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Fim da Lua de Mel: Musk deixa governo Trump

Elon Musk anunciou sua saída do cargo de assessor do governo do presidente Donald Trump, encerrando período marcado por cortes drásticos na máquina pública, disputas internas e resistência política. A saída foi divulgada na noite desta quarta-feira (28) por meio de uma postagem no X, de propriedade do próprio Musk.

“Com o fim do meu período programado como Empregado Especial do Governo, gostaria de agradecer ao Presidente @realDonaldTrump pela oportunidade de reduzir os gastos desnecessários”, escreveu. “A missão do @DOGE só se fortalecerá ao longo do tempo, tornando-se um modo de vida em todo o governo.”

Musk esteve à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), cuja atuação provocou milhares de demissões, a redução drástica de agências e uma avalanche de litígios.

Inicialmente, seu objetivo era cortar US$ 2 trilhões (R$ 11,38 trilhões) em gastos, mas esse número foi sendo reduzido para US$ 1 trilhão (R$ 5,69 trilhões) e, depois, para US$ 150 bilhões (R$ 853,58 bilhões), à medida que enfrentava resistências internas e políticas.

Durante sua atuação, Musk entrou em conflito com outros membros do governo e demonstrou frustração com a dificuldade de promover mudanças em Washington. “A situação da burocracia federal é muito pior do que eu imaginava”, disse ao The Washington Post, como relembra a Associated Press (AP).

Empresário liderou corte de gastos do governo, mas foi “barrado” pela burocracia (Imagem: Joshua Sukoff/Shutterstock)

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Musk diz adeus ao governo

  • Sua saída ocorre um dia após declarações críticas a respeito da principal proposta legislativa de Trump, apelidada de “big beautiful bill“;
  • Musk disse estar “decepcionado” com o projeto, chamando-o de uma “enorme proposta de gastos” que aumenta o déficit e mina o trabalho do DOGE. “Acho que um projeto pode ser grande ou bonito. Mas não sei se pode ser os dois“, afirmou;
  • Trump respondeu defendendo seu projeto, alegando que nem todos os pontos o agradam, mas que está satisfeito com outros. Ele também indicou que o projeto ainda pode sofrer mudanças;
  • A proposta já foi aprovada na Câmara dos Representantes e está em debate no Senado;
  • O presidente da Câmara, Mike Johnson, agradeceu Musk por seu trabalho e afirmou que a Casa está pronta para agir com base nas conclusões do DOGE.

O governo Trump pretende enviar ao Congresso um pacote de cancelamentos de gastos anteriormente autorizados. Entre os cortes previstos estão US$ 1,1 bilhão (R$ 6,25 bilhões) da Corporação de Transmissão Pública e US$ 8,3 bilhões (R$ 47,23 bilhões) em ajuda externa.

Senadores republicanos, como Ron Johnson (Wisconsin) e Mike Lee (Utah), manifestaram apoio às críticas de Musk e defenderam ajustes no projeto de lei. Johnson afirmou que há oposição suficiente para retardar a tramitação até que se leve a sério o corte de gastos. Lee, por sua vez, disse que a versão do Senado será mais agressiva: “Ela pode, deve e será. Caso contrário, não passará“.

Estima-se que as medidas fiscais do projeto aumentem o déficit em US$ 3,8 trilhões (R$ 21,62 trilhões) em dez anos, enquanto as reduções em programas sociais devem economizar pouco mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,69 trilhões). Líderes republicanos argumentam que o crescimento econômico compensará esse aumento, mas entidades independentes projetam que a dívida pública subirá US$ 3 trilhões (R$ 17,07 trilhões) no mesmo período.

Musk, que chegou a investir US$ 250 milhões (R$ 1,42 trilhão) na campanha de Trump, também sinalizou que deve reduzir sua atuação política. “Acho que já fiz o suficiente“, disse.

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Trump já elogiou Musk antes, mas, agora, estão um tanto distantes (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

Durante seu tempo no governo, Musk demonstrou entusiasmo com a ideia de reformar Washington, organizando eventos próprios, usando bonés de campanha na Casa Branca e promovendo seus produtos, como ao transformar a entrada da residência presidencial em uma vitrine para veículos da Tesla. Trump, por sua vez, retribuiu os elogios.

