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Empresas de Musk nunca estiveram tão ameaçadas pela concorrência

Em um cenário de dominância da Tesla no mercado de veículos elétricos, enquanto a SpaceX liderava a indústria espacial, Elon Musk não perdia o sono por conta da concorrência até pouco tempo.

No entanto, agora, as duas empresas de Musk enfrentam uma concorrência crescente e desafios inesperados, como explica um artigo do The Economist.

A SpaceX, que realizou a maior parte dos lançamentos espaciais nos últimos anos, vê sua liderança ameaçada por rivais como o Projeto Kuiper da Amazon, que planeja colocar mais de 3.000 satélites em órbita baixa, e a Blue Origin de Jeff Bezos, que recentemente obteve sucesso com seu foguete New Glenn.

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Enquanto se envolve cada vez mais no governo de Donald Trump, Musk vê suas empresas serem ameaçadas por rivais (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

Além disso, a Starlink, divisão de satélites da SpaceX, enfrenta dúvidas sobre sua confiabilidade, especialmente após as controvérsias sobre o fornecimento de serviços à Ucrânia. A crescente confiança dos clientes em alternativas, como a OneWeb da Eutelsat, também representa uma ameaça.

Tesla com valor de mercado reduzido pela metade

  • No setor automotivo, a Tesla perdeu parte de sua vantagem no mercado de EVs.
  • A empresa viu seu valor de mercado cair pela metade, enquanto concorrentes como a General Motors e a Hyundai ganham terreno, principalmente com o aumento das vendas de veículos elétricos.
  • Na China, a Tesla enfrenta uma ameaça ainda maior com a BYD, que triplicou sua participação no mercado e superou a Tesla em vendas.
  • A inovação da BYD, como sistemas de carregamento mais rápidos e novas tecnologias de assistência ao motorista, coloca pressão sobre a Tesla, que já lida com margens de lucro menores devido à redução de preços.

Embora Musk ainda tenha projetos promissores, como o foguete Starship e os robôs humanoides, a crescente concorrência e os desafios internos colocam suas empresas em uma posição mais vulnerável, com rivais prontos para aproveitar a oportunidade.

Tesla, antes líder no setor de carros elétricos, já vem sendo superada em vendas pela BYD, da China (Imagem: Muhammad Alimaki / Shutterstock.com)

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Tesla: depois dos protestos e da queda nas vendas, há mais uma má notícia

Tesla enfrenta um momento delicado. Além do aumento da concorrência de empresas chinesas, da queda nas vendas de carros elétricos e dos protestos violentos contra a montadora, o número de proprietários negociando os modelos fabricados pela companhia de Elon Musk atingiu recorde.

De todos os veículos trocados nas concessionárias dos EUA por carros novos ou usados até 16 de março, 1,4% eram da Tesla. Este é o maior número de veículos da fabricante de veículos elétricos já registrado, de acordo com dados do site de compras de carros dos EUA Edmunds.

Polêmicas envolvendo a figura de Musk estão por trás do movimento

Em março do ano passado, apenas 0,4% de todos os veículos comercializados eram Teslas. Este número subiu para 0,8% em janeiro deste ano e 1,2% em fevereiro, indicando um movimento constante de proprietários trocando os veículos.

O movimento tem sido registrado em meio a uma onda de críticas por conta da aproximação entre Musk e Donald Trump. O bilionário é criticado por promover, a pedido do presidente, cortes de funcionários do governo dos EUA, além do encerramento de contratos de financiamento de programas humanitários ao redor do mundo.

Tesla vive momento delicado (Imagem: Trygve Finkelsen/Shutterstock)

Uma série de protestos, inclusive marcados por atos de violência, foram registrados nas últimas semanas nos EUA. Em alguns deles, manifestantes colocaram fogos em veículos da Tesla. Segundo Jessica Caldwell, chefe de insights da Edmunds, as trocas fazem parte deste cenário. As informações são do The Washington Post.

A fidelidade à marca está se tornando um ponto de interrogação maior, pois fatores como o crescente envolvimento público de Elon Musk no governo, as preocupações com a depreciação da Tesla e sua crescente saturação nas principais áreas metropolitanas deixam alguns proprietários de longa data se sentindo desconectados da marca.

Jessica Caldwell, chefe de insights da Edmunds

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Ao fundo, fotos de ELon Musk (direita) e Donald Trump (esquerda); à frente, parte da bandeira dos EUA tremulando na tela de um smartphone
Trump nomeou Musk para um posto na Casa Branca (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Demanda por veículos da Tesla desacelerou

  • A parcela de pessoas que consideram comprar um novo Tesla também caiu.
  • De acordo com a Edmunds, em fevereiro, 1,8% dos compradores de carros no site estavam pensando em comprar um novo modelo da empresa de Musk.
  • Isso representa a menor proporção desde outubro de 2022.
  • O número atingiu o pico de 3,3% no final de novembro de 2024.
  • Ainda de acordo com o levantamento, quando os consumidores trocam um Tesla, a maioria está comprando modelos elétricos ou híbridos, inclusive de montadoras rivais.

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Musk circula pelo Pentágono e quer informantes processados

Elon Musk participou de reunião com o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, no Pentágono recentemente, segundo a Reuters. Pouco antes, o New York Times tinha publicado que o bilionário teria acesso a planos secretos de guerra contra a China. No X, o empresário disse aguardar processos contra “aqueles no Pentágono que estão vazando informações maliciosamente falsas para o NYT”.

Além de Musk, o presidente dos EUA, Donald Trump, e outros negaram que o bilionário teria acesso aos tais planos secretos. Hegseth disse que conversou com o empresário sobre inovação e eficiência. “Não havia planos de guerra, nem planos de guerra chineses. Não havia planos secretos.

Musk participa de reunião com secretário de Defesa enquanto governo investiga possíveis leakers

Ao sair da reunião com o secretário de Defesa, Musk teria dito que a reunião foi bem-sucedida. “Se houver algo que eu possa fazer para ajudar… gostaria que tivéssemos um bom resultado aqui”, teria dito o empresário ao sair. Musk lidera a investida interna da administração Trump para cortar gastos do governo.

