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Prepare o bolso! Conta de luz vai ficar mais cara em maio; entenda

A conta de luz terá custo adicional em maio. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, na sexta-feira (25), que vai acionar a bandeira tarifária amarela no próximo mês.

Na prática, isso significa que será cobrado um valor extra de R$ 1,88 para cada 100 kWh (quilowatts-hora) que aparecerem como consumidos na sua conta de energia.

Por que a conta de luz vai subir? Entenda a bandeira amarela (e demais bandeiras) da Aneel

A decisão, segundo a Aneel, foi tomada “devido a redução das chuvas em razão da transição do período chuvoso para o período seco do ano”, segundo o G1.

Sistema de bandeiras tarifárias (verde, amarela ou vermelha) funciona como um semáforo que indica se a energia custará mais ou menos para ser gerada (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Para entender melhor: o sistema de bandeiras tarifárias (verde, amarela ou vermelha) funciona como um semáforo que indica se a energia custará mais ou menos para ser gerada.

  • Verde: Condições favoráveis, sem custo extra. Geralmente ocorre quando chove bastante e os reservatórios das hidrelétricas estão cheios;
  • Amarela/Vermelha: Condições menos favoráveis ou desfavoráveis. Quando chove pouco, as hidrelétricas geram menos energia e é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes.

Então, para cobrir esse custo extra, a Aneel aciona as bandeiras amarela ou vermelha (patamares 1 e 2), repassando o valor para o consumidor.

Pessoa prestes a pegar lâmpada num spot
Bandeira amarela tem custo extra que equivale a R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Entenda os custos de cada bandeira:

  • Bandeira verde: Sem custo adicional;
  • Bandeira amarela: Custo extra de R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora), o que equivale a R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos;
  • Bandeira vermelha – Patamar 1: Custo extra de R$ 44,63 por MWh (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
  • Bandeira vermelha – Patamar 2: Custo extra de R$ 78,77 por MWh (ou R$ 7,87 a cada 100 kWh).

Fim do período de alívio

A bandeira amarela em maio interrompe um período de cinco meses no qual a bandeira verde esteve em vigor – ou seja, no qual as contas vinham sem cobrança adicional.

Mulher andando na rua com guarda-chuva aberto durante chuva
Período chuvoso entre dezembro de 2024 e abril de 2025 ajudou a manter os reservatórios das hidrelétricas em bons níveis (Imagem: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

De dezembro de 2024 a abril de 2025, o período mais chuvoso ajudou a manter os reservatórios das hidrelétricas em bons níveis, o que dispensou a taxa extra.

Agora, a Aneel informou que “as previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios para os próximos meses ficaram abaixo da média“.

Leia mais:

Portanto, a partir de maio, fique atento ao consumo de energia para tentar reduzir o impacto da bandeira amarela no seu orçamento.

Por que sua conta de luz está cada vez mais cara?

O aumento da conta de luz se tornou um dos principais fatores de insatisfação popular e um desafio concreto para a economia brasileira, como mostra um artigo da professora Clarice Ferraz, da Escola de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), publicado no The Conversation.

Contas de luz colocadas uma sobre a outra, na diagonal
Aumento da conta de luz se tornou um dos principais fatores de insatisfação popular no Brasil (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Em fevereiro de 2025, a tarifa de energia elétrica subiu em média 17%, puxando a inflação do mês para o maior patamar em 22 anos. A alta foi agravada pela retirada do “bônus de Itaipu”, mecanismo que no mês anterior reduziu temporariamente os preços da eletricidade.

Essa questão no Brasil é estrutural e complexa. Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.

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Dá para calcular o gasto de energia de uma conversa com a inteligência artificial

Cada comando enviado e executado por chatbots de inteligência artificial gasta muita energia. Imagine uma conta de eletricidade gigantesca só para uma conversa com o ChatGPT. Mas você já parou para pensar exatamente qual é esse consumo?

Se sua resposta foi “sim”, você não é o único. O engenheiro da empresa de IA Hugging Face Julien Delavande criou uma ferramenta para estimar em tempo real o consumo de energia das mensagens enviadas e respondida pelos chatbots.

