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Como o Airbnb virou dor de cabeça para um dos países mais visitados do mundo

A Espanha é um destino turístico em alta. O país atraiu 98 milhões de visitantes no ano passado, ficando atrás apenas da França. Apesar de positivo, este aumento no número de turistas também tem causado um efeito bastante negativo.

Com a maior procura de viajantes, também há uma maior quantidade de casas listadas em plataformas como o Airbnb. Um cenário que tem causado uma verdadeira crise de moradias em cidades como Madri, Barcelona e Valência.

Anúncios no Airbnb viraram alvos das autoridades

  • No início deste mês, o Ministério dos Direitos Sociais, Assuntos do Consumidor e Agenda 2030 da Espanha exigiu a remoção de quase 66 mil anúncios de aluguel de imóveis no Airbnb.
  • A alegação é que eles violam os regulamentos de acomodação turística.
  • Segundo o órgão, a maioria das listagens visadas não respeitou as regras existentes ao não fornecer um número de licença, informar um dado errado ou não indicar a natureza legal do proprietário.
  • O Airbnb prometeu combater anúncios ilegais, mas destacou que irá recorrer da decisão.
  • Ainda acusou as autoridades espanholas de “usar uma metodologia indiscriminada” e ressaltou que muitas das moradias oferecidas na plataforma não precisam de licença.
  • As informações são da CNN.
Plataforma irá recorrer da decisão do governo espanhol (Imagem: Ink Drop/Shutterstock)

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Espanha enfrenta sério déficit habitacional

Há muito mais em jogo do que uma simples discussão sobre as regras de aluguel de imóveis. Isso porque o preço por metro quadrado do aluguel de casas aumentou 85% em toda a Espanha na última década, com o turismo e o aluguel sazonal sendo considerados como os principais fatores desta elevação de preços.

Atualmente, existem 400 mil unidades habitacionais de uso turístico no país, de acordo com os dados mais recentes do Departamento de Estatística espanhol. Já o Banco da Espanha estima que o déficit habitacional do país esteja entre 400 mil e 450 mil moradias.

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Airbnb tem sido apontado como o principal causador do aumento no preço dos imóveis no país (Imagem: AlesiaKan/ Shutterstock)

Este cenário explica as ações adotadas pelo governo contra os aluguéis. Um entendimento que é apoiado pelo Supremo Tribunal de Madri, que ordenou que o Airbnb retirasse imediatamente 5.800 anúncios de aluguel de imóveis localizados em regiões como Andaluzia, Madri, Catalunha, Valência, Ilhas Baleares e País Basco.

Ao mesmo tempo, a Câmara Municipal de Barcelona anunciou que não renovará as licenças de habitação para apartamentos turísticos após 2028. Isso significa que mais de 10 mil moradias terão que ser disponibilizadas para a população.

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Tempestade solar extrema não foi causa de apagão de internet na Espanha

Você deve se lembrar do apagão que deixou Portugal e Espanha no escuro há quase um mês. Investigações estão sendo realizadas e ainda existem muitas dúvidas sobre o que teria causado o blecaute.

Acontece que nesta semana um problema parecido aconteceu em território espanhol. Dessa vez, a falha se deu nas redes móveis, que apresentaram instabilidade em partes do país europeu. E mais uma vez é possível apenas especular sobre o que ocorreu.

Atividade solar não foi responsável pelo apagão

  • Uma das primeiras hipóteses divulgadas apontou que a queda geral dos provedores de internet da Espanha foi causada pela atividade solar.
  • A possibilidade rapidamente ganhou forças nas redes sociais.
  • No entanto, especialistas afirmam que não houve nenhuma alteração na intensidade da atividade solar no dia do apagão.
  • Mais especificamente, nenhuma grande erupção solar ou ejeção de massa coronal (CMEs) foi detectada nos dias que antecederam as interrupções móveis da Espanha em 20 de maio ou apagões de energia anteriores em toda a Península Ibérica.
  • As informações são do portal Space.com.
Atividade solar foi apontada por possível causa da queda da internet (Imagem: titoOnz/Shutterstock)

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Entenda os efeitos dos fenômenos causados pelo Sol

Os cientistas explicam que as erupções solares são explosões repentinas de radiação eletromagnética da superfície do Sol. Elas podem chegar à Terra em pouco mais de 8 minutos e têm potencial de afetar os sinais de rádio e GPS.

