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Receita de ‘azul egípcio’ perdido há milênios pode ter sido recriada

Há 5 mil anos, foi criado o pigmento sintético mais antigo do mundo: o azul egípcio. Com o passar dos anos, porém, a receita de sua composição acabou se perdendo – mas parece que isso acabou de mudar. Graças a pesquisadores da Universidade Estadual de Washington, EUA, o pigmento perdido foi recriado em não uma, mas 12 versões diferentes.

Entenda:

  • O pigmento sintético mais antigo já descoberto, chamado de azul egípcio, foi criado há 5 mil anos;
  • Sua receita, entretanto, acabou caindo no esquecimento com o passar dos anos;
  • Recentemente, pesquisadores conseguiram recriar o pigmento em 12 versões diferentes;
  • Além disso, a equipe descobriu que o material pode ter uma série de aplicações diferentes – como a fabricação de tintas à prova de falsificação.
Pigmento ‘azul egípcio’ ganhou 12 novas versões. (Imagem: Nataliya Skarakhod/iStock)

Os ingredientes usados para criar o azul egípcio não eram um mistério: cobre, carbonato de cálcio, areia de quartzo e um álcali (base de hidróxido de um metal alcalino). Entretanto, a combinação exata dos componentes vinha intrigando pesquisadores há muitos – e muitos – anos. Tendo isso em mente, a equipe de Washington arregaçou as mangas e começou a testar várias receitas diferentes.

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Pesquisadores testaram 12 receitas de azul egípcio

Para replicar as temperaturas disponíveis aos artistas egípcios, a equipe aqueceu as misturas de dióxido de silício, cobre, cálcio e carbonato de sódio a cerca de 1.000 ºC por um período de uma a 11 horas. As amostras foram resfriadas em diferentes velocidades e, por fim, analisadas com microscopia moderna e outras técnicas de análise.

Novas receitas de azul egípcio foram comparadas a artefatos originais. (Imagem: Matt Unger, Carnegie Museum of Natural History)

O resultado final de cada receita foi comparado a dois artefatos da época, incluindo um falcão de madeira com resquícios do azul egípcio original. Uma das descobertas mais surpreendentes, aponta a equipe em um comunicado, foi o fato de que o “azul mais azul” só levava 50% dos componentes azuis.

“Uma das coisas que observamos foi que, com pequenas diferenças no processo, obtínhamos resultados muito diferentes”, explica John McCloy, primeiro autor do estudo publicado na NPJ Heritage Science. “Você pode ver que cada partícula de pigmento tem um monte de coisas – não é uniforme de forma alguma.”

Pigmento antigo pode revelar falsificações

Composição do azul egípcio ficou perdida por milênios. (Imagem: Carnegie Museum of Natural History)

Apesar de ter sido criado no Egito como substituto de materiais mais caros, como turquesa e lápis-lazúli, a equipe destaca que o azul dos egípcios possui propriedades ópticas, magnéticas e biológicas bem interessantes, com a “redescoberta” da receita podendo abrir portas a uma série de possibilidades.

Uma delas, por exemplo, é a criação de tintas à prova de falsificação, já que o material “emite luz na região do infravermelho próximo do espectro eletromagnético” invisível aos olhos humanos.

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Como era Tutancâmon vivo? Veja a reconstituição do rosto do faraó

A tumba de Tutancâmon foi descoberta intacta há mais de 100 anos, tornando-se uma das mais importantes descobertas da arqueologia moderna. No entanto, apesar do excelente estado de conservação, a múmia do antigo faraó não permitia identificar com precisão como era seu rosto em vida. Isso mudou há alguns anos, graças a uma reconstituição.

A primeira vez que o corpo de Tutancâmon passou por um escaneamento digital foi em 2005, quando a múmia foi removida de seu sarcófago e reproduzida por meio de 1.700 imagens geradas por tomografia computadorizada.

Quase dez anos depois, em 2014, o radiologista egípcio Ashraf Selim, da Universidade do Cairo, liderou um projeto em parceria com o British Museum de Londres e a emissora de TV BBC. A equipe analisou duas mil imagens radiológicas do corpo e realizou uma pesquisa genética envolvendo cinco gerações de sua família. Com esses dados, foi possível reconstruir o corpo e o rosto de Tutancâmon em uma representação 3D.

Reconstruções faciais de Tutancâmon desde 2005. Imagem: Arqueologia Egípcia

O que a reconstituição 3D de Tutancâmon revelou?

De acordo com a reprodução obtida a partir da necropsia virtual, o faraó tinha um crânio alongado, queixo retraído e dentes protuberantes. Os cientistas também identificaram uma lesão na perna do rei — uma fratura um pouco acima do menisco.

