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Gatos foram domesticados graças a sacrifícios no Egito Antigo 

Os antigos sacrifícios realizados no Egito podem ter contribuído para a domesticação dos gatos, de acordo com novas pesquisas. Por serem considerados oferenda comum aos deuses, os gatos começaram a ser criados com os humanos há cerca de três mil anos.

Os rituais mumificaram 70 milhões de animais, incluindo gatos, musaranhos, falcões, crocodilos e íbis apenas no Egito, segundo reportagem do Science Alert. A domesticação acabou contribuindo para animais mais sociáveis ​​e dóceis, que podem ter sido comercializados entre continentes.

Gatos eram oferendas comuns a deuses egípcios há cerca de três mil anos (Imagem: MM Lenz/iStock)

A descoberta de uma sepultura de 9,5 mil anos em 2004 no Chipre, com restos mortais humanos e de gatos, criou teoria de que os gatos se domesticaram gradualmente na Europa durante o Neolítico

A tese era de que os humanos que se dedicavam à agricultura passaram a incentivar a presença de felinos em suas fazendas para o controle de pragas, incluindo infestações de roedores que se alimentavam das plantações.

Novas pesquisas sobre o Egito colocam hipótese em xeque…

  • Mas um estudo da Universidade de Exeter (Inglaterra) comparou ossos de gatos domésticos com os de gatos selvagens europeus (Felis silvestris) e descobriu que suas características não são mais semelhantes do que as dos gatos domésticos com as dos gatos selvagens africanos (Felis lybica);
  • Além disso, o gato-cipriota é morfologicamente mais semelhante ao gato-selvagem-europeu, não ao africano;
  • No entanto, seu material genético está muito degradado para ser estudado, segundo a reportagem;
  • Uma pesquisa da Universidade de Roma Tor Vergata (Itália) corrobora a origem não europeia do F. catus a partir da análise de 70 genomas e aponta que os gatos selvagens africanos são os ancestrais dos gatos domésticos.

“Nossos resultados demonstram que a dispersão dos gatos domésticos atuais pode ser rastreada não até o Neolítico ou o Crescente Fértil, mas, sim, vários milênios depois e, muito provavelmente, do Norte da África”, diz o artigo.

A equipe ainda descobriu que o F. catus não chegou à China até por volta do século VIII d.C. O mais antigo gato doméstico geneticamente confirmado é um sacrifício mumificado de 500 a.C. As pesquisas mais recentes ainda aguardam revisão por pares.

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Sarcófago egípcio de múmia para gatos (Imagem: Zsanett Laluska/iStock)

O peso dos cultos religiosos

Os pesquisadores pontuaram que cultos religiosos têm grande influência na trajetória das espécies ao longo dos anos. “Cultos e religiões são frequentemente os motivadores da translocação de animais. Por exemplo, a proliferação de gamos foi diretamente ligada aos cultos de Ártemis e Diana, enquanto as galinhas foram associadas a Mercúrio e Mitras“, escrevem.

No  3º milênio a.C., a deusa egípcia Bastet, por exemplo, aparecia representada com uma cabeça de leão, mas, durante os séculos IX e VII a.C., ela passou a ser cada vez mais representada com a cabeça de um gato selvagem africano. Essa mudança coincidiu com o surgimento do sacrifício de gatos como oferendas à deusa.

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Porta rosa gigante de 4.400 anos revela túmulo de príncipe egípcio

Uma nova descoberta arqueológica movimentou o mundo da egiptologia. Pesquisadores encontraram o túmulo de um antigo príncipe egípcio com cerca de 4.400 anos em Saqqara, uma vasta necrópole perto de Cairo, capital do Egito.

O grande destaque do achado foi uma porta “falsa” de granito rosa de proporções impressionantes, que os antigos egípcios acreditavam ser um portal entre o mundo dos vivos e o além.

Túmulo é de príncipe desconhecido

O túmulo pertence ao príncipe Userefre, filho do faraó Userkaf, que reinou por volta de 2465 a 2458 a.C., durante a V dinastia do Egito Antigo. A descoberta é tão recente que, como explica o egiptólogo Ronald Leprohon, da Universidade de Toronto, “antes desta descoberta, nem sabíamos que ele existia”.

O nome do príncipe, segundo o especialista, pode ter significado “Rá é poderoso”, em referência ao deus sol Rá, figura central na mitologia egípcia.