Já a ejeção de massa coronal é uma enorme nuvem de plasma e campo magnético ejetada do Sol para o espaço. Elas viajam muito mais devagar, levando até três dias para chegar ao nosso planeta, onde podem desencadear tempestades geomagnéticas que, por sua vez, interrompem os sinais de satélites de órbita baixa.

Erupções solares são fenômenos comuns e que podem afetar a comunicação na Terra (Imagem: NASA/GSFC/SDO)

Os dois fenômenos são naturais, mas a latitude da Espanha torna improvável que o país seja afetado fortemente por eles. Por isso, os cientistas rapidamente puderam descartar esta como um das causas do mais recente apagão. A principal suspeita é que tenha havia uma falha técnica durante atualização da rede.

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Tsunami já atingiu o Brasil. Pode acontecer de novo?

Imagine um paredão de água atravessando o Atlântico para engolir a costa brasileira. Foi esse o pesadelo encenado pela Netflix na série Inferno em La Palma. O enredo é baseado em um estudo de 2001, que sugeria que o colapso do vulcão Cumbre Vieja, na Espanha, poderia gerar um megatsunami capaz de atingir o Brasil.

A hipótese ganhou visibilidade com a ficção, mas não se sustenta diante das evidências científicas mais recentes. Ao longo das últimas duas décadas, pesquisadores coletaram novos dados sobre a geologia da região e aprimoraram os modelos de simulação de tsunamis.

Em entrevista ao Olhar Digital, a geóloga Alice Westin Teixeira, do Instituto de Geociências da USP, desmonta o mito do tsunami na costa brasileira com dados atualizados e explica por que estamos de fora do roteiro de tragédias geológicas globais.

O tsunami da Netflix não passa de ficção — e a ciência prova isso

Modelos mais avançados e dados coletados nas últimas décadas mostram que o Cumbre Vieja dificilmente entraria em colapso da forma explosiva imaginada em 2001. Em vez de uma massa gigantesca de terra deslizando de uma só vez para o mar, os deslizamentos na região ocorrem de forma gradual, com fragmentos pequenos e em velocidades bem menores.

Erupção do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, Espanha (Imagem: NeyroM/Shutterstock)

Essas descobertas colocam o chamado “megatsunami do Atlântico” no campo da ficção. Como destaca um artigo do site The Conversation, a hipótese original foi superestimada. Nenhum dos mais de 17 eventos vulcânicos registrados nas Ilhas Canárias desde o século XV gerou ondas capazes de cruzar o oceano.

O texto foi escrito pelas especialistas Hannah Little (Universidade de Liverpool), Janine Krippner (Universidade de Waikato) e Katy Chamberlain (Universidade de Liverpool).

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Além disso, o Brasil está longe das zonas sísmicas mais perigosas do planeta. “Hoje sabemos que esse tipo de tsunami é extremamente improvável”, reforça Alice Westin. Segundo a geóloga, sem o choque entre placas tectônicas, megaterremotos e ondas gigantes simplesmente não fazem parte da nossa realidade geológica.

Por que o Brasil é um dos lugares mais seguros do mundo contra desastres naturais

Ao contrário de países como Japão, Indonésia ou Chile, o Brasil está localizado sobre uma placa tectônica estável, distante dos limites onde ocorrem os grandes choques geológicos. Isso significa que aqui não há o acúmulo de tensão necessário para provocar terremotos devastadores — e, por consequência, tsunamis de grande escala.

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Sem falhas tectônicas ativas, país permanece imune a grandes terremotos (Imagem: Allexxandar/Shutterstock)

Embora pequenos tremores sejam registrados ocasionalmente no Brasil, eles são fracos e raramente provocam danos. Quando há algum transtorno, o problema costuma estar na vulnerabilidade das construções. Como explica Alice Westin, os abalos sentidos por aqui são leves demais para causar estragos em estruturas bem planejadas.

A mesma lógica vale para ondas gigantes. Sem falhas geológicas ativas sob o mar próximo à costa, não há energia suficiente acumulada para empurrar colunas de água rumo ao continente. Em tempos de desinformação viral, a ciência segue sendo a âncora mais firme contra o pânico — e, felizmente, ela está do lado do Brasil nessa história.