IA gasta eletricidade, mas valor exato ainda é difícil de estimar (Imagem: Nomad_Soul/Shutterstock)

Quanta energia gasta uma conversa com a inteligência artificial?

A resposta exata é bem difícil de obter. A ferramenta criada por Delavande traz uma estimativa.

Antes disso, vamos contextualizar:

  • A inteligência artificial gasta muita energia porque depende de GPUs (circuitos eletrônicos para processar gráficos, imagens e vídeos) e chips especializados;
  • Já esses eletrônicos dependem de eletricidade para executar a demanda de trabalho, o que causa todo o consumo da IA;
  • É por isso que você já deve ter ouvido falar que os data centers, onde essas estruturas ficam armazenadas, gastam muita eletricidade.

Voltando: a ferramenta de Delavande foi projetada para funcionar com o Chat UI, uma interface com usuário de código aberto que funciona para os modelos Llama 3.3 70B, da Meta, e o Gemma 3, do Google.

O programa estima em tempo real o consumo de energia das mensagens enviadas e recebidas pelos chatbots, em watts-hora ou joules. Ele também compara o consumo com o de eletrodomésticos do dia a dia, como lâmpadas LED e micro-ondas.

Demonstração da ferramenta (Imagem: Delavande Julien/X/Reprodução)

Veja uma demonstração:

Segundo o TechCrunch, pedir para o Llama 3.3 70B escrever um e-mail gasta cerca de 0,1841 Watt-hora, o equivalente a ligar um micro-ondas por 0,12 segundos.

Consumo é apenas estimado

Como falamos, medir o consumo exato da inteligência artificial é complicado. O criador deixa claro que a ferramenta traz apenas estimativas – e elas podem não ser 100% precisas.

Leia mais:

O objetivo é fazer um lembrete importante: a IA tem um custo (e bem alto). Segundo Delavande e os cocriadores da ferramenta, projetos como esse buscam trazer transparência para a tecnologia.

Um dia, o uso de energia poderá ser tão visível quanto os rótulos nutricionais dos alimentos!

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Gentileza gera gentileza… e dano ambiental? No caso da IA, parece que sim

Você já parou para pensar no impacto que um simples “por favor” ou “muito obrigado” pode ter? Indo para além das boas maneiras nos relacionamentos pessoais, a gentileza é usada para obter melhores respostas da inteligência artificial (IA) – e o mais intrigante nisso é que acaba gerando dano ambiental.

O que parece ser apenas um gesto educado, pode estar custando muito caro. Não só para quem desenvolve essas tecnologias, mas também para o planeta. Tendo em vista que o “caro”, no caso, tem a ver com o uso de energia. E ainda não temos na Terra como obter totalmente eletricidade sem acabar prejudicando o meio ambiente.

Muita energia para a IA

Quando você diz “por favor” para um assistente de IA, ele processa essa gentileza como qualquer outro comando. E processamento requer energia. Muita energia. Sam Altman confirmou isso em uma interação na rede social X.

O usuário @tomieinlove se perguntou “quanto dinheiro a OpenAI perdeu em custos de eletricidade com pessoas dizendo “por favor” e “obrigado” aos seus modelos”. Em resposta, o CEO da OpenAI “disse dezenas de milhões de dólares”, apontando ainda que “nunca se sabe” – e que esse gasto “é bem gasto”. Mas será que é tão “bem gasto assim”? A própria startup já tinha apontado que o mundo não terá energia suficiente para a IA.

Leia também:

Um estudo recente, realizado pelo Washington Post em parceria com a Universidade da Califórnia, revelou que enviar um único e-mail gerado por IA consome 14 quilowatts-hora de eletricidade. Isso é suficiente para manter 14 lâmpadas LED acesas por uma hora. Se você fizer isso toda semana durante um ano, o impacto seria equivalente ao consumo de eletricidade de nove casas na capital dos Estados Unidos. E muito disso por causa de algumas palavras extras digitadas na sua mensagem – como um “por favor”, por exemplo.