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Equipe de Elon Musk usa IA no governo e pode ter violado leis de privacidade

A equipe DOGE, liderada por Elon Musk no governo dos EUA, tem expandido o uso do chatbot de inteligência artificial Grok para analisar dados federais, levantando sérias preocupações sobre conflitos de interesse, uso indevido de informações confidenciais e possíveis violações de leis de segurança e privacidade, segundo revelou uma investigação exclusiva da Reuters com base em fontes internas e documentos revisados.

Segundo três pessoas com conhecimento direto das operações, o Grok — desenvolvido pela xAI, empresa de IA fundada por Musk — vem sendo utilizado por membros do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) para responder a perguntas, gerar relatórios e realizar análises de dados, mesmo sem a aprovação formal de órgãos como o Departamento de Segurança Interna (DHS).

Há indícios de que funcionários do DHS foram pressionados a utilizar a ferramenta, contrariando diretrizes estabelecidas.

Leia mais:

Acesso indevido a dados sigilosos

  • Cinco especialistas consultados pela Reuters alertam que o uso do Grok em dados sensíveis pode infringir normas federais, dar à xAI acesso indevido a informações estratégicas e criar vantagem desleal em contratos públicos.
  • A xAI afirma em seu site que pode monitorar os usuários para “fins comerciais específicos”, intensificando as preocupações sobre a privacidade dos dados.
  • Além disso, fontes indicam que a equipe DOGE tentou treinar o Grok para detectar falta de “lealdade” à agenda política de Trump por parte de servidores públicos — conduta que poderia violar leis federais que protegem funcionários de interferência política.
  • A situação se agrava com relatos de vigilância algorítmica em computadores de agências do Departamento de Defesa, embora o Pentágono negue envolvimento direto do DOGE nesses processos.
Ferramenta de IA da xAI estaria sendo utilizada para acessar dados confidenciais sem aprovação formal (Imagem: Joshua Sukoff / Shutterstock.com)

Suspeitas de conflito de interesses

Elon Musk, oficialmente um funcionário especial do governo, pode estar em rota de colisão com estatutos criminais que proíbem beneficiamento pessoal em decisões oficiais.

Especialistas como Richard Painter, ex-assessor ético da Casa Branca, afirmam que a atuação da equipe DOGE “dá a impressão de autopromoção”, o que, mesmo que não processável criminalmente, compromete a integridade administrativa.

Embora o DOGE afirme estar focado em combater fraudes e ineficiências, o uso de tecnologias privadas sem aprovação formal e a falta de transparência geram um cenário de risco para a segurança nacional e para os direitos civis dos cidadãos.

A Casa Branca, Musk e a xAI não responderam aos pedidos de comentário da Reuters.

Elon Musk com a boca aberta e as mãos espalmadas
Investigação aponta uso indevido da IA de Musk (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

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100 dias de Musk no governo dos EUA: “Fomos eficazes, mas não tanto quanto eu gostaria”

Em entrevista concedida ao Axios, o empresário Elon Musk realizou uma análise franca sobre seu trabalho à frente do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) na administração de Donald Trump, expressando que os resultados ficaram aquém de suas expectativas iniciais.

Novo órgão criado por Trump vem criando polêmicas (Imagem: Koshiro K/Shutterstock)

Fomos eficazes, mas não tanto quanto eu gostaria. Poderíamos ser mais eficazes, embora tenhamos feito progressos”, declarou o bilionário, reconhecendo que, apesar de economizar US$ 160 bilhões (R$ 908,09 bilhões, na conversão direta) para o governo, o desempenho ainda não atingiu o patamar ideal.

Redução de metas e desafios enfrentados

  • Durante a campanha eleitoral, Musk havia prometido economizar US$ 2 trilhões (R$ 11,35 trilhões) em gastos federais, meta posteriormente ajustada para US$ 1 trilhão (R$ 5,67 trilhões);
  • Mesmo reduzindo o objetivo, o empresário admite as dificuldades: “É possível fazer isso, mas é um longo caminho a percorrer e realmente muito difícil“;
  • Segundo o próprio Musk, a equipe do DOGE conseguiu manter “taxa de economia por dia muito boa“, aproximadamente US$ 1,6 bilhão (R$ 9,08 bilhões) diários durante os primeiros 100 dias, totalizando os US$ 160 bilhões (R$ 908,09 bilhões) economizados;
  • O bilionário destacou que alcançar as economias prometidas depende essencialmente da disposição do governo e do Congresso em enfrentar oposições. “Isso pode ser feito, mas exige lidar com muitas reclamações“, observou;
  • Existe inércia considerável no governo. Não é fácil. É uma maneira de fazer muitos inimigos e poucos amigos“, acrescentou, questionando se “existe vontade política suficiente no Congresso e em outros lugares para realmente fazer isso”.