Você pode acompanhar a entrevista na íntegra!

O tsunami que atingiu o Brasil

No dia 1º de novembro de 1755, um tsunami atingiu o litoral do Nordeste brasileiro, destruindo algumas habitações. Duas pessoas desapareceram. O maremoto teve origem em um terremoto ocorrido em Lisboa.

O tema foi abordado pela Rede Sismográfica Brasileira em um vídeo com o professor aposentado do Instituto de Geociências e ex-chefe do Observatório Sismológico da UnB, José Alberto Vivas Veloso, autor do livro Tremeu a Europa e o Brasil também.

O trabalho serviu como ponto de partida para uma pesquisa da UERJ, em parceria com cientistas portugueses, que buscou — e encontrou — evidências físicas da chegada desse tsunami. Até então, o fenômeno era conhecido apenas por meio de registros artísticos e documentos históricos, como livros, cartas e pinturas da época.

As ondas não foram muito altas, variando entre 1 e 2 metros, mas o volume de água foi significativo, alcançando até 4 quilômetros de distância da linha da costa.

As informações indicam que o terremoto de 1755 foi o maior já registrado na Europa, atingindo 8,7 graus na escala Richter. Lisboa foi devastada, assim como grande parte do sul da Espanha e do Marrocos.

Poucos registros oficiais foram preservados, mas estima-se que entre 20 mil e 30 mil pessoas tenham morrido — embora algumas fontes apontem para até 100 mil mortes. A tragédia marcou o início da era moderna nos estudos sismológicos.

Sobre o Brasil, a geóloga Alice Westin Teixeira explica: “não há possibilidade de tragédia no Brasil como essas que vemos em outros países. Vamos supor que aconteça um terremoto em Lisboa daquela magnitude. É muito improvável que isso aconteça e que chegue aqui no Brasil (um tsunami). E, mesmo que chegue, é improvável que cause um tragédia. A tragédia é praticamente impossível”.

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Apagão na Europa: Espanha e Portugal começam a voltar ao normal após caos

Espanha e Portugal estavam retornando a um aparente estado de normalidade na madrugada desta terça-feira (29), manhã para os europeus, enquanto muitas questões permanecem sobre o que causou um dos piores apagões da Europa nos últimos anos em toda a península Ibérica no dia anterior.

Informações da Bloomberg afirmam que o fornecimento de energia na Espanha estava quase em 100% da capacidade por volta das 7h (2h no horário de Brasília) em Madri, e os trens urbanos estavam lentamente voltando ao serviço regular, segundo os operadores.

Causas estão sendo investigadas (Imagem: Proxima Studio/Shutterstock)

O Primeiro-Ministro Pedro Sánchez deverá realizar reunião semanal de gabinete mais tarde na terça-feira (29) e o Rei Felipe se juntará a reunião do conselho de segurança nacional do país. Em Portugal, onde, na noite de segunda-feira (28), a energia já havia sido restaurada em grande parte da região metropolitana de Lisboa, o governo realizará reunião extraordinária de gabinete.

Em discurso na noite de segunda-feira (28), Sánchez afirmou que o governo não está descartando nenhuma possibilidade após o país ter sido atingido pelo repentino apagão, que causou enorme interrupção nos transportes públicos, serviços telefônicos e aeroportos.

Europa e o apagão histórico

  • Cerca de 15 GW de energia desapareceram da rede elétrica por cinco segundos logo antes do apagão, por volta das 12h35 (7h35 em Brasília), disse Sánchez — o equivalente a, aproximadamente, 60% da demanda nacional;
  • A rede elétrica da Espanha é tipicamente robusta e apagões são raros. A Red Eléctrica, operadora apoiada pelo governo das linhas de transmissão de eletricidade, afirmou que o incidente de segunda-feira (28), provavelmente, foi causado por um desequilíbrio raro nas frequências de energia;
  • Naquele momento, Portugal estava importando eletricidade da Espanha, segundo João Conceição, membro do conselho da operadora portuguesa da rede de energia REN-Redes Energéticas Nacionais S.A.;
  • No centro de Madri, o tráfego rodoviário fluía normalmente novamente na manhã de terça-feira (29), com semáforos funcionando e pessoas indo ao trabalho;
  • Na noite de segunda-feira (28), as ruas estavam lotadas de pessoas após a interrupção dos trens e do metrô.