Gentileza demais

Acontece que ser gentil com a IA não é apenas um capricho humano. Na verdade, usar linguagem respeitosa pode influenciar diretamente as respostas recebidas. Afinal, esses sistemas funcionam como espelhos: quanto mais cordial seu pedido, mais amigável será a resposta. O problema é que cada interação demanda cálculos complexos e, consequentemente, maior uso de recursos energéticos. Aliás, isso nos faz lembrar das dicas para obter as melhores imagens das IAs, onde “descrever tudo como se quer com riqueza de detalhes”, certamente, exige palavras extras.

Os números já são alarmantes. Hoje, os data centers que sustentam nossas ferramentas de IA já respondem por cerca de 2% do consumo global de energia, independentemente de gentileza ou não. No curto prazo, a Agência Internacional de Energia (AIE) estimou que o consumo de energia elétrica dos data centers poderá chegar a 1.050 TWh em 2026.

Isso deve crescer exponencialmente à medida que essas tecnologias se tornam onipresentes em nossas vidas nos próximos anos e décadas. Se for ver, cada vez que pedimos algo com um “por favor”, estamos contribuindo para uma pegada de carbono que já pesa toneladas. Será que a gentileza terá que ficar restrita aos relacionamentos entre humanos, deixando a IA de fora? Pode ser que, enquanto não tivermos forma de obter energia 100% sustentável, seja uma boa ideia.

Via Futurism

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Chuva como fonte de energia? Nova tecnologia mostra que é possível

Pesquisadores da Universidade Nacional de Singapura desenvolveram método inovador para gerar eletricidade a partir de gotas de chuva — algo que, até então, parecia improvável como fonte de energia.

Utilizando tubos verticais extremamente finos, feitos de material condutor, o sistema converte a energia mecânica das gotas em energia elétrica com notável eficiência. O estudo foi publicado na ACS Central Science.

Método simples e eficiente consegue converter 10% da energia das gotas de chuva em eletricidade (Imagem: Valjing/Shutterstock)

Como o método de transformar chuva em energia elétrica funciona

  • O segredo está no chamado “fluxo em tampão“, padrão no qual as gotas se alternam com bolhas de ar ao descer pelos tubos;
  • Esse movimento gera separação de cargas elétricas, permitindo que a energia seja captada por fios conectados às partes superior e inferior da estrutura;
  • Em testes de laboratório, o sistema converteu cerca de 10% da energia cinética das gotas em eletricidade, sendo cinco vezes mais eficiente que um fluxo contínuo de água.

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Com apenas dois tubos de 32 cm cada, os pesquisadores conseguiram alimentar 12 lâmpadas LED por 20 segundos — demonstração prática do potencial da tecnologia.

Sistema seria aplicável em áreas urbanas

Embora ainda não seja solução de geração em larga escala como as usinas hidrelétricas, o sistema se mostra promissor para aplicações urbanas, especialmente em telhados de edifícios, onde poderia complementar outras fontes de energia renovável.

Além disso, os testes indicam que o desempenho em ambientes reais — com chuvas naturais — pode ser ainda melhor, já que o fluxo de gotas durante o experimento foi mais lento do que o da precipitação comum.

Os cientistas acreditam que a simplicidade e o baixo custo de implementação podem tornar essa uma alternativa viável e sustentável, especialmente em áreas com alta frequência de chuvas.

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Cientistas criam forma de gerar eletricidade com gotas de chuva (Imagem: Nicola Anderson/Unsplash)

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Google assina primeiro contrato de energia geotérmica na Ásia

O Google firmou seu primeiro contrato de compra de energia geotérmica na Ásia, marcando também o início do uso desse tipo de energia em Taiwan por uma corporação.

O acordo foi fechado com a empresa sueca Baseload Capital, especializada em projetos de energia renovável, e prevê a adição de 10 megawatts de energia limpa à rede elétrica de Taiwan até 2029 — o que dobrará a capacidade geotérmica comercial atual do país.

Essa iniciativa faz parte do esforço global do Google para zerar as emissões líquidas e operar com energia 100% livre de carbono 24/7 até 2030.

