas pela psoríase
(Imagem: TripleP Studio/Shutterstock)

Ainda que seja mais comum que a psoríase se manifeste nas mãos e cotovelos e ao redor da boca, ela também pode aparecer em volta da orelha, atrás e também dentro do canal auditivo.

A psoríase no canal do auditivo pode causar, além da coceira, uma descamação, o que reforça a importância de não inserir nenhum objeto no local, já que pode empurrar os resquícios para dentro do canal auditivo.

Excesso de cera no ouvido

Imagem: Nathan Devery/Shutterstock

A cera é feita pelo corpo humano para proteger as partes da orelha contra organismos estranhos. Entretanto, ela pode causar coceira quando é produzida em quantidades excessivas e não é removida adequadamente. Isso também pode provocar bloqueios que afetam a audição, e não é sempre que há uma explicação clara para o acúmulo de cera.

Para diminuir o acúmulo, o recomendado é limpar a parte externa da orelha com uma gaze ou algodão com um produto próprio para isso. Caso esse procedimento não seja suficiente, é possível fazer a limpeza da cera acumulada com um profissional de saúde, que possui equipamentos próprios para retirá-la sem machucar.

Fungos e bactérias

Fungos Candida multirresistente em ilustração 3D; Candida albicans; C. auris
Imagem: Kateryna Kon/Shutterstock

Infecções fúngicas podem ser a causadora da coceira incômoda, principalmente em pessoas com higiene inadequada, ou até mesmo em quem vive em locais quentes e úmidos. Entretanto, limpar o canal auditivo em excesso também favorece esse quadro, o que é um paradoxo.

É que, ao fazer isso excessivamente, você corre o risco de remover a camada de proteção interna e aumentar a probabilidade de algum organismo se instalar e causar infecções ali, não somente fungos, mas também bactérias.

Uso de objetos

Imagem: fizkes/Shutterstock

O uso de objetos como cotonetes, grampos, palitos ou até mesmo dedos para limpar ou coçar o ouvido pode provocar uma irritação da pele fina e sensível do canal auditivo. O atrito do objeto e a possível remoção da cera podem levar à inflamação, tendo como consequência a coceira.

Além da irritação e da inflamação, em alguns casos, o hábito pode causar até mesmo lesões, e é altamente reprovado pelos especialistas. Já a cera de ouvido é uma substância natural que protege o ouvido da entrada de microorganismos, e a remoção excessiva pode deixar o canal auditivo mais sensível e suscetível a irritações, como dito anteriormente.

Também é possível que a prática de usar objetos faça com que a cera seja empurrada para dentro do canal auditivo, em vez de removê-la, o que causa bloqueio e desconforto, incluindo coceira.

Esta publicação é meramente informativa e não substitui um diagnóstico médico. Em caso de problemas, procure por um profissional da saúde adequado para suas queixas, principalmente se a coceira vier acompanhada de sintomas mais graves, como perda auditiva.

O post Muita coceira no ouvido? Veja algumas causas prováveis apareceu primeiro em Olhar Digital.

laringe-2-1024x576

Por que sentimos o famoso “nó na garganta”? A medicina explica

Quem nunca sentiu o famoso “nó na garganta” em um momento de emoção intensa, como ao tentar segurar o choro? Essa sensação desconfortável é bastante comum e, embora pareça algo puramente emocional, tem explicações fisiológicas e psicológicas bem definidas.

Neste artigo, vamos explorar os motivos por trás desse incômodo fenômeno.

Como o nó na garganta se forma

Ilustração 3D que mostra a faringe. / Crédito: Nerthuz (Shutterstock/reprodução)

Segundo o otorrinolaringologista Paulo Pontoni, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), essa sensação ocorre principalmente quando choramos ou tentamos conter o choro. Durante esse esforço, há um aumento involuntário da tensão muscular na região do pescoço e da garganta.

A laringe, estrutura situada acima da traqueia e responsável por funções como a respiração e a produção da voz, acaba sendo comprimida por essa tensão. Como a laringe precisa se mover livremente durante a deglutição, essa compressão dificulta o movimento e gera a incômoda sensação de que há uma “bola” ou um “nó” na garganta.

Emoções e reações químicas

Em momentos de estresse ou emoção intensa, o corpo libera substâncias químicas chamadas catecolaminas, como a adrenalina e a noradrenalina. Elas preparam o organismo para reagir a situações desafiadoras, mas também impactam diversas funções corporais, incluindo a musculatura da garganta.

