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Brasil na tecnologia: perdemos para os EUA, mas ganhamos do resto do mundo; entenda

Estadunidenses ganham quase o dobro de brasileiros que atuam na mesma função em empresas estrangeiras de tecnologia, revela o estudo Brazilian Global Salary.

Produzido pela TechFX, plataforma de câmbio para profissionais que prestam serviços ao exterior, o estudo ouviu 1,61 mil brasileiros entre novembro e dezembro de 2024, dos quais 1,43 mil atuam para empresas internacionais, destacando tendências salariais globais e o papel dos trabalhadores do país nesse cenário.

Segundo o levantamento, profissionais estadunidenses que atuam no ramo de tecnologia ganham, em média, 1,9 vez mais em comparação com brasileiros que desempenham a mesma função remotamente. Para chegar a esse dado, a empresa comparou dados coletados em sua pesquisa com informações sobre o salário médio dos estadunidenses da área, com base no estudo Stack Overflow 2024.

Gráfico mostra a diferença entre salários de profissionais de TI no Brasil e no mundo (Imagem: Reprodução)

Entretanto, quando comparados a vagas ocupadas por pessoas de outras partes do mundo, os brasileiros levam vantagem. De acordo com o estudo, os desenvolvedores do Brasil ganham, em média, 10% a mais do que outras nacionalidades que exercem as mesmas funções no exterior

Na visão de Alan Sikora, CTO e fundador da TechFX, estas variações reforçam crescente valorização dos talentos nacionais dentro do mercado tecnológico cada vez mais globalizado. “Mesmo com desafios, os brasileiros estão conquistando posição relevante no mercado internacional, o que abre caminhos para quem busca oportunidades fora do país, seja por conta de salários alinhados a moedas fortes ou a busca por flexibilidade e autonomia”, explica.

Tecnologia aquecida

  • Procurando avaliar o setor de tecnologia de forma mais minuciosa, o estudo também trouxe as diferenças salariais correlacionadas à especialização nas linguagens de programação mais bem pagas no mercado global;
  • Segundo o levantamento, dos 1,25 mil profissionais do segmento que responderam à pesquisa, apenas 9,2% são desenvolvedores da linguagem Ruby e tendem a receber mais;
  • Outras opções que aparecem em destaque, com vencimentos mensais altos, são as linguagens Elixir e Go;
  • Mesmo com a valorização crescente em tecnologias emergentes, elas também representam baixo índice de pessoas que contam com essa expertise, sendo 1,68% e 6,24%, respectivamente. 

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Quanto mais rara a linguagem, maior o salário — mas poucos dominam as mais bem pagas, revela estudo da TechFX (Imagem: amgun/Shutterstock)

Além disso, a pesquisa também avaliou a relação entre o salário médio dos profissionais atrelada à sua especialização e os anos de experiência na área. Dentro deste escopo, o conhecimento em Engenharia de Confiabilidade de Sites (SRE, na sigla em inglês) lidera os salários médios das carreiras tecnológicas, com profissionais recebendo US$ 9,94 mil (R$ 57,16 mil) mensais e acumulando experiência média de 14,26 anos

Já a especialização em aprendizado de máquina combina bons salários (US$ 6,25 mil/R$ 35,93 mil) com experiência média mais baixa (6,15 anos), o que pode indicar um caminho promissor para profissionais iniciantes. Outro destaque do estudo foi a variabilidade salarial observada na área de cibersegurança, com desvio padrão de US$ 5,21 mil (R$ 29,99 mil), indicando diferenças significativas entre os profissionais. 

“A tecnologia oferece oportunidades únicas de crescimento e mobilidade para talentos do Brasil, mas ainda existem desafios a serem superados, como o acesso à educação em linguagens de maior demanda e especializações estratégicas“, completa Sikora.

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Mesmo com recuo de Trump, big techs ainda têm dor de cabeça

Os últimos dias foram bastante tensos para a economia global. As tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos contra todos os países do mundo fizeram o mercado financeiro colapsar. Donald Trump acabou recuando e interrompeu as cobranças por 90 dias (exceto para a China).