Musk lidera a investida interna da administração Trump para cortar gastos do governo (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Depois da reunião entre Musk e o secretário de Defesa, Trump disse que não queria mostrar os planos dos Estados Unidos para uma possível guerra com a China a ninguém.

“Não quero mostrar isso a ninguém. Mas certamente você não mostraria isso a um empresário que está nos ajudando tanto”, disse Trump. “Elon tem negócios na China, e ele seria suscetível, talvez, a isso”, acrescentou.

A Casa Branca já havia dito anteriormente que Musk não se envolveria caso surgissem conflitos de interesse entre suas negociações comerciais e sua função de cortar os gastos do governo federal.

Consequências e investigações

Após a controvérsia em torno da matéria do New York Times, uma reunião planejada entre Trump e membros do Estado-Maior Conjunto numa sala conhecida como “The Tank” foi cancelada.

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Trump disse que não queria mostrar os planos dos EUA para uma possível guerra com a China a ninguém (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

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Recentemente, a diretora de Inteligência Nacional dos EUA, Tulsi Gabbard, disse que havia ordenado uma investigação sobre os vazamentos de dentro da comunidade de inteligência. Além disso, disse investigar as salas de bate-papo internas em busca de qualquer má conduta por parte dos funcionários.

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Elon Musk chinês? Bilionários da China correm atrás do sucesso da SpaceX

Nos últimos anos, boa parte dos investimentos da China na indústria espacial veio do espaço com a Administração Espacial Nacional da China (CNSA), mas agora o país se prepara para um novo passo, incentivando empresas privadas no setor. A principal inspiração para isso está nos Estados Unidos, mais especificamente na SpaceX, de Elon Musk.

A empresas privadas mudaram a forma como os EUA lidam com o segmento espacial. Apesar de boa parte dos investimentos nessas companhias ainda serem governamentais e através da NASA, a concorrência está trazendo cada vez mais players (e dinheiro) para o setor. De acordo com o Washington Post, a China se prepara para entrar de vez na exploração espacial comercial.

Segundo o jornal, pelo menos seis foguetes projetos por empresas privadas do país se preparam para voar ainda esse ano. Investimentos bilionários estão sendo feitos pelo governo chinês nessas empresas visando acelerar o desenvolvimento desses foguetes.

Os modelos são reutilizáveis, seguindo a estratégia da SpaceX com o Falcon 9. O grande objetivo é que a indústria local chinesa seja autossustentável, sem depender de empresas externas, um movimento que pode se intensificar ainda mais com o governo de Donald Trump nos EUA.

Foguete chinês Long March 3B Imagem: CAST

A China abriu seu setor espacial para empresas privadas há mais de 10 anos, em 2014. Mas o gasto privado no seguimento em 2024 praticamente dobrou em comparação com 2023, atingindo quase 3 bilhões de dólares.

Em entrevista ao jornal americano, o professor Linoln Hines, da Georgia Tech, disse que Pequim precisa dessas empresas para inovar. “Se a China continuar a ter essa indústria estatal inchada, ela pode fazer feitos enormes como ir ao outro lado da lua ou colocar humanos no espaço, mas ela pode inovar e competir com os Estados Unidos?”, disse ele.

Decolagem do Falcon 9
Falcon 9 decolou com sucesso (Imagem: Reprodução/YouTube/NASA)

SpaceX é exemplo para a China no espaço

Apenas a SpaceX, maior expoente do setor privado nos EUA, foi responsável por mais da metade de todos os lançamentos orbitais do ano passado. Foi justamente esse sucesso que motivou outras empresas a investirem no setor e fazerem parceria com Pequim.

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“Isso é muito, muito importante porque o ambiente de financiamento na China é mais conservador do que nos EUA”, disse Lan Tianyi , fundador da empresa de consultoria Ultimate Blue Nebula, de Pequim. “Também serviu para trazer pessoas de outras indústrias para trabalhar em negócios relacionados ao espaço.”

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LandSpace Technology (Imagem: Divulgação)

Um dos exemplos é a LandSpace Technology, cofundada por um ex-banqueiro, uma empresa chinesa líder privada de foguetes reutilizáveis. A companhia ganhou destaque em 2023 ao lançar um foguete movido a oxigênio líquido e metano, o mesmo propulsor usado mais tarde na Starship da SpaceX. 

A China ainda prepara pelo menos dois concorrentes para a rede de internet via satélite Starlink, da SpaceX, são eles a Guowang e Thousand Sails. O último, inclusive, possui acordo assinado para fornecer a tecnologia para o Brasil.

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Com acusação de censura, Musk está processando governo da Índia

O X está processando o Ministério de Tecnologia da Informação da Índia com uma acusação de censura. A empresa de Elon Musk afirma que o governo facilitou a remoção de conteúdo online que não se enquadra nesse tipo de política.

A ação acontece em meio a tentativas da Starlink e da Tesla, também empresas de Musk, de ampliar sua presença no país.

Empresa acusa governo indiano de censurar conteúdos (Imagem: rafapress/Shutterstock)

X acusa Índia de censura

O X diz que o Ministério de TI da Índia teria facilitado a remoção de conteúdos online na rede social. Além disso, teria autorizado “inúmeros” funcionários a executar essas ordens.

O processo é público e datado de 5 março. A acusação afirma que o ministério estaria pedindo para que outros departamentos nacionais usem um site do governo do Ministério de Assuntos Internos para emitir ordens de bloqueio de conteúdos no X. A empresa alega “censura irrestrita de informações na Índia”.

A plataforma de Musk defende que os bloqueios não estão de acordo com as políticas indianas para remoção de conteúdo, que valem para casos de danos à soberania e à ordem pública. Ainda, diz que essas ordens costumavam ter supervisão rigorosa de funcionários de alto escalação do ministério e, agora, estariam na mão de “inúmeros” funcionários.