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Muito incomum

Um colapso desta magnitude é altamente incomum na Europa e expõe a fragilidade de sua rede elétrica em momento de crescente dependência de energia renovável, que é mais instável do que as fontes tradicionais.

A Espanha, que tem sido líder na implementação de energia solar e eólica, pode enfrentar questionamentos sobre sua decisão de desativar usinas nucleares, que, atualmente, contribuem com 20% de sua matriz energética, diz a Bloomberg.

O país também está programado para fechar sua última unidade termoelétrica a carvão este ano em favor da energia renovável, apoiada por usinas a gás.

Ana Andrade, economista da Bloomberg Economics, disse que a falha de energia poderia causar impacto imediato na Espanha de cerca de 0,5% do PIB trimestral, embora parte disso, provavelmente, seria recuperada nos próximos dias e semanas à medida que o fornecimento de energia é restaurado.

“O panorama geral para a Espanha continua sendo de desempenho econômico superior, com forte impulso de crescimento subjacente e exposição direta limitada à demanda dos EUA enquanto a guerra comercial continua”, escreveu Andrade, em nota.

Janela de um trem
Na noite de segunda-feira (28), as ruas estavam lotadas de pessoas após a interrupção dos trens e do metrô (Imagem: Right Perspective Images/Shutterstock)

O apagão de segunda-feira (28), aponta a reportagem, lembra o massivo blecaute que atingiu vários países europeus em julho de 2021, deixando milhões sem eletricidade por horas. As autoridades citaram uma combinação de fatores na época como possíveis causas, incluindo condições climáticas extremas e falhas técnicas.

As ferrovias estavam entre as mais afetadas na segunda-feira (28) na Espanha, com pessoal de segurança do Estado destacado para auxiliar cerca de 35 mil passageiros presos em mais de 100 trens, disse Sánchez.

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Deepfake

Espanha propõe criminalizar deepfakes sexuais não consensuais com IA

O governo da Espanha apresentou nesta terça-feira (25) um projeto de lei que criminaliza o uso de inteligência artificial para criar imagens ou vídeos sexualmente explícitos de uma pessoa, sem seu consentimento, utilizando seu rosto ou corpo, conforme informações da AFP.

A tecnologia de IA, especialmente no campo dos “deepfakes” — vídeos e imagens geradas por computador que imitam uma pessoa real — tem gerado crescente preocupação global devido ao seu uso indevido.

Detalhes da nova legislação espanhola

  • De acordo com um estudo de 2019 da empresa holandesa Sensity, cerca de 96% dos vídeos deepfakes disponíveis online são pornografia não consensual, com a maioria retratando mulheres.
  • O governo espanhol propôs que esses “deepfakes” de caráter sexual ou extremamente insultante sejam tratados como crimes contra a integridade moral.
  • O Ministro da Justiça, Félix Bolaños, afirmou que a legislação tem como objetivo proteger crianças, adolescentes e jovens dos riscos da tecnologia digital, assegurando também seu direito à privacidade.
Deepfakes costumam criar conteúdos não consensuais de mulheres em situações sexualmente explícitas – Créditos: metamorworks/Shutterstock

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A proposta surge em meio a um aumento de casos envolvendo a criação e distribuição de imagens falsas de menores de idade, geradas com IA. Em alguns casos, essas imagens foram usadas para extorsão, com os criadores exigindo dinheiro para não divulgar as imagens.

Além disso, o projeto de lei inclui exigências para que fabricantes de smartphones e tablets integrem sistemas de controle parental gratuitos, ativados por padrão, e obriga influenciadores digitais a implementarem “sistemas de verificação de idade” para seus seguidores.

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Em meio a uma onda de aumento de deepfakes, Espanha decide agir com legislação para proteger privacidade das pessoas atingidas – Imagem: Dancing_Man/Shutterstock

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Esse pode ser o símbolo mais antigo que já vimos em uma pedra

Uma intervenção arqueológica encontrou uma pedra com marcações que podem ter mais de 200.000 anos. A descoberta foi feita na região de Coto Correa, em Las Chapas de Marbella, na Espanha, local protegido para escavações desde a década de 1950.