As ações das big techs chegaram a subir após a mudança de postura da Casa Branca. No entanto, as incertezas sobre o futuro acabaram gerando novas quedas e as principais empresas de tecnologia ampliaram suas perdas na Bolsa de Valores.

Guerra comercial e possível recessão preocupam investidores

Desde o anúncio das tarifas, as ações da Apple, Amazon, Meta e Tesla, por exemplo, tiveram uma desvalorização de mais de 10%. A Nasdaq, que concentra ações de empresas do setor, registrou uma queda de mais de 7% nas últimas duas semanas.

Tarifas de Donald Trump provocaram choques econômicos globais (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

O problema é que todas estas companhias têm uma ligação forte com a China e outros países asiáticos. O tarifaço de Trump deixará a produção nestes locais mais cara, o que pode impactar os preços, e, em último caso, causar uma recessão global.

Lembrando que, apesar da pausa nas tarifas, todos os países terão que pagar uma taxa mínima, de 10%, para importações dos EUA. Já a China teve sua cobrança mantida (na verdade aumentada) para mais de 100%, criando uma guerra comercial entre as duas principais potências econômicas do planeta.

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Empresas de tecnologia continuam contabilizando prejuízos (Imagem: gguy/Shutterstock)

Resultados das big techs:

  • Teslaas ações da empresa tiveram desvalorização de 14,57% desde o anúncio das tarifas.
  • Meta: queda de 13,98% nos últimos dias.
  • Apple: papéis da companhia registraram prejuízo de 13,23%.
  • Amazonqueda de 11,06% nas ações da empresa.
  • Nvidia: desvalorização de 6,87%.
  • Microsoftpapéis tiveram queda de 2,76%.
  • Alphabetas ações da empresa tiveram desvalorização de 2,36% desde o anúncio das tarifas.

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Crise ou IA? Empresas de tecnologia continuam demitindo em 2025

Não chegamos nem mesmo na metade do ano, mas as demissões anunciadas pelas empresas de tecnologia em 2025 já atingem um número expressivo. Até agora, foram mais de 23 mil cortes feitos pelo setor.

Os números são do rastreador Layoffs.fyi e indicam uma tendência de manutenção nos esforços para redução dos gastos pelas companhias. No ano passado, foram mais de 150 mil funcionários desligados por mais 500 empresas.

Processo de redução dos gastos

O boom da inteligência artificial continua motivando a maioria dos desligamentos. As empresas acreditam que a IA pode desempenhar melhor diversas funções, reduzindo a necessidade de muitos cargos.

Maior número de demissões aconteceu no mês de março (Imagem: 4 PM production/Shutterstock)

Os números também demonstram que os cortes vem aumentando. Em janeiro deste ano, foram 2.403 funcionários de empresas de tecnologia demitidos. O saldo aumentou para 16.234 trabalhadores em fevereiro e chegou a mais de 88 mil no mês de março.

As incertezas econômicas podem ter pesado para as mais recentes decisões. As tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocaram pânico nos mercados globais e, apesar do adiamento das taxações, ninguém sabe ao certo o que está por vir.

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Fachada de prédio do Google
Google demitiu centenas de funcionários neste mês (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

Demissões no mês de abril

  • O Google foi uma das empresas que anunciaram ondas de demissões recentes.
  • A gigante do setor desligou centenas de funcionários de sua divisão de plataformas e dispositivos, que abrange Android, telefones Pixel, e o navegador Chrome, por exemplo.
  • Já a Microsoft informou que vai cortar novos funcionários ainda neste mês, embora não tenha especificado um número.
  • O mesmo cenário acontece no WordPress.com, que está demitindo 16% de sua força de trabalho em todos os departamentos.
  • Mais de 270 trabalhadores podem ser impactados.
  • Já o Canva dispensou de 10 a 12 redatores técnicos após incentivar o uso de ferramentas de IA generativa.

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