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Quem foi o primeiro faraó do Egito?

O período ao qual costumamos chamar de Egito Antigo durou cerca de 2700 anos, e a maior parte desse tempo foi marcada por um governo imperial. Essa história é muito antiga e passou por líderes como Cleópatra e Tutancâmon, mas quem foi o primeiro deles?

Muitas informações desse período se perderam, e muitas lendas dessa época se confundem com fatos. De qualquer forma, a tradição egípcia considera Menés (ou Narmer, em grego) como o primeiro faraó e responsável pela unificação do Egito.

Ele teria sido responsável pela unificação do Egito, que até então era dividido em Alto e Baixo, em um só reino, marcando o início do período dinástico e da Primeira Dinastia do Egito.

Além da tradição, existem alguns documentos que indicam a existência de Menés, como a Paleta de Narmer, um artefato arqueológico decorativo, que consiste em uma placa de pouco mais de 60 centímetros de altura, com desenhos e escritas, incluindo o nome de Narmer.

Placas de Narmer (Imagem: Wikimedia)

Primeiro faraó não é unânime

Apesar da placa, Menés está longe de ser unânime, isso porque nem a certeza de que ele e Narmer sejam a mesma pessoa está totalmente clara.

Alguns egiptólogos argumentam que Narmer e Menés foram um só, sugerindo que “Menés” pode ter sido um título ou nome de coroação adotado por Narmer após a unificação.

Menés
Estátua de Menés (Imagem: Reprodução)

Essa teoria é apoiada pela ideia de que “Menés” pode significar “Aquele que permanece” ou “Aquele que é estabelecido”, um título apropriado para um unificador. Além disso, a falta de evidências arqueológicas diretas sobre Menés pode indicar que ele era conhecido por outro nome durante seu reinado, como Narmer.

Outros estudiosos defendem que Narmer e Menés foram dois governantes distintos. Nesse caso, Narmer teria iniciado o processo de unificação, enquanto Menés (seu sucessor) teria completado o processo e fundado a Primeira Dinastia. Essa visão é baseada em listas de reis e fragmentos de registros históricos que sugerem uma sequência de governantes no início da Primeira Dinastia.

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De qualquer forma, os dois nomes são associados à figura do primeiro faraó, que iniciou um dos maiores e mais importantes impérios da história da humanidade, que resistiu por mais de dois milênios, até ser derrubado pelo Império Romano. Mas isso é história para outro momento.

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Arqueólogos descobrem ‘Cidade do Ouro’ de 3 mil anos no Egito

Uma espécie de cidade usada para mineração de ouro três mil anos atrás foi descoberta no Egito, conforme divulgado pelo Ministério do Turismo e Antiguidades. O local fica em Jabal Sukari, na província do Mar Vermelho.

A escavação demorou dois anos para ser concluída. “O projeto envolveu extensas escavações arqueológicas, documentação e esforços de restauração para salvaguardar os elementos arquitetônicos descobertos no local”, informou a pasta numa postagem em sua página no Facebook.

‘Cidade do Ouro’ no Egito ajuda arqueólogos a entenderem vida e trabalho de garimpeiros da época

O projeto encontrou equipamentos dos garimpeiros e artefatos usados por quem morava na “Cidade do Ouro”. “É uma descoberta significativa porque expande a nossa compreensão das antigas técnicas de mineração egípcias”, disse o ministro Sherif Fathy.

‘Cidade do Ouro’ foi encontrada em Jabal Sukari, na província do Mar Vermelho, no Egito (Imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

O assentamento tinha estações de moagem e britagem; bacias de filtração e de sedimentação; e fornos de argila, onde se fundia o ouro extraído dos veios de quartzo.

Além disso, os arqueólogos encontraram um bairro onde os garimpeiros moravam. O distrito tinha ruínas de casas, oficiais, templos, balneários e edifícios administrativos da era ptolomaica (305 e 30 a.C).

Montagem de artefatos encontrados em cidade do ouro de três mil anos no Egito
Artefatos encontrados na ‘Cidade do Ouro’ no Egito ajudam arqueólogos a entenderem como as pessoas viviam lá na época (Imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

Os artefatos encontrados no local também ajudam pesquisadores a entender a vida social, econômica e religiosa dos garimpeiros, segundo Fathy. Entre os objetos encontrados, estavam: perfumes, remédios, vasos de cerâmica e estatuetas de pedra com imagens de divindades – por exemplo: Bastet (deusa da proteção, do prazer e da boa saúde) e Harpócrates (deus do silêncio e do segredo).

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Descoberta de nova tumba real reacende mistérios sobre Tutmósis II

Em achado que remete aos tempos de Howard Carter e do túmulo de Tutancâmon, egiptólogos desenterraram uma tumba real decorada na região de Luxor, a oeste do icônico Vale dos Reis. Trata-se do primeiro local desse tipo descoberto em mais de um século.