Porta falsa de 4,5 metros

A tal porta falsa, feita de granito rosa, mede cerca de 4,5 metros de altura por 1,2 metro de largura, conforme informações do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito. Essas estruturas eram comuns nos túmulos da época, pois os antigos egípcios acreditavam que a alma dos falecidos podia usar essas passagens simbólicas para entrar e sair do mundo dos vivos, como explica um artigo do Museu Metropolitano de Arte de Nova York.

A gigantesca porta falsa do túmulo. Os antigos egípcios acreditavam que o espírito do falecido podia entrar e sair por ela. (Crédito da imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

O tamanho colossal e o material nobre da porta chamaram a atenção dos especialistas. Zahi Hawass, renomado egiptólogo e ex-ministro de antiguidades que lidera as escavações, destacou que “esta é a primeira vez que uma porta falsa como esta foi encontrada em Saqqara”.

Para Hawass, o status de príncipe e os importantes títulos que Userefre possuía justificam a construção de uma porta tão grandiosa. As inscrições na porta revelam que ele era um “príncipe hereditário”, além de “juiz”, “ministro” e “governador” de duas regiões.

Hieróglifos esculpidos encontrados dentro do túmulo.(Crédito da imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

Melanie Pitkin, curadora sênior do Museu Chau Chak Wing da Universidade de Sydney, ressaltou a raridade do material: “Naquela época, as portas falsas eram mais comumente feitas de calcário, um recurso abundante no Egito. Como o granito rosa e vermelho era extraído e transportado de Aswan, cerca de 644 km ao sul, era mais caro e reservado à realeza”.

Próximo à porta, os arqueólogos encontraram uma mesa de oferendas feita de granito vermelho. Ronald Leprohon explica que os antigos egípcios costumavam deixar alimentos nessas mesas, acreditando que o falecido poderia “magicamente” se alimentar das oferendas.

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Túmulo pode ter sido reutilizado

Uma reviravolta interessante na história do túmulo é que ele parece ter sido reutilizado durante a XXVI dinastia (cerca de 688 a 525 a.C.). Nessa época, uma estátua representando o rei Djoser (que reinou por volta de 2630 a 2611 a.C.), sua esposa e filhos foi colocada ali. Djoser é uma figura icônica, responsável pela construção da primeira pirâmide de degraus em Saqqara.

A análise da estátua sugere que ela foi criada durante o reinado de Djoser e pode ter sido retirada da própria pirâmide ou de algum edifício próximo. O motivo de sua transferência para o túmulo do príncipe séculos depois ainda é um mistério.

Com informações do Live Science.

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A mensagem oculta escondida em um obelisco egípcio de 3.300 anos em Paris

O Obelisco de Luxor, em Paris, guarda algumas curiosidades. Primeiro, ele é egípcio e foi doado para a França pelo vice-rei do Egito Mehmet Ali. Segundo, ele foi posicionado no Centro da Praça da Concórdia onde, antes, ficava uma guilhotina usada na Revolução Francesa. Terceiro, ele guarda uma mensagem escrita em hieróglifos que só pode ser lida do Rio Nilo.

Esta última ‘curiosidade’ foi uma descoberta de Jean-Guillaume Olette-Pelletier, egiptólogo e especialista em criptologia hieroglífica da Universidade Católica de Paris. Em 2021, quando o obelisco estava em reforma, ele encontrou a mensagem oculta no topo da construção.

E assim, iniciou uma saga para descobrir o que ela significa. Spoiler: ele conseguiu.

Obelisco de Luxor, na Praça da Concórdia, em Paris (Imagem: kavalenkau/Shutterstock)

Obelisco egípcio em Paris tem uma mensagem oculta

O Obelisco de Luxor tem 3.300 anos e veio do Egito como um presente do então vice-rei. Ele virou um verdadeiro ponto turístico da capital francesa. Mas mesmo depois de tanto tempo (e tantas fotos tiradas lá) ninguém percebeu uma mensagem oculta na construção.

Vamos ser justos: a inscrição fica no topo do obelisco, bem longe da vista humana, o que explica ter se mantido escondida por tanto tempo. Isso mudou em 2021, quando a estrutura entrou em reforma. Na ocasião, Olette-Pelletier teve acesso ao prédio e, em cima de um andaime, conseguiu examinar as partes mais altas.