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Ainda segundo a análise de Selim, os dedos do pé esquerdo de Tutancâmon, curvados para dentro, pressionavam seu tornozelo contra o chão, agravando a lesão na perna. Outro detalhe curioso é que seu pênis foi embalsamado em um ângulo de 90 graus, como se estivesse ereto.

O processo também permitiu descartar uma antiga teoria de que ele teria sido assassinado com um golpe na cabeça — uma crença que surgiu devido a uma lesão craniana encontrada anteriormente.

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Reconstrução 3D do corpo do faraó. Imagem: BBC Divulgação

A vida e o legado de Tutancâmon

Tutancâmon foi um jovem faraó que governou o Egito Antigo durante a XVIII dinastia, entre aproximadamente 1332 a.C. e 1323 a.C. Ele é lembrado por sua ascensão precoce ao trono, assumindo o poder aos nove anos de idade. Assim como sua subida ao poder, sua morte também foi prematura e ainda é motivo de debate. Teorias recentes sugerem que uma fratura na perna, combinada com malária, pode ter contribuído para seu falecimento.

Durante seu reinado, houve a restauração dos antigos cultos e práticas religiosas, que haviam sido alterados por seu antecessor e pai, Akhenaton. Isso incluiu o retorno do culto a Amon-Rá, um dos deuses mais importantes do panteão egípcio.

Múmia Tutancâmon com máscara funerária

O período de Tutancâmon também foi marcado pela continuidade das tradições artísticas e arquitetônicas do Egito Antigo. Embora seu governo não tenha sido marcado por grandes construções, diversas obras de arte foram produzidas, muitas das quais hoje estão expostas em museus ao redor do mundo.

Após sua morte, ele foi sucedido por um de seus aliados mais próximos, que já exercia grande parte das funções governamentais devido à pouca idade do faraó. A história do Egito Antigo ainda tem muitas lacunas, e a descoberta da tumba de Tutancâmon ajudou — e continua ajudando — a preencher algumas delas.

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Túmulos no Egito revelam representação visual mais antiga da Via Láctea

Combinando astronomia com egiptologia, o astrofísico Or Graur, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, investigou como o Egito antigo via a Via Láctea. Ele acredita ter encontrado a mais antiga representação visual da galáxia em imagens da deusa Nut, figura central da mitologia egípcia. 

Publicada na revista Journal of Astronomical History and Heritage, a descoberta conecta ciência moderna com crenças antigas para decifrar como o céu era retratado há milênios.

Nut é conhecida como a deusa do céu e aparece em muitos caixões e tumbas do Egito. Ela costuma ser mostrada como uma mulher arqueada, com o corpo cheio de estrelas, cobrindo o céu e protegendo a Terra abaixo. Segundo a mitologia, Nut engole o Sol ao anoitecer e o dá à luz novamente ao amanhecer, simbolizando o ciclo do dia. Era assim que os egípcios entendiam o funcionamento do Universo.

A deusa do céu, Nut, coberta de estrelas, erguida por seu pai, Shu, e arqueada sobre Geb, seu irmão, o deus da Terra. À esquerda, o Sol nascente (o deus com cabeça de falcão Re) sobe pelas pernas de Nut. À direita, o Sol poente navega por seus braços em direção aos braços estendidos de Osíris, que regenerará o Sol no submundo durante a noite. Crédito: EA Wallis Budge, Os Deuses dos Egípcios, Vol. 2 (Methuen & Co., 1904).

Pesquisador analisou mais de 500 túmulos milenares

Graur analisou 125 imagens de Nut em 555 sepulturas, algumas com quase cinco mil anos. Em uma delas, do caixão de Nesitaudjatakhet, cantora do deus Amon-Rá, algo chamou atenção: uma curva preta ondulada atravessando o corpo da deusa, do pé até as mãos. Estrelas aparecem tanto acima quanto abaixo dessa linha, como se ela dividisse o céu em duas partes. 

Para o cientista, essa curva pode ser uma representação da Grande Fenda – uma faixa escura de poeira que corta o brilho da Via Láctea quando observada da Terra. Segundo ele, a comparação entre essa pintura e uma foto real da galáxia mostra uma semelhança impressionante.

Imagens parecidas aparecem em outras quatro tumbas, inclusive no túmulo do faraó Ramsés VI. No teto de sua câmara funerária, Nut é desenhada duas vezes, separada por curvas onduladas douradas que atravessam suas costas. Essas formas não são comuns nas outras representações da deusa, o que reforça a ideia de que indicam algo especial – talvez a própria galáxia no céu noturno.