Sistema respiratório humano com foco na laringe e faringe: ilustração anatômica em 3D. / Crédito: Magic mine (Shutterstock/reprodução)

Por isso, além do “nó”, é comum surgir boca seca, voz embargada, dificuldade para falar e a sensação de garganta fechada. Tudo isso faz parte da resposta natural do corpo a estímulos emocionais.

Nome técnico: globo faríngeo

Na medicina, o nome técnico do “nó na garganta” é globo faríngeo (ou globus hystericus). É importante destacar que essa sensação não está relacionada à presença real de um nódulo físico. Trata-se de uma percepção subjetiva, sem obstruções anatômicas detectáveis.

Mulher com torcicolo e dores musculares / Crédito: fizkes (Shutterstock/reprodução)

Entre as causas médicas associadas ao globo faríngeo, estão:

  • Tensão muscular: comum em momentos de emoção intensa.
  • Estresse e ansiedade: que aumentam a frequência da deglutição a seco e tensionam os músculos da faringe.
  • Refluxo gastroesofágico: o ácido estomacal pode irritar a garganta e provocar essa sensação.
  • Alterações físicas: em casos mais raros, condições como problemas na tireoide, infecções ou tumores podem gerar sintomas semelhantes. Nesses casos, costumam aparecer outros sinais, como dor persistente, rouquidão ou perda de peso.

Leia mais:

O que a psicologia diz sobre o nó na garganta

Consulta psicológica entre terapeuta e paciente: apoio emocional para lidar com ansiedade, depressão ou raiva. / Crédito: PeopleImages.com – Yuri A (Shutterstock/reprodução)

Além das explicações fisiológicas, a psicologia também analisa essa sensação. Abordagens como a psicossomática e a psicologia somática interpretam o nó na garganta como reflexo de dificuldades em expressar sentimentos, muitas vezes ligados a medo, insegurança, vergonha ou autoanulação. 

Em contextos terapêuticos, ele pode ser um sinal de emoções contidas, conflitos internos ou a necessidade de dizer algo importante que foi reprimida por pressões externas ou autocensura.

Esse fenômeno é frequentemente observado em casos de ansiedade, depressão e estresse, nos quais o acúmulo de emoções não expressas pode gerar sintomas físicos. Também pode aparecer em pessoas que enfrentam dificuldade para se posicionar, impor limites ou expressar suas necessidades.

Sigmund Freud, pai da psicanálise, em foto histórica. / Crédito: Domínio Público (Wikimedia Commons)

Na psicanálise, Freud chamou o fenômeno de “globus histérico”. Ele associava a mecanismos de defesa como a repressão, em que emoções são mantidas fora da consciência, mas acabam se manifestando por meio de sintomas físicos. Já abordagens mais contemporâneas, como a psicologia somática, reforçam a importância de reconhecer e liberar essas emoções para aliviar o desconforto corporal.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

O post Por que sentimos o famoso “nó na garganta”? A medicina explica apareceu primeiro em Olhar Digital.

cotovelo-nervo-ulnar-8-1024x576

Por que sentimos “choque” ao bater o cotovelo?

Quase todo mundo já viveu esse momento desconfortável: ao bater o cotovelo em um canto de parede ou em alguma quina, uma dor aguda e eletrizante percorre o braço até a mão. 

Esse fenômeno é popularmente chamado de “choque no cotovelo”, mas seu nome técnico está diretamente ligado a uma estrutura anatômica essencial do nosso corpo: o nervo ulnar.

Representação do nervo ulnar. / Crédito: labs.google.whisk (reprodução)

O que é o nervo ulnar?

O nervo ulnar é um nervo misto, ou seja, possui funções motoras e sensitivas. Ele se origina no fascículo medial do plexo braquial, que é formado pelas raízes espinhais C8 e T1. Essas raízes nervosas saem da medula espinhal na região da coluna cervical (pescoço) e torácica (parte superior das costas), fazendo parte do sistema nervoso periférico. Elas são fundamentais para a formação de vários nervos que controlam o braço, a mão e partes do ombro.

Representação do nervo ulnar. / Crédito: labs.google.whisk (reprodução)

O nervo ulnar percorre todo o braço, passa pelo cotovelo, desce pelo antebraço e chega até a mão, sendo responsável tanto pelo movimento de alguns músculos quanto pela sensação em parte da pele dessas regiões.

Funções do nervo ulnar

O nervo ulnar têm funções motoras e sensitivas.