A tal mensagem oculta fica perto da ponta dourada em forma de pirâmide no topo. Não bastou encontrá-la para desvendar seus segredos: as inscrições estavam em hieróglifos e foram escritas em uma técnica que as obscurecia, ocultando seu significado.

Segundo o pesquisador à Science et Avenir, trata-se de uma “criptografia hieroglífica” que não é nada fácil de ler hoje em dia. Ele afirmou que apenas seis estudiosos no mundo todo conseguem decifrar a mensagem (por sorte, o próprio Olette-Pelletier é um deles).

Ramsés II, rei do Egito
Mensagem foi escrita no reinado de Ramsés II (Imagem: Wikimedia Commons)

Descoberta não foi tão simples

Olette-Pelletier explicou que os hieróglifos foram criados para “serem lidos em 3D”. Ele já havia publicado um estudo sobre outras mensagens ocultas em 3D.

Para entendermos como o pesquisador conseguiu decifrar a charada, precisamos voltar no tempo e conhecer a história da construção. O IFLScience relembrou:

  • Antes de ser doada a Paris, o obelisco ficava do lado de fora do Templo de Luxor, no Alto do Egito;
  • Os pilares foram construídos por volta do século XIII a.C., no reinado de Ramsés II;
  • Uma das laterais do prédio tinha vista para o Rio Nilo;
  • A mensagem foi escrita em um ângulo de 45ºC, para ser lida por passageiros que viajam pelo Rio Nilo em direção ao local.

Foi isso que o pesquisador fez. Ele calculou a distância e o ângulo onde deveria ficar para ler a mensagem.

Quando calculei onde ficar naquele momento para poder admirar esta parte do obelisco, acabei bem no meio do Nilo. E então eu entendi: ele só deveria ser visto pelos nobres que chegavam de barco ao templo de Luxor durante o festival anual de Opet, que celebrava o retorno das forças vitais do deus Amon.

Jean-Guillaume Olette-Pelletier

Obelisco foi doado do Egito para a França (Imagem: Pandora Pictures/Shutterstock)

O que dizia a mensagem oculta?

A mensagem exaltava Ramsés II e seu poder divino. Já outra encorajava os leitores a realizarem oferendas para diminuir a ira dos deuses egípcios.

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Ou seja, era uma mensagem para os súditos de Ramsés II – não para os franceses, nem para os turistas.

Olette-Pelletier pretende publicar esta descoberta no periódico ENiM.

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Por que civilizações antigas construíam cidades subterrâneas?

Este ano, cientistas da Itália e Escócia anunciaram a descoberta de estruturas sob as pirâmides do Egito, descritas como uma possível cidade subterrânea.

Entretanto, a afirmação foi prontamente refutada por especialistas renomados, incluindo o egiptólogo Zahi Hawass, que classificou as declarações como imprecisas e desprovidas de base científica. Teorias a parte, você já parou para pensar por que civilizações antigas construíam cidades subterrâneas, afinal?

Por que civilizações como incas, egípcios, turcos e até franceses investiram tanto na construção de cidades subterrâneas? Essas estruturas enigmáticas, que atravessam gerações e culturas, continuam despertando curiosidade e levantando teorias sobre seus propósitos.

Explore os mistérios por trás dessas obras e descubra as motivações históricas que levaram povos ao longo dos séculos a criar verdadeiros labirintos sob a terra.

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Civilizações antigas que possuem em sua história a construção de cidades subterrâneas

Civilização Inca (Armazenamento e passagens)

Os incas construíram passagens subterrâneas estratégicas, como os túneis que conectavam Sacsayhuamán ao templo de Coricancha/Shutterstock_Foto de iluppai

Ao contrário da ideia de civilizações que habitavam cavernas ou túneis subterrâneos, os incas utilizavam essas construções com propósitos práticos e estratégicos.

Essas estruturas eram projetadas para atender necessidades específicas, como sistemas de drenagem eficientes, reservatórios para armazenamento de água e práticas agrícolas em terrenos desafiadores. Essa abordagem demonstrava a engenhosidade e o profundo conhecimento técnico desse povo em relação ao ambiente onde viviam.