Nut, a deusa egípcia do céu, e figuras humanas representando estrelas e constelações do mapa estelar encontrado na tumba de Ramsés VI. Crédito: Hans Bernhard, GFDL-CC-BY-SA

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Imagens da Via Láctea mostram relação entre religião e astronomia no Egito Antigo

Graur faz uma distinção importante: para ele, Nut não é a Via Láctea em si, mas o céu como um todo. Elementos como o Sol, as estrelas e a própria galáxia são usados para decorar e ilustrar seu papel no universo. Em outras palavras, a Via Láctea ajuda a mostrar a grandeza da deusa, mas não a define.

Em um estudo anterior, publicado em 2024, Graur já havia comparado textos antigos – como os Textos das Pirâmides, os Textos dos Caixões e o Livro de Nut – com simulações modernas do céu do Egito. Ele sugeriu que, no inverno, a Via Láctea poderia marcar os braços de Nut, enquanto no verão, ela destacava sua espinha dorsal. Isso reforçava a ideia de Nut como o próprio céu.

As novas imagens analisadas agora acrescentam uma dimensão visual a essas ideias. Elas mostram que a arte egípcia pode ter sido uma forma de observar e registrar o cosmos, com símbolos que representam fenômenos reais. Segundo Graur, os desenhos pintam, literalmente, um novo quadro da relação entre religião e astronomia no Egito Antigo.

O interesse do cientista por Nut surgiu durante uma visita ao museu com suas filhas pequenas. “Elas ficaram encantadas com a figura da deusa arqueada e pediram para ouvir histórias sobre ela”, disse Graur em um comunicado. Essa curiosidade infantil acabou levando a uma pesquisa que une mitologia, ciência e imaginação através dos milênios.

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Descoberta sobre Ramsés III surpreende arqueólogos

Pela primeira vez, arqueólogos documentaram uma inscrição esculpida com o nome de Ramsés III, um faraó egípcio que reinou há cerca de 3.200 anos, na Jordânia. A informação foi divulgada pelo Ministério do Turismo e Antiguidades do país árabe.

A descoberta foi feita na área protegida de Wadi Rum, deserto no sul da Jordânia conhecido por abrigar vestígios arqueológicos. É uma “evidência material dos laços históricos entre o Egito faraônico, a Jordânia e a Península Arábica em geral”, segundo o comunicado.

Santuário de Ramsés III na cidade de Karnak, no Egito (Imagem: Domingo Saez Romero/iStock)

A inscrição hieroglífica faraônica é marcada com um selo real e, segundo os pesquisadores, indica que a Jordânia “não foi apenas um corredor para civilizações, mas, também, um lar para elas”.

Novos insights sobre Ramsés III

  • Ramsés III foi considerado o último rei poderoso da Vigésima Dinastia do Novo Reino;
  • Seu reinado testemunhou reformas administrativas e econômicas e o lançamento de campanhas militares para proteger as fronteiras do estado egípcio e enfrentar invasões estrangeiras;
  • Em esforço para expandir sua influência econômica, ele liderou campanhas para controlar as fontes de cobre, ouro e pedras preciosas no Sinai e regiões vizinhas, incluindo o sudeste da Jordânia, além de garantir rotas comerciais entre o sul da Arábia, Egito, Levante e Europa;
  • Evidências arqueológicas materiais da extensão da campanha até o coração da Península Arábica não apareceram até a descoberta de um cartucho real dele em Tayma (Arábia Saudita), em 2010.

Os pesquisadores enfatizaram que esta descoberta abre novos horizontes para a pesquisa científica e lança luz sobre os laços culturais, comerciais e militares que conectaram o Egito ao sul do Levante e à Península Arábica ao longo dos tempos. 

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Mais pesquisas

A descoberta arqueológica revelou a presença de dois cartuchos com o nome do rei Ramsés III: o primeiro cartucho se refere ao seu nome de nascimento, e o segundo ao seu nome de trono, declarando-o Rei do Alto e Baixo Egito.

Para o ex-ministro de antiguidades do Egito que trabalha com pesquisadores na Jordânia, Zahi Hawass, a descoberta representa uma indicação importante da necessidade de conduzir escavações organizadas no local.

Segundo ele, “encontrar o nome do Rei Ramsés III no sul da Jordânia é muito importante” e é possível que objetos de interesse histórico sejam descobertos, revelando detalhes das relações entre Jordânia e Egito, que datam de mais de três mil anos.

O governo da Jordânia explicou que o anúncio final da descoberta será feito após a conclusão de todas as pesquisas e estudos que permitirão uma descrição completa do achado.

Túmulo do faraó Ramsés III, que liderou campanhas militares para proteger as fronteiras do estado egípcio (Imagem: Ibrahim Hamroush/iStock)

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Gatos foram domesticados graças a sacrifícios no Egito Antigo 

Os antigos sacrifícios realizados no Egito podem ter contribuído para a domesticação dos gatos, de acordo com novas pesquisas. Por serem considerados oferenda comum aos deuses, os gatos começaram a ser criados com os humanos há cerca de três mil anos.