Energia geotérmica é aliada para metas de descarbonização

  • A energia geotérmica, extraída do calor do interior da Terra, é uma fonte renovável contínua, essencial para substituir combustíveis fósseis e combater as mudanças climáticas.
  • O novo fornecimento ajudará a alimentar data centers, escritórios e centros de pesquisa do Google em Taiwan, incluindo seu maior centro de desenvolvimento de hardware fora dos EUA.
  • A empresa também revelou que está investindo diretamente na Baseload Capital, embora os valores não tenham sido divulgados.
A energia geotérmica é extraída do calor do interior do planeta Terra – Imagem: Peter Gudella/Shutterstock

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Acordos em outros países também podem sair

Fora de Taiwan, o Google já trabalha com a startup Fervo Energy nos EUA, buscando desenvolver tecnologias que expandam o uso da energia geotérmica para além de áreas com reservatórios naturais. A empresa também estuda novos acordos na Indonésia, Japão e Austrália, em parceria com universidades locais.

“Esperamos que este acordo pioneiro estimule outras empresas a investir em energia geotérmica na Ásia e em outras regiões do mundo”, disse Michael Terrell, diretor de energia limpa e redução de carbono do Google.

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Energia geotérmica poderá alimentar data centers e demais instalações do Google (Imagem: Alexander Limbach/Shutterstock)

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Studio Ghibli: MIT faz importante alerta sobre as trends de IA

Você sabia que o seu desenho versão Simpsons ou versão Studio Ghibli pode custar caro ao meio ambiente? Quem fez esse alerta é o MIT, o Massachusetts Institute of Technology, uma das universidades mais respeitadas do mundo.

Há um debate antigo sobre o consumo excessivo de energia no treinamento e desenvolvimento de ferramentas de Inteligência Artificial. A popularização das novas trends de IA serviu para retomar a discussão, que tem agora novos e interessantes números que ilustram esse quadro.

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Em nota enviada à imprensa, o CEO da versão brasileira do MIT Technology Review, André Miceli, escreveu que as análises sobre as trends também deveriam ser feitas a partir da ótica da “responsabilidade energética”.

É isso que faremos agora.

Que fique claro, eu também usei o ChatGPT – e achei as imagens muito legais. Algo que parece totalmente inocente, no entanto, pode ter implicações ambientais bem sérias. É o que mostram esses números do MIT.

O ChatGPT derreteu e “fez derreter”

  • O Olhar Digital relatou em 27 de março e em primeiro de abril o “derretimento” do ChatGPT.
  • O termo foi utilizado pelo próprio CEO da OpenAI, Sam Altman.
  • O sucesso das trends de IA levou à adesão de milhões de novos usuários, o que sobrecarregou os servidores da companhia.
Já foram inúmeras trends de IA desde que a OpenAI tornou a ferramenta gratuita – Imagem: Arquivo pessoal/Olhar Digital via ChatGPT
  • Dados da empresa de pesquisa de mercado Similarweb mostram que, pela primeira vez na história, o ChatGPT ultrapassou a marca de 150 milhões de contas ativas.
  • E estimativas apontam que a ferramenta chegou a criar 40 milhões de imagens por dia.
  • São números bastante expressivos e bacanas, principalmente para quem defende o acesso universal às novas tecnologias.
  • O problema é que cada prompt de comando enviado a uma IA consome energia.
  • E, no caso, estamos falando de 40 milhões de prompts em um intervalo de um dia, aproximadamente.
  • Pelos cálculos do MIT, o ChatGPT consumiu, durante o momento de pico da trend, algo em torno de 40 Megawatts/hora.
  • Isso equivale ao consumo de 7 mil residências durante 24 horas.
  • Ou, como mostrou o MIT, equivale ao consumo diário de cidades inteiras do nosso país, como Abaeté (MG) ou Mostardas (RS).

Preocupação com o futuro

A questão energética é grave, pois muitos países ainda utilizam como fontes combustíveis fósseis e poluentes, como o carvão. Ou seja, o consumo excessivo de energia nas trends de IA pode significar mais dióxido de carbono na atmosfera.

Mais do que isso, os data centers também utilizam bastante água para operar. Como as máquinas geram muito calor, elas precisam de resfriamento – e é aí que entra o líquido.

De acordo com o MIT, para cada quilowatt-hora de energia que um data center consome, seriam necessários dois litros de água para o resfriamento. Faça as contas dos 40 Megawatts/hora: tem muita água nesse negócio.