Os incas usavam essas construções para servir como túneis e passagens subterrâneas, fundamentais para conectar locais de relevância cultural e espiritual, como Sacsayhuamán e o templo de Coricancha. Além disso, é possível que algumas dessas estruturas tenham servido a propósitos ritualísticos, refletindo a crença dos incas no mundo subterrâneo, conhecido como UkuPacha.

Egito (Câmaras para túmulos)

A entrada original da Grande Pirâmide de Quéops em Gizé vista neste close-up com blocos de calcário angulares, de onde uma passagem descendente inclina-se para a câmara subterrânea perto do Cairo, Egito.
A entrada original da Grande Pirâmide de Quéops/Shutterstock_CK-TravelPhotos

Assim como os incas, os egípcios não construíam cidades subterrâneas destinadas à habitação. No entanto, suas estruturas abaixo do solo, como as câmaras nas pirâmides, eram projetadas para funções específicas, incluindo túmulos reais e locais de culto.

A recente descoberta na Itália desafia essa visão tradicional. Afinal, estudos de radar indicam a existência de uma extensa estrutura subterrânea sob as pirâmides de Gizé, levantando hipóteses sobre uma possível rede de energia e questionando a ideia de que as câmaras abaixo das pirâmides eram exclusivamente túmulos.

Turquia (Refúgio contra invasões)

Cidade subterrânea de Derinkuyu, antiga caverna na Capadócia, Turquia, local de viagem de Goreme.
A cidade subterrânea de Derinkuyu, na Turquia, é um impressionante complexo escavado na rocha/Shutterstock_Parilov

As cidades subterrâneas da Turquia, como Derinkuyu, foram projetadas, de acordo com arqueólogos, para proteger os habitantes durante períodos de conflitos e ataques, além de oferecer abrigo contra condições climáticas severas.

Essas estruturas também desempenharam um papel crucial como refúgios para indivíduos perseguidos por motivos religiosos ou políticos, destacando sua importância histórica e estratégica.

A cidade de Derinkuyu é a maior cidade subterrânea já descoberta no mundo, estendendo-se por mais de 85 metros abaixo da superfície, com mais de 18 níveis de túneis. Embora tenha sido um ponto turístico por muitos anos, a região foi declarada Patrimônio Mundial da Unesco em 1985.

França (Cemitério subterrâneo e bunkers)

A antiga Cité souterraine de Naours no departamento de Somme, Picardia, França, 23-07-2023
Túneis da da antiga Cité souterraine de Naours no departamento de Somme/Shutterstock_Traveller70

As Catacumbas de Paris, criadas no século XVIII para resolver a superlotação dos cemitérios, são um dos exemplos mais emblemáticos do legado subterrâneo da França. Esses túneis, que armazenam ossos de milhões de pessoas, misturam história, memória e urbanismo, atraindo curiosidade e visitantes de todo o mundo.

Além disso, estruturas subterrâneas francesas, como a cidade de Naours, tiveram um papel importante ao longo da história. Naours, uma vasta rede de túneis com mais de 3 quilômetros de extensão, serviu inicialmente como refúgio para as populações locais durante conflitos e ataques.

Na Segunda Guerra Mundial, o local foi usado como abrigo e ponto estratégico. Túneis como esses e os bunkers evidenciam a capacidade da França de aproveitar o subsolo para fins logísticos e de preservação cultural.

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Mistério dos barcos solares de Quéops intriga arqueólogos até hoje

Em 1954, uma escavação liderada pelo arqueólogo egípcio Kamal el-Mallakh revelou uma das descobertas mais impressionantes da história da arqueologia egípcia. Sob o lado sul da Grande Pirâmide de Gizé, duas enormes embarcações estavam enterradas em fossos esculpidos na rocha e lacrados com blocos de calcário. Os objetos chamaram atenção por sua semelhança com as míticas “barcas solares” do deus Rá, figura central da mitologia egípcia.

As embarcações, conhecidas como barcos de Quéops, foram enterradas em homenagem ao faraó responsável pela construção da pirâmide. No entanto, especialistas ainda não chegaram a um consenso sobre sua função. A principal hipótese é que os barcos não foram feitos para navegar neste mundo, mas sim para conduzir Quéops em sua jornada simbólica após a morte, quando ele se transformaria no deus solar Rá.