Os rituais mumificaram 70 milhões de animais, incluindo gatos, musaranhos, falcões, crocodilos e íbis apenas no Egito, segundo reportagem do Science Alert. A domesticação acabou contribuindo para animais mais sociáveis ​​e dóceis, que podem ter sido comercializados entre continentes.

Gatos eram oferendas comuns a deuses egípcios há cerca de três mil anos (Imagem: MM Lenz/iStock)

A descoberta de uma sepultura de 9,5 mil anos em 2004 no Chipre, com restos mortais humanos e de gatos, criou teoria de que os gatos se domesticaram gradualmente na Europa durante o Neolítico

A tese era de que os humanos que se dedicavam à agricultura passaram a incentivar a presença de felinos em suas fazendas para o controle de pragas, incluindo infestações de roedores que se alimentavam das plantações.

Novas pesquisas sobre o Egito colocam hipótese em xeque…

  • Mas um estudo da Universidade de Exeter (Inglaterra) comparou ossos de gatos domésticos com os de gatos selvagens europeus (Felis silvestris) e descobriu que suas características não são mais semelhantes do que as dos gatos domésticos com as dos gatos selvagens africanos (Felis lybica);
  • Além disso, o gato-cipriota é morfologicamente mais semelhante ao gato-selvagem-europeu, não ao africano;
  • No entanto, seu material genético está muito degradado para ser estudado, segundo a reportagem;
  • Uma pesquisa da Universidade de Roma Tor Vergata (Itália) corrobora a origem não europeia do F. catus a partir da análise de 70 genomas e aponta que os gatos selvagens africanos são os ancestrais dos gatos domésticos.

“Nossos resultados demonstram que a dispersão dos gatos domésticos atuais pode ser rastreada não até o Neolítico ou o Crescente Fértil, mas, sim, vários milênios depois e, muito provavelmente, do Norte da África”, diz o artigo.

A equipe ainda descobriu que o F. catus não chegou à China até por volta do século VIII d.C. O mais antigo gato doméstico geneticamente confirmado é um sacrifício mumificado de 500 a.C. As pesquisas mais recentes ainda aguardam revisão por pares.

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Sarcófago egípcio de múmia para gatos (Imagem: Zsanett Laluska/iStock)

O peso dos cultos religiosos

Os pesquisadores pontuaram que cultos religiosos têm grande influência na trajetória das espécies ao longo dos anos. “Cultos e religiões são frequentemente os motivadores da translocação de animais. Por exemplo, a proliferação de gamos foi diretamente ligada aos cultos de Ártemis e Diana, enquanto as galinhas foram associadas a Mercúrio e Mitras“, escrevem.

No  3º milênio a.C., a deusa egípcia Bastet, por exemplo, aparecia representada com uma cabeça de leão, mas, durante os séculos IX e VII a.C., ela passou a ser cada vez mais representada com a cabeça de um gato selvagem africano. Essa mudança coincidiu com o surgimento do sacrifício de gatos como oferendas à deusa.

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Porta rosa gigante de 4.400 anos revela túmulo de príncipe egípcio

Uma nova descoberta arqueológica movimentou o mundo da egiptologia. Pesquisadores encontraram o túmulo de um antigo príncipe egípcio com cerca de 4.400 anos em Saqqara, uma vasta necrópole perto de Cairo, capital do Egito.

O grande destaque do achado foi uma porta “falsa” de granito rosa de proporções impressionantes, que os antigos egípcios acreditavam ser um portal entre o mundo dos vivos e o além.

Túmulo é de príncipe desconhecido

O túmulo pertence ao príncipe Userefre, filho do faraó Userkaf, que reinou por volta de 2465 a 2458 a.C., durante a V dinastia do Egito Antigo. A descoberta é tão recente que, como explica o egiptólogo Ronald Leprohon, da Universidade de Toronto, “antes desta descoberta, nem sabíamos que ele existia”.

O nome do príncipe, segundo o especialista, pode ter significado “Rá é poderoso”, em referência ao deus sol Rá, figura central na mitologia egípcia.

Porta falsa de 4,5 metros

A tal porta falsa, feita de granito rosa, mede cerca de 4,5 metros de altura por 1,2 metro de largura, conforme informações do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito. Essas estruturas eram comuns nos túmulos da época, pois os antigos egípcios acreditavam que a alma dos falecidos podia usar essas passagens simbólicas para entrar e sair do mundo dos vivos, como explica um artigo do Museu Metropolitano de Arte de Nova York.