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O que diz o governo da Índia

O caso foi ouvido por um juiz do tribunal superior do estado de Carnataca, mas nenhuma decisão foi tomada. Ele será ouvido novamente em 27 de março.

O jornal britânico The Guardian entrou em contato com o Mistério de TI da Índia, que redirecionou a solicitação de posicionamento ao Ministério de Assuntos Internos. O órgão não respondeu.

Ao fundo, foto de Elon Musk olhando para o lado esquerdo; à frente e mais à direita, logo da Starlink em um smartphone na horizontal
Processo vem em meio a tentativas da Starlink de operar no país (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Elon Musk está tentando ampliar presença no país

  • Simultaneamente ao processo, a Tesla, também de Elon Musk, está buscando ampliar sua presença na Índia;
  • A empresa do setor automotivo estaria alugando espaços, negociando com companhias locais e contratando funcionários no país, em uma tentativa de criar fábricas por lá;
  • A ampliação da presença global da Tesla vem em meio a quedas de mercado nos Estados Unidos;
  • Já a Starlink, empresa de internet via satélite de Musk, quer entrar oficialmente na Índia, mas ainda aguarda aprovações.

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Grok, chatbot de Elon Musk, discorda de quase tudo que seu criador defende

Quando lançou a nova versão de seu chatbot de IA, o Grok-3, Elon Musk prometeu que a ferramenta “buscaria ao máximo a verdade… mesmo que essa verdade às vezes esteja em desacordo com o que é politicamente correto”. A ferramenta chegou em 2023 com a proposta de não ter ‘papas na língua’, respondendo o que outras IAs se recusariam a responder.

Recentemente, o bilionário, que já chegou a apoiar o democrata Joe Biden, se alinhou com o republicano Donald Trump e passou a concordar com suas ideias conservadoras.

No entanto, um teste feito pelo jornal estadunidense Washington Post mostrou que o Grok não concorda com as afirmações feitas pelo presidente Trump, que muitas vezes foram ressoadas por Musk.

Grok pertence à xAI, empresa de Elon Musk (IMagem: Mamun_Sheikh/Shutterstock)

Musk acusou ChatGPT de ser progressista

No teste, o WP enviou frases entoadas pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pediu que o Grok comentasse. O resultado foi que, em muitos casos, o chatbot deu respostas que contradiziam os posicionamentos de Elon Musk em tópicos relacionados a direitos humanos, diversidade e inclusão, e imigração.

O chatbot, construído pela startup xAI (de Musk), foi criado com a proposta de ser “politicamente incorreto” e dar respostas que outras ferramentas se recusariam a dar.

Em ocasiões anteriores, o bilionário já havia criticado outros chatbots. Em uma entrevista de abril de 2023, para a Fox News, o executivo disse que a OpenAI estaria “treinando a IA para mentir” ao incorporar feedbacks humanos, ao invés dos dados ‘puros’.

Ele também se referiu ao ChatGPT como “woke”, uma expressão usada para falar sobre pessoas com ideias progressistas.

Silhuetas de Donald Trump e Elon Musk; ao fundo, bandeira dos Estados Unidos
Musk se aliou a Donald Trump e ganou um cargo no governo federal (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

Grok discorda de Trump e Musk

A ideia era que o Grok não fosse “woke”. Na prática, isso não aconteceu, já que o chatbot discordou das afirmações de Trump (apoiadas por Musk) sobre assuntos políticos. Inclusive, de acordo com o jornal, o Grok-3 (versão mais recente da ferramenta) tende a desmentir afirmações de extrema-direita.

Por exemplo:

  • Musk afirmou repetidamente que os democratas (de Joe Biden) “importaram” imigrantes ilegais para votar nos Estados Unidos e fraudar as urnas. O Grok respondeu que não há nenhuma evidência que comprove isso;
  • Trump e Musk se mostraram contrários a programas de diversidade e inclusão (que propõem a inclusão de mulheres e minorias nas empresas). Depois de uma colisão fatal entre um avião e um helicóptero em Virgína, em janeiro, o executivo disse em entrevista ao apresentador Joe Rogan que os programas de diversidade criaram uma escassez de talentos nas torres de controle aéreo. O Grok respondeu que os programas não têm nada a ver com o acidente;
  • Em outra ocasião, Musk afirmou que a Agência Federal de Gestão de Emergências teria pago US$ 10 milhões para abrigar imigrantes ilegais em hotéis de luxo em Nova Iorque. O Grok, novamente, negou.

Mas não é sempre que o chatbot discorda. Quando questionado sobre eventos atuais, como notícias, o Grok tende a extrair conteúdo de páginas do X – que muitas vezes são tendenciosas.

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Grok e outras IAs têm vieses

Vale lembrar que os chatbots de inteligência artificial mais famosos são treinados com dados públicos da internet e incluem vieses de todos os tipos (desde posicionamentos políticos até preconceitos). As empresas tendem a excluir dados violentos ou extremos, mas o refinamento do que a IA pode dizer vem apenas depois do treinamento com dados.

A xAI já admitiu que o Grok tem vieses, incluindo quando a ferramenta censurou críticas e Trump e Elon Musk (saiba mais aqui).

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Musk promete novidades sobre robotáxi e robô humanoide da Tesla

O CEO da Tesla, Elon Musk, prometeu grandes novidades sobre o robotáxi Cybercab e o robô humanoide Optimus durante reunião supresa com funcionários na quinta-feira (20). Ainda na reunião, transmitida ao vivo, o bilionário pede aos funcionários para “segurarem suas ações” da empresa.

Musk animou seus funcionários enquanto a reputação pública da Tesla despenca, observou o Business Insider. Isso se reflete no valor das ações da empresa, que caiu 50% de dezembro de 2024 para cá.

Fabricação ‘revolucionária’ de Cybercabs, legiões de Optimus: as promessas de Musk em reunião na Tesla

Sobre o Cybercab, Musk afirmou que um “processo revolucionário de fabricação” está em andamento, capaz de construir um robô-táxi em “menos de cinco segundos”. Seria como uma “linha de produção de eletrônicos de consumo em alta velocidade”, disse o CEO da Tesla.