Motoras

O nervo ulnar controla vários músculos do antebraço e da mão, entre os quais se destacam:

  • Flexor ulnar do carpo: responsável pela flexão do punho.
  • Flexor profundo dos dedos (metade medial): atua na flexão dos dedos anelar e mínimo.
  • Músculos intrínsecos da mão: como os músculos interósseos e os lumbricais mediais, que possibilitam movimentos finos e precisos dos dedos.
Vista anterior do plexo braquial direito. Ilustração modificada a partir da edição de 1918 de Gray’s Anatomy. / Crédito: Domínio público (Wikimedia Commons)

Sensitivas

No aspecto sensorial, o nervo ulnar inerva:

  • A metade medial da palma da mão e do dorso da mão.
  • O dedo mínimo e metade do dedo anelar, tanto na face palmar quanto na dorsal.

Trajeto anatômico: por que o cotovelo é tão sensível?

O nervo ulnar faz um caminho extenso e sinuoso pelo nosso corpo. No cotovelo, ele passa por uma estrutura chamada túnel cubital, situada atrás do epicôndilo medial do úmero, aquele ossinho que sentimos saliente na parte interna do cotovelo. 

Nervo ulnar no túnel cubital, na parte interna do cotovelo. / Crédito: veronicachang (reprodução)

Nesse ponto, o nervo fica muito superficial, ou seja, protegido apenas pela pele e por um mínimo de tecido. Por isso, quando batemos exatamente nessa área, o nervo é pressionado contra o osso, resultando na dor intensa e formigamento característicos, que lembram uma descarga elétrica.

O “choque” é perigoso?

Na maioria das vezes, esse incômodo é passageiro. A sensação ocorre por compressão temporária do nervo ulnar, o que afeta sua função sensorial momentaneamente. No entanto, se houver dor frequente, dormência persistente nos dedos mínimos e anelares ou perda de força, pode ser sinal de uma compressão crônica, como na síndrome do túnel cubital, exigindo avaliação médica.

Ilustrações do nervo ulnar (em amarelo). / Crédito: fisioterapiaelainedaltoe (reprodução)

Lesões e sintomas mais comuns

O nervo ulnar pode ser lesionado em vários pontos do seu trajeto, especialmente no:

  • Cotovelo (atrás do epicôndilo medial);
  • Túnel cubital (região do cotovelo);
  • Canal de Guyon (no punho, entre o pisiforme e o hamato).

Os sintomas incluem:

  • Dormência e formigamento nos dedos mínimos e anelares;
  • Dor ao apoiar o cotovelo por muito tempo;
  • Dificuldade para realizar movimentos delicados com os dedos;
  • Perda de força na mão e no punho.

Uma das consequências mais visíveis de lesão grave é a “mão em garra”, uma deformidade em que os dedos mínimo e anelar ficam curvados mesmo em repouso, causada pela perda da função muscular adequada.

Crédito: 1777177 (Shutterstock)

Leia mais

Causas frequentes de lesão

Além de pancadas acidentais, há outras situações que favorecem lesões ou compressões do nervo ulnar:

  • Apoiar o cotovelo por longos períodos (como ao dirigir com o braço na janela);
  • Esportes com movimento repetitivo de braço, como tênis e beisebol;
  • Ciclismo prolongado, com compressão na região do punho;
  • Fraturas do cotovelo, especialmente no epicôndilo medial.
Dor no cotovelo após jogar tênis. Conceito de cotovelo de tenista. / Crédito: VPLAB (Shutterstock)

Em resumo, o nervo ulnar é delicado e exposto em pontos estratégicos do corpo, sendo vital para movimentos precisos e sensações na mão. Entender sua anatomia e funcionamento ajuda não só a explicar fenômenos comuns, como também a identificar sinais de possíveis lesões mais sérias.

Em caso de dor persistente ou perda de função, é importante procurar um médico neurologista ou ortopedista para avaliação especializada.

O post Por que sentimos “choque” ao bater o cotovelo? apareceu primeiro em Olhar Digital.

brigadeiro-1024x683

Doces causam diabetes? Veja fatos e fakes sobre o assunto

Poucas doenças são tão cercadas por mitos e desinformação quanto a diabetes. A cada novo vídeo viral ou corrente de WhatsApp, surge uma teoria diferente: que açúcar mascavo é inofensivo, que comer doce em jejum é mortal, que fruta dá mais diabetes que refrigerante, entre tantas outras.

No meio de tanta fake news, muita gente acaba acreditando que a simples ingestão de um brigadeiro pode ser o gatilho para desenvolver uma doença crônica. Mas será que é assim mesmo?

A diabetes é uma condição metabólica caracterizada pelo mau funcionamento na produção ou utilização da insulina, hormônio responsável por regular a quantidade de glicose no sangue. Existem diferentes tipos da doença, e cada um tem causas, sintomas e tratamentos distintos.