As barcas solares foram encontradas sob o lado sul da Grande Pirâmide de Gizé (Imagem: EaglePOV / Shutterstock.com)

Teorias sobre o uso dos barcos de Quéops

  • Apesar da teoria dominante, há estudiosos que sugerem que os barcos solares de Quéops podem, de fato, ter sido utilizados em vida.
  • Para esses pesquisadores, as embarcações poderiam ter sido empregadas como barcas funerárias, navegando pelo Nilo durante os rituais fúnebres do faraó, ou ainda como parte de uma frota utilizada pelo próprio Quéops em peregrinações religiosas.
  • As duas embarcações impressionam não apenas por seu simbolismo religioso, mas também por sua complexidade técnica.
  • Cada barco possui cerca de 43 metros de comprimento e é considerado um exemplo notável da engenharia naval do Egito Antigo.
  • Uma análise recente apontou que as embarcações foram construídas com cedro do Líbano, madeira importada devido às suas propriedades mecânicas superiores, durabilidade e resistência à água.

Montagem e preservação ao longo dos séculos

Quando foram descobertos, os barcos estavam intencionalmente desmontados, com mais de mil peças cuidadosamente empilhadas nos fossos subterrâneos. A primeira embarcação levou mais de um ano e meio para ser removida e restaurada. Após décadas exposta no Museu do Barco Solar em Gizé, foi transferida em 2021 para o Grande Museu Egípcio, próximo às pirâmides.

Já o segundo barco permaneceu lacrado até 2009, devido à complexidade de sua extração. Com as duas embarcações agora remontadas, arqueólogos puderam analisar mais profundamente as técnicas de construção utilizadas. Um dos detalhes mais surpreendentes é que as estruturas foram montadas sem o uso de pregos. As pranchas de madeira se encaixavam com precisão, unidas por um sistema de amarrações que mantinha a estrutura firme e vedada.

Fossos dos barcos solares ao redor da Grande Pirâmide de Quéops, onde uma embarcação intacta em tamanho real feita de madeira de cedro do Líbano foi encontrada em 1954, no planalto de Gizé (Imagem: CK-TravelPhotos / Shutterstock.com)

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Engenharia avançada no Egito Antigo

Considerando que o reinado de Quéops ocorreu entre 2589 e 2566 a.C., a sofisticação técnica dos barcos se destaca ainda mais. Usando apenas ferramentas de cobre e sílex, os artesãos egípcios conseguiram criar embarcações que, segundo especialistas, poderiam ainda hoje navegar, caso fossem lançadas na água.

Aos 4.500 anos de idade, os barcos solares de Quéops são atualmente as embarcações intactas mais antigas conhecidas no mundo. Apesar de seu potencial de navegação, seu real propósito continua sendo motivo de debate. O mistério sobre se essas embarcações realmente navegaram pelo Nilo ou se foram construídas apenas para uma jornada simbólica rumo ao além permanece sem resposta definitiva.

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Eclipse solar pode ter feito faraó quebrar tradição milenar do Egito Antigo

Uma pesquisa recente sobre as dinastias egípcias antigas sugere que um eclipse solar total, ocorrido em 2471 a.C., pode ter influenciado a construção da tumba do faraó Shepseskaf. O estudo indica que o evento astronômico teria levado a uma mudança temporária na tradição funerária do Egito.

Em poucas palavras:

  • Um eclipse solar total ocorrido há exatos 4.496 anos pode ter influenciado a tumba do faraó Shepseskaf;
  • Diferentemente de seus antecessores, ele construiu uma tumba retangular, não uma pirâmide;
  • Durante o evento, Vênus, Mercúrio e as Plêiades apareceram alinhados ao redor do Sol ocultado pela Lua;
  • Se confirmada, essa teoria reforça que fenômenos astronômicos afetaram a cultura e religião no Egito Antigo.

Durante a Quarta Dinastia, os faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos ergueram as icônicas pirâmides de Gizé, associadas ao culto ao deus solar Rá. Segundo as crenças egípcias, Rá havia surgido de um monte piramidal e suas pirâmides simbolizavam os raios solares. O nome de vários faraós dessa dinastia incluía o sufixo “-Ra” em referência à divindade.

No entanto, quando Shepseskaf assumiu o trono, essa tradição foi abruptamente interrompida. Em vez de uma pirâmide, sua tumba foi construída em um formato retangular ao sul de Saqqara, longe de Heliópolis, o principal centro de culto a Rá. Com 99,6 metros de comprimento e 74,4 metros de largura, a estrutura era imponente, mas destoava dos túmulos anteriores.