Musk afirmou que um “processo revolucionário de fabricação” está em andamento na Tesla para trazer modelos de Cybercab ao mundo (Imagem: Divulgação/Tesla)

Vale lembrar: a Tesla revelou o Cybercab em seu evento “We, Robot” em outubro de 2025. E Musk disse que as pessoas poderiam comprar um por US$ 30 mil (aproximadamente R$ 172 mil) até 2026.

Musk também disse que a empresa precisará criar uma máquina de fundição muito grande. Este parece ser o processo de “gigacasting” que a empresa desenvolvia, mas aparentemente desistiu em 2024.

Já em relação ao robô Optimus, Musk disse que o robô estaria entre os produtos que levariam o valor da Tesla a novas alturas. Os outros produtos seriam o Cybercab e o software autônomo da Tesla, utilizado para o recurso Full Self-Driving (leia-se: piloto automático) dos veículos da marca.

Robô da Tesla com mão fechada e olhando para o lado
Robô Optimus estará em operação plena em 2025, promete Elon Musk (Imagem: Divulgação/Tesla)

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“É algo tão profundo e não há comparação com nada no passado”, disse Musk. Ele afirmou que a Tesla pode produzir cerca de cinco mil robôs Optimus em 2025.

“Acho que literalmente construiremos uma legião, pelo menos uma legião, de robôs este ano. E, provavelmente, dez legiões no próximo ano”, disse o bilionário. Promessas, promessas, promessas.

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Musk está pronto para acessar planos dos EUA para possível guerra com a China

Nesta sexta-feira (21), o Pentágono deve apresentar a Elon Musk os planos militares dos Estados Unidos para um eventual conflito com a China, segundo informaram dois altos funcionários estadunidenses nesta quinta-feira (20) ao The New York Times.

Outra fonte do jornal afirmou que a apresentação terá foco na China, sem, contudo, revelar mais detalhes. Um quarto funcionário confirmou a presença de Musk no Pentágono na sexta-feira (21), mas também não forneceu informações adicionais.

Conceder a Musk acesso a alguns dos segredos militares mais bem guardados do país representaria ampliação significativa de seu já extenso papel como conselheiro do presidente Donald Trump e líder na iniciativa de redução de gastos e eliminação de pessoas e políticas consideradas indesejáveis pelo governo.

Essa situação também evidencia as questões relativas aos conflitos de interesse envolvendo Musk, visto que ele atua em diversas áreas da burocracia federal enquanto continua à frente de empresas que são importantes contratadas pelo governo. Nesse contexto, o bilionário e CEO de SpaceX e Tesla é um dos principais fornecedores do Pentágono e possui investimentos financeiros expressivos na China.

Bilionário está ganhando cada vez mais poderes (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

Musk e os planos militares mais bem guardados do mundo

  • Os chamados planos de guerra do Pentágono, conhecidos no meio militar como O-plans ou planos operacionais, estão entre os segredos mais protegidos das Forças Armadas;
  • Se um país estrangeiro soubesse como os Estados Unidos planejam lutar contra ele, poderia fortalecer suas defesas e corrigir suas vulnerabilidades, reduzindo, significativamente, a eficácia desses planos;
  • A apresentação ultrassecreta sobre o plano de guerra contra a China consiste em cerca de 20 a 30 slides, nos quais se expõe como os Estados Unidos conduziria um conflito dessa natureza;
  • Segundo autoridades que têm conhecimento do assunto, o material abrange desde os primeiros sinais e alertas sobre a ameaça chinesa até as diversas opções de alvos a serem atingidos, em determinado período, que seriam submetidos à decisão do presidente Trump.

Um porta-voz da Casa Branca não respondeu a e-mail do Times que pedia esclarecimentos sobre o objetivo da visita, como ela foi organizada, se o presidente tinha ciência da mesma e se isso suscitaria dúvidas quanto a conflitos de interesse. A administração não informou se Trump assinou termo de isenção de conflito de interesses para Musk.

Poderes (quase) ilimitados

Após a publicação da reportagem, Sean Parnell, o principal porta-voz do Departamento de Defesa, afirmou, em comunicado: “O Departamento de Defesa está entusiasmado em receber Elon Musk no Pentágono na sexta-feira. Ele foi convidado pelo secretário Hegseth e está apenas visitando.”

O encontro ressalta o duplo papel extraordinário desempenhado por Musk, que, além de ser o homem mais rico do mundo, recebeu amplos poderes do presidente Trump.

Musk possui autorização de segurança e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, pode decidir quem tem acesso às informações sobre o plano. Entretanto, compartilhar muitos detalhes técnicos com Musk é questão à parte.

De acordo com os oficiais, o secretário Hegseth, o almirante Christopher W. Grady, presidente interino do Estado-Maior Conjunto, e o almirante Samuel J. Paparo, comandante do Comando Indo-Pacífico, estão programados para apresentar a Musk os detalhes do plano dos EUA para conter a China em caso de conflito militar.

Planos operacionais para contingências importantes, como uma guerra com a China, são extremamente complexos para quem não possui vasta experiência em planejamento militar. Devido à sua natureza técnica, geralmente, os presidentes recebem apenas os contornos gerais do plano e não o documento completo. Ainda não está claro quantos detalhes Musk desejará ou precisará conhecer.

Segundo autoridades próximas ao assunto, Hegseth recebeu parte da apresentação sobre o plano de guerra contra a China na semana passada e outra parte na quarta-feira (19).

Não ficou claro qual foi o motivo para conceder a Musk uma apresentação tão sensível. Ele não faz parte da cadeia de comando militar, nem é conselheiro oficial de Trump em questões militares relacionadas à China.

Entretanto, existe possível razão para que o bilionário precise conhecer certos aspectos do plano de guerra. Se Musk e sua equipe de redução de custos do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) pretendem cortar o orçamento do Pentágono de forma responsável, eles podem necessitar saber quais sistemas de armas o Pentágono planeja utilizar em eventual conflito com a China, explana o Times.