A gigantesca porta falsa do túmulo. Os antigos egípcios acreditavam que o espírito do falecido podia entrar e sair por ela. (Crédito da imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

O tamanho colossal e o material nobre da porta chamaram a atenção dos especialistas. Zahi Hawass, renomado egiptólogo e ex-ministro de antiguidades que lidera as escavações, destacou que “esta é a primeira vez que uma porta falsa como esta foi encontrada em Saqqara”.

Para Hawass, o status de príncipe e os importantes títulos que Userefre possuía justificam a construção de uma porta tão grandiosa. As inscrições na porta revelam que ele era um “príncipe hereditário”, além de “juiz”, “ministro” e “governador” de duas regiões.

Hieróglifos esculpidos encontrados dentro do túmulo.(Crédito da imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

Melanie Pitkin, curadora sênior do Museu Chau Chak Wing da Universidade de Sydney, ressaltou a raridade do material: “Naquela época, as portas falsas eram mais comumente feitas de calcário, um recurso abundante no Egito. Como o granito rosa e vermelho era extraído e transportado de Aswan, cerca de 644 km ao sul, era mais caro e reservado à realeza”.

Próximo à porta, os arqueólogos encontraram uma mesa de oferendas feita de granito vermelho. Ronald Leprohon explica que os antigos egípcios costumavam deixar alimentos nessas mesas, acreditando que o falecido poderia “magicamente” se alimentar das oferendas.

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Túmulo pode ter sido reutilizado

Uma reviravolta interessante na história do túmulo é que ele parece ter sido reutilizado durante a XXVI dinastia (cerca de 688 a 525 a.C.). Nessa época, uma estátua representando o rei Djoser (que reinou por volta de 2630 a 2611 a.C.), sua esposa e filhos foi colocada ali. Djoser é uma figura icônica, responsável pela construção da primeira pirâmide de degraus em Saqqara.

A análise da estátua sugere que ela foi criada durante o reinado de Djoser e pode ter sido retirada da própria pirâmide ou de algum edifício próximo. O motivo de sua transferência para o túmulo do príncipe séculos depois ainda é um mistério.

Com informações do Live Science.

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A mensagem oculta escondida em um obelisco egípcio de 3.300 anos em Paris

O Obelisco de Luxor, em Paris, guarda algumas curiosidades. Primeiro, ele é egípcio e foi doado para a França pelo vice-rei do Egito Mehmet Ali. Segundo, ele foi posicionado no Centro da Praça da Concórdia onde, antes, ficava uma guilhotina usada na Revolução Francesa. Terceiro, ele guarda uma mensagem escrita em hieróglifos que só pode ser lida do Rio Nilo.

Esta última ‘curiosidade’ foi uma descoberta de Jean-Guillaume Olette-Pelletier, egiptólogo e especialista em criptologia hieroglífica da Universidade Católica de Paris. Em 2021, quando o obelisco estava em reforma, ele encontrou a mensagem oculta no topo da construção.

E assim, iniciou uma saga para descobrir o que ela significa. Spoiler: ele conseguiu.

Obelisco de Luxor, na Praça da Concórdia, em Paris (Imagem: kavalenkau/Shutterstock)

Obelisco egípcio em Paris tem uma mensagem oculta

O Obelisco de Luxor tem 3.300 anos e veio do Egito como um presente do então vice-rei. Ele virou um verdadeiro ponto turístico da capital francesa. Mas mesmo depois de tanto tempo (e tantas fotos tiradas lá) ninguém percebeu uma mensagem oculta na construção.

Vamos ser justos: a inscrição fica no topo do obelisco, bem longe da vista humana, o que explica ter se mantido escondida por tanto tempo. Isso mudou em 2021, quando a estrutura entrou em reforma. Na ocasião, Olette-Pelletier teve acesso ao prédio e, em cima de um andaime, conseguiu examinar as partes mais altas.

A tal mensagem oculta fica perto da ponta dourada em forma de pirâmide no topo. Não bastou encontrá-la para desvendar seus segredos: as inscrições estavam em hieróglifos e foram escritas em uma técnica que as obscurecia, ocultando seu significado.

Segundo o pesquisador à Science et Avenir, trata-se de uma “criptografia hieroglífica” que não é nada fácil de ler hoje em dia. Ele afirmou que apenas seis estudiosos no mundo todo conseguem decifrar a mensagem (por sorte, o próprio Olette-Pelletier é um deles).

Ramsés II, rei do Egito
Mensagem foi escrita no reinado de Ramsés II (Imagem: Wikimedia Commons)

Descoberta não foi tão simples

Olette-Pelletier explicou que os hieróglifos foram criados para “serem lidos em 3D”. Ele já havia publicado um estudo sobre outras mensagens ocultas em 3D.