Apesar de estar ligada ao açúcar, a diabetes envolve fatores genéticos, ambientais e comportamentais, e seu desenvolvimento é mais complexo do que parece à primeira vista.

Imagem: Rmcarvalho / iStock

É fácil entender por que tanta gente busca explicações simples para algo tão sério. Em um mundo cada vez mais acelerado, as pessoas querem respostas rápidas, causas diretas e soluções mágicas.

Mas o corpo humano não funciona assim. A saúde é um equilíbrio delicado, influenciado por escolhas diárias, histórico familiar, hábitos de vida e até mesmo o ambiente ao redor. Saber disso é o primeiro passo para tomar decisões mais conscientes.

Como doces causam diabetes?

A crença popular de que doces causam diabetes é antiga e, em parte, compreensível, já que essa doença está diretamente ligada à forma como o corpo processa a glicose.

No entanto, afirmar que o consumo de doces sozinho é responsável pelo surgimento da doença é um equívoco. A diabetes não é causada exclusivamente pelo consumo de açúcar, mas sim por um conjunto de fatores genéticos, metabólicos e comportamentais.

Ilustração exemplifica a cadeia de processamento de glicose no corpo
Após liberada pelo pâncreas, a insulina entra na corrente sanguínea. Esse hormônio estimula a entrada de glicose nas células, especialmente as musculares. Isso permite que as células usem a glicose como energia e ajuda a reduzir o nível de açúcar no sangue. Imagem: VectorMine / iStock

É preciso, antes de tudo, compreender que existem diferentes tipos de diabetes. A tipo 1, por exemplo, é uma condição autoimune. Nesse caso, o sistema imunológico ataca as células do pâncreas que produzem insulina, e o consumo de doces ou qualquer outro alimento não tem influência direta sobre seu aparecimento.

Já a diabetes tipo 2, a mais comum entre os adultos, está fortemente relacionada a fatores como obesidade, sedentarismo, má alimentação e predisposição genética.

Portanto, dizer que “doces causam diabetes” é uma simplificação perigosa. A verdade é que o consumo frequente e exagerado de doces pode contribuir para o ganho de peso e para o aumento da resistência à insulina, o que eleva significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

Mas não se trata de uma relação direta e automática. O problema não é o doce isoladamente, e sim o contexto alimentar em que ele está inserido.

plicativo de contagem de calorias. Mulher negra sorrindo usando aplicativo moderno no smartphone enquanto toma café da manhã na cozinha em casa, senhora africana feliz sentada à mesa, verificando os dados diários de nutrição
Apps de controle de alimentação são auxiliadores para a rotina das mães/Shutterstock_Prostock-studio

Além disso, é fundamental considerar a quantidade e a frequência com que os doces são consumidos. Ingerir uma sobremesa ocasional ou um pedaço de bolo no fim de semana não torna ninguém diabético. O problema está no consumo diário e sem moderação, especialmente quando associado a outras práticas prejudiciais, como o sedentarismo ou o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados.

Leia mais

Outro ponto importante é a qualidade dos doces. Produtos industrializados, ricos em açúcar refinado, gordura trans e aditivos químicos, são muito mais prejudiciais que doces caseiros preparados com ingredientes naturais.

Isso porque, além de impactar a glicemia, esses produtos aumentam o risco de inflamações crônicas, disfunções metabólicas e doenças cardiovasculares, que muitas vezes acompanham o quadro de diabetes tipo 2.

Mulher escolhe uma maçã ao invés de donuts
Imagem: Ekaterina Chizhevskaya / iStock

A educação alimentar, nesse contexto, é essencial para desmistificar a relação entre o consumo de açúcar e o desenvolvimento de doenças. Entender o funcionamento da insulina, o papel dos carboidratos na dieta e os sinais precoces de resistência insulínica pode ajudar as pessoas a fazerem escolhas mais conscientes, sem cair em pânicos infundados ou em restrições alimentares desnecessárias.

Crianças, por exemplo, não devem ser proibidas de consumir doces, mas sim ensinadas a comer com equilíbrio. A formação de hábitos saudáveis desde cedo, com uma alimentação variada e rica em fibras, legumes, frutas e proteínas, reduz as chances de desenvolver obesidade infantil e, por consequência, diabetes tipo 2 na adolescência ou na vida adulta.