Por exemplo, considere os porta-aviões. Reduzir a produção futura desses navios poderia economizar bilhões de dólares, recursos que poderiam ser investidos em drones ou outras armas. Contudo, se a estratégia de guerra dos EUA depende do uso inovador dos porta-aviões para surpreender a China, desativar navios existentes ou interromper a produção de novos pode comprometer esse plano.

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Preparo para conflito com a China e gastos militares astronômicos

O planejamento para uma guerra com a China tem sido preocupação constante no Pentágono há décadas, muito antes de um confronto com Pequim se tornar opinião consolidada no Congresso. Os Estados Unidos estruturaram suas Forças Aéreas, Marinha e Forças Espaciais — e, mais recentemente, também os seus Marines e Exército — com a possibilidade de conflito com os chineses em mente.

Críticos afirmam que o setor militar investiu demais em sistemas caros e de grande porte, como caças e porta-aviões, e de menos em drones de médio alcance e defesas costeiras. No entanto, para que Musk possa reorientar os gastos do Pentágono, ele precisa saber quais equipamentos o setor militar pretende utilizar e para qual finalidade.

O bilionário já chegou a defender que o Pentágono pare de adquirir itens de alto custo, como os caças F-35, fabricados por um de seus concorrentes na área de lançamentos espaciais, a Lockheed Martin, em programa que custa aos Estados Unidos mais de US$ 12 bilhões (R$ 67,94 bilhões) por ano.

Por outro lado, os amplos interesses empresariais de Musk tornam seu acesso a segredos estratégicos sobre a China uma questão séria, do ponto de vista ético. Autoridades afirmam que as revisões dos planos de guerra contra a China têm dado ênfase à atualização das estratégias de defesa contra ataques espaciais. A China desenvolveu um conjunto de armas capazes de atingir satélites dos EUA.

Embora as constelações de satélites Starlink de baixa órbita, de propriedade de Musk, sejam consideradas mais resilientes do que os satélites convencionais, ele pode ter interesse em saber se os Estados Unidos conseguiriam proteger seus satélites em conflito com os asiáticos.

Participar de uma sessão ultrassecreta sobre a ameaça chinesa, ao lado de alguns dos mais altos funcionários do Pentágono e das Forças Armadas dos EUA, seria oportunidade extremamente valiosa para qualquer contratada de defesa que deseje fornecer serviços ao setor militar.

O líder do DOGE poderia, assim, obter insights sobre novas tecnologias que o Pentágono possa vir a necessitar e que a SpaceX, onde ele continua atuando como CEO, poderia oferecer.

Embora contratadas que trabalham em projetos relacionados ao Pentágono, geralmente, tenham acesso a certos documentos de planejamento de guerra – mas somente após sua aprovação –, executivos individuais, raramente, conseguem acesso exclusivo a altos funcionários do Pentágono para apresentação desse tipo, conforme afirmou Todd Harrison, pesquisador sênior do American Enterprise Institute, que se dedica à estratégia de defesa, ao Times.

“Musk participando de uma apresentação de planejamento de guerra?” afirmou Harrison. “Conceder ao CEO de uma única empresa de defesa um acesso exclusivo pode servir de base para protestos contratuais e configura verdadeiro conflito de interesses.”

A SpaceX já recebe bilhões de dólares do Pentágono e de agências de inteligência para ajudar os Estados Unidos a construir novas redes de satélites militares, com o objetivo de enfrentar as crescentes ameaças militares da China. A empresa espacial lança a maioria desses satélites militares a bordo de seus foguetes Falcon 9, que decolam de bases militares estabelecidas pela empresa na Flórida (EUA) e na Califórnia (EUA).

Além disso, a empresa já recebeu centenas de milhões de dólares do Pentágono, que, atualmente, depende fortemente da rede de comunicações via satélite da Starlink (cuja dona é a SpaceX) para transmitir dados de militares ao redor do mundo.

Retrato de Trump e Musk.
Elon Musk, dono de seis empresas, incluindo a Tesla, garantiu US$ 13 bilhões em contratos federais nos últimos cinco anos. Com Trump no poder, sua influência no governo só cresce (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Em 2024, a SpaceX foi contemplada com, aproximadamente, US$ 1,6 bilhão (R$ 9,05 bilhões) em contratos com a Força Aérea. Esse valor não inclui os gastos classificados que o Escritório Nacional de Reconhecimento investe na empresa para a construção de nova constelação de satélites de baixa órbita, destinada a espionagem contra a China, Rússia e outras adversárias.

Trump já propôs a criação de novo sistema militar, denominado Golden Dome, sistema de defesa antimísseis baseado no Espaço que remete às iniciativas do presidente Ronald Reagan (cujo sistema “Star Wars” nunca foi totalmente concretizado).

A percepção de ameaças de mísseis vindos da China — seja de armas nucleares, mísseis hipersônicos ou mísseis de cruzeiro — foi um dos principais motivos que levaram Trump a assinar ordem executiva recente, instruindo o Pentágono a iniciar os trabalhos sobre o Golden Dome.

Mesmo o simples planejamento e construção dos primeiros componentes do sistema deverá custar dezenas de bilhões de dólares, segundo autoridades do Pentágono, o que, provavelmente, abrirá grandes oportunidades de negócio para a SpaceX, que já fornece lançamentos de foguetes, estruturas de satélites e sistemas de comunicação de dados baseados no Espaço, todos necessários para o Golden Dome.

Em paralelo, Musk tem sido alvo de investigações conduzidas pelo auditor-geral do Pentágono sobre possíveis descumprimentos relacionados à sua autorização de segurança ultrassecreta.

Essas investigações tiveram início no ano passado, após reclamações de funcionários da SpaceX junto a órgãos governamentais, que alegaram que Musk e outros membros da empresa não estariam reportando, adequadamente, contatos ou conversas com líderes estrangeiros.

Antes do final da administração Biden, autoridades da Força Aérea iniciaram sua própria revisão, após questionamentos de senadores democratas, que afirmaram que Musk não estava cumprindo os requisitos para a autorização de segurança.