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Retorno de Musk ao seu lado empresarial

Paralelamente aos desafios governamentais, a Tesla, empresa de veículos elétricos de Musk, registrou queda de 71% nos lucros do primeiro trimestre de 2025, acompanhada de redução de 9% na receita e 13% nas vendas comparadas ao mesmo período do ano anterior.

Diante desse cenário, Musk anunciou que reduzirá sua participação no governo: “A partir do mês que vem, dedicarei muito mais tempo à Tesla, agora que o trabalho principal de estabelecer o Departamento de Eficiência Governamental foi concluído.”

Em comunicado aos acionistas, a Tesla atribuiu parte dos resultados negativos à “rápida evolução da política comercial” e às mudanças no “sentimento político”, fatores que, segundo a empresa, “podem ter impacto significativo na demanda por nossos produtos no curto prazo.”

Na quarta-feira (30), o The Wall Street Journal afirmou que a diretoria e os investidores da Tesla estão buscando um novo CEO para substituir Musk. A empresa negou a informação.

Elon Musk
Musk pretende dar mais atenção à Tesla (Imagem: Kathy Hutchins/Shutterstock)

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EUA: Governo acessa dados pessoais para identificar e deportar imigrantes

A administração Trump está usando dados pessoais protegidos — como informações fiscais, de saúde, moradia e educação — para localizar imigrantes indocumentados em suas casas, escolas e locais de trabalho. As informações são do Washington Post.

O objetivo é intensificar deportações e garantir que pessoas sem status legal não tenham acesso a benefícios públicos, mesmo quando vivem com cidadãos americanos.

No Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD), autoridades trabalham em uma regra que proibiria famílias com membros indocumentados de acessar moradias públicas.

O governo também busca expulsar famílias com “status misto” já instaladas, mesmo que apenas parte delas esteja em situação irregular.

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Governo acessa informações confidenciais para localizar e expulsar famílias com status ilegal no país (Imagem: Pixels Hunter/Shutterstock)

Agências federais contribuem com as ações

  • A iniciativa se estende a várias agências federais. A Previdência Social, por exemplo, incluiu milhares de nomes de imigrantes em um banco de dados usado para rastrear pessoas falecidas, o que dificulta que esses indivíduos trabalhem legalmente ou recebam benefícios.
  • O IRS firmou acordo com o Departamento de Segurança Interna (DHS) para compartilhar dados fiscais confidenciais.
  • O Departamento de Educação também foi instruído a coletar nacionalidades de estudantes universitários envolvidos em protestos, levantando preocupações sobre uso político da imigração.

Essas ações fazem parte de uma estratégia mais ampla para cruzar dados entre agências federais, em linha com uma ordem executiva de Trump que visa eliminar “silos de informações”.

A promessa do governo é reforçar a segurança nacional e combater fraudes, mas especialistas jurídicos alertam para violações de privacidade e riscos à confiança nos programas públicos.

Tensão crescente

Advogados e servidores de carreira relataram desconforto com o uso indevido de dados sensíveis, e alguns setores da administração enfrentam ordens judiciais que restringem o acesso a informações confidenciais. Ainda assim, membros da equipe de Trump continuam pressionando por mais acesso e controle.

O esforço para identificar e remover imigrantes sem documentos é coordenado por figuras como Mike Mirski, do DOGE, que está priorizando cidades como Nova York e Chicago. Críticos dizem que decisões estão sendo tomadas com base em interpretações erradas de dados e sem critérios claros de legalidade.

A Casa Branca não comentou, mas porta-vozes do governo afirmam que o objetivo é garantir que os recursos públicos beneficiem apenas cidadãos americanos.

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Casa Branca usa informações protegidas de moradia, saúde, impostos e educação para identificar e remover imigrantes ilegais – Imagem: Andrea Izzotti/Shutterstock

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