Já entre os adultos, o mais preocupante é o consumo constante de refrigerantes, sucos industrializados e produtos ricos em carboidratos simples. Esses alimentos promovem picos glicêmicos e aumentam a demanda de insulina, o que a longo prazo pode levar à resistência insulínica. E é justamente essa resistência que costuma anteceder o diagnóstico de diabetes tipo 2.

De acordo com o CDC, manter um peso saudável, praticar atividades físicas regularmente, não fumar e seguir uma alimentação equilibrada são estratégias eficazes para prevenir ou controlar o diabetes tipo 2. O controle do estresse e o sono adequado também desempenham papéis importantes, já que afetam a resposta hormonal do organismo.

sono
Imagem: fizkes/Shutterstock

Além disso, é importante mencionar o papel do acompanhamento médico e dos exames de rotina. Muitas pessoas convivem com a pré-diabetes por anos sem saber, pois os sintomas podem ser silenciosos. Fazer exames periódicos de glicemia, especialmente para quem tem histórico familiar da doença, é essencial para diagnóstico precoce e início imediato do tratamento, caso necessário.

A verdade é que o açúcar, como qualquer outro nutriente, pode estar presente em uma dieta saudável. O segredo está no equilíbrio. O que adoece não é o açúcar em si, mas o excesso, a frequência e a ausência de um estilo de vida que compense esse consumo.

Culpar unicamente os doces pelo aumento dos casos de diabetes ignora os múltiplos fatores que envolvem essa doença crônica e multifatorial. Por fim, é sempre importante reforçar que desinformação e culpabilização excessiva de um único tipo de alimento podem gerar ansiedade alimentar, transtornos e escolhas equivocadas. A resposta para a prevenção da diabetes está no conhecimento, no equilíbrio e no cuidado contínuo com a saúde como um todo.

Com informações de CDC

O post Doces causam diabetes? Veja fatos e fakes sobre o assunto apareceu primeiro em Olhar Digital.

enxaguante-bucal-2

Enxaguante bucal traz riscos à saúde? Veja o que a medicina explica

A higiene bucal é parte essencial do cuidado diário com a saúde, e o enxaguante bucal costuma aparecer como um aliado prático, oferecendo sensação de frescor imediato e promessa de proteção contra bactérias.

A propaganda reforça sua imagem como um complemento necessário à escova de dentes e ao fio dental, especialmente para quem busca um hálito mais agradável ou sofre com gengivite. No entanto, quando se fala em enxaguante bucal, é preciso ir além do rótulo e entender de fato o que esse produto faz dentro da nossa boca. Afinal, será que ele ajuda mesmo ou pode causar algum tipo de problema?

Nos últimos anos, pesquisadores passaram a investigar o impacto desses produtos sobre a microbiota oral, que é composta por bactérias essenciais ao equilíbrio da saúde como um todo. O que se descobriu é que, dependendo da composição e da frequência de uso, o enxaguante pode interferir não só na saúde bucal, mas também em processos ligados à pressão arterial, à digestão e à regulação de hormônios.

O debate ganhou ainda mais força com estudos que analisam o risco de desequilíbrio bacteriano, perda da eficácia natural do organismo e possíveis efeitos colaterais. Assim, entender para que serve o enxaguante e quais os cuidados necessários no uso é fundamental para fazer boas escolhas no dia a dia.

Para que serve o enxaguante bucal?

O enxaguante bucal, conhecido popularmente como antisséptico oral, é um produto complementar à escovação e ao uso do fio dental.

Seu principal objetivo é reduzir a quantidade de bactérias presentes na boca, promovendo hálito mais agradável e auxiliando na prevenção de cáries, gengivites e outras doenças periodontais. Existem basicamente dois tipos principais: os cosméticos, voltados para frescor e estética, e os terapêuticos, que contêm ingredientes ativos com ação antimicrobiana.

Produtos com clorexidina, por exemplo, são indicados em casos específicos de tratamento odontológico, como após cirurgias, ou em pacientes com problemas de gengiva avançados.

Outros componentes comuns são o flúor, que reforça o esmalte dental, e o peróxido de hidrogênio, com ação clareadora e antisséptica. Já os enxaguantes bucais com álcool promovem sensação de frescor, mas podem causar ressecamento da mucosa em certos usuários.

Imagem: Prostock-studio/Shutterstock

Vale lembrar que esses produtos não substituem a escovação nem o uso diário do fio dental, e sim funcionam como um reforço, especialmente útil em determinadas condições clínicas.

Leia mais:

Profissionais de saúde bucal recomendam o uso de enxaguantes em pacientes com dificuldades motoras, que não conseguem escovar os dentes adequadamente, em pacientes hospitalizados ou imunocomprometidos, e em contextos temporários de infecções ou inflamações orais.