De fato, a Força Aérea havia negado pedido de Musk para obter autorização de segurança de nível ainda mais elevado, o chamado Special Access Program – destinado a programas ultrassecretos –, alegando riscos de segurança associados ao bilionário.

A importância da SpaceX para o Pentágono chegou a tal ponto que o governo chinês passou a considerar a empresa uma extensão das Forças Armadas dos Estados Unidos.

Um artigo, intitulado “Militarização do Starlink e Seu Impacto na Estabilidade Estratégica Global”, foi publicado no ano passado por uma universidade chinesa de defesa, conforme tradução realizada pelo Center for Strategic and International Studies.

Além disso, Musk e Tesla – empresa de veículos elétricos sob seu controle – mantêm forte dependência da China, onde opera uma das principais fábricas da montadora, em Xangai. Inaugurada em 2019, essa instalação de última geração foi construída com autorização especial do governo chinês e, atualmente, responde por mais da metade das entregas globais da Tesla.

No ano passado, a empresa informou, em registros financeiros, que possuía acordo de empréstimo de US$ 2,8 bilhões (R$ 15,85 bilhões) com bancos chineses para despesas de produção.

Em público, Musk tem evitado críticas a Pequim e demonstrado disposição para colaborar com o Partido Comunista Chinês. Em 2022, ele escreveu coluna para a revista da Administração do Ciberespaço da China – órgão de censura do país – enaltecendo suas empresas e suas missões de aprimorar a humanidade.

Nesse mesmo ano, o bilionário afirmou ao The Financial Times que a China deveria receber algum controle sobre Taiwan, sugerindo a criação de “zona administrativa especial para Taiwan que fosse razoavelmente aceitável”, comentário que irritou políticos da ilha independente. Na mesma entrevista, Musk também destacou que Pequim exigiu garantias de que ele não venderia a Starlink na China.

No ano seguinte, durante conferência de tecnologia, Musk chegou a se referir à ilha democrática como “parte integrante da China que, de forma arbitrária, não faz parte da China”, comparando a situação entre Taiwan e China à relação entre Havaí e Estados Unidos.

No X, que ele mesmo administra, Musk, frequentemente, elogia a China, afirmando que o país é, “de longe”, líder mundial em veículos elétricos e energia solar, além de elogiar seu programa espacial por ser “muito mais avançado do que se imagina”. Ele também tem incentivado visitas ao país e manifestado abertamente sua crença em aliança inevitável entre Rússia e China.

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Os desafios que a Tesla tem que vencer — além das polêmicas em torno de Elon Musk

“Há três anos, este é o carro que integra nossa família – um verdadeiro sonho“, como afirma Ben Kilbey à BBC enquanto exibe seu reluzente Tesla Model Y, de um branco perolizado.

Ben é um entusiasta declarado dos veículos elétricos. À frente de uma empresa de comunicação que promove negócios sustentáveis no Reino Unido, ele conta que chegou o momento de vender o Model Y, motivado pelo seu descontentamento com as atitudes de Elon Musk, CEO da Tesla. Em especial, Ben repudia a forma como Musk lidou com a dispensa de funcionários do governo dos EUA.

Não apoio a polarização nem comportamentos desprovidos de empatia. Existem maneiras de agir sem excluir ou desmerecer as pessoas” , explica Ben, reforçando seu desagrado com atitudes depreciativas.

Musk possui várias tarefas e tem dificuldade em gerir tudo (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

Essa postura se insere em movimento mais amplo de contestação às atitudes de Musk, que ganhou força desde que o executivo passou a comandar o controverso Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), responsável por reduzir os gastos do governo federal.

Além disso, Musk se envolveu em política internacional, participando de um vídeo em comício do partido de direita radical Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) antes das eleições parlamentares, e promovendo ataques online contra políticos britânicos, incluindo o primeiro-ministro Keir Starmer. Para alguns críticos, essas ações ultrapassaram todos os limites.

Manifestantes se reuniram em frente a diversas concessionárias da Tesla, não só nos EUA, mas, também, no Canadá, Reino Unido, Alemanha e Portugal. Embora a maioria dos protestos tenha sido pacífica, houve episódios de vandalismo envolvendo showrooms, estações de recarga e veículos – com alguns carros incendiados em incidentes isolados na França e na Alemanha.

Nos Estados Unidos, o Tesla Cybertruck – a caminhonete metálica de design angular – tornou-se alvo especial do sentimento anti-Musk. Diversos vídeos nas redes sociais mostram o veículo pichado com suásticas, coberto de lixo ou até utilizado como rampa de skate.

O presidente dos EUA, Donald Trump, foi rápido em demonstrar apoio à Tesla, permitindo que a empresa exibisse seus carros em frente à Casa Branca e anunciando sua intenção de adquirir um. Segundo ele, os ataques violentos aos showrooms deveriam ser tratados como “terrorismo doméstico”.

Musk, por sua vez, respondeu de forma enfática: “Esse nível de violência é insano e profundamente errado”, enfatizou em entrevista à Fox News, destacando que a Tesla fabrica apenas carros elétricos e não merece tais agressões.

Ainda é difícil mensurar exatamente o impacto dessas controvérsias sobre o desempenho da Tesla – e até que ponto as opiniões de Musk, bem como seu envolvimento com o governo Trump, possam ter afetado a marca e afastado alguns consumidores tradicionais de veículos elétricos. Se esse for o caso, resta saber se a Tesla conseguirá manter sua trajetória de sucesso enquanto Musk permanece à frente dela.

Tesla: uma história de transformação

  • Há cerca de 20 anos, a Tesla era apenas uma pequena startup no Vale do Silício, com equipe reduzida e grandes sonhos de revolucionar a indústria automobilística;
  • Hoje, a marca é líder global em vendas de veículos elétricos, com imensas fábricas espalhadas pelo mundo e é reconhecida por demonstrar que os carros elétricos podem ser rápidos, potentes, divertidos e práticos;
  • Musk, o principal rosto da empresa, impulsionou essa transformação desde que se juntou à Tesla em 2004, atuando como presidente e principal financiador, e assumiu o cargo de CEO quatro anos depois;
  • Sob sua liderança, a Tesla se tornou pioneira ao colocar os veículos elétricos no mercado de massa, incentivando outros fabricantes a investirem na tecnologia e aumentando a conscientização sobre o tema.