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Os avanços da Inteligência Artificial são dignos de comemoração, mas não podemos deixar a questão energética de lado – Imagem: sommart sombutwanitkul/Shutterstock

Estamos falando aqui que o mundo deve usar menos a Inteligência Artificial? A resposta é: claro que não. O MIT, no entanto, levanta essa importante discussão, que deve ser levada em conta pelas big techs e pelos governos ao redor do mundo.

Uma parte deve trabalhar por uma melhor eficiência computacional. Já o outro lado precisa modernizar sua matriz energética, com foco nas fontes limpas e sustentáveis. Justamente o contrário do que vem fazendo o presidente dos EUA, Donald Trump.

Nesse aspecto, o Brasil, mesmo cheio de defeitos, mostra um bom caminho. Por aqui, usamos bastante a energia hidrelétrica, que é considerada limpa.

As informações são do UOL.

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O plano de Trump para fazer o carvão entrar na moda novamente

Os Estados Unidos podem experimentar, nos próximos meses, uma das maiores guinadas da história no setor energético. O presidente Donald Trump emitiu, na última semana, uma série de ordens executivas em prol da reativação e do incentivo às usinas de carvão do país.

Essa política contrasta frontalmente com o que vinha acontecendo na gestão anterior de Joe Biden. Enquanto o democrata se comprometeu a aposentar essa fonte de energia (durante a COP 28), o republicano começou a revogar essas decisões, assinando em seu lugar uma série de decretos para impulsionar o minério.

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Entre as ações, Trump derrubou todas as ordens federais que, segundo ele, “discriminam” a produção de carvão. Ele também determinou que o Departamento de Energia usasse poderes emergenciais para manter as usinas a carvão deficitárias em operação. Ele deve salvar ainda algumas dessas usinas que seriam desativadas.

O presidente americano afirma que tudo isso é necessário para evitar cortes de energia. A demanda por energia, de fato, vem aumentando bastante no mundo todo.

O treinamento e o desenvolvimento de Inteligências Artificiais, de carros elétricos e até mesmo a mineração de criptomoedas levaram nossa infraestrutura energética ao limite.

Especialistas, no entanto, garantem que o “renascimento” do carvão não é o melhor caminho. Nem financeiramente, nem ecologicamente.

Apesar de ainda ser popular, o carvão mineral é uma das fontes de energia mais polêmicas atualmente – Imagem: small smiles/Shutterstock

Um pouco de história

  • Essa fonte de energia começou a ser utilizada em larga escala durante a Revolução Industrial, ou seja, no século XVIII, há cerca de 300 anos.
  • Durante muito tempo, o carvão foi a principal fonte de energia do mundo, uma vez que ele é abundante em praticamente todos os continentes.
  • O problema é que a queima desse combustível é extremamente prejudicial para os seres humanos e a natureza em geral.
  • O carvão libera mais dióxido de carbono, o principal gás do efeito estufa, do que qualquer outro combustível fóssil.
  • Ele também emite poluentes que são responsáveis por doenças pulmonares e cardíacas.
  • O histórico “Grande Nevoeiro de Londres” e a situação atual em alguns locais da Índia ajudam a explicar como esse minério pode ser nocivo para nós.
  • Hoje, o carvão ainda é um das principais fontes de energia do planeta.
  • A Agência Internacional de Energia (IEA), porém, prevê uma redução no consumo global a partir de 2026.
  • Trump deseja reverter esse quadro – o que não deve acontecer, segundo especialistas ouvidos pelo jornal The New York Times.
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Um dos maiores problemas do carvão é a poluição e a geração de CO2 – Imagem: Morphius Film/Shutterstock

Especialistas contra o carvão

Dan Reicher, secretário assistente de energia do governo Clinton e ex-diretor de clima e energia do Google, explicou ao Times que há uma série de fatores que tornam essa reversão extremamente difícil.

Sim, alguns estados americanos, como a Virginia e o Kentucky, ainda dependem bastante dessa fonte de energia (por estarem historicamente ligados a ela). No país todo, porém, o carvão perdeu espaço.

O minério já chegou a ser responsável por mais da metade da geração de energia dos EUA. Hoje, no entanto, ele responde apenas por 17% (e vem numa tendência de queda).

