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China lança três astronautas ao espaço com a missão Shenzhou-20

Nesta quinta-feira (24), um foguete Long March 2F, da China, lançou três astronautas (ou taikonautas) rumo à estação espacial Tiangong. A missão, chamada Shenzhou-20, decolou às 6h17 da manhã (pelo horário de Brasília), do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no deserto de Gobi. 

A tripulação conta com o comandante Chen Dong, veterano em voos espaciais, e dois estreantes: Chen Zhongrui e Wang Jie. Eles devem chegar à estação cerca de 6,5 horas após a decolagem, quando a espaçonave se acoplar automaticamente à Tiangong.

No laboratório orbital, eles serão recebidos pela tripulação anterior, da missão Shenzhou-19, que entregará o controle da estação aos recém-chegados. Após a troca de comando, os astronautas da Shenzhou-19 retornarão à Terra, o que está previsto para 29 de abril.

Os membros da missão Shenzhou-20, Chen Dong, Chen Zhongrui e Wang Jie, vão passar seis meses na estação espacial chinesa. Crédito: CNSA

Chen Dong já foi ao espaço duas vezes. Em 2016, esteve no antigo laboratório Tiangong 2 e, em 2022, comandou a missão Shenzhou-14, que ajudou a completar a montagem da atual estação. Com experiência acumulada, ele lidera agora a nova missão de seis meses.

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De acordo com o site Space.com, na coletiva de imprensa antes do lançamento, Dong afirmou sentir orgulho e responsabilidade. “Cada missão é única. Espero ganhar mais experiência e alcançar novos avanços”. A Shenzhou 20 será a missão mais longa da sua carreira.

O novato Chen Zhongrui é ex-piloto da Força Aérea Chinesa. Já Wang Jie é engenheiro aeroespacial e trabalhou em projetos ligados à estação. Ambos passaram por anos de treinamento para se tornarem astronautas qualificados.

Zhongrui contou que enfrentou treinamentos intensos, como giros em cadeiras rotatórias e testes em centrífugas. Ele decidiu se tornar astronauta depois de assistir a uma palestra de Yang Liwei, o primeiro chinês a ir ao espaço.

Wang será o responsável pelo gerenciamento de materiais da estação. Sua função envolve organizar suprimentos e cuidar dos experimentos científicos. “Sentimos que essa missão é uma grande responsabilidade”.

Estação espacial Tiangong, da China. Crédito: Shujianyang – Creative Commons

China quer manter estação Tiangong ocupada por 10 anos

Durante a estadia da tripulação na Tiangong, a China também planeja enviar a missão de carga Tianzhou-9, que levará para a estação alimentos, combustível e novos materiais para experimentos científicos.

A Shenzhou 20 é a nona missão tripulada enviada à Tiangong. A estação, composta por três módulos, foi concluída em outubro de 2022 e orbita entre 340 e 450 quilômetros acima da Terra. Esta será a sexta visita ao complexo totalmente montado.

A China pretende manter a estação espacial ocupada de forma contínua por pelo menos dez anos. Além disso, o país quer expandir a Tiangong com novos módulos e usá-la também para projetos comerciais e parcerias internacionais.

Atualmente, a China negocia com o Paquistão o envio do primeiro astronauta estrangeiro para a Tiangong. O objetivo é tornar a estação um centro internacional de pesquisa no espaço, com participação de outros países e empresas.

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China quer construir estrutura gigante na Lua

Pesquisadores chineses tem planejado construir um conjunto de radiotelescópios no lado distante da Lua. O projeto enfrenta desafios para encontrar o local ótimo, mas já está em andamento e começara nas próximas missões Chang’e 7 e 8. Se der certo, poderá ser o primeiro observatório de rádio operacional em solo lunar.

A estrutura consistirá num conjunto de 7.200 antenas em formato de borboleta. O objetivo é usar o instrumento para captar sinais cósmicos com comprimentos de onda ultralongos. Isso trará informações novas sobre a infância do universo, um tempo anterior as primeiras estrelas.

O ambicioso plano da China na Lua

Na Terra, a atmosfera é um obstáculo para a chegada de sinais de rádio com ondas muito grandes, o que impede a coleta e pesquisa das informações que carregam. Porém, o lado distante da Lua é blindado dessa interferência terrestre, oferecendo uma oportunidade para a captação de dados inovadores sobre o cosmos.

Sabendo disso, pesquisadores da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial e do Observatório Astronômico de Xangai fizeram a proposta para construir um conjunto de radiotelescópios lunares. Em seu projeto, os equipamentos terão 30 km de largura e uma área de coleta de 0,1 km², segundo o site South China Morning Post (SCMP).

Esquema da como serão organizadas as 7.200 antenas. (Imagem: Handout)

Essas configurações permitirão o instrumento gerar imagens em alta resolução. Isso será essencial para o estudo da “Idade das Trevas Cósmica” e de exoplanetas.

O planejamento chinês é construir essa estrutura em uma década. A China utilizará suas missões lunares atuais e futuras para atingir esse objetivo.

A equipe de pesquisa ainda não encontrou o lugar perfeito para a construção. O desafio é localizar uma área plana e grande no terreno irregular da Lua.

Planos chineses estão em andamento

Para vencer os desafios e construir o telescópio, o plano tem três fases:

  • As missões Chang’e 7 e 8 deixarão 16 antenas usando o trabalho de robôs. Essa etapa durará de um a três anos e mapeará as ondas de rádio para estudos iniciais
  • Após isso, os astronautas no local irão iniciar a construção, junto com ajuda de tecnologias robóticas, da seção central com 100 antenas.
  • Por fim, com o suporte da base lunar chinesa e usando múltiplos módulos de pouso, a estrutura final será montada ao longo de cinco a dez anos, segundo estima a equipe
A China pretende estabelecer uma base permanente no polo sul da Lua. (Imagem: Administração Espacial Nacional da China)

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“Ele [o telescópio] impulsionará a inovação em vários campos, oferecendo alto valor científico e tecnológico, ao mesmo tempo em que fortalecerá a posição da China na exploração do espaço profundo e na pesquisa astronômica”, disseram os pesquisadores no SCMP.

Toda a construção do telescópio levará anos até ficar pronta, mesmo com as etapas inicias já em andamento. Ela demandará tecnologias de ponta, robôs, foguetes inovadores e astronautas em campo, sendo um dos mais ambiciosos projetos espaciais da China.

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