Ainda assim, o uso deve ser feito com cautela e, preferencialmente, com orientação profissional, já que o uso indiscriminado pode provocar efeitos colaterais.

Há risco em usar o enxaguante bucal?

Apesar dos benefícios comprovados em muitos contextos, o uso frequente e indiscriminado de enxaguantes bucais pode apresentar riscos para a saúde.

De acordo com especialistas da Ohio State University, muitos enxaguantes, especialmente os que contêm substâncias bactericidas potentes, acabam afetando não apenas as bactérias prejudiciais, mas também aquelas que desempenham funções benéficas no organismo. Isso inclui a microbiota oral, composta por microrganismos que ajudam a manter o equilíbrio do sistema digestivo e cardiovascular.

Uma das bactérias importantes para esse equilíbrio ajuda na conversão de nitrato em óxido nítrico, substância fundamental para a regulação da pressão arterial e da função vascular. O uso excessivo de enxaguante bucal antibacteriano pode diminuir a produção natural de óxido nítrico, o que potencialmente contribui para o aumento da pressão arterial e da resistência à insulina.

Esses efeitos são mais prováveis quando o enxaguante é utilizado mais de duas vezes por dia ou por longos períodos sem indicação profissional.

Outro ponto crítico está nos enxaguantes à base de clorexidina. Embora eficazes no controle de placas bacterianas, eles podem causar escurecimento nos dentes, alteração no paladar e descamação da mucosa bucal com o uso prolongado.

Já produtos com álcool, comuns nas versões cosméticas, podem causar sensação de ardência, irritações na mucosa oral e, em alguns casos, até ulcerações, especialmente em pessoas com sensibilidade aumentada ou condições de saúde pré-existentes.

Mulher com boca ardida após usar enxaguante bucal
Imagem: Tharakorn / iStock

O uso inadequado em crianças também levanta preocupações. Crianças pequenas podem engolir acidentalmente o produto, o que, dependendo da composição e da quantidade ingerida, pode causar intoxicações ou outros efeitos adversos.

Por esse motivo, é fundamental que os enxaguantes bucais sejam utilizados conforme orientação de um profissional da odontologia, especialmente em casos pediátricos ou geriátricos.

Além disso, o uso contínuo sem necessidade pode causar um tipo de dependência da sensação de frescor artificial, levando à negligência da escovação correta ou da higiene interdental. Isso, ironicamente, pode agravar o quadro de doenças bucais a médio e longo prazo, principalmente se a pessoa usar o enxaguante como substituto da escovação.

Do ponto de vista regulatório, os enxaguantes bucais são classificados como cosméticos ou medicamentos, dependendo de sua composição. Os produtos terapêuticos, como os que contêm clorexidina, normalmente requerem prescrição ou recomendação odontológica. Já os cosméticos podem ser comprados livremente, o que aumenta o risco de uso inadequado.

Criança escova os dentes na pia do banheiro
Imagem: szeyuen / iStock

Em geral, o rótulo informa a frequência e duração recomendada, mas o mais adequado é seguir a orientação de um dentista.

Por fim, embora o enxaguante bucal seja um aliado útil da higiene oral em contextos específicos, ele não é isento de riscos. O segredo está no uso moderado e consciente, com atenção à composição do produto, ao tempo de uso e às recomendações de um profissional qualificado.

Como qualquer item de cuidado pessoal, seu uso deve levar em conta as particularidades de cada indivíduo, e não ser adotado apenas pela propaganda ou pela sensação de frescor que proporciona.

Com informações de Health at OSU.

O post Enxaguante bucal traz riscos à saúde? Veja o que a medicina explica apareceu primeiro em Olhar Digital.

ludomania-3-1024x576

Conheça a ludomania, a compulsão por jogos de azar como bets

Atualmente, o Brasil enfrenta um aumento expressivo na dependência de apostas online, como bets (apostas esportivas) e cassinos digitais, com destaque para o “jogo do tigrinho” (Fortune Tiger).

Essa realidade tem despertado atenção das autoridades judiciais e de saúde pública devido às consequências profundas que o comportamento compulsivo gera nos indivíduos. O acesso facilitado a essas plataformas, aliado à ampla divulgação realizada por influenciadores digitais, contribui para a crescente adesão a essas práticas.

Porém, você sabia que quando a atividade de apostar ultrapassa o caráter recreativo e se torna compulsiva, ela configura uma doença conhecida como ludomania? Se não sabia, continue lendo, pois explicaremos melhor sobre ela a seguir.