Mastaba de Shepseskaf, túmulo do último faraó da quarta dinastia egípcia. A tumba é uma estrutura retangular de aproximadamente de 10 fileiras de enormes blocos de calcário, que atualmente estão sujeitos a erosão. Crédito: Isida Project

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Fenômenos astronômicos moldaram crenças e tradições no Egito

O arqueoastrônomo Giulio Magli, professor da Faculdade de Arquitetura Civil do Politécnico de Milão, na Itália, investigou várias hipóteses sobre essa mudança. Algumas teorias sugerem que Shepseskaf não teve tempo ou poder para erguer uma pirâmide, mas a grandiosidade de sua tumba indica o contrário. Outra explicação propõe que ele queria se distanciar das pirâmides por razões políticas ou religiosas.

Magli acredita que um evento astronômico pode ter influenciado essa decisão. Ele analisou os eclipses solares que ocorreram na época e calculou que, em 1º de abril de 2471 a.C., um eclipse total aconteceu na região. Esse fenômeno durou quase sete minutos – um tempo excepcionalmente longo para um eclipse solar total.

Tumba do faraó Shepseskaf, retangular, contrastando com o túmulo tradicional em formato de pirâmide ao fundo da imagem. Crédito: Vincent Brown – Flickr

Durante o evento, Vênus e Mercúrio teriam ficado visíveis, alinhados de forma simétrica ao longo da eclíptica, com o Sol e a Lua no centro. Além disso, as Plêiades, um aglomerado de estrelas também conhecido como “As Sete Irmãs”, poderiam ter sido vistas próximas ao Sol obscurecido. Esse cenário raro pode ter impressionado profundamente os egípcios.

Ainda não se sabe se o eclipse foi interpretado como um bom ou mau presságio. No entanto, Magli sugere que a forma e a localização da tumba de Shepseskaf podem estar diretamente ligadas ao evento. O monumento teria sido construído exatamente dentro da área onde a totalidade do eclipse foi visível.

Se essa teoria estiver correta, o eclipse pode ter desencadeado uma mudança momentânea no culto ao Sol, levando Shepseskaf a romper com a tradição das pirâmides. Isso reforça a ideia de que fenômenos astronômicos influenciaram a cultura e as crenças do Egito Antigo de maneiras ainda pouco compreendidas.

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Pirâmides do Egito: resposta para antigo mistério vem do céu

Uma hipótese instigante propõe que um eclipse solar total pode ter marcado o fim da era das grandes pirâmides e provocado uma transformação profunda na cultura do Antigo Egito.

De acordo com o arqueoastrônomo Giulio Magli, professor do Politecnico di Milano (Itália), em entrevista ao portal Space.com, um eclipse ocorrido em 1º de abril de 2471 a.C. teria mergulhado o Delta do Nilo na escuridão durante o dia, fazendo com que o Sol se tornasse um disco negro.

Esse fenômeno, que atingiu diretamente regiões como a antiga capital e Gizé, pode ter sido interpretado como um presságio poderoso, segundo Magli.

Eclipses solares teriam influência no Antigo Egito (Imagem: aeonWAVE/Shutterstock)

O Sol no Antigo Egito

Durante a Quarta Dinastia, os faraós eram devotos do culto solar. Reis como Quéops (Cufu), Quéfren e Miquerinos — responsáveis pelas icônicas pirâmides de Gizé — chegaram a orientar seus túmulos em direção a Heliópolis, centro do culto ao deus Rá.

Muitos deles também incorporaram em seus nomes sufixos em homenagem a esse deus solar. No entanto, o breve reinado de Seberquerés, último faraó da dinastia, representou uma ruptura com essa tradição.

Diferentemente dos governantes anteriores, Seberquerés escolheu um túmulo semelhante aos antigos santuários de Buto, no Delta do Nilo. Ele não direcionou seu sepulcro a Heliópolis, nem o construiu em forma de pirâmide.

Magli sugere que essa mudança repentina pode ter sido influenciada pelo eclipse de 2471 a.C., interpretado como mau presságio. O evento teria gerado uma crise simbólica que levou o faraó a abandonar o tradicional culto solar.

Embora os registros egípcios não relatem explicitamente o eclipse, há indícios indiretos — como inscrições mencionando “trevas durante o dia” — que reforçam a ideia de que os antigos egípcios associavam eventos astronômicos raros a mensagens divinas e mudanças significativas.