A peça foi localizada ao lado de um conjunto de ferramentas de pedra esculpida que pertencem aos estágios inferiores do Paleolítico. O governo local está financiando estudos adicionais para confirmar a datação da descoberta.

Se confirmado, esse pode ser um dos símbolos de rocha mais antigos da humanidade. Ultrapassaria até mesmo a arte rupestre figurativa mais antiga do mundo, de 51.200 anos atrás, encontrada em uma caverna em Sulawesi, na Indonésia.

Datação da pedra será feita com digitalização tridimensional (Imagem: Governo Marbella)

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Conhecendo a peça

A pedra é formada por gabro, uma rocha grossa, rica em magnésio e ferro, formada a partir de magma resfriado, e foi marcada com linhas artificialmente retas. Estudos iniciais mostram a dupla relevância da descoberta:

  • Confirma a presença de povoadores em Marbella durante o Paleolítico Médio Inicial de grandes lascas, período pouco documentado em Espanha e até agora inédito na província de Málaga;
  • As representações gráficas identificadas podem ser 100.000 anos mais antigas do que as mais antigas manifestações artísticas conhecidas em cavernas.
Descoberta foi feita na cidade de Marbella em 2022 (Imagem: xbrchx/iStock)

A datação vai usar técnicas de análise de quartzo de diferentes amostras de sedimentos. Além disso, documentos serão escaneados em 3D para criar uma composição virtual de alta resolução do conjunto de marcas identificadas na superfície do bloco de pedra.

A digitalização tridimensional permitirá estudar toda a superfície com grande detalhe para determinar quais são marcas de trabalho e quais são gráficos intencionais. Os resultados do trabalho serão divulgados pelo departamento de cultura de Marbella.

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Dispositivo usa ondas sonoras para “quebrar” pedras nos rins

Cientistas da Espanha criaram dispositivo — ainda em fase de protótipo — capaz de destruir cálculos de forma não invasiva. O equipamento de baixo custo usa um ultrassom que transmite ondas sonoras para quebrar pedras nos rins dentro do corpo.

O tamanho e a portabilidade do dispositivo tornariam o tratamento de cálculos renais um procedimento ambulatorial sem a necessidade de máquinas, como é o caso atualmente.

O Lithovortex atua com base em novo tipo de onda acústica, os feixes de vórtice. A tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Politécnica de Valência (Espanha) e do Conselho Nacional de Pesquisa Espanhol.

Sistema utiliza braço robótico para guiar tratamento (Imagem: Divulgação/UPV)

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Como funciona a tecnologia para “quebrar” pedras nos rins?

  • Com uma “cabeça terapêutica” de vórtices acústicos de alta intensidade montados em um braço robótico automatizado, o tratamento é guiado por um sistema de imagem;
  • Os feixes giram em torno das pedras como tornados e não focam no cálculo em si, como é o caso dos pulsos ESWL, que trata cálculos renais e ureterais em até uma hora;
  • “Os feixes podem produzir forças de cisalhamento em cálculos renais de forma mais eficiente do que um feixe convencional. É como se eles dessem uma pinça microscópica dentro das pedras, e essa pinça faz com que a pedra se fragmente em pedaços muito finos, quebrando-se em areia que é finalmente expelida pela uretra“, explicou o pesquisador Noé Jiménez.
Illustração de como funciona o feixe de vórtice (Imagem: Divulgação/UPV)

Por enquanto, o protótipo foi validado com cálculos artificiais e, no ano que vem, passará por testes em modelo animal. O experimento será realizado em colaboração com a Unidade de Litotripsia do Hospital La Fe de Valência.

“A vantagem de usar esse tipo de feixe é que, por serem tão eficientes, permitem que a amplitude da onda seja reduzida pela metade, e isso também reduz a probabilidade de produzir lesões e dor em tecido saudável”, acrescenta o Dr. César David Vera Donoso, que realizou o estudo inicial.