Homem faz apostas esportivas com smartphone e notebook. Sites de apostas aparecem nas telas. / Crédito: New Africa (Shutterstock)

O que é ludomania?

O termo ludomania é utilizado para descrever o comportamento compulsivo relacionado a jogos de azar. Esse “hábito” também é conhecido como ludopatia e jogo patológico.

Basicamente, a ludomania leva a pessoa a perder o controle sobre suas apostas, persistindo na atividade mesmo diante de prejuízos financeiros, problemas familiares e danos à saúde mental.

Mão masculina preenchendo volante da Mega-Sena da Virada, em São Paulo (SP), em 10 de novembro de 2023. / Crédito: rafaelnlins(Shutterstock)

A ludomania pode ocorrer em qualquer tipo de jogo que envolva aposta de dinheiro e risco, tanto no ambiente físico quanto no virtual, por exemplo:

  • Cassinos físicos (roleta, caça-níqueis, pôquer e blackjack);
  • Bingos presenciais;
  • Apostas em corridas de cavalos, futebol e outros esportes, feitas em casas de apostas físicas ou online;
  • Loterias tradicionais (bilhetes e raspadinhas);
  • Jogos online que envolvem apostas com dinheiro real (sites de apostas e cassinos virtuais).

Ludomania é doença?

Homem assiste futebol ao vivo no notebook e aposta usando aplicativo no celular. / Crédito: Wpadington (Shutterstock)

A ludomania é considerada uma doença reconhecida por órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ela está incluída no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), no qual é classificada como “transtorno do jogo” ou “jogo patológico”.

No âmbito da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), a ludomania é codificada como F63.0, que corresponde ao transtorno do jogo patológico. O código Z72.6, relacionado a “jogos de azar”, refere-se a fatores que influenciam o estado de saúde, mas não é utilizado para diagnóstico da ludomania.

Por muito tempo, especialistas divergiram sobre classificar a ludomania como uma compulsão ou uma adicção. A compulsão é um comportamento repetitivo realizado para aliviar a ansiedade interna, mesmo sabendo que pode ser prejudicial. 

Pessoa jogando Fortune Tiger, também chamado de Jogo do Tigrinho. Plataforma associada a golpes com promessa de dinheiro fácil. / Crédito: Shutterstock (livre de direitos

Já a adicção envolve uma dependência mais profunda, caracterizada por desejo intenso e dificuldade em controlar o impulso, podendo causar sintomas físicos e psicológicos quando a pessoa tenta parar.

No entanto, o DSM-5 reclassificou a ludomania como um transtorno aditivo, pois os indivíduos afetados apresentam muitas semelhanças com pessoas que têm dependência de substâncias, como o álcool, por exemplo.

Leia mais

Quais são os sintomas da ludomania?

Abaixo segue uma lista de sintomas da ludomania. Segundo especialistas, se a pessoa apresenta pelo menos quatro ou cinco desses sinais em um período de 12 meses, isso indica que provavelmente há um problema sério relacionado ao jogo. 

Jogador triste em cassino com a cabeça entre as mãos ao lado de uma roleta. Vício em jogos de azar. / Crédito: FOTOGRIN (Shutterstock)

Vale destacar que esse comportamento precisa estar causando prejuízos importantes, como dificuldades financeiras, conflitos familiares ou problemas no trabalho, na escola ou na faculdade:

  • Costuma apostar quando está angustiado, sentindo-se ansioso, culpado, impotente ou deprimido.
  • Já fez diversas tentativas sem sucesso para controlar, reduzir ou parar de apostar.
  • Após perder dinheiro nas apostas, frequentemente retorna em outro momento para tentar recuperar as perdas.
  • Depende financeiramente de outras pessoas para lidar com problemas causados pelo jogo.
  • Fica inquieto ou irritado ao tentar diminuir ou abandonar o hábito de apostar.
  • Sente a necessidade de aumentar gradualmente o valor apostado para obter a mesma sensação de excitação.
  • Frequentemente esconde, por meio de mentiras, seu envolvimento com jogos de azar.
  • Sua obsessão por jogos inclui pensamentos constantes sobre experiências passadas, planos futuros ou maneiras de obter dinheiro para apostar.
  • Colocou em risco ou perdeu relacionamentos importantes, empregos ou oportunidades acadêmicas e profissionais devido ao jogo.
A mão da mulher tira fichas de poker de uma pilha em uma mesa redonda de poker. Apostas arriscadas no poker. Uma mulher joga um jogo de homem. / Crédito: RomanR (Shutterstock)

Atenção!