Mistério sobre a era das pirâmides pode ser sido revelado. Imagem: Pandora Pictures/Shutterstock

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Cada contexto tem sua história no Egito

Esse possível impacto simbólico do eclipse durante o reinado de Seberquerés contrasta com reações em períodos posteriores. Um exemplo é o eclipse ocorrido em 1338 a.C., durante o governo de Aquenáton, na 18ª Dinastia. Apesar do fenômeno, o faraó estabeleceu uma nova forma de monoteísmo solar, o que mostra que a interpretação de presságios variava conforme o momento histórico e cultural.

Com cálculos cada vez mais precisos sobre a trajetória de eclipses antigos, pesquisadores como Magli avançam na investigação de como esses eventos celestes podem ter influenciado transformações culturais de grande escala.

Essa linha de estudo oferece novas perspectivas sobre o papel dos fenômenos astronômicos em decisões políticas, arquitetônicas e religiosas, apontando como o fim de uma era pode ter começado com um eclipse no céu do Egito.

O estudo foi publicado no repositório de pré-impressão arXiv.

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Como é o passeio em submarino que naufragou no Egito

Autoridades do Egito confirmaram a morte de seis turistas russos que estavam a bordo de um submarino que naufragou durante um passeio pelo mar Vermelho nesta quinta-feira (27). Outros 39 passageiros, todos também de nacionalidade russa, foram resgatados com vida.

No total, nove pessoas ficaram feridas e precisaram ser hospitalizadas. Os trabalhos de resgate foram encerrados nesta manhã. Agora uma investigação vai ser aberta para tentar determinar o que causou o acidente.

Submarino é usado em viagens para explorar recifes de corais

O acidente ocorreu a cerca de um quilômetro da costa de Hurghada, durante um passeio para visualizar os corais existentes na região. Além dos membros da tripulação, havia 45 turistas a bordo, incluindo crianças.

Empresa permite visualizar o ecossistema marinho de dentro de submarinos (Imagem: divulgação/Sinbad Submarine)

A embarcação pertencia à empresa Sinbad Submarine, que disponibiliza passeios de barco e submarino pelo mar Vermelho. Em seu site, a companhia diz que detém dois dos únicos “14 submarinos recreativos reais” do mundo.

Durante as viagens, é possível chegar a até 25 metros de profundidade e explorar os “500 metros de recife de corais e seus habitantes marinhos”. O submarino oferece 44 assentos para passageiros, dois assentos para pilotos e uma janela de visualização redonda para cada tripulante.

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Acidente aconteceu em Hurghada, importante destino turístico do Egito (Imagem: Hristo_Chorbadzhiyski/Shutterstock)

Outros naufrágios já aconteceram na região

  • A região onde ocorreu o naufrágio tem um histórico de acidentes com embarcações turísticas.
  • Em novembro de 2024, por exemplo, um iate afundou exatamente na costa de Hurghada.
  • Quatro pessoas morreram.
  • Além disso, as atividades turísticas na região são impactadas pelos conflitos dos Houthis com Israel e Estados Unidos.
  • O grupo rebelde iemenita tem atacado embarcações comerciais, aumentando a insegurança na área.
  • Entretanto, não há qualquer informação que ligue o acidente ao conflito (pelo menos até o momento).

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Faraó Tutancâmon pode ter passado por ritual da imortalidade

O faraó Tutancâmon pode ter sido o primeiro a passar pelo rito funerário do deus Osíris em busca da imortalidade, aponta um estudo do The Journal of Egyptian Archaeology. Alguns objetos encontrados na tumba do jovem rei sugerem uma conexão com um antigo ritual egípcio para trazer seu corpo mumificado de volta à vida no reino espiritual.