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Fragmentos faciais de mais de um milhão de anos reescrevem a história da evolução humana

Pesquisadores anunciaram uma descoberta surpreendente nas montanhas da Sierra de Atapuerca, no norte da Espanha. Fragmentos fossilizados da face de um hominídeo – apelidado de “Pink”, em referência à banda Pink Floyd – foram datados entre 1,1 e 1,4 milhão de anos, tornando-se os restos faciais mais antigos já encontrados na Europa Ocidental.

Os restos, que correspondem a porções da face esquerda de um adulto, foram descobertos em 2022 na caverna conhecida como Sima del Elefante (“Fosso do Elefante”), um dos sítios arqueológicos mais emblemáticos da região, que já revelou evidências de antigos crânios humanos e até de práticas de canibalismo. A pesquisa, divulgada na Nature, contou com o esforço de uma equipe multidisciplinar, que extraiu várias toneladas de sedimento do local para análise.

Costela de pequeno animal com marcas de corte recuperada no nível TE7 da Sima del Elefante (Serra de Atapuerca, Burgos, Espanha) (Imagem: Maria D. Guillen/Iphes-Cerca)

Fragmentos que antecedem o Homo antecessor

  • Segundo os estudos, os ossos de “Pink” são significativamente mais antigos do que os restos atribuídos ao Homo antecessor, espécie, até então, considerada a mais antiga presente no local;
  • Com traços primitivos semelhantes aos do Homo erectus – especialmente na estrutura nasal plana e subdesenvolvida –, o hominídeo foi classificado provisoriamente como Homo affinis erectus, indicando relação próxima com o já conhecido “homem ereto”;
  • Essa designação também abre a possibilidade de que “Pink” possa pertencer a uma espécie ainda não identificada.

A arqueóloga Rosa Huguet, uma das autoras do estudo, ressaltou que o achado “introduz um novo ator na história da evolução humana na Europa”. Já María Martinón-Torres, diretora do Centro Nacional de Investigación sobre la Evolución Humana, destacou, ao The Washington Post, que “os traços faciais de ‘Pink’ posicionam-no num espaço evolutivo entre os hominídeos mais antigos da África do Sul, com idades estimadas entre 3,4 e 3,7 milhões de anos, e o Homo antecessor, com cerca de 860 mil anos”.

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Implicações e conexões evolutivas

O achado traz importantes evidências de que hominídeos já exploravam a Europa Ocidental durante o início do Pleistoceno, período que se estende de aproximadamente 2,6 milhões a 781 mil anos atrás.

Especialistas, como o paleontólogo Eric Delson, do American Museum of Natural History e que não participou do estudo, enfatizam, à ABC News, que “é a primeira vez que encontramos restos significativos com mais de um milhão de anos na Europa Ocidental”, comprovando que os ancestrais humanos já faziam excursões para esse continente há muito tempo.

Ademais, as comparações entre os fósseis de Atapuerca e os encontrados em regiões tão distantes quanto Indonésia e África reforçam a ideia de que as populações de hominídeos estavam interligadas geograficamente.

Segundo Rick Potts, diretor do Smithsonian’s Human Origins Program, em entrevista à ABC News, esses primeiros visitantes da Europa podem ter chegado à região vindo do Leste, ainda que não haja evidências de que tenham se estabelecido permanentemente por lá.

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Dra. Rosa Huguet, pesquisadora do Iphes-Cerca e professora da Universidade Rovira i Virgili, primeira autora do artigo (Imagem: Maria D. Guillen/Iphes-Cerca)

Novas perspectivas e pesquisas futuras

A descoberta dos fragmentos faciais de “Pink” não só amplia o conhecimento sobre a diversidade dos hominídeos que habitaram a Europa, como também suscita novas questões sobre os caminhos migratórios e as interações entre as diversas populações ancestrais. As condições ambientais do passado, com florestas úmidas e cursos d’água próximos à caverna, provavelmente favoreceram a ocupação do território por nossos antepassados.

Os pesquisadores já planejam novas expedições para explorar níveis mais profundos da Sima del Elefante, na expectativa de encontrar outros vestígios que possam lançar luz sobre essa complexa e fascinante história da evolução humana.

Com cada nova descoberta, como a de “Pink”, nossa compreensão sobre os primórdios da humanidade se torna mais rica e detalhada, revelando que a trajetória de nossos ancestrais foi repleta de surpresas e conexões inesperadas entre diferentes regiões do mundo.

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