De acordo com a Administração de Informação de Energia, quem tomou o seu lugar foi o gás natural, que responde por 38% atualmente. O gás natural também é um combustível fóssil, mas que polui muito menos do que o carvão.

O país também experimenta um boom de fontes renováveis, graças às políticas de incentivo de Joe Biden. Usinas eólicas, hidrelétricas e solares já respondem por 25% da geração de energia no território. Outros 20% vêm de usinas nucleares.

Especialistas afirmam que as fontes renováveis de energia são mais baratas e confiáveis do que as usinas de carvão – Imagem: Piyaset/Shutterstock

Na ponta do lápis

Os defensores do carvão argumentam que ainda há espaço para essa fonte energética. A maioria dos especialistas, porém, já decreta o fim dessa era.

Explicam que a energia produzida pelas usinas a carvão normalmente não consegue competir com alternativas mais baratas e limpas. E muitas dessas usinas são muito antigas e precisariam de modernizações extensas e caras para continuar funcionando.

Ou seja, estamos falando em contas de luz mais caras, mais gastos com reformas, maior risco de falhas e mais problemas de saúde. Sem contar o fator ambiental.

É claro que uma canetada do presidente é extremamente poderosa. Em última instância, no entanto, a decisão pertence aos estados e às concessionárias de serviços públicos. A Califórnia, o maior estado em população, por exemplo, praticamente já aboliu o uso do carvão. E esse parece ser um (bom) caminho sem volta. Com ou sem Trump.

As informações são do jornal The New York Times.

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Números comprovam um dos lados mais ‘perversos’ da IA

O consumo de eletricidade por data centers deve mais que dobrar até 2030, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), impulsionado principalmente pelo avanço da inteligência artificial (IA), especialmente a generativa, que exige grande poder computacional. Esse é um lado perverso das IAs e que raramente ouvimos soluções a respeito.

Isso representa novos desafios para a segurança energética e metas de emissões de CO₂.

Atualmente, os data centers consomem cerca de 1,5% da eletricidade global, e esse número pode chegar a 3% até 2030 — o equivalente ao consumo atual do Japão, totalizando cerca de 945 TWh. Apenas um data center de grande porte pode consumir a mesma energia que até 2 milhões de residências.

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O número de data centers está crescendo, e a demanda energética para mantê-los também (Imagem: quantic69/iStock)

Energias renováveis podem ser a solução

  • Estados Unidos, Europa e China concentram cerca de 85% do consumo desses centros, e grandes empresas como Google, Microsoft e Amazon têm buscado energia nuclear para suprir essa demanda crescente.
  • Apesar dos riscos, a AIE aponta que a IA também pode tornar a produção e o consumo de energia mais eficientes.
  • A expectativa é de que fontes como gás natural e energias renováveis ganhem espaço, substituindo parcialmente o carvão, que ainda representa 30% da matriz energética dos data centers.

Setor energético pode se transformar

As emissões de carbono relacionadas aos data centers devem subir de 180 para 300 milhões de toneladas até 2035 — uma pequena fração das emissões globais, mas ainda significativa.

A AIE acredita que a IA pode transformar o setor energético, criando oportunidades para reduzir custos e emissões, além de aumentar a competitividade.

“Com a ascensão da IA, o setor energético está na vanguarda de uma das revoluções tecnológicas mais importantes do nosso tempo”, afirma o diretor executivo da AIE, Fatih Birol.

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Projetos de energia renovável podem ser impulsionados para suprir demanda energética da IA sem aumentar emissões de carbono – Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock

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Buracos negros podem ser usados como fontes de energia?

Buracos negros são regiões do espaço com gravidade tão intensa que nem a luz consegue escapar. Eles são cercados por uma fronteira invisível, chamada horizonte de eventos, que impede qualquer observação direta do que ocorre em seu interior. Lá dentro, as leis da física conhecidas simplesmente deixam de funcionar. Apesar de invisíveis, esses objetos cósmicos são capazes de gerar os fenômenos mais energéticos do Universo.