Entenda:

  • Um antigo ritual egípcio de vida após a morte pode ter sido criado pelo faraó Tutancâmon;
  • Um novo estudo sugere que o ritual de imortalidade relacionado a Osíris, deus egípcio do submundo, foi realizado pela primeira vez no corpo mumificado do jovem faraó;
  • Alguns objetos encontrados em sua tumba sugerem a conexão com o rito funerário de Osíris;
  • Até então, os registros mais antigos da celebração datavam de décadas após a morte de Tutancâmon, e os artefatos encontrados em sua tumba não haviam sido relacionados ao ritual.
Artefatos na tumba de Tutancâmon sugerem que o faraó criou ritual de imortalidade. (Imagem: Brita Seifert/Shutterstock)

Considerado uma das divindades mais importantes da mitologia egípcia, Osíris era o deus dos mortos e do submundo, responsável pelo julgamento final dos humanos na passagem para o além. Morto pelo irmão, Seth, e trazido de volta à vida com a ajuda da esposa, Ísis, Osíris representava a imortalidade e inspirou a criação de mitos e rituais de vida após a morte.

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Ritual egípcio de vida após a morte pode ter começado com Tutancâmon

No estudo publicado há cerca de um mês, o autor Nicholas Brown destaca que quatro cajados de madeira foram encontrados no interior da tumba de Tutancâmon. Os objetos, explica Brown, podem estar relacionados a um antigo ritual voltado à ressurreição de um faraó na forma de Osíris.

Até então, os primeiros registros do ritual datavam de algumas décadas após a morte de Tutancâmon – e, por isso, os cajados encontrados em sua tumba não haviam sido relacionados à cerimônia. Para Brown, entretanto, a evidência indica que o rito foi criado especificamente para o jovem faraó.

Tutancâmon pode ter ligação com ritual de imortalidade do deus Osíris. (Imagem: hemro/Shutterstock)

Em seu reinado, Aquenáton – pai de Tutancâmon – criou uma nova religião monoteísta, desafiando a crença nas antigas divindades egípcias. O reinado de Tutancâmon, porém, não só trouxe o politeísmo de volta, mas ainda “incluiu a restauração de crenças mais tradicionais da vida após a morte e ritos e rituais funerários reais”, escreve Brown no estudo.

“É provável que um dos vários rituais funerários representados na Câmara Mortuária de Tutancâmon seja o rito do Despertar de Osíris, e a disposição dos objetos dentro da câmara seja uma representação física dessa cerimônia, destinada a ser realizada eternamente para o rei falecido a fim de garantir sua vida na vida após a morte”, conclui o autor.

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Pirâmides do Egito podem esconder “cidade subterrânea” secreta? Descoberta é controversa 

A revelação da descoberta de uma enorme estrutura abaixo das três maiores pirâmides do Egito viralizou durante o fim de semana. Os relatos foram baseados em um artigo publicado em outubro de 2022 no periódico MDPI Remote Sensing, no qual os pesquisadores Filippo Biondi e Corrado Malanga disseram que usaram uma técnica inovadora de radar para mapear o interior das pirâmides com detalhes sem precedentes.

De acordo com o estudo, a “cidade subterrânea” é cerca de dez vezes maior do que as próprias pirâmides. As estruturas teriam vários níveis conectados por caminhos cilíndricos. No nível mais profundo, os caminhos se conectavam a duas estruturas maciças em forma de cubo, cada uma medindo 80 metros por lado.

Os arqueólogos disseram que mais pesquisas precisariam ser feitas para compreender o objetivo das tais estruturas e até onde exatamente elas se estendem.

Imagem: Ferdinando Lombardi – Shutterstock

Pesquisa sobre pirâmides do Egito causa polêmica 

A descoberta se encontra com teorias antigas que diziam que as pirâmides foram construídas com um proposito muito maior do que serem “tumbas reais”. No entanto, a revelação está longe de ser unanime.

O grupo não publicou as informações com revisão por pares, que ocorre quando pesquisadores fora do estudo analisam as informações de forma independente. 

O renomado arqueólogo Dr. Zahi Hawass, ex-ministro de antiguidades do Egito, criticou a pesquisa em entrevista ao jornal The National.

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“A alegação de usar radar dentro da pirâmide é falsa, e as técnicas empregadas não são cientificamente aprovadas nem validadas”, disse ele. O arqueólogo disse que as alegações eram “completamente erradas” e careciam de qualquer base científica.

Os autores propõem uma interpretação não convencional da pirâmide como uma espécie de “câmara de ressonância gigante” projetada para ser preenchida com água e gerar vibrações de baixa frequência.

Embora a ideia de câmaras escondidas na Grande Pirâmide de Gizé seja tentadora, Dr. Hawass disse que décadas de pesquisas sérias e rigorosas no local não apresentaram nenhuma evidência real disso.

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