Para entendermos como o pesquisador conseguiu decifrar a charada, precisamos voltar no tempo e conhecer a história da construção. O IFLScience relembrou:

  • Antes de ser doada a Paris, o obelisco ficava do lado de fora do Templo de Luxor, no Alto do Egito;
  • Os pilares foram construídos por volta do século XIII a.C., no reinado de Ramsés II;
  • Uma das laterais do prédio tinha vista para o Rio Nilo;
  • A mensagem foi escrita em um ângulo de 45ºC, para ser lida por passageiros que viajam pelo Rio Nilo em direção ao local.

Foi isso que o pesquisador fez. Ele calculou a distância e o ângulo onde deveria ficar para ler a mensagem.

Quando calculei onde ficar naquele momento para poder admirar esta parte do obelisco, acabei bem no meio do Nilo. E então eu entendi: ele só deveria ser visto pelos nobres que chegavam de barco ao templo de Luxor durante o festival anual de Opet, que celebrava o retorno das forças vitais do deus Amon.

Jean-Guillaume Olette-Pelletier

Obelisco foi doado do Egito para a França (Imagem: Pandora Pictures/Shutterstock)

O que dizia a mensagem oculta?

A mensagem exaltava Ramsés II e seu poder divino. Já outra encorajava os leitores a realizarem oferendas para diminuir a ira dos deuses egípcios.

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Ou seja, era uma mensagem para os súditos de Ramsés II – não para os franceses, nem para os turistas.

Olette-Pelletier pretende publicar esta descoberta no periódico ENiM.

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Por que civilizações antigas construíam cidades subterrâneas?

Este ano, cientistas da Itália e Escócia anunciaram a descoberta de estruturas sob as pirâmides do Egito, descritas como uma possível cidade subterrânea.

Entretanto, a afirmação foi prontamente refutada por especialistas renomados, incluindo o egiptólogo Zahi Hawass, que classificou as declarações como imprecisas e desprovidas de base científica. Teorias a parte, você já parou para pensar por que civilizações antigas construíam cidades subterrâneas, afinal?

Por que civilizações como incas, egípcios, turcos e até franceses investiram tanto na construção de cidades subterrâneas? Essas estruturas enigmáticas, que atravessam gerações e culturas, continuam despertando curiosidade e levantando teorias sobre seus propósitos.

Explore os mistérios por trás dessas obras e descubra as motivações históricas que levaram povos ao longo dos séculos a criar verdadeiros labirintos sob a terra.

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Civilizações antigas que possuem em sua história a construção de cidades subterrâneas

Civilização Inca (Armazenamento e passagens)

Os incas construíram passagens subterrâneas estratégicas, como os túneis que conectavam Sacsayhuamán ao templo de Coricancha/Shutterstock_Foto de iluppai

Ao contrário da ideia de civilizações que habitavam cavernas ou túneis subterrâneos, os incas utilizavam essas construções com propósitos práticos e estratégicos.

Essas estruturas eram projetadas para atender necessidades específicas, como sistemas de drenagem eficientes, reservatórios para armazenamento de água e práticas agrícolas em terrenos desafiadores. Essa abordagem demonstrava a engenhosidade e o profundo conhecimento técnico desse povo em relação ao ambiente onde viviam.

Os incas usavam essas construções para servir como túneis e passagens subterrâneas, fundamentais para conectar locais de relevância cultural e espiritual, como Sacsayhuamán e o templo de Coricancha. Além disso, é possível que algumas dessas estruturas tenham servido a propósitos ritualísticos, refletindo a crença dos incas no mundo subterrâneo, conhecido como UkuPacha.

Egito (Câmaras para túmulos)

A entrada original da Grande Pirâmide de Quéops em Gizé vista neste close-up com blocos de calcário angulares, de onde uma passagem descendente inclina-se para a câmara subterrânea perto do Cairo, Egito.
A entrada original da Grande Pirâmide de Quéops/Shutterstock_CK-TravelPhotos

Assim como os incas, os egípcios não construíam cidades subterrâneas destinadas à habitação. No entanto, suas estruturas abaixo do solo, como as câmaras nas pirâmides, eram projetadas para funções específicas, incluindo túmulos reais e locais de culto.

A recente descoberta na Itália desafia essa visão tradicional. Afinal, estudos de radar indicam a existência de uma extensa estrutura subterrânea sob as pirâmides de Gizé, levantando hipóteses sobre uma possível rede de energia e questionando a ideia de que as câmaras abaixo das pirâmides eram exclusivamente túmulos.

Turquia (Refúgio contra invasões)

Cidade subterrânea de Derinkuyu, antiga caverna na Capadócia, Turquia, local de viagem de Goreme.
A cidade subterrânea de Derinkuyu, na Turquia, é um impressionante complexo escavado na rocha/Shutterstock_Parilov

As cidades subterrâneas da Turquia, como Derinkuyu, foram projetadas, de acordo com arqueólogos, para proteger os habitantes durante períodos de conflitos e ataques, além de oferecer abrigo contra condições climáticas severas.