Em poucas palavras:

  • Buracos negros são regiões do espaço com gravidade extrema, de onde nem a luz consegue escapar;
  • Um estudo recente propõe aproveitar a energia da rotação desses titãs cósmicos;
  • Quasares e microquasares já mostram que essa energia pode ser liberada em forma de radiação e jatos;
  • A técnica sugerida envolve lançar partículas contra o giro do buraco negro para extrair energia;
  • Embora não haja tecnologia para realizá-la hoje, a ideia inspira a ciência.
Representação artística de um buraco negro ativo lançando poderosos jatos de radiação. Crédito: ESO/L. Calçada

Físicos avaliam há décadas como aproveitar a energia dos buracos negros

Um novo estudo disponível no repositório online arXiv, ainda à espera de revisão por pares, discute a possibilidade de extrair energia de buracos negros rotativos. O trabalho é assinado por Jorge Pinochet, físico da Universidade Metropolitana de Ciências da Educação, no Chile. Embora pareça ficção científica, a ideia se baseia em teorias desenvolvidas desde os anos 1960 por cientistas renomados, como Roger Penrose, ganhador do Prêmio Nobel em 2020.

A proposta é ousada: aproveitar a energia cinética que faz o buraco negro girar, uma força imensa que surge quando matéria em rotação é atraída para dentro desse abismo cósmico. Buracos negros rotativos – conhecidos como buracos negros de Kerr – são diferentes de outros corpos que também giram, como planetas ou estrelas, porque podem atingir velocidades próximas à da luz, sem fragmentar.

Essa rotação gera um efeito chamado “arrasto de quadros”, previsto por Albert Einstein e mais tarde detalhado pelos físicos Josef Lense e Hans Thirring. Nessa condição extrema, o próprio espaço ao redor do buraco negro é arrastado com ele. Isso significa que qualquer objeto nas redondezas também será puxado, participando da rotação mesmo sem querer.

Segundo Pinochet, essa rotação intensa gera energia cinética, que pode ser transmitida aos objetos ao redor do buraco negro. É o mesmo tipo de energia associada ao movimento, que aprendemos na escola. A questão é: como a natureza aproveita essa energia? A resposta está nos quasares, buracos negros supermassivos com discos de matéria girando ao seu redor.

Esses discos de gás e poeira (denominados discos de acreção) aquecem até milhões de graus devido ao atrito entre suas camadas. O resultado é uma intensa emissão de radiação. Parte desse material cai no buraco negro, mas outra parte é lançada para o espaço em jatos de altíssima velocidade, chamados jatos relativísticos, que saem dos polos do buraco negro.

Esse mesmo mecanismo é visto em menor escala nos microquasares, que envolvem buracos negros com massa de 10 a 100 vezes a do Sol. O processo de ejeção de matéria, nesse caso, também depende da energia rotacional do buraco negro, canalizada por campos magnéticos poderosos. 

A energia que alimenta esses fenômenos colossais é finita. À medida que transfere energia para o ambiente, o buraco negro rotativo perde velocidade. Quando para de girar, transforma-se em um buraco negro estático, conhecido como buraco negro de Schwarzschild. Esse tipo é descrito apenas por sua massa, diferentemente dos buracos negros de Kerr, que também têm rotação.

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Ideia está na captação da radiação emitida

Mas, e se pudéssemos fazer o mesmo que a natureza e construir “baterias de buracos negros”? Em teoria, seria possível – mas estamos longe disso na prática. Em entrevista ao site Space.com, Pinochet diz que a forma mais simples de aproveitar a energia seria captar a radiação emitida, como fazemos com a luz solar. Isso, no entanto, não extrai diretamente a energia rotacional do buraco negro.

Para isso, seria necessário usar um método proposto por Penrose em 1969. Ele sugeriu que se lançássemos uma partícula contra o sentido de rotação de um buraco negro, parte dessa partícula poderia retornar com mais energia do que tinha originalmente. O excesso de energia viria da rotação do buraco negro, que giraria um pouco mais devagar depois disso.

Representação artística de um microquasar – buraco negro com massa de 10 a 100 vezes a do Sol. Crédito: NASA

Pinochet compara essa ideia a um carrossel girando por inércia. Se alguém joga uma bola contra ele, a bola pode quicar com mais velocidade do que tinha antes, roubando um pouco da energia rotacional do brinquedo. A analogia é simples, mas ajuda a entender como se poderia extrair energia cinética do buraco negro, sem cair dentro dele.