Identificou-se com alguns desses sintomas? Se sim, procure um profissional de saúde quanto antes e inicie um tratamento. A ludomania pode ter um impacto significativo na vida da pessoa e também de seus familiares.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

O post Conheça a ludomania, a compulsão por jogos de azar como bets apareceu primeiro em Olhar Digital.

beber-agua-1024x683

Alguns hábitos podem estar acabando com os seus rins

Na sua lista de preocupações com a saúde, você provavelmente não colocou os rins como prioridade. Nós, leigos, costumamos ligar o sinal de alerta para outros órgãos, como o cérebro e o coração.

Os rins, no entanto, desempenham um papel fundamental no bom funcionamento do nosso corpo.

São eles que filtram resíduos do sangue, controlam a quantidade de água no organismo e ajudam a regular a nossa pressão arterial. Os rins também auxiliam na absorção de cálcio e fósforo e produzem hormônios importantes, como a eritropoetina, que estimula a produção de glóbulos vermelhos.

Leia mais

Pois é, eles são importantes de verdade. E a mesma preocupação e cuidados que temos com outros órgão devemos ter com os rins também. É o que afirma a professora Dipa Kamdar, da Universidade Kingston, de Londres.

Em um artigo para o site The Conversation, elas enumera 7 hábitos comuns que podem ser prejudiciais para o órgão. E que devemos evitar.

Orientações da professora

  • Você vai perceber que muitos itens dessa lista dizem respeito também a outros órgãos e partes do corpo.
  • Isso quer dizer que você precisa mesmo rever alguns desses hábitos.
  • O primeiro deles é beber pouca água.
  • A água é necessária para que os rins removam os resíduos e a escassez dela pode levar a problemas como infecções ou até mesmo pedras no órgão.
  • A dica da doutora é que as pessoas devem beber pelo menos de 1 litro e meio a 2 litros de água por dia.
Beber bastante água deveria fazer parte da rotina de todas as pessoas – Imagem: Yaroslav Olieinikov/iStock
  • E é água mesmo: nada de substitui-la por refrigerante, por exemplo.
  • Nem por bebidas alcoólicas! O álcool, aliás, é o próximo item dessa lista.
  • Além de desidratar o corpo, ele sobrecarrega os rins, que precisam trabalhar mais para lidar com a substância.
  • Vale destacar que a mais recente nota técnica do Ministério da Saúde sobre o tema afirma que não existe quantidade de álcool que seja completamente segura para a saúde.
  • A recomendação, portanto, é de não ingerir bebidas alcóolicas.
  • Antes, Organização Mundial da Saúde falava em até duas taças de vinho por dia (ou um litro de cerveja de baixo teor alcóolico) – e sem dias consecutivos.
  • Agora, porém, a OMS também condena a prática e encara o consumo como problema de saúde pública.

Mais dicas

De acordo com a doutora Kamdar, as pessoas também devem passar longe do tabagismo (que pode levar a lesões renais) e devem cuidar do peso corporal. A obesidade pode prejudicar os rins diretamente ao interferir nas substâncias químicas do tecido adiposo.

A próxima recomendação da doutora tem a ver também com a alimentação: segundo ela, devemos evitar os ultraprocessados. Ela mostrou um estudo americano que acompanhou 14 mil adultos durante 24 anos. Aqueles que consumiram muitos alimentos ultraprocessados apresentaram um risco 24% maior de doença renal. E cerca de 5 mil deles desenvolveram doença renal crônica.

alimentos ultraprocessados
Quem não gosta da facilidade e até do sabor de um ultraprocessado? O consumo em excesso, porém, pode fazer mal à saúde, inclusive dos rins – Imagem: Niloo/Shutterstock

As duas últimas dicas da especialista são as mais diferentes, por assim dizer. Dipa Kamdar explica que o sono ruim pode aumentar o risco de doença renal crônica. É o que aponta esse estudo de 2019. E entenda sono ruim como dormir menos de 6 horas por dia ou mais de 10 horas.

Por fim, a doutora critica o uso indiscriminado de analgésicos, como ibuprofeno e aspirina. Como são medicamentos que não precisam de receita médica, tem gente que os toma de forma irresponsável. De acordo com a doutora, esses remédios podem danificar os túbulos renais.

‘Ah, mas quer dizer então que eu não devo tomá-los nunca?’. A resposta é: claro que não. Mas não precisa usá-los sem necessidade, como algo preventivo. E, se for tomar, faça pelo menor tempo necessário e na dose recomendada na embalagem.

O post Alguns hábitos podem estar acabando com os seus rins apareceu primeiro em Olhar Digital.