Essas estruturas também desempenharam um papel crucial como refúgios para indivíduos perseguidos por motivos religiosos ou políticos, destacando sua importância histórica e estratégica.

A cidade de Derinkuyu é a maior cidade subterrânea já descoberta no mundo, estendendo-se por mais de 85 metros abaixo da superfície, com mais de 18 níveis de túneis. Embora tenha sido um ponto turístico por muitos anos, a região foi declarada Patrimônio Mundial da Unesco em 1985.

França (Cemitério subterrâneo e bunkers)

A antiga Cité souterraine de Naours no departamento de Somme, Picardia, França, 23-07-2023
Túneis da da antiga Cité souterraine de Naours no departamento de Somme/Shutterstock_Traveller70

As Catacumbas de Paris, criadas no século XVIII para resolver a superlotação dos cemitérios, são um dos exemplos mais emblemáticos do legado subterrâneo da França. Esses túneis, que armazenam ossos de milhões de pessoas, misturam história, memória e urbanismo, atraindo curiosidade e visitantes de todo o mundo.

Além disso, estruturas subterrâneas francesas, como a cidade de Naours, tiveram um papel importante ao longo da história. Naours, uma vasta rede de túneis com mais de 3 quilômetros de extensão, serviu inicialmente como refúgio para as populações locais durante conflitos e ataques.

Na Segunda Guerra Mundial, o local foi usado como abrigo e ponto estratégico. Túneis como esses e os bunkers evidenciam a capacidade da França de aproveitar o subsolo para fins logísticos e de preservação cultural.

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Mistério dos barcos solares de Quéops intriga arqueólogos até hoje

Em 1954, uma escavação liderada pelo arqueólogo egípcio Kamal el-Mallakh revelou uma das descobertas mais impressionantes da história da arqueologia egípcia. Sob o lado sul da Grande Pirâmide de Gizé, duas enormes embarcações estavam enterradas em fossos esculpidos na rocha e lacrados com blocos de calcário. Os objetos chamaram atenção por sua semelhança com as míticas “barcas solares” do deus Rá, figura central da mitologia egípcia.

As embarcações, conhecidas como barcos de Quéops, foram enterradas em homenagem ao faraó responsável pela construção da pirâmide. No entanto, especialistas ainda não chegaram a um consenso sobre sua função. A principal hipótese é que os barcos não foram feitos para navegar neste mundo, mas sim para conduzir Quéops em sua jornada simbólica após a morte, quando ele se transformaria no deus solar Rá.

As barcas solares foram encontradas sob o lado sul da Grande Pirâmide de Gizé (Imagem: EaglePOV / Shutterstock.com)

Teorias sobre o uso dos barcos de Quéops

  • Apesar da teoria dominante, há estudiosos que sugerem que os barcos solares de Quéops podem, de fato, ter sido utilizados em vida.
  • Para esses pesquisadores, as embarcações poderiam ter sido empregadas como barcas funerárias, navegando pelo Nilo durante os rituais fúnebres do faraó, ou ainda como parte de uma frota utilizada pelo próprio Quéops em peregrinações religiosas.
  • As duas embarcações impressionam não apenas por seu simbolismo religioso, mas também por sua complexidade técnica.
  • Cada barco possui cerca de 43 metros de comprimento e é considerado um exemplo notável da engenharia naval do Egito Antigo.
  • Uma análise recente apontou que as embarcações foram construídas com cedro do Líbano, madeira importada devido às suas propriedades mecânicas superiores, durabilidade e resistência à água.

Montagem e preservação ao longo dos séculos

Quando foram descobertos, os barcos estavam intencionalmente desmontados, com mais de mil peças cuidadosamente empilhadas nos fossos subterrâneos. A primeira embarcação levou mais de um ano e meio para ser removida e restaurada. Após décadas exposta no Museu do Barco Solar em Gizé, foi transferida em 2021 para o Grande Museu Egípcio, próximo às pirâmides.

Já o segundo barco permaneceu lacrado até 2009, devido à complexidade de sua extração. Com as duas embarcações agora remontadas, arqueólogos puderam analisar mais profundamente as técnicas de construção utilizadas. Um dos detalhes mais surpreendentes é que as estruturas foram montadas sem o uso de pregos. As pranchas de madeira se encaixavam com precisão, unidas por um sistema de amarrações que mantinha a estrutura firme e vedada.