É impressionante recordar que, não muito tempo atrás, os veículos elétricos eram vistos como lentos, sem graça e com autonomia limitada. O lançamento do Tesla Model S em 2012, com desempenho comparável ao de um carro esportivo e autonomia superior a 400 quilômetros, foi crucial para mudar essa percepção e impulsionar o crescimento acelerado do setor.

Hoje, a Tesla não se limita a produzir automóveis. A empresa investe fortemente em sistemas de direção autônoma, com o objetivo de lançar frotas de robô-táxis sem motorista. Também expandiu sua atuação para o armazenamento de energia e está desenvolvendo um robô humanoide, batizado de Optimus.

Assim como Steve Jobs se tornou sinônimo da Apple, Musk encarna a marca, sempre presente em eventos e lançamentos, e possui uma legião de admiradores. Contudo, recentemente, o executivo também ganhou notoriedade por difundir suas opiniões políticas por meio do X, enquanto a própria Tesla enfrenta desafios cada vez maiores.

Tesla Model Y
Apesar das dificuldades, o Model Y foi o veículo mais vendido no ano passado (Imagem: Artistic Operations/Shutterstock)

Desafios e queda nas vendas

Embora o Model Y tenha sido o carro mais vendido do mundo no último ano, as vendas totais da Tesla caíram pela primeira vez em mais de uma década, passando de 1,81 milhão para 1,79 milhão de unidades. Mesmo que o declínio seja pequeno, em uma empresa orientada para o crescimento, essa redução, acompanhada de queda no lucro anual, já serve de alerta.

O início deste ano foi especialmente complicado na Europa, onde os novos registros de veículos caíram 45% em janeiro de 2024 em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em fevereiro, os principais mercados europeus novamente registraram declínios, com exceção do Reino Unido, que teve aumento de 21% nas vendas, e a Austrália. Paralelamente, as remessas dos carros fabricados na China – destinados tanto ao mercado interno quanto ao externo – sofreram queda de mais de 49% no mesmo período.

No começo de março, o analista Joseph Spak, do UBS, previu queda de 5% nas vendas globais da Tesla para este ano, contrariando as expectativas de crescimento de 10%. Essa previsão provocou queda brusca de 15% no valor das ações em um único dia, contribuindo para desvalorização de 40% desde o início do ano.

Pesquisa realizada pela Morning Consult Intelligence aponta que as atitudes de Musk têm prejudicado a Tesla, principalmente na União Europeia (UE) e no Canadá, embora não tenham o mesmo impacto na China, um dos maiores mercados da empresa.

Nos EUA, a situação é mais complexa, pois muitos consumidores aprovam os cortes nos gastos do governo promovidos pelo DOGE, mas a pesquisa ressalta que Musk pode estar afastando compradores de alta renda, colocando a Tesla em desvantagem frente a outros concorrentes.

A Tesla não comentou sobre a queda nas vendas em resposta às indagações da BBC. Entretanto, especialistas acreditam que os problemas enfrentados pela empresa vão além das controvérsias envolvendo a imagem de seu CEO.

Inovação estagnada e concorrência crescente

A linha atual de modelos da Tesla, que já foi considerada revolucionária, hoje, parece perder seu brilho. O Model S, lançado em 2012, e o Model X, em 2015, já não surpreendem como antes. Mesmo os mais recentes e acessíveis Model 3 e Model Y começam a parecer desatualizados em mercado cada vez mais competitivo.

Segundo Stephanie Valdez Streaty, diretora de insights de mercado na Cox Automotive, a única novidade significativa foi o lançamento da Cybertruck – modelo ainda de nicho –, e as atualizações no Model Y não geraram grande repercussão.

Peter Wells, diretor do Centro de Pesquisa do Setor Automotivo da Universidade de Cardiff (País de Gales), observa que a falta de inovação na linha de produtos pode ser um dos principais entraves para a Tesla, sugerindo que Musk deveria buscar novas direções.

A concorrência vem de diversos lados. Fabricantes tradicionais, como Kia e Hyundai, estão investindo fortemente na transição para veículos elétricos e ganhando reputação pela qualidade de seus carros movidos a bateria.

Simultaneamente, uma série de novas marcas chinesas, como BYD, Xpeng e Nio, está emergindo – oferecendo desde modelos com excelente desempenho e preços competitivos até veículos sofisticados focados no segmento de luxo e tecnologia de ponta. Valdez Streaty destaca que os incentivos e subsídios na China têm impulsionado essas empresas, representando ameaça significativa não só para a Tesla, mas para todo o setor.

Essa ameaça foi evidenciada em meados de março, quando a BYD anunciou desenvolvimento de sistema de carregamento ultrarrápido que promete fornecer 400 quilômetros de autonomia em apenas cinco minutos, superando a capacidade da rede de supercarregadores da Tesla.

Tesla Cybertruck
Lançamento da Cybertruck foi o que mais movimentou o mercado da empresa nos últimos anos (Imagem: Mike Mareen/Shutterstock)

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Robô-táxis da Tesla e sobrecarga de Musk

Durante as teleconferências de resultados da Tesla, Musk enfatizou suas prioridades no desenvolvimento de veículos autônomos. Em janeiro, ele afirmou que um serviço de robô-táxi estaria operando no Texas (EUA) até junho, o que gerou ceticismo entre analistas, lembrando promessas similares feitas em 2019, quando Musk previu um milhão de Teslas capazes de operar como táxis autônomos.

Enquanto isso, o sistema Full Self Driving (FSD) da Tesla ainda requer que o motorista permaneça atento o tempo todo. Jay Nagley, da consultoria Redspy, critica a repetição dessas promessas, afirmando que, a cada ano, surge uma nova garantia de que os carros autônomos estão chegando – mas eles parecem nunca se materializar.