Suposta múmia de Tutmósis II dentro de caixa de vidro
Suposta múmia de Tutmósis II em exposição (Imagem: B.O’Kane/Alamy)

Fragmentos de cerâmica e vestígios diversos encontrados no amplo espaço subterrâneo indicam que a tumba pertencia a Tutmósis II, jovem faraó que morreu prematuramente há mais de três mil anos.

Saiba mais sobre a tumba milenar e a identidade do faraó nesta matéria do Olhar Digital.

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Descoberta de nova tumba real reacende mistérios sobre Tutmósis II

Em achado que remete aos tempos de Howard Carter e do túmulo de Tutancâmon, egiptólogos desenterraram uma tumba real decorada na região de Luxor, a oeste do icônico Vale dos Reis. Trata-se do primeiro local desse tipo descoberto em mais de um século.

Tumba milenar e a identidade do faraó

  • Fragmentos de cerâmica e vestígios diversos encontrados no amplo espaço subterrâneo indicam que a tumba pertencia a Tutmósis II, jovem faraó que morreu prematuramente há mais de três mil anos;
  • Esse é o último túmulo não identificado dos descendentes conhecidos da 18ª Dinastia, época marcada pelo apogeu do poder e das ambições imperialistas egípcias;
  • A descoberta também ajuda os estudiosos a delimitar o período em que os antigos egípcios passaram a enterrar seus reis no Vale dos Reis, logo após a morte de Tutmósis II.

Os arqueólogos afirmam, com convicção, a autoria do túmulo em relação ao faraó, baseando-se em fragmentos de alabastro inscritos que revelam que sua esposa e meia-irmã, Hatshepsut — que viria a se tornar a mais influente governante feminina da história do Egito — foi a responsável pela construção da câmara funerária em sua homenagem.

Esse é o último túmulo não identificado dos descendentes conhecidos da 18ª Dinastia (Imagem: Divulgação/Ministry of Tourism and Antiquities)

Elementos, como um teto ornamentado com estrelas amarelas sobre fundo azul e a descoberta de um texto religioso reservado aos reis, reforçaram essa conclusão, conforme explica Trent Hugler, egiptólogo da Universidade de Oxford (Inglaterra), que não participou da descoberta, ao The Wall Street Journal.

Anunciada no mês passado, a descoberta é fruto de colaboração entre o Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito e a New Kingdom Research Foundation, ligada à Universidade de Cambridge (Inglaterra).

Entretanto, o mistério se aprofunda: todos os pertences e móveis que acompanhariam Tutmósis II no sepultamento, assim como o próprio corpo, desapareceram do local.

Sinais de danos causados pela água e o completo esvaziamento dos itens funerários sugerem que, durante uma inundação, o conteúdo da tumba foi transferido para novo local, e não saqueado por ladrões, explica Piers Litherland, chefe da New Kingdom Research Foundation.

“Quando a tumba foi inundada, seus itens foram removidos para outro túmulo, que ainda não encontramos“, afirmou Litherland. Reenterramentos como esse não eram incomuns na antiguidade, segundo Hugler.

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Dúvida sobre verdadeira múmia de Tutmósis II

A localização do corpo de Tutmósis II ainda gera controvérsias. Uma múmia exposta no Museu Nacional da Civilização Egípcia, no Cairo (Egito), descoberta em 1881, é tradicionalmente atribuída ao faraó.

Contudo, alguns estudiosos argumentam que o indivíduo, que faleceu entre os 30 e 40 anos, aparenta ter idade incompatível com Tutmósis II, que teria ascendido ao trono na adolescência e governado por apenas alguns anos.

Apesar de um representante do museu afirmar que uma inscrição no sudário confirma a identidade do monarca, Hugler aponta que o nome está grafado incorretamente, sugerindo que o corpo pode ter sido rotulado erroneamente por antigos sacerdotes.

Fragmentos de alabastro inscritos revelariam que esposa e meia-irmã de Tutmósis II foi a responsável pela construção da câmara funerária em sua homenagem (Imagem: Divulgação/Ministry of Tourism and Antiquities)

Diversos especialistas acreditam que ainda existe um segundo túmulo de Tutmósis II, possivelmente contendo os artefatos funerários transferidos do local recém-descoberto.

Litherland deposita esperança na localização desse sepultamento, prevendo que o corpo também esteja lá. “Espero que possamos esclarecer essas dúvidas com novas evidências. Esse é o foco de nossas investigações atualmente”, concluiu.

A descoberta não só enriquece o panorama da história egípcia, mas, também, instiga novas pesquisas sobre os rituais de sepultamento e as dinâmicas de reenterramento praticadas na antiguidade.

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