Fossos dos barcos solares ao redor da Grande Pirâmide de Quéops, onde uma embarcação intacta em tamanho real feita de madeira de cedro do Líbano foi encontrada em 1954, no planalto de Gizé (Imagem: CK-TravelPhotos / Shutterstock.com)

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Engenharia avançada no Egito Antigo

Considerando que o reinado de Quéops ocorreu entre 2589 e 2566 a.C., a sofisticação técnica dos barcos se destaca ainda mais. Usando apenas ferramentas de cobre e sílex, os artesãos egípcios conseguiram criar embarcações que, segundo especialistas, poderiam ainda hoje navegar, caso fossem lançadas na água.

Aos 4.500 anos de idade, os barcos solares de Quéops são atualmente as embarcações intactas mais antigas conhecidas no mundo. Apesar de seu potencial de navegação, seu real propósito continua sendo motivo de debate. O mistério sobre se essas embarcações realmente navegaram pelo Nilo ou se foram construídas apenas para uma jornada simbólica rumo ao além permanece sem resposta definitiva.

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Shepseskaf-Mastaba

Eclipse solar pode ter feito faraó quebrar tradição milenar do Egito Antigo

Uma pesquisa recente sobre as dinastias egípcias antigas sugere que um eclipse solar total, ocorrido em 2471 a.C., pode ter influenciado a construção da tumba do faraó Shepseskaf. O estudo indica que o evento astronômico teria levado a uma mudança temporária na tradição funerária do Egito.

Em poucas palavras:

  • Um eclipse solar total ocorrido há exatos 4.496 anos pode ter influenciado a tumba do faraó Shepseskaf;
  • Diferentemente de seus antecessores, ele construiu uma tumba retangular, não uma pirâmide;
  • Durante o evento, Vênus, Mercúrio e as Plêiades apareceram alinhados ao redor do Sol ocultado pela Lua;
  • Se confirmada, essa teoria reforça que fenômenos astronômicos afetaram a cultura e religião no Egito Antigo.

Durante a Quarta Dinastia, os faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos ergueram as icônicas pirâmides de Gizé, associadas ao culto ao deus solar Rá. Segundo as crenças egípcias, Rá havia surgido de um monte piramidal e suas pirâmides simbolizavam os raios solares. O nome de vários faraós dessa dinastia incluía o sufixo “-Ra” em referência à divindade.

No entanto, quando Shepseskaf assumiu o trono, essa tradição foi abruptamente interrompida. Em vez de uma pirâmide, sua tumba foi construída em um formato retangular ao sul de Saqqara, longe de Heliópolis, o principal centro de culto a Rá. Com 99,6 metros de comprimento e 74,4 metros de largura, a estrutura era imponente, mas destoava dos túmulos anteriores.

Mastaba de Shepseskaf, túmulo do último faraó da quarta dinastia egípcia. A tumba é uma estrutura retangular de aproximadamente de 10 fileiras de enormes blocos de calcário, que atualmente estão sujeitos a erosão. Crédito: Isida Project

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Fenômenos astronômicos moldaram crenças e tradições no Egito

O arqueoastrônomo Giulio Magli, professor da Faculdade de Arquitetura Civil do Politécnico de Milão, na Itália, investigou várias hipóteses sobre essa mudança. Algumas teorias sugerem que Shepseskaf não teve tempo ou poder para erguer uma pirâmide, mas a grandiosidade de sua tumba indica o contrário. Outra explicação propõe que ele queria se distanciar das pirâmides por razões políticas ou religiosas.

Magli acredita que um evento astronômico pode ter influenciado essa decisão. Ele analisou os eclipses solares que ocorreram na época e calculou que, em 1º de abril de 2471 a.C., um eclipse total aconteceu na região. Esse fenômeno durou quase sete minutos – um tempo excepcionalmente longo para um eclipse solar total.

Tumba do faraó Shepseskaf, retangular, contrastando com o túmulo tradicional em formato de pirâmide ao fundo da imagem. Crédito: Vincent Brown – Flickr

Durante o evento, Vênus e Mercúrio teriam ficado visíveis, alinhados de forma simétrica ao longo da eclíptica, com o Sol e a Lua no centro. Além disso, as Plêiades, um aglomerado de estrelas também conhecido como “As Sete Irmãs”, poderiam ter sido vistas próximas ao Sol obscurecido. Esse cenário raro pode ter impressionado profundamente os egípcios.

Ainda não se sabe se o eclipse foi interpretado como um bom ou mau presságio. No entanto, Magli sugere que a forma e a localização da tumba de Shepseskaf podem estar diretamente ligadas ao evento. O monumento teria sido construído exatamente dentro da área onde a totalidade do eclipse foi visível.

Se essa teoria estiver correta, o eclipse pode ter desencadeado uma mudança momentânea no culto ao Sol, levando Shepseskaf a romper com a tradição das pirâmides. Isso reforça a ideia de que fenômenos astronômicos influenciaram a cultura e as crenças do Egito Antigo de maneiras ainda pouco compreendidas.

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