A situação levanta uma questão: será que Musk está realmente conseguindo conciliar todas as suas atividades? A Tesla precisa de uma liderança forte e focada, mas o CEO, atualmente, divide sua atenção entre diversos empreendimentos – como o X, a empresa de inteligência artificial (IA) xAI e a companhia espacial SpaceX, que, recentemente, enfrentou problemas com os lançamentos do foguete Starship.

Em entrevista à Fox Business, quando questionado sobre como consegue administrar tantas responsabilidades, Musk respondeu: “Com grande dificuldade”.

Peter Wells ressalta que é complicado identificar até que ponto Musk está diretamente envolvido nas decisões estratégicas da Tesla, como o posicionamento de produtos e a localização de fábricas. Se ele é o responsável por essas escolhas fundamentais, é imprescindível que a liderança seja 100% comprometida e tenha profundo conhecimento do setor automotivo.

Desde sua entrada na empresa, o controle de Musk na Tesla tem sido inquestionável. Atualmente, ele permanece como o maior acionista individual, com participação de 13% – avaliada em mais de US$ 95 bilhões (R$ 537,9 bilhões, na conversão direta) – equivalente às somas combinadas de gigantes do investimento, como Vanguard e Blackrock, enquanto outras instituições, como State Street Bank e Morgan Stanley, mantêm participações menores.

Para os investidores, embora as recentes quedas no preço das ações tenham sido desagradáveis, o valor atual ainda está quase 30% acima do registrado há um ano, e o declínio recente apenas compensou o crescimento acentuado observado após as eleições, que, praticamente, dobrou o valor de mercado da empresa.

Pedidos pela saída de Musk

Hoje, a Tesla é avaliada em mais de 100 vezes seus lucros, múltiplo muito superior ao de concorrentes, como Ford, General Motors (GM) e Toyota, o que indica que os investidores continuam depositando grandes expectativas em avanços tecnológicos e crescimento acelerado.

No entanto, Jay Nagley observa que a empresa está sendo valorizada como se dominasse tanto o mercado de veículos elétricos quanto o futuro dos robô-táxis e carros autônomos – cenários que parecem cada vez mais distantes diante da crescente força dos fabricantes chineses.

Embora os principais investidores não estejam se mobilizando por mudanças imediatas, alguns críticos, como o gerente de fundos de investimento Ross Gerber, chegaram a pedir a renúncia de Musk.

Especialistas, por sua vez, acreditam que a Tesla se beneficiaria enormemente de uma nova liderança. Matthias Schmidt, da consultoria Schmidt Automotive Research, defende que um novo CEO seria “a melhor solução para a empresa neste momento”, eliminando a “contaminação tóxica” associada a Musk, resolvendo os conflitos de interesse ligados ao seu cargo no DOGE e permitindo dedicação integral ao negócio automotivo.

Peter Wells conclui que a Tesla precisa urgentemente de alguém com sólida experiência no setor, capaz de racionalizar as operações e orientar a empresa rumo à nova fase de crescimento.

BYD vs. Tesla
Concorrência de chinesas, como a BYD, e de outras montadoras, é outro problema para a Tesla (Imagem: ssi77/Shutterstock)

Em suma, enquanto a Tesla segue sua trajetória como líder mundial em veículos elétricos, os desafios impostos pela estagnação de sua linha de produtos, a intensa concorrência internacional e as controvérsias envolvendo seu carismático – porém polêmico – CEO levantam dúvidas sobre a continuidade desse sucesso.

A resposta para o futuro da empresa pode depender, em grande parte, de renovação na liderança e de foco mais concentrado no setor automotivo.

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Tesla volta a ser alvo de ataques nos EUA e autoridades falam em terrorismo

A Tesla tem sido alvo de uma série de protestos violentos nos Estados Unidos nas últimas semanas. A situação tem gerado preocupação e, por conta disso, as autoridades norte-americanas já falam em atos de “terrorismo”.

O movimento “Tesla Takedown” tem como objetivo expressar o descontentamento com o papel de Elon Musk dentro da Casa Branca. O empresário foi um dos principais apoiadores de Donald Trump na campanha eleitoral e hoje chefia o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE).

Veículos foram incendidos

Nos últimos dias, houve registro de Cybertrucks incendiados, balas e coquetéis molotov disparados contra showrooms da Tesla e outros ataques a propriedades da empresa. Nesta terça-feira (18), um novo caso de violência aconteceu em Las Vegas.

Pelo menos cinco veículos foram danificados, sendo dois deles completamente consumidos pelas chamas, de acordo com o Departamento de Polícia Metropolitana da cidade. Também foram feitas pichações nas portas do prédio com a palavra “Resist” (resistir em português).

A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, condenou os episódios e afirmou que o Departamento de Justiça já acusou várias pessoas pelos incidentes. Ela chamou os protestos de “terrorismo doméstico” e prometeu combater os crimes.

Em publicação no X (antigo Twitter), Elon Musk compartilhou o vídeo do ato de vandalismo registrado em Las Vegas e lamentou os ataques. Ele disse que “a Tesla só faz carros elétricos e não fez nada para merecer esses ataques malignos”.

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Trump nomeou Musk para um posto na Casa Branca (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Participação de Musk no governo dos EUA é motivo de protesto

  • Os protestos contra a Tesla são motivados pela aproximação entre Musk e Trump.
  • O bilionário é criticado por promover, a pedido do presidente, cortes de funcionários do governo dos EUA, além do encerramento de contratos de financiamento de programas humanitários ao redor do mundo.
  • Manifestações pacíficas já ocorreram em diversas concessionárias e fábricas da empresa na América do Norte e na Europa.
  • Além disso, alguns donos de modelos da fabricante de veículos elétricos prometeram vender os carros ou colaram adesivos de protesto contra o CEO neles.
  • No entanto, nas últimas semanas, alguns atos de vandalismo foram registrados.

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