No entanto, há um obstáculo prático gigantesco para essa teoria: não temos como fazer isso com a tecnologia atual. Segundo a escala de Kardashev, que mede o nível tecnológico de uma civilização, ainda estamos no nível 0,7. Para lidar com a energia de um microquasar, precisaríamos ser uma civilização Tipo II. Para mexer com quasares, precisaríamos ser Tipo III – algo absolutamente fora da nossa realidade atual.

Outro problema é a distância. O buraco negro mais próximo de nós, chamado Gaia BH1, está a cerca de 1.560 anos-luz da Terra. Já o buraco negro supermassivo mais próximo é Sagitário A*, localizado no centro da Via Láctea, a 26 mil anos-luz. Ou seja, mesmo viajando a uma fração da velocidade da luz, essas viagens durariam milhares de anos.

De qualquer modo, pensar sobre essas possibilidades não é perda de tempo. Para Pinochet, esse tipo de especulação estimula a criatividade e o raciocínio científico. “Estudar buracos negros instiga a humildade e o fascínio diante do Universo. É esse tipo de curiosidade que forma os cientistas do futuro”.

Por enquanto, a ideia de aproveitar a energia de um buraco negro continua no campo da teoria. Mas ela serve como uma poderosa ferramenta educacional e um convite para refletirmos sobre o que é possível no futuro. Pinochet já planeja novas investigações nessa linha, incluindo o trabalho de Stephen Hawking, um dos maiores nomes da física moderna.

“Um artigo será publicado em breve na revista The Physics Teacher no qual apresento uma derivação matemática elementar da maior descoberta de Hawking, que o gênio britânico resumiu dizendo: ‘os buracos negros não são tão negros’. O que ele descobriu é que os buracos negros têm uma temperatura que depende inversamente de sua massa”, disse Pinochet. “Quanto maior a massa, menor a temperatura, o que significa que esses objetos emitem radiação e, com o tempo, evaporam”.

Segundo Pinochet, em última análise, a motivação central de seu trabalho é “trazer os principais temas da física contemporânea para o público mais amplo possível”.

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Volvo lança bateria móvel que alimenta de caminhões a eventos

A Volvo Energy lançou uma nova unidade de energia que atende clientes em diferentes situações onde não há rede elétrica. O modelo PU500 BESS pode ser usado para alimentar um canteiro de obras remoto ou um evento temporário, por exemplo.

O grande diferencial é seu carregador rápido DC de 240 kW integrado, um recurso exclusivo que permite carregar caminhões pesados, veículos elétricos e ferramentas de forma rápida e eficiente, segundo a marca sueca.

A bateria com capacidade de 450-540 kWh pode recarregar um caminhão pesado em aproximadamente 1,5 hora e pode carregar até 3 caminhões pesados ​​elétricos ou 20 carros elétricos diariamente quando totalmente carregado.

Volvo vai lançar novos recursos do PU500 com serviços digitais (Imagem: jetcityimage/iStock)

“Isso garante que não importa em que tipo de veículo elétrico ou maquinário você confia, o PU500 pode fornecer a energia que você precisa, tornando-o uma solução verdadeiramente flexível para qualquer local ou local com restrição de rede”, afirma Niklas Thulin , Chefe de Oferta de Produtos BESS na Volvo Energy.

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Locais desafiadores

Em locais onde há conexões de rede fracas ou inexistentes, o PU500 oferece um diferencial: recurso de aumento de potência. Isso permite que a unidade continue carregando a si mesma mesmo com baixa potência da rede.

Bateria pode ser usada para abastecer carros ou eventos (Imagem: jetcityimage/iStock)

Ao mesmo tempo, a bateria ainda é capaz de carregar veículos ou máquinas quando necessário. Assim, a bateria se torna particularmente útil para regiões remotas ou para situações em que a energia da rede é intermitente.

A Volvo Energy informou que está se preparando para expandir os recursos do PU500 com serviços digitais que permitirão aos usuários monitorar e programar as operações da unidade móvel.

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